Preservação de Cosméticos/Tratamento de Cabelos/18º Congresso

Edicao Atual - Preservação de Cosméticos/Tratamento de Cabelos/18º Congresso

Editorial

Importância do Desenvolvimento Sustentável

Sustentabilidade – atributo cada vez mais comum em segmentos variados - ganha força e visibilidade graças à conscientização de que recursos naturais são finitos e de que o desenvolvimento sustentável é a saída para preservá-los. O uso racional desses recursos é pauta importante nos mais variados âmbitos da sociedade, num conceito que vai muito além do “ecologicamente correto”.Com base no tripé do socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto, o conceito de sustentabilidade abrange diversos setores – do exemplo da prefeitura de Piracicaba, interior de São Paulo, a primeira cidade no Brasil a transformar em lei a utilização de madeira legal e certificada para obras públicas, ao investimento de empresas do Setor Cosmético em estudos e desenvolvimento de produtos em parceria com comunidades da Região Amazônica.Além de levar produtos com essas matérias-primas para o exterior, as empresas de cosméticos caminham juntas com aquelas comunidades no trabalho para manter o desenvolvimento sustentável da Região.Sustentabilidade também é imprescindível para a continuidade dos negócios do Setor, como foi ressaltado durante apresentação da Abihpec, em evento registrado nesta edição de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), que traz novidades no tratamento de cabelos e no uso de preservantes. Esta edição também enfoca a trajetória da mineira Nativa Biocosméticos no Especial, traz matéria que alerta sobre o uso de formol em formulações de alisantes e esclarece sua ação nos fios de cabelos, além de publicar o abstract dos trabalhos que serão apresentados no 18o Congresso Brasileiro de Cosmetologia.

Boa leitura!
Hamilton dos Santos
Editor

 

Proteínas de Moringa: Produtos Antipoluição para os Cabelos - Isabelle Armand-Stussi, Olga Freisi, Philippe Moser, Gilles Pauly Laboratoires Sérobiologiques, Divisão da Cognis France, Pulnoy, França

Neste artigo os autores relatam os resultados de um programa de pesquisas para desenvolver um agente de proteção capilar contra os efeitos da poluição ambiental

En este artículo los autores relactan los resultados alcanzados em un programa de investigación para desarollar un agente de protección capilar contra los efectos de poluición ambiental.

In this article, los authors report the results reached in a fundamental a research programm to develop a new hair protection agent which is effective against the environmental polution.

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Estratégia de Proteção Microbiológica de Cosméticos - Vera Lúcia Siqueira Chemyunion Química, São Paulo SP, Brasil

Baseando-se no trinôminio produto preservantes microrganismos a autora descreve os requisitos básicos para que se possa formular cosmético livre de contaminações indesejáveis e assim se manter por todo o seu ciclo de vida

Basada en El trinomio producto preservantes microorganismos, La autora describe los requisitos básicos para que se pueda formular cosméticos libres de contaminaciones indesejables y de esta maneira mantenelos por todo su ciclo de vida.

Based on the product preservatives microrganisms trinomial, the author decribes the main requirements to formulate and producecosmetics free of undesirable contaminations at the production and during the life complete cicle

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Pré-Tratamento com Silicone em Lesões Oxidantes dos Cabelos - Marianne D. Berthiaume, James H. Merrifield e Donna A. Riccio GE Silicones, Waterford NY, Estados Unidos

Neste artigo são demonstradas as propriedades condicionadoras dos fluídos de silicone de alta viscosidade contendo alto teor de aminas, além da proteção contra danos causados por descoloração e tinturas oxidantes.

En este articulo demuestrase las propiedades acondicionadoras de los fluidos de silicona de alta viscosidad que contiene alto teor de aminas, además de la protección contra los daños causados por descoloración y tinturas oxidantes.

The conditioning properties provided by the high viscosity silicone fluids are presented in this articles. Also the protection agains the damage caused by the bleaching and oxidative dyeing are presented too.

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Análise de Fios de Cabelos Humanos por Método 3-D Digital - J.V. Gruber, A. Rivera, S. Wilford Arch Personal Care Products, South Plainfield NJ D. Ciccognani, R. Shalvoy Arch Chemicals Company, Cheshire CT, Estados Unidos R. Kerschman Resolution Sciences Corp., Corte Madera CA, Estados Unidos

É apresentada uma nova técnica de análise microscópica que permite examinar pontos do fio de cabelo sobre os quais oligossacarídeo catiônicos tendem a se acumular após a aplicação de um shampoo aniônico, indicando que os oligossacarídeos parecem migrar na direção das bordas da cutícula e do córtex em cabelos danificados.

Es presentada una nueva técnica de analisis microscópica que permite examinar puntos del hilo Del cabello sobre los cuales oligosacarideos catiónicos tenden a acumularse después de aplicación de um champue aniónico, lo que indica que los oligosacarideos parecen migrar en la dirección de las bordas y del córtex en cabellos dañados.

It is presented a new microscope analysis technique which allows the examination of the areas on the hair fiber where the cationic oligosaccharides tend to gather after application from an anionic shampoo, indicating that the oligosaccheri desappear to migrate towards the cuticles edges and the cortex in the damaged hair.

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Conservação de Sistemas “Atípicos” de Produtos Cosméticos - John I. Yablonski e Sharon E. Mancuso Bio-Control Service Group, Inc., Westfield, New Jersey, Estados Unidos

Os autores examinam os fatores que determinam como conservar e/ou aferir a probabilidade de ocorrência de risco em sistemas cosméticos “atípicos” por conterem baixa concentração ou ausência de água.

Los autores examinan los factores que determinan cómo conservar y/o aferir La probablidad de incidencia de riesgo em sistemas cosméticos “atipicos” que contengan baja concentración o ausência de agua.

The authors examine the factors that determine how to preserve and/or asses susceptibilities for cosmetic product systems that are “atypical” because they contain little or no water

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Tônico Capilar para Tratamento da Pediculose - Marilen Pires Ferreira, Rinaldo Ferreira, Vanessa Gehlen Winckler, Francine Freitas Faculdade de Farmácia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí SC, Brasil

Com a demanda pela utilização de plantas medicinais, a arruda (Ruta graveolens L.) tem sido usado popularmente de forma extensiva para combater a pediculose. Desenvolveu-se então um tônico capilar contendo óleo essencial de Ruta graveolens L., e verificou-se a eficácia e segurança de seu uso no tratamento da pediculose.

Con la demanda por la utilización de plantas medicinales, La ruda (Ruta graveolens L.) ha sido utilizada popularmente de forma extensiva para combatir la pediculose. Se há desarrollado un tónico capilar que contiene aceite esencial de Ruta graveolens L., y se ivestigo la eficacia y seguridad de su uso en El tratamiento de la pediculose.

With the demand for the use of medicinal plants in the cure or prevention of diseases, the rue (Ruta graveolens L.) has been used popularly in an extensive way to combat the pediculose. It was made a capillary tonic containing essential oil of Ruta graveolens L., and it was realized the effectiveness and safety of its use in the treatment of the pediculosis.

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Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

As Conquistas e os Anseios dos Consumidores

No último dia 15 de março comemorou-se o “Dia Internacional do Consumidor”.

Aproveitando esta comemoração, vale a pena analisar as grandes conquistas que já foram alcançadas por estes consumidores, os brilhantes exemplos de empresas que aderiram ao respeito a esses, criando estratégias nas quais estão sempre em primeiro lugar. Entretanto, também vale a pena verificar aqueles casos em que o consumidor continua sendo desrespeitado,retratando quantas conquistas ainda estão por vir.

Sem dúvida a última década do século XX foi de grande importância para as relações de consumo no Brasil. Desde os aspectos da economia que favoreceram o “poder de consumo” das classes D e E – o que significou uma ampliação no alvo dos fornecedores – até a promulgação do Código de Defesa do Consumidor - CDC, no início da década de 90 – que ditou regras aos fornecedores neste novo mercado de consumo.

Estar em conformidade com esta nova lei representava a necessidade de adaptação que as empresas fornecedoras deveriam se submeter. E para isso foi necessário o investimento em novas áreas de atuação... e os canais de relacionamento se tornaram “um mal necessário”.

Apesar das empresas terem “aberto as portas da frente” para os seus consumidores por força de Lei, o saldo foi extremamente positivo para ambos (consumidor e fornecedor), e constatou-se que é de grande sabedoria o respeito ao consumidor!

Outra lição ensinada pelo CDC e obtida na prática através dos canais de relacionamento foi de que para conquistar a credibilidade dos consumidores conscientes de seus direitos é necessário se valer sempre da transparência.

Em cerca de dez anos as conseqüências trazidas por estas mudanças foram notórias para uma relação mais saudável, na qual as empresas puderam aprimorar seus produtos/serviços com as manifestações sinceras de seus consumidores, que por sua vez também tiveram sua auto-estima elevada quando passaram a ser ouvidos e perceberam a sua importância nesta relação.

Entretanto, quando saímos desta esfera de conquistas “amigáveis”, na qual o consumidor previne as empresas contra possíveis lesões ou até mesmo contra danos mais severos a eles, ou alerta sobre o aprimoramento do produto/serviço, percebemos que a caminhada ainda é muito longa e árdua.

Quando há dano e não há entendimento comum entre o consumidor e o fornecedor, é hora da intervenção do Estado, através do seu Poder Judiciário.

Chegando aqui, verifica-se que nem sempre vale os princípios de cidadania e isonomia de uma democracia...

Talvez a melhor maneira de ilustrar é relatando a situação atual do famoso caso das “pílulas de farinha”.

Em 1998, um lote com 150 mil cartelas de um anticoncepcional fabricado com farinha de trigo, para testes de máquina, segundo alegação do fabricante, foi vendido como legítimo. Resultado: mulheres grávidas de filhos não planejados!

Além de depararem com uma situação contrária às suas precauções, que envolvia inclusive valores morais, estas mulheres tiveram que “brigar” com um fornecedor gigantesco e poderosíssimo, que contraria advogados para relutar contra o pagamento de indenizações.

Das 100 mulheres que procuraram o Instituto de Defesa do Consumidor – IDEC, apenas 7 conseguiram uma restituição da empresa, que paga mensalmente a estas mães uma pensão que varia de um a três salários mínimos.

Apesar deste fato configurar um crime de consumo, até hoje a empresa responsável não foi processada criminalmente e a pensão das 7 vítimas pode acabar a qualquer momento, pois foram obtidas através de uma liminar (decisão de caráter provisório).

Apesar do CDC ter sido promulgado pelo Estado, será que este está efetivamente pronto para empregá-lo sem sofrer qualquer tipo de influência?

Será que todas as empresas que investem em políticas de respeito a seus consumidores poderiam atuar desta maneira em situações extremas?

A caminhada deve continuar...

Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

Considerações Finais

Nas duas colunas anteriores apresentamos considerações sobre a possibilidade da realização de treinamentos à distância para a formação de inspetores sanitários, para o setor de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, nos países integrantes do Mercosul.

Pretendemos encerrar esta seqüência com as últimas considerações que julgamos importantes.

Já apontamos anteriormente as diferentes necessidades às quais os cursos ministrados à distância devem atender. As necessidades podem ser segmentadas. Em princípio cada aluno apresenta uma necessidade única, de forma que do ponto de vista teórico a oferta do curso poderá ou não atender às reais necessidades. É praticamente impossível oferecer um treinamento sob medida para cada inspetor.

Entretanto, procura-se atingir o maior número possível de inspetores. Desta forma as organizações deverão, talvez,segmentar os inspetores por nível dequalificação, pelo conhecimento técnico,pela formação profissional, e até por nível sócio-econômico.

As organizações não possuem, necessariamente, meios de divulgaçãoem massa, de modo a convencer o aluno de que grande parte das necessidadesserá atendida. Esta deficiência dasorganizações obriga que exista para o mesmo fim uma diversidade de cursos -os quais deverão obter, com o tempo, a credibilidade necessária.

Os responsáveis pela aplicação do ensino à distância devem conhecer, com toda a clareza possível, as características dos inspetores, o que será de extrema importância para a identificação dademanda.

Os responsáveis pelo treinamento à distância dispõem de grande número de meios de comunicação: material impresso, correspondência, rádio, televisão, teletexto, videotexto, vídeo e audiocassetes, teleconferências, computadores, etc.

Devemos considerar que os meios devem poder ser utilizados de forma direta pelos instrutores e alunos, por exemplo, o texto impresso pode ser transmitido por disquete ou on line. O vídeo pode ser transmitido pela televisão e satélite. Seja qual for o veículo de difusão, este afeta a forma como o inspetor irá utilizar o curso, ou seja, a transmissão via satélite não influencia na aprendizagem, mas define quais equipamentos devem ser utilizados.

Os responsáveis pelo curso devem sempre levar em consideração vários fatores antes de decidir qual o meio de difusão. Empregar sempre aqueles que tenham grande acessibilidade no mercado - o que acarreta, além da definição da disponibilidade técnica, saber qual a mídiautilizada pelo público alvo. O fator custo deve sempre ser levado em consideração quando se tratam sempre de instituições oficiais, atreladas a controles financeiros, não necessariamente os mais adequados.

Deve também ser considerado se as instituições de ensino à distância têm acesso aos sistemas de elaboração e distribuição, pois em alguns países os meios de produção e os tempos disponíveis nos meios de comunicação são escassos.

Não pode ser deixada de lado uma análise do que traz melhor resultado do ponto de vista didático. E por quê? Esta verificação ocorre a partir da definição dos objetivos específicos.

Não podemos esquecer que conforme foi mencionado por Sparkes, em 1984, a transmissão de conhecimentos não é difícil, mas estes somente serão absorvidos se os inspetores estiverem motivados. Ressaltamos a necessidade de uma base de conhecimento para que a informação seja adequadamente processada.

Neste caso, o meio de apresentação deve estar adequado ao conhecimento e ao ocorrer uma sensibilização quanto a este, os resultados devem ser discutidos até a perfeita compreensão.

Ao ensinar competências devemos explicar e demonstrar aos inspetores a possibilidade de praticar e controlar a sua atividade.

Para finalizar, acreditamos que estas considerações e as anteriormente apresentadas poderão servir para uma reflexão quanto aos riscos e oportunidades para o treinamento de inspetores à distância.

A vez da Qualidade por Maria Lia A. V. Cunha / Friedrich Reuss

Os Novos Tempos

Recentemente festejou-se o aniversário dos 20 anos da nova democracia. Verifica-se, no entanto, que desde aquela época até hoje a economia do Brasil se desenvolve num ritmo muito menor do que o seu crescimento populacional, não propiciando a oferta de empregos necessária àqueles que se encontram na fase da empregabilidade. Além da falta do crescimento interno, surgiu ainda maior concorrência, derivada da globalização. Por outro lado, a falta de uma clara política de defesa contra dumpings internacionais torna a competição interna ainda mais acirrada, tendo como conseqüência a redução nos postos de trabalho. A automação industrial e as terceirizações também reduziram as ofertas de oportunidades de empregos diretos e contribuem também para a diminuição do nível geral de remuneração.

Toda esta situação é percebida pela comunidade de jovens que se preparam para a vida profissional, cuja reação a esta situação se encontra na procura de um melhor grau de instrução, conforme podemos verificar na vasta proliferação de faculdades e escolas em geral.

Porém, um fato muito importante, derivado de nossa nova cultura em relação à qualidade, situa-se na sua identificação dos comportamentos necessários para aumentar as chances de competição neste acirrado mercado de trabalho. Ainda não é a maioria que pensa assim, tanto é que para encontrar uma pessoa adequada para algum cargo há necessidade de se entrevistar um grande número de candidatos.

Sabe-se que, nos países mais desenvolvidos, as posturas mudaram fortemente da era mecanicista para a era sistêmica, assim sendo, espera-se do especialista que se torne generalista e que tenha senso de responsabilidade, iniciativa e comprometimento com a organização, tendo também a capacidade de analisar e questionar objetivamente, que tenha uma visão global e que seja amplo conhecedor do negócio da empresa para que possa direcionar as suas atuações adequadamente na direção e no sentido determinado pela organização. Ele já percebeu que é necessário ser pró-ativo, com boa capacidade política de negociação e com forte preocupação no seu auto-desenvolvimento.

O que nos chamou a atenção foi o resultado de um levantamento realizado numa pesquisa de alunos de escola de um dos municípios da Grande São Paulo. Quanto à pergunta: “quais são as características de um profissional para se dar bem no trabalho?” surgiu o seguinte rol de respostas, que no seu total definem claramente as características das pessoas que gostaríamos de ter em nossa organização: criatividade, esforço, ambição, bom humor,fé/paixão, força de vontade, competência, cultura, ser responsável, inteligência, interesse, atualização, jogo de cintura e flexibilidade, humildade (sem humildade não há aprendizado), boa aparência física, originalidade, aceitar crítica, ser prestativo e ter espírito de servir, ser inovador, ter autoconfiança, ser desinibido e bem informado. Os resultados ainda seguem com as menções das seguintes qualidades: ter personalidade, perseverança, determinação com caráter, integridade e moral elevada, respeito ao próximo, agilidade e rapidez, dinamismo, espontaneidade, acreditar no que faz (que é o uso adequado da intuição), porém ter paciência (pois, é necessário respeitar o fato de que cada um tem o seu ritmo próprio).

Em uma outra apreciação surgiram as qualidades de percepção, intuição, ética, saber ouvir, ter a consciência do coletivo e a consciência ecológica. Na mesma apresentação ainda surgiram algumas frases que complementam a consciência demonstrada por este grupo de alunos: tem que ser um pouco de tudo, saber trabalhar sob pressão, não adianta ser bom só na teoria, tem que ser bom na prática também. Computação e inglês são os requisitos mínimos, tratar bem os professores (as pessoas), saber fazer a coisa direito, tem que ser o melhor, estar disposto a se submeter às mudanças e conviver com um mundo que se renova diariamente, mas sendo capaz de produzir e de entender os caminhos e as oportunidades. Em todos aqueles em que todas estas reflexões passarem do “racional” para “o sentir” e para “o querer”, haverá uma efetiva mudança nas suas formas de ser e poderá contar com grandes oportunidades para a sua vida profissional.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

É Normal a Mulher ter Acne na Fase Adulta?

O aparecimento da acne em mulheres, na fase adulta, não é considerado um fato normal. Isso porque esse tipo de problema é comum no início da produção dos hormônios, o que ocorre na adolescência.

Portanto, mulheres que apresentam um quadro de acne devem passar por exames detalhados para detectar qual a origem do problema. Geralmente, as causas dessa acne estão associadas à disfunção hormonal, ou relacionadas com ovários policísticos, ou ainda, com o aumento dos hormônios andrógenos, responsáveis pelo estímulo à glândula sebácea, provocando o entupimento e, conseqüentemente, as espinhas.

Além disso, a acne pode estar ligada a problemas mais graves como um tumor de ovário adrenal ou ainda pode não haver nenhuma alteração, mas a mulher pode responder mais intensamente ao andrógeno, caracterizando-se o caso como alteração periférica.

Nesse último caso existem tratamentos específicos que são os chamados antiandrógenos, substâncias que inibem a ação do andrógeno, de maneira sistêmica e local.

Vale destacar que os tratamentos, em geral, são longos e duram cerca de um ano. No início, são prescritas doses mais altas dos antiandrógenos e no final do tratamento essas doses estão mais baixas. Há possibilidade total de reverter o quadro e, somente se houver cicatrizes, é que será um pouco mais difícil para a pele voltar ao normal.

Atualmente, cerca de 30% das mulheres com mais de 20 anos que vão ao meu consultório apresentam esse tipo de problema que, se não for tratado, vai persistir até à menopausa.

Para essas mulheres há algumas opções como: flutamida, espirolactona, acetato de ciproterona, antiandrógenos, antibióticos, que agem no receptor, bloqueando-o dentro da célula.

Trata-se de um remédio eficaz, que pode ser prescrito em doses relativamente baixas, com poucos efeitos colaterais. A exceção ao uso se dará somente em mulheres grávidas que, normalmente, não podem tomar uma série de outros produtos.

Mas, voltando ao problema da acne na mulher adulta propriamente dito, vale enfatizar que, o mais importante nesse caso é a pesquisa ou o diagnóstico, para saber quais são as causas da doença e a sua gravidade. A partir dessa análise é que o médico poderá adotar os tratamentos específicos.

Boas Práticas por Tereza F. S. Rebello

Preservante: Obstáculo para Formulação Ideal

A seleção de preservantes nunca foi uma tarefa fácil! Os formuladores de produtos cosméticos que o digam!

Eles também estão cientes de que a cada ano, essa dificuldade aumenta. E por quê? Isso se deve a, pelo menos, três fatores. Um deles pode ser constatado na consulta a algumas edições da Cosmetics & Toiletries (Edição em Português). Por exemplo, a de jan/fev de 2004 (páginas 48 a 64), descreve 106 novas matérias-primas, citando apenas duas, como preservantes. Na verdade não se trata de “novos” preservantes em sensu estrito, mas sim, uma nova associação entre a diazolidinil-uréia e o butilcarmato de iodopropenila. Esses dois preservantes já são utilizados, individualmente, pela indústria cosmética e citados na Resolução RDC nº 162 de 2001.

Se para o formulador de produtos cosméticos é difícil selecionar um preservante ideal, isto é, aquele que atue em ampla faixa de pH, que iniba o crescimento de todos os microrganismos (bactérias Gram positivas e Gram negativas, fungos e leveduras, etc.), mais difícil ainda é para o profissional que desenvolve matériasprimas conseguir um novo antimicrobiano com todas as propriedades desejadas pela indústria cosmética.

Se esse desenvolvimento é difícil, a explicação é mais fácil. Tratando-se de substâncias com atividade biocida, os preservantes para uso em cosméticos, medicamentos ou alimentos, devem ser muito bem avaliados antes de seu lançamento no mercado. E essa avaliação, que engloba inúmeros testes, leva muito, mas muito tempo mesmo. É até possível que alguns poucos novos preservantes já tenham sido estudados, mas, ao final das pesquisas, não mostraram a segurança em seu uso.

Como dissemos no início, este é apenas um dos obstáculos para que o formulador selecione o preservante. O segundo fato, e que também pode ser constatado na mesma referência dada acima, é o número cada vez maior de bioativos desenvolvidos pelas indústrias especializadas. Por exemplo, o número crescente de extratos obtidos por biotecnologia, como os produtos de fermentação de leveduras do gênero Saccharomyces e outros, é um crescente desafio para os formuladores. Esses bioativos são constituídos por compostos químicos complexos com atividade benéfica sobre a pele, mas que também servem de nutrientes para microrganismos indesejáveis, que poderão contaminar o produto, decompondo esses nutrientes em outros compostos, não somente sem a atividade declarada, mas também, podendo causar danos sérios ao consumidor.

Por último, o terceiro fato, e talvez o mais crucial de todos, é a capacidade de adaptação de certos microrganismos. Por exemplo, nas espécies do gênero Pseudomonas, são comuns plasmídeos que codificam rotas metabólicas diferentes, permitindo a essas bactérias, disseminação numa grande variedade de substratos que comumente não servem de nutrientes, como é o caso dos salicilatos, benzoatos, etc.

Mesmo o p-hidróxi-benzoato de metila (metilparabeno), pode ser utilizado por elas como nutriente. Além de dar a essas espécies a vantagem nutricional, sabe-se que os plasmídeos afetam a suscetibilidade desses microrganismos frente a antibióticos, luz ultravioleta, etc. A resistência criada pelos plasmídeos pode ser atribuída à formação de enzimas, que podem inibir quimicamente o preservante ou causar alterações na estrutura celular, interferindo exatamente no ponto em que agiria o antimicrobiano.

A adaptação de microrganismos aos preservantes e às condições tidas como danosas para suas células, como é o caso de temperaturas elevadas, levam muitas vezes o microrganismo ao estresse, sendo difícil sua recuperação durante a análise microbiológica do produto acabado. E então, o que acontece? O microrganismo tem sua fase de log retardada, com seu crescimento exponencial na prateleira ou armazenamento. E com isto - os leigos não entendem - não são mais os microrganismos que ficam estressados, mas sim, o microbiologista.

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