Temas Dermatológicos

Suor excessivo

Janeiro/Fevereiro 2016

Denise Steiner

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Denise Steiner

A pele é responsável pela manutenção da temperatura do corpo e realiza essa função por meio da sudorese. Suar é normal. A transpiração é necessária para regular a nossa temperatura. Quando o clima está muito quente, a produção de suor aumenta, e quando esfria, essa produção diminui. Esse mecanismo é uma forma de manter o equilíbrio do nosso corpo.

O suor não tem odor, porém favorece o desenvolvimento de bactérias e fungos na superfície da pele, o que causa um cheiro desagradável. Temos dois tipos de glândulas de suor: as écrinas e as apócrinas. As glândulas écrinas estão presentes desde o nascimento e estão distribuídas por toda a superfície cutânea, enquanto as apócrinas começam a funcionar a partir da puberdade e estão localizadas nas axilas, na região da virilha e no couro cabeludo.

A hiperidrose, que se caracteriza pelo excesso de suor, assim como a bromidrose, marcada por um suor de odor forte, geram muito constrangimento, e a maioria das pessoas evita falar sobre o assunto. Muitas vezes não sabem a quem recorrer, nem se existem tratamentos para esse incômodo.

A hiperidrose axilar é mais comum em adultos jovens, geralmente homens. Não existe comprovação científica, mas até 60% das pessoas que sofrem com o excesso de suor têm outros membros na família com o mesmo problema. Ele costuma estender-se por toda a vida adulta e tende a regredir espontaneamente na velhice. Em outras épocas da vida, como na menopausa, é comum que o excesso de calor venha acompanhado de ondas de suor.

A hiperidrose piora em situações de nervosismo, ansiedade e estresse. É comum ouvir pacientes falarem que, mesmo no inverno, transpiram muito. Muitas vezes a pessoa fica nervosa e com medo de suar em condições de tensão; e, então, só de pensar no assunto, fica estressada e acaba suando mais, o que provoca insegurança, timidez e constrangimento social. Algumas doenças, como diabetes, gota, tuberculose, linfomas, obesidade e distúrbios da tireoide, também provocam o aumento de suor.

Tão constrangedoras quanto a hiperidrose são a hiperidrose palmar (das mãos) e a hiperidrose plantar (da planta dos pés). A hiperidrose palmar surge na infância e pode se manter pela vida toda. As mãos ficam úmidas e frias e podem até pingar, o que dificulta a realização de tarefas do dia a dia e a convivência social. Nos pés, atrapalha o uso de sandálias e induz à bromidrose plantar (o chulé). A doença ocorre por uma disfunção dos nervos do sistema nervoso simpático, que ficam no tórax ou no abdome e emitem uma ”mensagem exagerada” para as glândulas do suor. Existem situações que desencadeiam a doença, como ansiedade e estresse.

Há várias formas de tratamento, mas é importante procurar o médico dermatologista para que ele faça o correto diagnóstico a partir da análise individual, o que possibilita a indicação do tratamento mais adequado.

Nas axilas, nas mãos e nos pés, podemos usar a toxina botulínica, que inibe a acetilcolina - substância necessária para acionar a glândula sudorípara. A aplicação é feita com injeção local, e o resultado dura de sete a nove meses em média. Nos pés e nas mãos, é feito o bloqueio anestésico para evitar a dor. O procedimento é realizado em consultório pelo médico dermatologista.

Também existem dois tipos de cirurgias específicas para a região das axilas. Uma delas utiliza uma cureta para raspar as glândulas de suor. A outra usa um aparelho de laser com cânula e destrói as glândulas, retirando também a gordura.

Outro tratamento é a radiofrequência, que preconiza o uso de um aparelho que libera energia calórica, destruindo as glândulas sudoríparas. São feitas de quatro a seis sessões, uma vez por semana.

Cuide-se!



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