Boas Práticas

Reflexão sobre comportamento e qualidade

Março/Abril 2011

Carlos Alberto Trevisan

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carlos Alberto Trevisan

Ultimamente, tenho sido convidado para proferir palestras sobre temas relativos à determinados comportamentos das pessoas, que as impedem de colaborar efetivamente na implantação dos conceitos de Qualidade definidos pelas empresas nas quais trabalham.

Minha experiência profissional de vários anos, em implantar processos da Qualidade, tem me sugerido que o desconhecimento das causas da não participação de colaboradores no processo é de tamanha magnitude que, em primeira análise, parece impossível mudar esse quadro.

A implantação de um processo da Qualidade implica energizar os colaboradores, fazendo que eles apliquem, em suas atividades, não somente suas capacidades, mas também, e principalmente, paixão e iniciativa.

Para que isso aconteça, é necessário pesquisar qual é o objetivo do colaborador, não necessariamente o pecuniário ou o de interesse individual, responsável por criar o comprometimento.

Devemos considerar que as pessoas precisam encontrar sentido no que fazem, ou seja, elas necessitam ter autonomia, ter a sensação de pertencer à equipe e, portanto, de serem confiáveis.

Devemos considerar que existe a necessidade de se encontrar um sentido maior para aquilo que se faz. Podemos dizer que o “comportamento da boiada”, ou seja, seguir sempre as mesmas trilhas, faz que as coisas percam o significado.

Um fato incontestável é que, em sua grande maioria, as pessoas são adaptáveis. O talento para inovar é natural nas pessoas. Contudo, na rotina do trabalho, parece existir uma atitude de desvinculação das nossas características humanas com o que se faz, o que resulta na ausência de atitudes e em comportamentos menos participativos na implantação dos processos.

Nas empresas, segue-se o conceito de somente dar importância à eficiência e à produtividade; o restante é considerado sem importância.

É importante lembrar que as equipes desempenham papel fundamental e não existem equipes sem líderes. Porém, deve-se considerar que os próprios líderes não estão imunes a essa dinâmica.

Os líderes, quando se sentem ameaçados, também reagem. Entretanto, suas reações repercutem mais intensamente, pois são captadas por um maior número de pessoas da empresa.

O líder que conhece a si próprio transmite segurança em momentos de grandes incertezas, proporcionando condições aos colaboradores de se manterem centrados em seu trabalho.

Com a mudança de seu comportamento, o líder consegue desanuviar o ambiente e criar condições para o desenvolvimento motivacional da criatividade.

Deve-se ressaltar que a implantação do processo da Qualidade necessita de intensivo compartilhamento de informações, que descrevam as expectativas futuras da empresa com sua implantação e o impacto desta nos colaboradores da empresa.

Por menor que seja o volume de informações disponíveis no início do processo, recomenda-se que à medida que novas informações surjam, estas sejam transmitidas imediatamente aos colaboradores.

Para o bom desempenho do processo da Qualidade é fundamental haver transparência na comunicação, para assim ser iniciado um relacionamento com credibilidade.

O que deve ser evitado, a qualquer preço, é que se estabeleça a sensação de que não se sabe o que vai acontecer, o que poderia ser extremamente debilitante, pois afastaria as pessoas do momento presente devido à sua incerteza em relação ao futuro.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos