Mercado

Uma olhada pelo mundo

Maio/Junho 2018

Carlos Alberto Pacheco

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Carlos Alberto Pacheco

Em janeiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para cima suas projeções para o crescimento da economia mundial, uma expressão do atual momento positivo do ponto de vista econômico que o mundo atravessa. Estas previsões são importantes para quem tomou como premissa um cenário pessimista ao fazer o orçamento para o biênio. De fato, após vários anos de instabilidade e baixo crescimento, a economia internacional encontra-se em um período de expansão sincronizada dos principais países, associada a taxas de inflação ainda bastante baixas.

Em sua revisão de projeções para a economia mundial em diferentes países divulgada no último mês de janeiro, o FMI elevou o crescimento previsto para 2019 para 3,9%. O FMI estima que o crescimento da economia mundial em 2017 tenha sido de 3,7%.

Abrindo estes números, a estimativa indica que o crescimento dos países desenvolvidos em 2017 foi menor do que o dos emergentes: 2,3% e 4,7%, respectivamente. As previsões para 2019 seguem este mesmo cenário: 2,2% e 5%.

Mas os brasileiros não devem ficar tão animados ao verem um número tão robusto assim, pois abrindo os números dos países emergentes verifica-se que Brasil, Rússia e África do Sul apresentam como estimativa de crescimento para 2017 percentuais bem menores: 1,1%, 1,8% e 0,9%, diferentemente dos emergentes de fato, China e Índia, com 6,8% e 6,7%. As previsões para 2019 colocam o Brasil numa posição melhor: 2,1%, 1,5% e 0,9% respectivamente, porém longe dos gigantes asiáticos China e Índia, com 6,6% e 7,8%. Nota: aqui no país temos eleição, e 2019 é uma promessa ainda.

A revisão decorreu apenas das previsões mais favoráveis nos países avançados, enquanto as previsões para países emergentes e em desenvolvimento mantiveram-se iguais. Destacam-se as revisões, para cima, no crescimento dos Estados Unidos (previsão de expansão de 2,5% para 2019, e da Área do Euro, um crescimento de 2%).

No caso dos países emergentes e em desenvolvimento, a estabilidade das projeções encobre revisões significativas no crescimento projetado de alguns países ou grupos de países. É o caso da previsão de crescimento do México, para 3% em 2019, e dos países da Europa Central e Oriental, para 3,8% em 2019.

Os dados recém-divulgados sobre o comportamento do mercado de trabalho nos Estados Unidos mostram que, não obstante a desaceleração dos indicadores de atividade entre o final do ano passado e início deste ano, as contratações têm se mantido em nível elevado e a taxa de desemprego, muito baixa. Em fevereiro, foram criados 313 mil novos empregos no setor não agrícola. A taxa de desemprego foi estável (4,1%).

Na Área do Euro, a taxa de desemprego vem reduzindo de forma gradual, porém consistente. Para a AE como um todo, a taxa de desemprego atingiu um pico em meados de 2013, em 12,1% da força de trabalho, passando a declinar a partir daí para atingir 8,6% em janeiro último. Entre as principais economias, o comportamento é semelhante, destacando-se a trajetória na Espanha, onde declina de 26,3% em meados de 2013 para 16,3% em janeiro. Na Alemanha, a taxa não só é bem mais baixa que nos outros países como também apresentou tendência de declínio, enquanto na França e na Itália a tendência recente é de queda, porém em níveis ainda bastante elevados e, no caso da Itália, superiores aos que prevaleciam no início do período. No Brasil, em queda, porém ainda alta: 13,1% no primeiro trimestre de 2018.

Não dá para comemorar, mas os números podem corrigir as estratégias de marketing para quem trabalha com o mercado externo e precisa dar uma olhada mais atenta no quintal de casa.



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