Tricologia

Microesferas

Janeiro/Fevereiro 2011

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

Como o nome indica, microesferas são pequenas partículas esféricas, com diâmetros micrométricos (tamanhos de partículas que variam de 12 a 300 mícrons em diâmetro, com espessura de parede que pode variar de diversas mícrons até números tão baixos quanto 0,1 mícron).

As microesferas são, algumas vezes, chamadas de micropartículas e podem ser fabricadas a partir de vários materiais naturais e sintéticos. Microesferas de vidro, microesferas de polímeros e microesferas de cerâmica estão disponíveis comercialmente.

Elas podem ser sólidas ou ocas e variar em densidade, o que possibilita que sejam utilizadas em diferentes aplicações. As ocas são normalmente usadas como aditivos para reduzir a densidade de um material. Já as sólidas têm inúmeras aplicações, dependendo do material com que elas tenham sido construídas e do tamanho que elas possuam.

Microesferas de polietileno e poliestireno são os dois tipos mais comuns de microesferas de polímeros. As microesferas de poliestireno são geralmente utilizadas em aplicações biomédicas, devido à sua capacidade de facilitar procedimentos, como separação de células e precipitação imunológica. Elas permitem que as proteínas se liguem em adsorção ao poliestireno, prontamente e de forma permanente. Por causa dessa característica, elas são adequadas para a investigação médica e a realização de experimentos de laboratório biológico.

Microesferas de polietileno são comumente usadas como um preenchimento permanente ou temporário. A baixa temperatura de fusão permite que as microesferas de polietileno criem estruturas porosas em cerâmica e outros materiais. A alta esfericidade das microesferas de polietileno, bem como a disponibilidade de microesferas coloridas e fluorescentes, torna-as altamente desejáveis para a visualização de fluxo, sendo usadas para análise, técnicas de microscopia e em ciências da saúde.

Microesferas de cerâmica são utilizados principalmente como meio de moagem. Elas variam muito em qualidade, esfericidade, uniformidade de tamanho de partículas e distribuição granulométrica. Deve ser escolhida a microesfera adequada para cada aplicativo exclusivo.

Microesferas de vidro são usadas principalmente como material de enchimento e volumizador para redução de peso, para a segurança rodoviária, como aditivo para cosméticos e adesivos, com aplicações limitadas em tecnologia médica.

Essas bolhas de vidro começaram a ser desenvolvidas na década de 60 do século passado, em consequência da manipulação de vidros sólidos. O benefício desse tipo de microesfera é sua alta resistência à temperatura e às alterações químicas, devido à sua rigidez. Esse tipo de produto está disponível em uma ampla gama de densidades, que vão de 0,125 g/ml a 0,60 g/ml. Outra característica é a força de colapso da bolha de vidro, que está diretamente relacionada à densidade, ou seja, quanto maior for a densidade, maior será a força. Por exemplo: com uma densidade de 0,125 g/ml ela é de 250 libras por polegada quadrada (psi), enquanto que com uma densidade de 0,60 g/ml ela é avaliada em 18.000 libras por psi.

Para minimizar o custo e o peso do produto final, a bolha de vidro apropriada é aquela que é apenas forte o suficiente para sobreviver a todas as etapas dos processos de fabricação e de utilização final do produto.

Limitações: as microesferas têm limitações que devem ser consideradas. Apesar de apresentarem grandes vantagens, como seu tamanho, comparando-as a alguns outros sólidos, sua adição pode resultar na alteração de textura da superfície ou na redução do brilho, em especial quando o produto final for um filme fino. Para que possam ser utilizadas em sua plenitude, o manejo adequado dos equipamentos requer treinamento para que não haja o risco de as microesferas flutuarem, o que é uma tendência quando se trabalha com sistemas de baixa viscosidade. Para superar esses problemas, deve-se escolher o produto adequado e, eventualmente, usar modificadores de viscosidade.

Cabelos: em produtos capilares pode ser utilizada essa tecnologia, especialmente quando se trata de finalizadores, de leave-ons ou de processos de tratamentos; quando queremos um sistema de delivery mais lento; ou ainda quando queremos que o ativo permaneça por mais tempo em contato com os cabelos.

Em suma, o formulador criativo deve utilizar todas as ferramentas disponíveis para o desenvolvimento de novos produtos ou a melhoria das linhas existentes. As microesferas podem ser mais uma ferramenta para ajudar a todos os fabricantes que enfrentam ou enfrentarão essas questões em algum momento.



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