O Universo Elegante - supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva

O Universo Elegante - supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva

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Sexual Care


Autor: Brian Greene
Editora: Companhia das Letras


O Universo Elegante - supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva


por Carlos Alberto Pacheco


Ficha Bibliográfica

O Universo Elegante - supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva
Autor: Brian Greene
Editora: Companhia das Letras
Edição: 2001
Número de páginas: 480
Formato: 15,8 cm × 23 cm
Idioma: Português
ISBN-10: 8535900985
ISBN-13: 978-8535900989

Àqueles que desejam explorar mais profundamente a essência da matéria, especialmente os que já se afastaram do Ensino Médio ou universitário, mas mantêm o fascínio pela física e seus muitos mistérios, recomendo a obra O Universo elegante — supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva, de Brian Greene. Esse autor, renomado professor de física na Universidade de Columbia, é considerado um dos principais divulgadores científicos, ao lado de Carl Sagan e Neil deGrasse Tyson, e tem formação na Universidade de Harvard, pós-graduação na Universidade de Oxford e passagem pela Universidade de Cornell.

No prefácio e na primeira parte do seu livro, Greene descreve a fronteira do conhecimento científico, conhecimento ideal para aqueles que desejam revisar conceitos que vão além da química, focando nas partículas subatômicas, em seu funcionamento e na visão de mundo transformada por essa realidade oculta. De maneira acessível, dispensando o rigor matemático, ele aborda a possível gênese do Universo — o big bang — e as quatro variáveis que definem essa teoria: matéria, energia, espaço e tempo. Greene não exclui Deus dessa gênese primordial, preferindo manter um diálogo aberto quanto a isso. É fascinante tentar imaginar um “algo” fora do nosso atual espaço físico e antes mesmo do surgimento do tempo: O que é essa tal singularidade de que os físicos tanto falam?

Com uma elegância indescritível, o autor constrói passo a passo a ideia das quatro forças fundamentais da natureza, desde o momento inicial, nos segundos imediatamente após a criação e ao longo das eras até hoje. Como surgiram a gravidade, a força nuclear fraca, a força eletromagnética e a força nuclear forte (respectivamente da mais fraca para a mais forte)? Qual é o papel de cada uma nos diferentes instantes da formação do Universo? É impressionante saber que a configuração do Universo primordial, isto é, a composição de sua base, era bem diferente da configuração atual e como cada uma dessas forças foi ganhando relevância à medida que o Universo se desenvolveu.

Após caracterizar essas forças, Greene coloca sutilmente a questão fundamental da física atual: a teoria de tudo, que visa unificar as quatro forças em uma única teoria. Esse foi o sonho dos dois maiores físicos dos séculos XX e XXI — Albert Einstein e Stephen Hawking, respectivamente — um sonho ainda a se realizar. Em um mundo tão desunificado politicamente e extremamente intolerante em relação a questões sociais como imigração, religião e direitos humanos, a busca de uma teoria unificadora do mundo físico também deve mexer com as ideias sociais.

Por que a teoria da relatividade, que explica tão bem fenômenos extremamente grandes, entra em conflito com a mecânica quântica, que explica o Universo extremamente pequeno? De fato, qual é o conflito entre elas? Será que o mundo macroscópico funciona de forma diferente do mundo microscópico? Devemos entender a luz como matéria ou como onda eletromagnética, ou, ainda, como as duas coisas simultaneamente? Quais são os papéis da matéria e da energia escura na progressão temporal do Universo? O que dizer da curvatura do espaço e de suas múltiplas dimensões ocultas? Tudo isso e muito mais é abordado por Greene em seu livro, na forma de questionamentos inteligíveis aos leitores, mesmo aos leigos no tema.

Outro conceito importante discutido por Greene é o das dimensões de Planck, que são escalas de comprimento, tempo, massa e outras grandezas que são definidas usando constantes fundamentais da natureza. A mais conhecida é a escala de comprimento de Planck, que representa a menor unidade de comprimento com significado físico. As dimensões de Planck são fundamentais na física teórica, especialmente na tentativa de formular uma teoria unificada da gravidade quântica. Greene explica que essas escalas marcam os limites até onde as leis atuais da física deixam de ser válidas, apontando para novas teorias emergentes, entre elas a teoria das cordas.

Em decorrência desse conceito, abre-se uma discussão extremamente interessante sobre o aspecto curvo das três dimensões físicas visíveis, aventado outras setes dimensões invisíveis que existiriam apenas nas dimensões de Planck.

A essas dimensões junta-se o tempo, formando um total de 11 diferentes dimensões recurvadas.

Colocadas dessa forma, essas ideias podem parecer muito confusas e abstratas. Dessa forma, somente lendo o livro de Greene o leitor leigo poderá enxergar a coerência de suas argumentações.

Acredito que o ponto alto da obra de Greene é a relevância que esse autor traz para o questionamento destas velhas e boas perguntas: De onde viemos? Por que estamos aqui? Para onde vamos? E, a essas questões, eu acrescento a pergunta, por onde iremos.

O Universo elegante - supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva, a primeira obra de uma série de quatro títulos que foi escrita ao longo de 25 anos, é uma porta de entrada para um tema, no mínimo, fascinante.