Fragrâncias

Edicao Atual - Fragrâncias

Editorial

Esta seção começou a ser publicada na edição janeiro/fevereiro de 1992

Genealogia dos Perfumes - Wolfgang Blume. Haarmann & Reimer Ltda., São Paulo SP, Brasil.

A origem do perfume remonta a antiguidade onde substâncias aromáticas eram utilizadas em rituais religiosos, mas as composições dos produtos aromáticos utilizados no passado não são conhecidas. Enquanto que a criação de composição aromática era ocupação de sacerdotes na antiguidade, desenvolveu-se, a partir da Grécia clássica, a carreira do perfumista como criador de fragrâncias. Ao perfumista cabe, aplicando a sua capacidade criativa, desenvolver odores e perfumes que despertam sensações, lembranças e sentimentos.

As fragrâncias são compostas de muitos componentes e podem ser divididas, tecnicamente, em três partes: notas de cabeça, que são as notas de saída; notas de corpo, que compõem o buque da fragrância; e as notas de fundo, que permanecem sobre a pele. Observando o desenvolvimento das fragrâncias e as tendências da perfumaria, podemos organizar os perfumes em famílias que se desenvolvem continuamente. Para as fragrâncias femininas podemos observar que, desde a tendência de notas florais em 1900-1910, passamos em 1910-1920 para as notas Chipre; em 1920-1930 para as notas aldeidicas (Chanel nº5); nas décadas de 30-40 para orientais; nas décadas de 40-50 seguiram as notas verdes, que passaram em 1950-1960 para as notas Chipre verde e oriental. Em 1960-1970 apareceram novamente às tendências florais, de 1970-1975 voltaram às notas Chipre e verdes, juntamente com florais e aldeidicas e de 1975 a 1980 a nota oriental, com Opium, atingiu o seu máximo ponto. De 1980 a 1990 podem ser observados vários desenvolvimentos no campo perfumistico.

As notas masculinas classificam-se nas seguintes famílias: Lavanda, que e a representante clássica e que, juntamente com musgo de carvalho, cria a família Fougere; Cítrico, também clássica e antiga, que, juntamente com musgo de carvalho e patchouly, cria a família Chipre e, finalmente, Oriental, que e uma família recente nas notas masculinas. Cada família descrita acima recebe ainda subdivisões para a melhor classificação de nota.

Para melhor compreensão, acompanha o artigo uma genealogia completa dos perfumes masculinos e femininos onde estes estão organizados cronologicamente e segundo as características da sua fragrância.

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Glossário de Fragrâncias - R P Lambalot e M C Pinheiro.

Este glossário reúne alguns termos mais comumente usados na descrição de fragrâncias ou de um ingrediente aromático isolado. São 47 termos descritos e explicados separadamente.

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O perfume nos produtos cosméticos. - R.P. Lambalot e M. C. Pinheiro de Aquino. Givaudan do Brasil Ltda., São Paulo, SP, Brasil.

Este artigo trata da aplicação de perfume (composição aromática) em produtos cosméticos. Para a composição de um perfume associam-se duas categorias de matérias primas: de origem natural vegetal ou animal, e quimicamente definidas (isoladas de matérias primas naturais ou obtidas por modificação químicas de matérias primas naturais ou, ainda, obtidas por síntese orgânica).

Enquanto as matérias primas naturais, em numero limitado, foram utilizadas durante séculos na composição de perfumes, a partir de 1880 a síntese de matérias primas aromáticas ampliou em muito o leque de variações possíveis. O uso de matérias primas sintéticas apresenta também outras vantagens, como da produção regular, da quantidade e da qualidade uniformes (contra a desuniformidade existente nas matérias primas naturais) e da possibilidade de formação de notas objetivas da natureza e de outras variações.

A escolha das várias matérias primas em uma composição será feita de acordo com as suas características olfativas. Sabendo que um perfume e composto de três fases (notas de cabeça, de corpo e terminais) os autores recomendam que o perfume seja avaliado na extremidade da "touche", para que estas três fases possam ser distintamente reconhecidas e acompanhadas.

Por serem criações artísticas fica difícil classificar rigorosamente os perfumes de forma ordenada, mas é possível obter grupos de classificação geral.

Para discutir a inocuidade dos perfumes, os autores descrevem os vários tipos de dermatoses provocadas pelo contato com agentes químicos e como os perfumes se enquadram nas varias classes. É descrita, também, a atuação da IFRA (International Fragrance Association) e do RIFM (Research Institutefor Fragrance Materials) com relação ao controle e a regulamentação do uso de matérias primas utilizadas na perfumaria.

Estando preparadas devem ser observadas algumas recomendações quanta a estocagem das essências, para garantir a manutenção da sua qualidade.

Para determinar a estabilidade de cada tipo de essência nas várias preparações cosméticas, em sabonetes ou em produtos domissanitarios, devem ser efetuados testes de controle em varias condições de estocagem e de uso do produto final.

São descritos ainda alguns aspectos importantes quanta a solubilidade das essências em vários solventes tensoativos e produtos finais. Os critérios para uma incorporação ideal do perfume em cada tipo de formulação cosméticas são descritos para cada caso com recomendações específicas dos cuidados a serem observados. As concentrações tradicionais recomendadas para cada tipo de formulação são apresentadas em forma de tabela.

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Teste de Estabilidade de Perfumes. - Marie-Laure Balay. Firmenich & Cia. Ltda., Cotia SP, Brasil.

A fragrância deve ser vista como parte integrante da formulação e a manutenção da sua integridade olfativa e a estabilidade química e físico-química do produto no decorrer do tempo vem sendo uma preocupação cada vez maior dos perfumistas. A estabilidade da fragrância numa determinada base depende de vários fatores, entre eles, dos constituintes do perfume e da base das reações entre os constituintes presentes e de fatores externos. No entanto, e comum que as causas de instabilidade numa certa base sejam desconhecidas e é necessário um estudo mais detalhado, cujos resultados serão específicos para aquele perfume nesta base. Como conseqüência da instabilidade temos a modificação das propriedades físicas do produto final e alteração olfativa. Para obter resultados confiáveis num espaço de tempo curto, padronizam-se os testes de estabilidade e alguns procedimentos comuns a todos os tipos de produtos. O autor descreve quais os critérios e condições a que devem ser submetido às amostras das seguintes categorias de produtos: soluções alcoólicas, cremes, emulsões líquidas, géis, talco, bastões e shampoos, aerosóis, pump-sprays e squeezes e sabonetes.

Para a quantificação dos resultados e sugerida uma comparação entre a estabilidade olfativa de uma fragrância aplicada em uma base especifica e o aspecto do produto. São dadas notas as amostras mantidas a temperatura ambiente e aquelas do teste de envelhecimento acelerado; três quadros exemplificam as notas e avaliações a serem utilizadas e se define os critérios sobre a conclusão final da estabilidade no produto. A execução e avaliação de testes de envelhecimento acelerado representam o que ocorre em certos tipos de estocagens, mas os seus resultados finais podem não estar sempre em conformidade com as condições nas quais os produtos são estocados.

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Análise Sensorial na Indústria de Fragrâncias. - J. Behan e A. Richardson. Quest International, Ashford, Kent, Reino Unido.

A análise sensorial é uma das ferramentas que a indústria de aromas e fragrâncias tem a disposição para medir e descrever sistematicamente os seus produtos. A caracterização e a quantificação dos produtos para compreender o mercado e os desejos especificos de cada faixa de segmento dirigirão a criação de fragrâncias ou sabores. A análise sensorial fornecera estas informações através de dados estatísticos que, se combinados a pesquisa mercado16gica, fornecerão uma visão correta da situação do mercado. A análise sensorial divide-se em três partes:

- Teste de analise sensorial envolvendo a percepção do odor (detecção, reconhecimento e diferenciação);

- Teste de intensidade, envolvendo a intensidade do odor e a percepção desta e discutindo a quantificação da magnitude sensorial através da "Diferença Apenas Perceptível." Além disto, e explicada a Lei de Stevens que utiliza uma função psicofísica calculada sob forma de equação em logaritmo;

- Testes qualitativos: equipes são treinadas para reconhecer e descrever odores padronizados em misturas e reconhecer perfis de fragrâncias. Os dados coletados recebem um tratamento de análise de multivariáveis. Desta forma podem ser agrupados e sintetizados conjuntos de fragrâncias e é possível, também, relacionar os mapas perceptivos obtidos as características do consumidor.

Os Escalonamentos Hedônicos englobam estudos sobre as atitudes do consumidor e são efetuados separadamente dos testes sensoriais.

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Elaboração de um "Brief". - J. M. Biakeway. Roure, Argentuil, França.

A elaboração de um brief evoluiu nos últimos anos e, atualmente, a escolha de uma nova fragrância envolve uma base psicológica e um estudo mercadológico grande. A internacionalização dos gostos e estilos de vida também trouxe novos critérios na elaboração de novas fragrâncias. Para orientar a elaboração de um brief, o autor apresenta um checklist de itens importantes para servirem de guia e que são comentados.

O primeiro passo deve ser dado com relação a definição do produto, da sua posição no mercado e qual o mercado-alvo a ser atingido. Em seguida, deve ser definido o tipo de fragrância requerido para alcançar o impacto desejado. Discute-se aqui a validade de lançar mão de inovações arrojadas ou de manter linhas já consagradas e quais exigências do produto e público devem ser preenchidas. Os protocolos dos Testes com Consumidores devem ser bem compreendidos pelos criadores dos perfumes, para elaboração correta de um painel de testes.

A qualidade do perfume deve preencher as exigências legais dos pais de origem e da IFRA; devem ser efetuados testes de estabilidade do produto com cronograma rígido.

A apresentação das interpretações de um brief não deveriam se prender a uma só fragrância, mas deveria existir mais de uma sugestão.

O perfumista, de posse dos custos desejados pelo cliente, poderá definir e julgar qual o melhor produto a ser apresentado.

Ao final, deve-se dispor de uma avaliação total dos resultados dos testes com varias fórmulas de perfumes que servirão como ferramenta para novos desenvolvimentos.

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"Brief" para um Novo Perfume. - Geni Nishiyama. IFF Essências e Fragrâncias Ltda., Barueri SP, Brasil.

Um brief corretamente elaborado e a principal ferramenta para alcançar o sucesso desejado de um produto. As informações contidas em um brief são estruturadas como segue: o histórico descrevera o que gerou a sua existência e a descrição dos objetivos, o curto, médio e longo prazos, materializarão as metas a serem alcançadas em conjunto, pelo fabricante e pela Casa de Perfumaria que elabora o brief Informações sobre o mix de produtos e as características do produto ou linha são também necessários para melhor definir o seu conceito.

De posse destas informações é possível a Casa de Perfumaria iniciar a etapa de desenvolvimento de fragrâncias. É importante que nesta fase a equipe de criação compreenda bem qual o conceito que o perfume quer transmitir para que a colônia final preencha os requisitos para lançamento; podem ser considerados quatro conceitos básicos (romântico, esportivo, sensual, sofisticado). Um padrão de ação deve ser definido previamente de modo a obter melhores condições de planejamento (critérios de escolha de perfume e de testes de estabilidade, prazo de entrega e limites de custo).

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“Brief” de Perfumes: uma Questão Mercadológica. - M. Tristão. Takasago Brasil SP, Brasil.

A partir da década de 60 as estruturas de mercado começaram a se definir e o "marketing" tornou-se uma atividade vital nas empresas. As empresas de perfumaria tiveram então que acompanhar esta evolução aprimorando e desenvolvendo a formulação de um brief de perfume, já que o perfume é um item estratégico para o sucesso ou fracasso de um produto.

Para melhor compreensão, é descrita a configuração básica de um brief de perfume que e composta de: histórico, objetivos, critérios para desenvolvimento das condições comerciais, prazo de entrega e informações gerais para cada caso. Este conjunto de critérios deve ser bem elaborado de modo a alcançar os objetivos propostos pelo fabricante e esperados pelo consumidor final.

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Fragrâncias Hidrossolúveis. - Stefano Dorato. Vevy Europe SPA, Genova, Itália.

Com o aumento da utilização de produtos naturais em cosméticos, aumentou também a utilização de ó1eos essenciais, águas aroma ricas destiladas, extratos solúveis em água e óleo e de compostos puros isolados. Os óleos essenciais recebem várias definições e descrições e, devido a sua composição complexa, eles apresentam diferentes solubilidades nos solventes usuais e na água. Alguns dos seus constituintes são hidrossolúveis e constituem parte vital do reconhecimento do odor ou sabor do óleo essencial, mesmo estando presentes em quantidades muito baixas. Por destilação fracionada consegue-se separar estes compostos polares produzindo extratos hidrossolúveis com a mesma fragrância do seu óleo essencial. Técnicas avançadas de destilação molecular permitem a separação de frações hidrossolúveis, recuperando-as e concentrando-se. Desta forma, podemos aplicar estas frações hidrossolúveis em cosméticos e produtos de higiene em concentrações mínimas mantendo as suas características herbáticas e a sua fragrância básica.

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Microencapsulamento. - M. Magil. Eurand America, Vandalia OH, Estados Unidos.

O microencapsulamento é o processo que envolve partículas de 1 a 1.500 microns de um produto com um filme fino de polímero. As vantagens do microencapsulamento são inúmeras e, através deste processo, é possível solucionar problemas como de sabor desagradável, toxicidade, estabilidade e incompatibilidades entre produtos.

O microencapsulamento faz parte das Técnicas de Liberação Controlada que são usadas nos mais variados ramos da indústria. O artigo discute dois tipos de sistemas de microencapsulamento: coacervação complexa e policondensação in-situ que são aplicáveis apenas a componentes insolúveis na água.

A técnica de coacervação complexa refere-se a uma precipitação múltipla de polímeros. Ao veículo, que e a água, são adicionadas a substância central (ingredientes ativo) e a substância formadora do envoltório. Esta mistura é mantida sob forte agitação e, depois de formado o envoltório, geleifica-se ou solidifica-se por processos físicos e/ou químicos. Como exemplo e descrita a U.S. Patent 2.800.457 de 23/07/57. Nos últimos 30 anos foram efetuadas várias mudanças na Patente descrita com relação aos materiais utilizados e foram também registradas novas patentes para a incorporação de partículas de corantes inertes as paredes das cápsulas. Apesar de ter um grande numero de usos, a coacervação complexa tem sua limitação quanto ao uso de meio aquoso para o faseamento e quanto às matérias a serem microencapsulados que devem ser insolúveis na água.

O método de microencapsulamento por policondensação in-situ e um método incluído na categoria de polimerização interfacial. Estes sistemas têm ambos reagentes formadores da parede dissolvidos na mesma fase, que e aquosa no exemplo citado, e o material a ser encapsulado são insolúveis na água. Como exemplos da técnica são descritos os procedimentos das patentes U.S. Patent 3.516.846 e U.S. Patent 3.516.941. Esta técnica recebeu muitos desenvolvimentos e melhoramentos de processo nos últimos anos. Este sistema e utilizado, entre outras coisas, para microencapsular fragrâncias para aplicações de amostras de perfumes.

Além destes dois tipos de microencapsulamentos descritos existem ainda outros sistemas utilizados na indústria par a liberação controlada de várias substâncias.

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Futuro da Perfumaria: Ponto de Vista do “Marketing”. - J. S. Jellinek. Dragoco, Holzminden, Alemanha.

A fragrância é o componente mais importante para a apreciação da qualidade e do efeito do produto, sendo o elemento primordial para a comunicação e o marketing. Cada vez mais, a fragrância utilizada em um produto deve estar de acordo com as expectativas do consumidor e a mensagem transmitida pelo produto. Sendo a fragrância um componente de quase todos os produtos cosméticos, ela deve se adequar as crescentes pressões dos consumidores com relação à segurança, inocuidade das suas matérias primas.

Para controlar e analisar os riscos das substâncias odoríferas e para desenvolver um código de procedimentos, foram criadas internacionalmente duas organizações: Research Institute for Fragrance Materials (RIFM) e Internacional Fragrance Association (IFRA).

Estas organizações têm contribuído para mostrar a opinião pública que o perfume, tal como são usados atualmente, não representa nenhum risco substancial. Para aumentar a segurança da utilização de fragrâncias, as indústrias de substancias odoríferas têm como objetivo manter o controle sobre seus produtos e desenvolver produtos especiais para casos que exijam uma maior segurança. Além da preocupação dos consumidores quanta a segurança existe também a preocupação quanto a ser natural e ser químico sintético. Esta tendência da volta ao natural e importante e deve se associar, no futuro, a segurança do produto.

Os cosméticos atuais vêm se desenvolvendo na direção de dar maior importância a sua utilidade secundaria, ou seja, um sabonete, além de limpar, deve, também, perfumar, ser bem tolerado pela pele e transmitir sensações. A função do perfume num cosmético serve para enriquecê-lo e para trazer recordações ou sensações da moda. Esta é a tendência que se sobressai atualmente.

O uso de fragrâncias para influir no estado de espírito das pessoas remonta aos rituais religiosos da antiguidade e vem se desenvolvendo pela aromaterapia. No entanto, esta tendência não possui ainda significado econômico devido a dificuldade de se encontrar dados concretos sobre as diferentes categorias de produtos e a sua ação sobre as emoções e as respostas aos estímulos. As tendências descritas no artigo indicam a variedade de produtos que se tem disponível e descrevem as tarefas perfumísticas a serem executadas.

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Assuntos Regulatórios por

Legislação

O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078 de 11/9/90), em vigor desde 11de março, deverá, ainda, ser regulamentado no que diz respeito à rotulagem dos produtos de higiene, cosméticos e perfumaria.

A partir da aprovação do Código, grupos de trabalho do SIPATESP (Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador do Estado de São Paulo), ABC (Associação Brasileira de Cosmetologia) e SIPATERJ (Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador do Estado do Rio de Janeiro) prepararam anti-projeto enviado a Divisão de Produtos do Departamento Técnico Normativo da SNVS do MS, que se aprovado, devera ser encaminhado ao Ministério da Justiça para a regulamentação.

As exigências da Lei 8078, pela proposta apresentada seriam atendidas como segue:

- Dados de composição do produto: menção de dados relativos à composição a nível qualitativo, sob forma de categoria de matérias-primas quanta sua ação (listas positivas), assim como a inscrição das demais substâncias presentes na fórmula, descritas sob a denominação química genérica ou abreviação consagrada, cuja categoria não esteja estabelecida pela legislação em vigor.

- Modo de usar, preocupações e demais cuidados: manter o estabelecido pelo Decreto 79094/77 e demais portarias de caráter geral e específicas quanta a determinadas categorias de produtos.

- Texto legal: manter o estabelecido na legislação em vigor atribuído pelos órgãos competentes.

- Prazo de validade: manter o estabelecido pelo Decreto
79094/77.

- Número de lote ou partida: manter o estabelecido pelo Decreto 79094/77 e legislação complementar vigente.

- Declaração de conteúdo: manter o estabelecido pela legislação em vigor do Inmetro.

- Exceções: os produtos que por suas reduzidas dimensões, formas ou tipos de apresentação, não permitam a aplicação de rótulos, como também os produtos que pelo seu uso ou finalidade sejam claramente definidos pela sua forma de apresentação, poderão, através de concessão previa do órgão e/ou comissões de que se trata o assunto, ter dispensado parcialmente a inscrição das informações anteriormente estabelecidas.

- Vigência: considerando que tais proposições para sua integral aplicação demandam tempo de escoamento das rotulagens nos modos atuais, bem como a confecção de novas artes finais, fotolitos, telas e conseqüente impressão, assim como se considerando a atual retração do mercado de consumo foi proposto que seja considerado o prazo de 12 (doze) meses da data de publicação das normas de rotulagem, para a implementação em caráter integral.

Enquanto as novas disposições não forem editadas para o setor os dispositivos reguladores deste setor de atividade econômica permanecem validos e vigorantes no sentido do Artigo 7º da Lei 8078/90, que estabelece: Os direitos previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislarão interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.

Parágrafo único - Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela repararão dos danos previstos nas normas de consumo.

Portanto, toda legislação em vigor permanece válida, enquanto não expressamente revogada pelo Código de Defesa do Consumidor.

Temas Dermatológicos por Howard I Maibach, Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, São Francisco, CA, Estados Unidos, e Enzo Berardesca, Universidade de Pavia, Pavia, Itália.

Pele Seca e Envelhecimento: o que é Verdade e o que não é

A pele seca e uma das maiores preocupações dos dermatologistas e cosmetólogos. Pode afetar indivíduos de todas as idades, mas e comum a crença de que os mais idosos têm a pele mais ressecada.

Afirma-se que a pele de indivíduos idosos seja seca devido ao seu estrato córneo que, sendo funcionalmente deficiente, não poderia reter a água com eficiência. (1-5) Potts, (6) utilizando análise de ondas vibratórias, sugere que o estrato córneo dos idosos, comparado ao de outros grupos etários, e mais seco. A velocidade de atenuação e propagação das vibrações e altamente dependente do conteúdo de água do estrato córneo.

A perda transepidérmica de água (TEWL, do inglês, transepidermal water loss) reflete a água evaporada a partir da pele e é um parâmetro usado para avaliação dos efeitos que o meio ambiente, a temperatura, as doenças e as substâncias aplicadas topicamente exercem nas trocas de água da pele; alcança valores mais altos quando existe lesão da barreira à água. (7.8) Durante o envelhecimento, não há uma correlação precisa entre o TEWL e o grau de modificações degenerativas: O TEWL mais parece se reduzir ligeiramente do que aumentar, (4) com uma compensação entre a presença de micro- fissuras no estrato córneo e o aumento de sua espessura (o que tende a diminuir os valores de TEWL).

Foi descrita uma relação inversa entre o TEWL e a projeção do tamanho dos corneocitos, (9) mas no caso da pele envelhecida não parece haver correlação clara entre esses parâmetros. A mais discreta redução do TEWL pode ser devida a vários fatores, tais como o rebaixamento de temperatura da pele, redução do aporte de microcirculação, ou alterações dos lipídeos da pele.

O decréscimo de TEWL com a idade e particular mente evidente apos os 60 anos. (4) De Maneira similar, a hidratação córnea e diminuída nos indivíduos idosos. (6,12)
A redução do conteúdo de umidade e mais evidente nas áreas expostas, onde a agressão actínica é o fator predominante de acentuação do envelhecimento. (12)

O decréscimo simultâneo da perda transepidérmica de água e do conteúdo de água da pele e uma característica particular da pele envelhecida. Isso confirma o decréscimo de hidratação córnea sem comprometimento da função de barreira. Assim, a pele "seca" envelhecida pode ser distinguida da pele patologicamente seca, uma vez que, nesta última, a função de barreira e deficiente. (13)

Um dos sítios onde as alterações xeróticas ocorrem mais freqüentemente na pele envelhecida e a face extensora das pernas. Tagami etal, valendo-se de um evaporímetro para medição da perda transepidérmica de água (TEWL) e um higrômetro de superfície da pele, (skin surface higrometer), (11) comparam a hidratação da parte inferior das pernas em indivíduos jovens e idosos. Constataram que a pele dos idosos não é particularmente seca em comparação à dos jovens.

O TEWL era diminuído nos indivíduos idosos, confirmando achados prévios. (4) Posteriormente, um estudo comparativo entre indivíduos idosos e crianças comprovou que a superfície da pele de idosos não é necessariamente desidratada, indicando que o envelhecimento da pele por si são não induz qualquer desarranjo notável da função do estrato córneo.

Por outro lado, a detecção da umidade do estrato córneo por técnica de impedância (l2) revelou diferenças entre a pele cronicamente exposta ao sol e a não exposta nos mesmos indivíduos. A impedância elétrica da pele varia intensamente em relação à idade em diversas áreas estudadas. Os níveis nas pessoas idosas foram mais altos do que os nos jovens utilizados como controle, tanto em áreas expostas como não expostas, exceto nas regiões palmares. Diferençam estatisticamente significativas foram registradas somente nas áreas cronicamente expostas, tais como a face e o pescoço.

O processo de envelhecimento varia intensamente de área para área e de individuo para individuo, o que explica os dados controversos da literatura. Além disso, a xerose senil representa uma condição patológica especial, que acomete apenas alguns indivíduos. O estrato córneo obtido de pacientes com pele seca senil mostrou uma reduzida capacidade de retenção secundária de água, que desempenha um importante papel na manutenção da flexibilidade e da elasticidade córnea. (10)

Certamente, o desenvolvimento de métodos mais eficazes para prevenção e melhora da pele "seca" requer uma identificação mais precisa do que realmente vem a ser a pele "seca".

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