Higiene Íntima

Erica Franquilino

Praticidade e bem-estar

Anatomia e cuidados diários

Destaques do mercado

Ativos biotecnológicos

Segurança e eficácia

Autoconhecimento e autocuidado

Orientações práticas

 

Edição Temática Digital - Dezembro de 2024 - Nº 87 - Ano 19

 

 

 

Praticidade e bem-estar

 

Mulheres desempenham um papel fundamental na estrutura das famílias brasileiras, sendo responsáveis por chefiar quase a metade dos lares no país, de acordo com o IBGE. Pesquisas apontam que, em meio à rotina de múltiplas tarefas, mulheres de diferentes perfis socioeconômicos sentem a necessidade de estarem confortáveis e seguras em relação à saúde da região íntima. Sabonetes, águas, óleos e sprays são algumas das soluções desenvolvidas pelo setor para entregar limpeza e conforto.

 

Em 2020, o mercado de saúde íntima movimentou R$ 380 milhões no Brasil e chegou a US$ 2 bilhões em todo o mundo, segundo a Euromonitor International. De acordo com a WGSN Beauty, esse segmento deverá movimentar cerca de US$ 38 bilhões até 2026. O estudo Femtech Landscape Report 2021 (que engloba empresas, investidores, laboratórios e centros de P&D) indica que o mercado mundial de saúde da mulher deverá atingir US$ 1,186 trilhão em 2027.

 

 

Anatomia e cuidados diários

 

 

 

A vulva é a parte externa dos órgãos genitais femininos. Ela inclui a abertura da vagina, os lábios maiores e menores, o clitóris, o monte pubiano e a uretra. A vagina é o canal que faz a comunicação entre a vulva e o colo do útero. A limpeza deve ser feita apenas na área externa, com água e um sabonete hipoalergênico.

 

 

A vagina é uma mucosa quente e úmida. Para manter a homeostase, é preciso que ela tenha um pH levemente ácido, entre 3,8 e 4,5. Dessa forma, ela terá defesas contra bactérias que podem ocasionar infecções. Os microrganismos que fazem o controle da homeostase convertem lactose e outros açúcares simples em ácido lático, acidificando a região e prevenindo a proliferação de agentes nocivos.

 

 

“Para a limpeza diária, recomendo lavar a região íntima com água morna e, se necessário, utilizar um sabonete específico para essa região, que respeite o pH natural. É importante evitar duchas internas e secar bem após o banho, pois isso ajuda a manter o equilíbrio da flora vaginal. No consultório, recomendo os produtos mais adequados a cada caso, considerando o estilo de vida e possíveis sensibilidades”, diz a ginecologista Fernanda Nassar, de São Paulo.

 

Como aponta a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), a maior dificuldade para o cuidado correto da região íntima feminina está relacionada “ao velho tabu” de conhecer e tocar o próprio corpo, analisando cada detalhe.

 

“Essa falta de intimidade pode refletir na maneira equivocada de cuidar da genital feminina. Se, por um lado, os descuidos com a higiene íntima podem causar doenças, o excesso de limpeza também pode ser perigoso, colocando em risco a proteção natural. Toda mulher deveria reconhecer os odores e as características de sua região íntima, de forma a identificar o que é um odor comum e esperado”, destaca a entidade.

 

Uma pesquisa recente feita pela Nielsen Brasil e pela Intimus, mostra que 68% das brasileiras entrevistadas dizem ter alguma insatisfação em relação à genitália. Outro estudo, feito pela marca Gino-Canesten, revela que mais de 70% das mulheres entrevistadas afirmam que, quando sua saúde íntima está em dia, elas se sentem mais confiantes (veja mais, no texto a frente - Autoconhecimento e Autocuidado).

 

Fernanda menciona que a saúde íntima muda ao longo da vida. Portanto, cada fase requer um cuidado especial. “Na adolescência, as jovens estão descobrindo seu corpo e muitas vezes precisam de orientação para evitar o uso de produtos perfumados e de roupas íntimas inadequadas. Na idade adulta, as alterações hormonais exigem mais atenção à região íntima, principalmente durante o ciclo menstrual. Orientações sobre produtos e práticas ajudam a evitar desconfortos. Na menopausa, o cuidado precisa ser redobrado devido à queda dos níveis de estrogênio, que pode trazer maior ressecamento e sensibilidade”, afirma.

 

No que diz respeito aos hábitos que podem ser prejudiciais à saúde da região íntima, ela cita o uso constante de roupas apertadas, de tecidos sintéticos e de absorventes por longos períodos. Roupas muito justas aumentam a temperatura da região vaginal, o que pode levar ao desequilíbrio da microbiota. Protetores diários não são recomendados por ginecologistas, bem como o uso de produtos com cor e fragrância.

 

“A escolha de produtos para a região íntima é muito importante. Sabonetes específicos, com pH balanceado, podem ajudar a manter o equilíbrio natural da flora vaginal. No entanto, é essencial conversar sobre o uso desses produtos, pois nem todos são adequados para todas. Em uma consulta, é possível avaliar quais produtos são ideais para a paciente, com base em suas necessidades e em seu histórico de saúde”, destaca a ginecologista.

 

O Guia Prático de Condutas – Higiene Genital Feminina, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) menciona que o uso rotineiro de sabonetes em barra, os mais utilizados na higiene feminina, “pode trazer consequências indesejadas, uma vez que sua composição e pH alcalino podem promover ressecamento e diminuição da acidez da pele vulvar e da região adjacente”.

 

“Vários sabonetes líquidos íntimos são produtos à base de ácido láctico, um componente natural da pele. Porém, eles diferem entre si em razão dos vários excipientes associados. [...] Seu principal atributo é manter o pH mais próximo do  ideal, para o desenvolvimento e a manutenção das células da pele”, diz o guia.

 

A publicação menciona que o pH da pele é afetado por um grande número de fatores endógenos, como umidade, transpiração, sebo, predisposição genética e idade. Fatores exógenos, como vestuários oclusivos e medicações tópicas, também podem influenciar o pH da pele. “Deve-se ressaltar a ação agressiva das lâminas usadas para raspagem dos pelos genitais e também a depilação com cremes e ceras, que invariavelmente ressecam a região”, aponta a Febrasgo.

 

 

Destaques do mercado

 

No início de 2024, a Nuaá lançou a Água Íntima Prebiótica Fresh. “Desenvolvida especialmente para acompanhar o ritmo da mulher contemporânea, Fresh tem como objetivo higienizar, refrescar e hidratar a vulva, a qualquer hora do dia”, informa a marca.

 

Produzido para ser uma solução suave e sem enxágue, o produto mantém a área íntima hidratada e limpa, “além de ser ecologicamente amigável, uma vez que substitui os lenços umedecidos. É só borrifar o produto no papel higiênico para ter à mão uma alternativa que cuida da região íntima enquanto reduz o impacto ambiental”, diz a Nuaá.

 

Fresh é formulado com ingredientes naturais e tem pH amigável, auxiliando na regulação da microbiota e prevenindo a proliferação de bactérias e de fungos indesejáveis. Além dos prebióticos, que atuam positivamente na barreira de defesa natural da vulva, a água traz na composição hamamélis, niacinamida e Aloe vera.

 

O Spray de Limpeza Feel foi desenvolvido para garantir a limpeza e o cuidado da região íntima “enquanto você estiver fora de casa”. A promessa é de sensação de frescor e conforto em momentos cruciais, como depois de um treino, durante o período menstrual ou em situações de ressecamento íntimo. Os ativos naturais da formulação, como melaleuca e prebióticos, ajudam a inibir odores indesejados relacionados ao suor, proporcionando uma sensação de limpeza duradoura.

 

O Óleo Calmante, outro produto da Feel, é um óleo multifuncional que acalma e hidrata a região íntima, eliminando problemas como vermelhidão, coceiras e desconfortos após o sexo e a depilação. Indicado para todos os tipos de pele, incluindo as sensíveis, o óleo também auxilia na uniformização do tom em regiões como virilha e axila. A composição – livre de ftalatos, parabenos, silicones, cores ou fragrâncias artificiais – traz óleo de coco, vitamina E, melaleuca, óleo de camomila e lavanda.

 

A Espuma Natural de Higiene Íntima Sensitive, da DitaCuja, foi desenvolvida para atender às necessidades de peles sensibilizadas ou envelhecidas. A proposta é oferecer limpeza refrescante e alívio imediato para ardências e irritações, promovendo sensação de conforto e bem-estar. A composição combina vinagre de maçã orgânico (que ajuda a manter o equilíbrio do pH da região íntima) aos extratos de cranberry e romã (com propriedades antioxidantes e calmantes).

 

O sabonete íntimo da B.O.B é formulado com manteiga de ucuuba, que hidrata, confere maciez e cria uma camada protetora sobre a pele; ácido lático vegetal, que tem pH ácido, compatível com o pH natural da região íntima; e nano lipídeos, óleos essenciais nanoencapsulados com ação antimicrobiana que auxiliam na refrescância e na manutenção da flora, impedindo a proliferação de fungos e de bactérias indesejáveis.

O Sabonete Líquido Íntimo Nivea Suave limpa e protege a região íntima, prevenindo irritações e acalmando a pele, graças ao extrato de camomila presente na composição. O extrato de camomila também está na composição do Avon Care Intimate Sabonete Líquido Íntimo Gentle. A formulação sem parabenos limpa suavemente, ajudando a eliminar odores e a manter o pH vaginal equilibrado.

 

Cuide-se Bem Cereja Livre, linha de O Boticário, promete ir “muito além do básico”. A família de produtos veganos é composta pelos itens: Sabonete Líquido Íntimo (formulado com prebiótico, ácido lático e d-pantenol), Spray Íntimo Refrescante, que oferece proteção contra possíveis odores relacionados ao suor, proporcionando perfumação suave por até 8 horas (com prebiótico e calêndula), e o Lenço Umedecido Íntimo (com prebiótico e calêndula), que entrega limpeza e refrescância.

 

A Dermacyd detém 24% de market share na categoria de sabonetes íntimos no Brasil, segundo a farmacêutica EMS, que, em fevereiro deste ano, assumiu a distribuição e a comercialização da marca no Brasil, México, Peru e Argentina. Atualmente, a Dermacyd tem quatro famílias de sabonetes íntimos no portfólio: Femina, Breeze, Delicata e Neutralize, formulados com a tecnologia Bio Protect, que limpa sem agredir a flora natural e previne maus odores.

 

Com a aquisição da marca, a expectativa da EMS é de que a unidade de negócio OTC, responsável pela linha, tenha vendas de R$ 100 milhões só com este produto em 2024. A produção da linha de sabonetes íntimos segue sob responsabilidade da Sanofi e será assumida pela EMS entre 2025 e 2026, quando deve estar finalizada a construção de um prédio fabril focado na marca Dermacyd.

 

 

Ativos biotecnológicos

 

“Nosso corpo é um ecossistema complexo, colonizado por um conjunto de microrganismos, sendo a microbiota humana composta por cerca de 10 trilhões de microrganismos simbióticos. Esses microrganismos formam uma barreira protetora para a pele, e cada indivíduo tem uma microbiota única, tão pessoal quanto uma impressão digital”, cita Allessandra Silva, coordenadora de marketing técnico e inovação da Solabia.

 

Ela ressalta que a microbiota vaginal representa um dos mais importantes mecanismos de defesa do trato genital feminino. “Ela é composta principalmente por bactérias saprófitas, que agem mantendo o meio saudável e impedindo a proliferação de microrganismos patógenos e/ou indesejáveis. Por isso, a manutenção do equilíbrio microbiano é muito importante para a região íntima”, diz.

 

O grupo Solabia, com sua expertise em biotecnologias, tem algumas soluções para aplicação em formulações de produtos para a região íntima. Dentre elas está o Bioecolia, “um prebiótico que age por biosseletividade, ou seja, por inibição competitiva, estimulando o crescimento e a atividade das bactérias presentes na ecoflora, em detrimento dos microrganismos oportunistas, que não conseguem metabolizar o oligossacarídeo presente nesse ativo. Eles não conseguem se desenvolver”.

O ativo não é metabolizável pelo Candida albicans. “Ele não tem impacto no crescimento desses fungos, que, em excesso, podem causar disbioses na vagina. Portanto, a flora saprófita, como os Lactobacillus e outras bactérias presentes no corpo humano, se beneficiam desse substrato”, destaca. O Bioecolia estimula a expressão de β-defensina 2 e 3, que são peptídeos antimicrobianos essenciais para a ativação do sistema imune.

 

“Outro produto interessante para a aplicação íntima é o Fucogel, um polissacarídeo aniônico rico em fucose, que proporciona atividade neurocalmante e reforço da barreira imunológica, para uma pele mais saudável. Esses benefícios podem ser bastante interessantes quando falamos de uma pele irritada ou sensibilizada por uma dermatite de contato por exemplo, causada por diversos fatores, como aumento de umidade e atrito”, acrescenta.

 

 

Segurança e eficácia

 

Rafaella Luzzo da Silva, gerente técnica para estudos clínicos de segurança do Grupo Kosmoscience, aponta que os produtos tópicos destinados à região íntima feminina desempenham um papel importante na saúde das mulheres. “De modo similar, produtos para higiene íntima masculina têm se destacado na promoção da saúde e do bem-estar dos homens, oferecendo benefícios como sensação de frescor, conforto e prevenção de odores”, menciona.

 

A segurança e eficácia de produtos para higiene íntima devem ser cuidadosamente avaliadas para evitar sensações de desconforto, irritação, ressecamento e infecções. “A orientação adequada sobre o uso desses produtos também é crucial, para promover práticas de higiene seguras e eficazes, evitando o uso excessivo ou inadequado. É igualmente importante que os fabricantes forneçam informações claras sobre os produtos, auxiliando consumidores na escolha e na utilização correta”, diz.

 

Existem vários caminhos para verificar a performance de produtos para a região íntima, nos quais os atributos de segurança e eficácia podem ser avaliados.

 

Alguns deles são:

Avaliação de perfil sensorial: avaliação detalhada que identifica e quantifica as características sensoriais de um produto, como textura, facilidade de espalhamento, formação e características da espuma e cheiro, garantindo que ele seja bem aceito pelo público-alvo.

 

Eficácia percebida: avalia atributos de eficácia em uso, como hidratação, conforto e prevenção de odores.

 

Testes dermatológicos e ginecológicos: avaliam a segurança clínica do produto para a pele e a mucosa da região íntima, sob supervisão de um dermatologista e de um ginecologista. Esses testes identificam possíveis reações adversas de irritação e sensibilização.

 

Teste de pH: testes específicos garantem que o produto mantenha o pH natural da região.

 

Compatibilidade com a microbiota: testes específicos garantem que o produto não interfira na microbiota vaginal. Um exemplo é a contagem de aeróbios mesófilos totais e de bactérias lácticas da região íntima feminina após o uso do produto. Esses testes asseguram que os produtos para higiene íntima não apenas atendam aos apelos propostos, mas também ofereçam segurança e conforto ao usuário, possibilitando um uso contínuo e seguro para a saúde íntima. As avaliações de aceitabilidade, eficácia percebida e eficácia clínica contribuem para uma experiência de uso positiva e sem riscos.

 

O Grupo Kosmoscience disponibiliza modelos experimentais nos quais são utilizadas células de epitélio vaginal humano (in vitro) e mucosa vaginal (ex vivo, proveniente de ninfoplastia eletiva), como ferramenta de pesquisa, com o intuito de ampliar a compreensão dos mecanismos de ação de um produto cosmético.

 

Com essas ferramentas, é possível avaliar os efeitos dos produtos na produção de biomarcadores relacionados à hidratação, resposta inflamatória, irritação, sensibilização e cicatrização, dentre outros aspectos.

“Outra abordagem robusta oferecida pelo nosso grupo é a avaliação da microbiota por meio de técnicas de biologia molecular. Elas se tornaram fundamentais para entender a composição, a função e as interações dos microrganismos que habitam diversos ambientes do corpo humano, como a região íntima. A microbiota íntima desempenha papéis essenciais na saúde, auxiliando na proteção contra patógenos e na modulação do sistema imunológico”, diz Samara Eberlin, diretora científica de negócios para in vitro.

 

As plataformas utilizadas nos laboratórios da empresa incluem a RT-qPCR (usada para quantificar a expressão de genes-alvo específicos) e o sequenciamento do RNA, que permite identificar e quantificar os principais gêneros e espécies presentes em uma amostra, fornecendo uma visão abrangente da composição da microbiota.

 

 

Autoconhecimento e Autocuidado

 

Uma pesquisa realizada nas regiões Norte e Nordeste pela Ipec, empresa de consultoria e pesquisa, revelou que mais de 70% das mulheres ouvidas afirmaram que, quando sua saúde íntima está em dia, elas se sentem melhores e mais confiantes. Para a pesquisa, encomendada pela marca Gino-Canesten, foram entrevistadas mil internautas das duas regiões, com idades entre 16 e 60 anos, das classes A, B e C.

 

A pesquisa buscou entender hábitos relacionados à saúde da região íntima, bem como avaliar o conhecimento das mulheres dessas duas regiões sobre o tema. Alguns dos achados mostraram que o assunto ainda é considerado tabu para boa parte delas. Mais da metade das entrevistadas sente vergonha ou certo desconforto em falar sobre sua saúde íntima, e 28%, em comprar medicamentos para essa finalidade.

 

Cerca de 23% sentem vergonha de falar ou ouvir a palavra “vulva” e 39% sentem vergonha da expressão “PPK” ao se referirem à sua região íntima. No que diz respeito a consultas com ginecologistas, um terço das entrevistadas afirmou que só passa por uma consulta em razão de uma necessidade pontual. Dentre as mulheres que não vão ao ginecologista com regularidade, cerca de 10% afirmaram que sentem vergonha.

 

Quando perguntadas sobre com quem elas costumam conversar sobre o assunto, o médico ginecologista e as amigas foram as escolhas mais comuns, com 58% e 47% das respondentes, respectivamente. Contudo, 11% delas afirmaram não conversar com ninguém sobre o assunto. Cerca de metade das entrevistadas (48%) afirmaram que se sentem apenas parcialmente informadas sobre sua saúde íntima. A internet e as redes sociais são as fontes mais comuns de informação.

 

Outra pesquisa feita recentemente, pela Nielsen Brasil para a marca Intimus, destaca a falta de conhecimento e o descontentamento da brasileira com a região íntima. Para o estudo, divulgado em 2021, foram entrevistadas 398 mulheres, de 16 a 45 anos, das regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

 

68% das entrevistadas afirmaram ter alguma insatisfação em relação à região íntima, 15% das participantes não olham para ela diariamente, e metade confunde a imagem da vulva com a da vagina. A maioria das entrevistadas reclama dos pelos (33%), na sequência vem a cor (18%), a aparência em geral (17%) e o tamanho (15%).

 

“Cada mulher é única, e uma vulva não é igual a outra. Precisamos nos olhar com mais carinho, independentemente de formato, cor ou estética da região íntima. Daí a importância de criar debates sobre o tema, para que as mulheres se sintam mais confiantes e obstinadas a praticar o autocuidado e o autoconhecimento, tendo uma relação saudável com a sua vulva”, disse Monica Fernandes, então gerente de cuidados femininos para a América Latina da Kimberly-Clark, grupo responsável pela marca Intimus.

 

 

Orientações Práticas

 

 

 

O Guia Prático de Condutas – Higiene Genital Feminina, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), traz informações e recomendações importantes sobre higiene íntima.

 

 

Algumas delas são:

 

 

 

• A higiene genital não tem a fi nalidade de esterilizar a região, que é normalmente colonizada por bactérias, mas sim de remover resíduos e excesso de gordura;

 

• Secar a região é fundamental para não aumentar a proliferação bacteriana, fúngica e viral;

 

• É recomendável hidratar a pele após a higienização;

 

• O uso de roupas de tecidos naturais (não sintéticos) favorece a ventilação local;

 

• A depilação da área genitoanal deve ser feita respeitando a sensibilidade de cada mulher, e a frequência deve ser a menor possível. A extensão da área depilada

depende do gosto de cada pessoa, uma vez que o excesso de pelos pode contribuir para o acúmulo de resíduos e secreções;

 

• Após a depilação, o uso de substâncias calmantes, como água boricada e soluções de camomila, pode ajudar;

 

• Hidratantes não oleosos devem ser usados apenas nas regiões de pele, sem englobar a mucosa e a semimucosa;

 

• O uso de absorventes externos não respiráveis (com película plástica) no período intermenstrual deve ser evitado;

 

• Nos casos de muita transpiração, perda de urina ou de transudato vaginal excessivo, o uso de absorventes externos respiráveis (sem película plástica) pode ser uma boa indicação para diminuir a umidade local;

 

• É recomendável dormir, quando possível, sem calcinha ou com roupas largas para aumentar a ventilação.

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