Fragrâncias

Do equilíbrio à água de colônia

Janeiro/Fevereiro 2009

Carmita Magalhães

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carmita  Magalhães

Olá, caro leitor!

Se você já me conhece, estou aqui de novo para mais um ano! Porém, se você acaba de assinar a revista, seja bem-vindo! Inicio este ano preocupada com o tempo e ciente, cada vez mais, que tudo está ligado: passado, presente e futuro. .

Um ano que fica para trás, um ano que começa, sempre uma decisão a tomar: escolha 1, escolha 2...

Porém, vou escolher um caminho alternativo, que é a mistura do passado e do futuro, procurando o equilíbrio, pensando no ano novo com esperança, usando os anos anteriores para viver dia-a-dia esse novo ano, da melhor forma possível, tentando sempre crescer, evoluir e aprender de maneira inteligente.

Já que escolhi o equilíbrio, vivendo no presente, mas construindo o futuro com ajuda do passado, aplicarei esse lema para esta coluna, começando por acabar o que comecei o ano passado, a conclusão do tema das colônias (Cosm & Toil Brasil 4(20):38, 2008).

Naquela coluna, havia iniciado esse tema, simples, que logo se tornará bastante complexo, apresentando os tópicos: definições de água de colônia; água de colônia através dos tempos: origens e evolução.

Fiquei de falar sobre a evolução da água de colônia no Brasil e a interpretação de uma Casa de Perfumaria sobre este tema no mundo atual. Na verdade, vou assumir o papel da Casa de Perfumaria, dando uma opinião baseada na minha própria experiência.

- Água de colônia, ontem, hoje e amanhã, no âmbito internacional da perfumaria

Já vimos o “ontem” da água de colônia: um produto com construção (acorde principal) específico, dominado pelo uso de cítricos, flor de laranjeira e alguns aromáticos, com uso familiar, quase considerado como um produto de farmácia com virtudes terapêuticas. Sempre usado em abundância, em baixa concentração, e de preço acessível.

No “hoje” encontramos essas águas de colônia “clássicas” em diversos mercados. A razão está nos costumes. Seu uso está nos hábitos das pessoas, sobretudo do povo europeu. Na Europa, podemos encontrar em todas as casas um frasco de água de colônia. O seu uso remete ao passado, às lembranças carinhosas, às boas emoções, e para nós europeus, ao cheiro da infância querida.

Vale ressaltar que esse tema olfativo, hoje, passou a ser usado em outras categorias, não sendo mais exclusivo das águas de colônia.

Para diferenciar e entender bem a evolução, antes, a água de colônia era um produto composto de álcool, água e fragrância (com notas características). Hoje, além de estar presente nos produtos de higiene pessoal, é um tema presente em vários outros produtos, inclusive de home care. Por exemplo, na França, o nosso cheiro de bebê é o cheiro de água de colônia. Como estamos muito ligados às nossas emoções, esse tema evoluiu, tornando-se parte de alguns perfumes com altas concentrações.

Recentemente (há dois anos), muitas grandes “maisons” começaram a explorar o tema das “colognes” e, assim, hoje no mercado internacional de “fine fragrance” é possível encontrar diversas “Colognes” como, por exemplo, a Mugler Cologne, de Thierry Mugler. São perfumes que respeitam a nota olfativa das águas de colônias clássicas, porém mais naturais, mais suaves, mas de alta dosagem.

E o “amanhã”? Se as colônias de hoje se tornarem clássicos, poderemos imaginar que terão novas interpretações e será um tema revisitado muitas vezes, pois resgata uma parte da nossa infância e de boas lembranças do povo europeu.

- Água de colônia na perfumaria brasileira

Podemos ver a complexidade da evolução das águas de colônia, através do tempo, das modas, das necessidades dos consumidores.

Em conjunto com esse grau de complexidade, e transportando o tema para o Brasil, se observa que o mercado local adaptou-o às necessidades e desejos de seus consumidores.

No Brasil, o tema água de colônia é mais genérico, mais amplo. Não corresponde à nota olfativa clássica citada. É um pouco semelhante à atual água de colônia internacional. Tem fragrância mais diferenciada, tem alma própria, mas, se tem uma constante, pode-se dizer que é sempre “fresco” e “limpo”, mas a paleta olfativa é muito mais ampla e solta que a européia. Talvez, devido à grande demanda do consumidor brasileiro, por causa do clima quente, necessitar de mais opções e de produtos mais adaptados ao seu dia-a-dia. São produtos que fazem parte da história da perfumaria brasileira. São produtos que também inspiram lembranças e carinho pela infância. E, como internacionalmente são revisitados com freqüência pelas Casas de Perfumaria, tornam-se produtos em constante evolução e modernização.

É isso. As alternativas são inúmeras: é só ficar de mente aberta. As escolhas são nossas! O mundo gira sempre e os temas do passado evoluem para satisfazer o consumidor cada vez mais prevenido, exigente ou mesmo nostálgico. Desejo-lhe que 2009 traga mais experiências e emoções olfativas.



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