Vitaminas/Produtos Naturais/IFSCC 2006 (ABSTRACTS)

Edicao Atual - Vitaminas/Produtos Naturais/IFSCC 2006 (ABSTRACTS)

Editorial

À espera de Boas Novas em 2007

 

Um momento de balanço e de análise das oportunidades que aproveitamos,  dos esforços empreendidos e do que o próximo ano nos reserva. No ano de 2006, os ganhos prevaleceram ligeiramente sobre as perdas. Com as incertezas e expectativas de sempre, fica a pergunta: o que esperar de 2007? A julgar pela força e empenho do setor cosmético em empreender ações que fomentem as inovações e o debate de temas importantes, deveremos entrar em 2007 com o pé direito. Nesse contexto, vale destacar dois exemplos de iniciativas recentes e que mostraram tendências importantes, registradas nesta edição.

 

Os chamados produtos orgânicos e naturais são a bola da vez, com um apelo que ganha cada vez mais destaque no mercado. No entanto, ainda há muito que se discutir e esclarecer a respeito – e quanto mais informações a respeito, melhor. As inovações e tendências nessa área, a importância da certificação de matérias-primas e, por outro lado, a baixa disponibilidade de matérias-primas certificadas foram abordados no oportuno seminário organizado pela ABC.

Em seguida, em iniciativa pioneira, a Abihpec promoveu um encontro de 15 cientistas de oito centros de pesquisa e universidades renomadas do país para discutir com empresários as oportunidades no uso de ativos da flora brasileira.

 

Atividades como essas são multiplicadoras de conhecimento, induzem ao desenvolvimento de novas tecnologias que, por sua vez, levam ao lançamento de produtos cada vez mais inovadores e, conseqüentemente, ao fortalecimento do setor industrial.

 

Num setor dinâmico e movido a pesquisas e inovações, iniciativas desse naipe são mais que importantes: são essenciais. Aqui na redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) o clima também é de inovação. Nesta edição apresentamos um novo colunista, Dr. Dermerval de Carvalho, toxicologista, professor titular, aposentado, da Universidade de São Paulo, que passará a assinar a coluna Toxicologia. Esta edição traz artigos sobre o uso de vitaminas em cosméticos, formulário de produtos naturais e o Índice Geral de 2006. Os abstracts do 24º. Congresso da IFSCC realizado em Osaka, no Japão, estão disponibilizados em nossa edição digital.

 

Boa leitura!
Hamilton dos Santos
Editor

Vitaminas em Cosméticos - P M Berardo Gonçalves Maia Campos Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto- USP Ribeirão Preto, SP, Brasil

O uso de vitaminas tem despertado grande interesse entre os formuladores. Neste artigo a autora faz uma compilação das principais vitaminas e de seus derivados, descreve suas funções principais e os possíveis usos em cosméticos.

El uso de vitaminas tiene motivado gran interese entre los químicos cosméticos. En este artículo la autora hace una compilación de las principales vitaminas y de sus derivados, describe sus funciones principales e los posibles usos en cosméticos.

Vitamins in cosmetics have being an important subject for the cosmetic chemists. The author in this article made a survey among the principal vitamins and their compounds, describe their functions and theirs use in cosmetic products.

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Ação do Ácido Retinóico em Pele de Ratos - Ednilda E. de Lima Almeida, Lucimar M. Alves, Aldo A. Maul, Jeanete M. Alma, Francisco da Saga Valle Curso de Farmácia, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo SP, Brasil

Muito embora, o presente artigo, seja experimental, o objetivo deste foi observar e avaliar micro e macroscopicamente a ação do ácido retinóico em forma gel sobre a pele de ratos, mediante o uso continuado e ininterrupto.

The present article, either experimental, the objective of this was to observe and to evaluate micron and macrocospically the action of the retinoic acid in form gel on the skin of rats, by means of the continued and uninterrupted use.

El presente artículo, experimental, fue tendido que el objetivo de este es evaluar micro y macroscopicamente la ación del acido retinoico en la forma de gel sob la piel de ratas, por medio del uso contínuo y ininterrupto.

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Ácido Hialurônico: Principais Aplicações Cosméticas e Terapêuticas - Karen Zazulak, Lali Ronsoni Zancan, Silvia Guterres Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre RS, Brasil

O ácido hialurônico (AH) é um componente majoritário da matriz extracelular que apresenta propriedades interessantes em formulações cosméticas e terapêuticas. O presente trabalho objetiva revisar as características e aplicações do AH em formulações hidratantes e antioxidantes.

El ácido hialurónico (AH), componente mayoritario de la matriz extracelular, presenta interesantes propiedades en formulaciones cosméticas y terapéuticas. El objetivo principal del presente trabajo se hay centrado en la revisión de las principales características y aplicaciones del AH en formulaciones hidratantes y antioxidantes.

The hyalruronic acid (HA), majority component of the extracellular matrix, presents interesting properties in cosmetic and therapeutic formulations. The objective of this paper is to review the characteristics and applications of HA in moisturizers and antioxidant formulations.

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Notícias da Abihpec por João Carlos Basilio da Silva

Encontro da Iniciativa Privada e Academia para discutir Inovação

Em 2005, o segmento de cuidados de pele (skin care) faturou US$ 56,1 bilhões ao redor do mundo. Somado ao negócio de proteção solar (Sun care), esse valor totalizou US$ 61,5 bilhões e ultrapassou até mesmo o gigantesco mercado de produtos para os cabelos, que liderava o ranking com uma grande vantagem. Esse exemplo nos dá uma pequena mostra sobre a tendência crescente e acelerada por novidades do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Assim, a Abihpec e o recém-criado Itehpec (Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) realizaram no dia 7 de novembro, no Hotel Gran Meliá Mofarrej, em São Paulo, a II Rodada Tecnológica do Setor, cujo tema foi “Oportunidades de Negócios em Cosméticos para Pele com Uso de Ingredientes Ativos da Flora Brasileira”.

Este ano reunimos 15 cientistas de oito destacados centros de pesquisa e universidades de todo o país, além de uma fundação, para apresentar os mais recentes trabalhos na área de cosméticos para pele aos representantes de 56 empresas presentes ao evento.

Para realizar um evento deste porte tivemos a ajuda de parceiros fundamentais: o Ministério da Ciência e Tecnologia, a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e o Sebrae.

A idéia do encontro é a de estreitar os laços entre a iniciativa privada e os laboratórios de pesquisa, para que a academia conheça melhor o nosso setor e as nossas necessidades e, a partir disso, possa direcionar seus estudos para as demandas que existem no mercado. Com a iniciativa, nosso objetivo é o de fortalecer ainda mais a indústria nacional, afinal, um país que possui o terceiro maior mercado consumidor do mundo tem obrigação de oferecer, cada vez mais, produtos inovadores.

Entre os vários projetos apresentados para a indústria, podemos destacar a aplicação de tecnologia supercrítica (que protege o meio ambiente) para a obtenção de extratos vegetais com ativos antioxidantes, o desenvolvimento de produtos fitocosméticos a partir de espécies amazônicas e o desenvolvimento de preparações fotoprotetoras.

Outro destaque é o cultivo e a produção-piloto de óleo essencial de folhas de pau-rosa (Aniba rosaeodora), o principal ingrediente usado no famoso Chanel nº 5, criado por Coco Chanel em 1921 e, até hoje, o perfume mais vendido no mundo. Mas, segundo estimativas, para obter esse componente, mais de 500 mil árvores foram derrubadas na floresta e, por isso, a espécie acabou incluída pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 1992, na lista das árvores ameaçadas de extinção.

O modelo de rodada que criamos está tão azeitado que já se tornou referência no Ministério da Ciência e Tecnologia e deve virar um processo a ser adotado por outros setores da indústria. Na primeira parte do dia, os pesquisadores apresentaram seus painéis. No período da tarde, aconteceram as reuniões. Os resultados serão conhecidos ao longo do tempo, com o amadurecimento de idéias e interesses comuns.

Na verdade, acredito que esse seja o principal papel do Itehpec: conscientizar os empresários da necessidade de se envolver com projetos inovadores e facilitar essa estratégia. Sabemos como custa caro investir em inovação e como esse preço inviabiliza o acesso das pequenas e médias a ela. Estamos aqui para encurtar os caminhos tortuosos. A adesão ainda é pequena, se pensarmos nas 1415 indústrias do setor espalhadas pelo país. A iniciativa é pioneira e ainda está engatinhando, mas tenho convicção de que este é o caminho. Se, lá na frente, apenas uma dessas empresas investir em um desses projetos, e “acertar na mosca”, todo o nosso trabalho terá valido a pena.

Carlos Alberto Pacheco
Mercado por Carlos Alberto Pacheco

O Vibrante Mercado da Maquiagem

É inegável o papel das cores no mundo a nossa volta. E como não podia deixar de ser também nos cosméticos, principalmente no segmento no qual é fundamental a sua presença: maquiagem. A cor é um verdadeiro atrativo ao consumidor, pois em muitos casos é o fator decisivo no momento da compra.

O mercado de maquiagem representa 14% do mercado mundial (US$ 33,0 bi - 2004), o terceiro maior segmento do setor cosmético. Além da cifra interessante também apresenta taxa de crescimento invejável aos outros segmentos: 15,2% no período de 2000-2004. A maior parte desse consumo está concentrado na América do Norte e Europa Ocidental, sendo a América Latina responsável por 7%, porém detentora da maior taxa de crescimento, 52,2% no período.

A razão de tanta atenção por parte do consumidor em relação ao segmento é o simples fato dele entregar aquilo que o consumidor, em quase toda a sua totalidade mulheres, procuram: beleza e cuidado.

Beleza para o rosto, olhos, unhas e lábios, são mais desejáveis para a grande parte da população mundial que vive em cidades não-praianas e desenvolveram hábitos mais noturnos do que diários - mas que também não dispensam boa apresentação no ambiente de trabalho, durante o dia.

Maquiagens com apelos antiaging e embalagens portáveis nas bolsas são responsáveis pelo aumento do consumo.

A maior parte do mercado de maquiagem está concentrado nos produtos para o rosto (36% do faturamento). Os mais significativos em termos de consumo são os corretivos faciais (67%), com propriedades sensoriais especiais, apelos de FPS e promessas de nutrição da pele, voltados ao mercado de faixa etária mais madura.

Porém, a promessa para o futuro em termos de taxa de crescimento indica que os produtos para a região dos olhos serão maiores. Os olhos são a janela da alma, nada mais certo do que isso. Concordando ou não com a poesia, o fato é que os olhos são o foco das mulheres

As empresas líderes no mundo nesse segmento concentram 60% do faturamento em 10 empresas, sendo a L’Óreal a mais proeminente (18,7%) a qual apenas na França teve aumento no faturamento de 4,2% (2004 versus 2005) e incremento nos investimentos de marketing de 15%. As marcas mais consumidas são da própria L’Óreal: Germey, Maybeline e Jade (7,4% do faturamento).

O Brasil, com mercado de R$ 23 bi (preço ao consumidor) e promessa de taxa de crescimento de 5,0% a.a. também privilegia os produtos para os lábios mais do que os seus vizinhos (41%), embora também apresentem taxa de crescimento mais atraente para os produtos para a região dos olhos. Por conta disso investe em propaganda na sua forma mais agressiva: TV (novela). Nos produtos para os brilho. Apelos de hidratação são fundamentais, em conseqüência do clima. A líder no mercado local é Avon, que ostenta a estatística de que fabrica 1 em cada 3 batons consumidos.

A tendência local é continuarmos a ter ofertas cada vez maiores de produtos com apelos de tratamento (UV, hidratação, nutrição) e corretivos (volume, contorno). Quanto à cor, o investimento em brilhos labiais ficará para os produtos voltados aos “novos consumidores”, da faixa etária teen.

Em termos de praticidade, maquiagens com apelos bi ou tri funcionais devem ter a preferência do consumidor. Quem investir em portabilidade com certeza abocanhará uma fatia maior do mercado.

Sem dúvida nenhuma, a beleza passa pelo uso da maquiagem. Estar belo faz parte da vaidade humana e é importante que cada um se sinta belo para si e para os outros, a quem amam e se relacionam. A ciência cosmética está presente para ajudar e já não é de hoje que se fala nisso, basta lembrar das imagens esculpidas nas paredes das tumbas egípcias ou no busto da rainha Nefertit, para ter uma idéia de quão antiga é a preocupação com a beleza facial, dos olhos e lábios. Mas não se deve se apegar em demasia a isso, pois conforme disse Antonie de Saint-Exupéry, em o Pequeno Príncipe, “o essencial é invisível para os olhos”.

Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

Lei de Arbitragem comemora 10 Anos

No final de setembro foi realizado um simpósio nacional, aqui em São Paulo, o qual apresentou como tema “Os Instrumentos Extrajudiciais de Solução de Conflitos”, comemorando os 10 anos da Lei de Arbitragem – Lei nº 9.307/96.

Diversas figuras importantes estiveram presentes neste evento, como o senador Marco Maciel, o governador Cláudio Lembo, o ministro Francisco Resek, entre outros, que demonstraram seu apoio incondicional à difusão deste instituto e na criação da cultura da arbitragem no Brasil.

O tema da arbitragem já foi exposto em colunaanterior (edição jul/ago 2006), mas vale a pena rever alguns conceitos:

A arbitragem consiste num processo jurídico de solucionar conflitos entre pessoas físicas ou jurídicas, não-estatal, praticado em função de um regime contratual previamente estabelecido, no qual as partes voluntariamente e de comum acordo, escolhem um ou mais árbitros, os quais lhes outorgam o poder decisório para resolver o conflito de maneira justa e eficaz. Que o Poder Judiciário brasileiro é extremamente moroso e ineficiente não é nenhuma novidade. Mas os dados que foram apresentados durante esse Simpósio comprovaram que tais características só tendem a se agravar.

Somente no Estado de São Paulo, nas instâncias de 1º e 2º graus, no âmbito cível, existem 25.541.096 processos para serem julgados.

A situação é tão caótica que em 2005, por exemplo, havia 14.807.08 processos que já estavam em andamento, somando-se mais 5.872.872 processos que foram distribuídos naquele ano,subtraindo-se apenas 3.119.855 processos que resultaram em sentença.

Com relação à Justiça do Trabalho, também vale comparar os nossos números com alguns países do primeiro mundo: o Japão registra 1.000 processos trabalhistas por ano; a Inglaterra 66.000 processos por ano e o Brasil 6.000 processos por dia!

Assim, prevê-se que um processo leve no mínimo 12 anos para ser solucionado na Justiça Convencional. “Além de estar inteiramente superada, a litigância convencional tornou-se um ‘buraco negro’”, comentou um dos palestrantes.

Diante deste panorama, demonstrado pelos fatos apresentados, é inevitável buscar-se alternativas nas soluções de conflitos.

Nos países desenvolvidos a arbitragem é praticada há muitos anos, principalmente em questões de comércio internacional.

Logo, no mundo globalizado de hoje, a arbitragem tem relevância fundamental ao aprimoramento dos negócios internacionais, suscitando numa maior segurança para a prática dos contratos internacionais.

Portanto, a difusão deste instituto e a criação da cultura da arbitragem no Brasil são de amplo interesse econômico, empresarial, social e, inclusive, do Poder Público, já que trata de uma medida eficaz para diminuir o acúmulo de processos judiciais – pelo menos naquelas matérias que podem ser resolvidas por meio da arbitragem (direitos patrimoniais disponíveis, como contratos; não cabendo matérias de âmbito penal, tributário ou de direito de família, exceto partilha de bens).

Para finalizar, destaca-se a milenar sabedoria chinesa, por meio de um provérbio expressado naquele evento: “Na morte evite o inferno. Em vida evite os tribunais”.

A vez da Qualidade por Maria Lia A. V. Cunha / Friedrich Reuss

Resíduos, Custos e Responsabilidade Legal

Os resíduos se encontram em quaisquer uma de nossas atividades. Nem sempre nos lembramos que os resíduos, em algum momento foram comprados, foram produzidos, estocados, transportados, analisados, contados em inventários e foram submetidos a processos de produção, de embalagens e de diversos manuseios. Chega um momento que se tornam inservíveis e recebem um tratamento diferenciado daqueles produtos que representam o valor da empresa e que se destinarão ao processo de venda.

Segundo a sua origem, os resíduos podem vir de devoluções, estoques vencidos, avarias diversas, restos que ficaram nas embalagens, amostras de retenção que já cumpriram o seu prazo, resíduos de laboratório, restos da limpeza de misturadores, de filtros, de linhas e outros equipamentos industriais. Outros resíduos são as embalagens vazias, contaminadas ou não, matérias-primas e produtos encalhados, enfim, uma infinidade de origens.

O fato mais importante é que os resíduos custaram dinheiro e trabalho, assim como o produto que vai ser vendido. Os valores representados pelos resíduos são significativos e aumentam ainda mais se considerarmos o custo de seu gerenciamento, estocagem e destinação final.

Para o gerenciamento dos resíduos deve-se classificá- los segundo suas origens e propriedades sabendo se são resíduos perigosos, inertes, se podem ser reciclados, criando tabelas de seu gerenciamento: origem, quantidades, responsáveis, estocagens intermediarias e finais, e a destinação intermediaria e final.

Uma das destinações mais seguras de resíduos perigosos continua sendo a incineração, seja em forno de incineração ou em co-processamento em forno de cimento. Neste caso o resíduo deixa de existir e cessa a responsabilidade de quem originou o resíduo, o que não ocorre no caso do resíduo ser destinado a aterros.

Lembramos também que o transporte de resíduos perigosos está sujeito ao uso de transportadoras devidamente credenciadas e à destinação intermediária e final acompanhada das devidas autorizações legais de transporte. As empresas de destinação também têm de demonstrar suas autorizações, licenças e registros válidos.

Outra medida conveniente é a descaracterização de embalagens e de produtos classificados como resíduos.

Todo o processo de gerenciamento dos resíduos deve ser fechado por meio de um balanço de massa para a efetiva demonstração de que toda a quantidade gerada está em estoque ou que tenha sido devidamente destinada.

O fechamento final é dado pelo certificado de destinação final, emitido pela empresa de destinação. Considerando quão crítico é o manuseio de resíduos e os riscos de sua destinação, recomenda-se realizar auditorias ou visitas e acompanhamentos do transporte, e da destinação, assegurando o conhecimento e a comprovação da execução contratada.

Antes do surgimento da legislação ambiental os resíduos em geral e também os perigosos eram tratados de forma muito simples, como qualquer outro lixo.

Na atual situação de restrição cada vez maior dos custos e dos riscos legais, há necessidade urgente e efetiva do gerenciamento adequado destes materiais. Entram aí as substituições de embalagens por containeres, a revisão da diversidade de matérias-primas e de materiais, a eficiência operacional nos processos de carga, descarga, limpeza, troca de produção, eficácia dos processos de set up, controle dos estoques quanto ao vencimento dos prazos de validade e uma infinidade de outras características.

Lembrando sempre que o custo da destinação final de resíduos perigosos pode ser muito mais alto que o custo da própria matéria-prima. Sabe-se que muitos processos químicos tiveram suas rotas modificadas exatamente para evitar a formação de resíduos cuja disposição final nas atuais condições de mercado e de legislação é mais restritiva ou mais custosa.

Uma contrapartida para os maiores custos da destinação dos resíduos perigosos pode ser encontrada no gerenciamento adequado dos materiais suscetíveis aos processos de reciclagem, sempre pensando no seguinte princípio: materiais recicláveis misturados são lixo, ao passo que devidamente separados e ordenados são preciosas matérias-primas.

Assuntos Regulatórios por Rubens Brambilla

Nova RDC disciplina a Contratação de Terceiristas

A RDC N° 176 da Anvisa, publicada em 21 de setembro de 2006 aprova o regulamento técnico para a contração de serviços de terceiros para a fabricação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.

O motivo principal dessa publicação, entre outros, foi atualizar a Resolução Mercosul/ GMC/Res. No. 26/06 “Contratação de Terceirização para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, além de regulamentar e criar novos critérios para a contratação, por empresas especializadas e autorizadas, dos serviços de terceirização, garantindo, assim, a segurança na fabricação desses produtos.

De modo geral, a nova RDC não apresenta grandes inovações naquilo que se estava sendo praticando no mercado, embora destaque no seu Anexo, diversos itens que definem os critérios e as possibilidades que justifiquem a contratação dos serviços de terceirização, bem como, suas etapas que poderão ser parciais ou totais, dependendo de cada caso.

Outros itens de destaque do Anexo se referem aos contratos de terceirização, inclusive com ênfase aos serviços de controle de qualidade, que serão limitados, podendo somente ser realizados em terceiros, desde que devidamente capacitados e reconhecidos, pela Autoridade Sanitária competente , mas, somente quando o grau de complexidade da análise torna necessária a utilização de equipamentos ou recursos altamente especializados, ou pela pequena freqüência desse tipo de análise, como também, a exigência da indicação da data de inicio e termino desses contratos, a indicação dos produtos a serem fabricados, determina a responsabilidade conjunta, dos responsáveis técnicos das empresas e determina que todos os contratos, após assinados, devam ser enviados para as autoridades competentes.

Como nos demais casos, esta RDC, também determina que as empresas estejam devidamente autorizadas e licenciadas na vigilância sanitária federal e no órgão estadual/municipal, bem como estejam habilitadas para as atividades, objeto do contrato de terceirização. As empresas devem cumprir também todas as demais legislações pertinentes, bem como, igualmente, são passiveis de inspeções pela autoridade sanitária competente e, principalmente, em conformidade com as normas de boas praticas de fabricação vigentes.

Apesar das reuniões havidas entre autoridades e representantes do setor regulado para esclarecimentos quanto à montagem do dossiê de produtos cosméticos estabelecido pela RDC No. 211/2005, para produtos registrados e notificados, muitas empresas ainda estão encontrando dificuldades em juntar os novos e diversos documentos exigidos. Recebemos informações de empresas do setor que essas dificuldades se estendem mesmo para a atualização das notificações. O setor está aguardando a elaboraçãode um manual de orientação para a composição desse dossiê,conforme divulgado naquelas reuniões.

Nova reunião do Mercosul foi realizada nos dias 23a 26 de outubro passado, desta vez em Brasília, dentro da vigência brasileira da Presidência Pro-Tempore Mercosul. Na próxima edição estaremos comentando as principais decisões.

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

Cosmetovigilância e BPF

Como é de conhecimento geral, a Anvisa publicou a Resolução – RDC Nº 332 de 1º de dezembro de 2005, que torna obrigatória a implantação de sistema de Cosmetovigilância por parte das empresas importadoras e/ou fabricantes.

A referida RDC preconiza que a Cosmetovigilância irá facilitar a comunicação por parte do usuário quanto a problemas decorrentes do uso, defeitos dequalidade ou efeitos indesejáveis dos produtos, além do acesso do consumidor à informação.

Quando, em colunas anteriores, mencionamos a definição e o conceito das Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPFeC), deixamos claro que o objetivo da implantação de processo como esse na empresa, é exatamente evitar as ocorrências mencionadas no parágrafo anterior.

Se tomarmos por base as possíveis causas para as não-conformidades que possam resultar em problemas decorrentes do uso, selecionaríamos os defeitos de desenvolvimento da fórmula, quando não são levados em conta todos os tópicos que devem ser considerados para a obtenção dos benefícios apregoados. O mesmo pode-se, também, considerar quando da elaboração das informações contidas na rotulagem, e algo deixa de ser esclarecido, seja por motivo mercadológico ou mesmo também por efetiva ausência de comprovação.

Estas duas considerações remetem aos quesitos das BPFeC, que tratam da correta elaboração de informações. Quanto aos defeitos de qualidade, podem ser considerados os quesitos das BPFeC que incluem as formulações, manuseio e controle de qualidade.

Ocorre que em algumas circunstâncias a legislação vigente obriga as empresas a submeter os produtos a uma série de avaliações quanto aos seus efeitos e comprovação dos seus benefícios.

Desnecessário seria argumentar que se as recomendações contidas nos guias e manuais de BPFeC fossem efetivamente observadas, a Cosmetovigilância resultaria uma forma do consumidor avaliar se o fabricante efetivamente cumpre essas recomendações, pois não existiriam não conformidades e seus efeitos indesejáveis.

Apenas para efeito de informação, resumimos no quadro abaixo uma possível correlação entre o não cumprimento das BPFeC e suas conseqüências.

Acreditamos que com estas breves observações possamos enfatizar a necessidade para o efetivo cumprimento das BPFeC, o que resultaria na inexistência de não-conformidades e, portanto, não ocorreriam problemas decorrentes do uso, defeitos de qualidade ou efeitos indesejáveis.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Vitaminas em Cosméticos

Há muito que as vitaminas deixaram de ser apenas nutrientes reguladores, aqueles que figuravam nas tabelas de alimentação como os responsáveis por manter em perfeito funcionamento o intrincado mecanismo químico que rege o organismo. Na década de 60, com o médico americano, Linus Pauling, surgiu a teoria que deu origem à medicina ortomolecular, aquela que considera as vitaminas – e seus “primos” menores, os minerais (oligoelementos) – como agentes capazes de prolongar e melhorar a vida.

Nos últimos tempos, porém, essas substâncias começaram a ganhar fama em outro cenário: os cosméticos. Não é de hoje que a ciência sabe do potencial das vitaminas e minerais na manutenção de pele saudável. E algumas dessas substâncias já são figuras assíduas nos cosméticos (especialmente as vitaminas A e E).

Mas o vertiginoso avanço tecnológico da indústria cosmética vem provocando uma verdadeira revolução e tais substâncias podem agora chegar estáveis à pele, em altas concentrações e com maior poder de ação.

A principal ação das vitaminas e dos minerais adicionadas aos cosméticos é a ação antioxidante ou a apacidade de combater os radicais livres, moléculas desequilibradas e potencialmente danosas para todas as células do organismo.

A vitamina A (retinol) tem várias funções críticas no organismo humano principalmente no funcionamento da retina. É necessária para a diferenciação do tecido epitelial, para crescimento do tecido ósseo e do aparelho reprodutor, e também para o desenvolvimento embrionário. A vitamina A está associada à melhora da resposta imunológica, reduzindo os efeitos de certas doenças infecciosas e diminuindo o desenvolvimento de alguns tumores malignos. Devido aos efeitos no tecido epitelial, os retinóides têm sido usados para o tratamento de doenças de pele como acne, psoríase, fotoenvelhecimento e prevenção de tumores cutâneos.

Embora outros metabólicos tenham sido reconhecidos, o ácido retinóico é considerado mais importante em relação às ações na pele. Este ácido é sintetizado através do metabolismo do retinol passando por dois estágios: retinol para retinol-aldeído através de oxidação e então para ácido retinóico. Os retinóides circulantes estão ligados a proteínas específicas carreadoras de análogas da vitamina A que são conhecidas como CRBP (cellular retinoic-binding protein) e CRABP (cellular retinoic acid biding protein). Os trabalhos mais recentes sobre retinóides demonstram a existência de receptores específicos nucleares. Estes receptores são pertencentes à “superfamília” dos receptores de hormônios esteróides.

A função principal dos retinoídes na pele relaciona-se à hiperproliferação da epiderme com aumento do estrato espinhoso e granuloso, sem modificação no número de camadas do estrato córneo.

Atualmente tenta-se comprovar que o retinol (vitamina A) aplicado à pele pode causar efeitos similares ao do ácido retinóico, sem irritação. Isto é possível à medida que a pele tenha as enzimas necessárias para este metabolismo específico. Esses achados corroboram a idéia de que muito se tem a caminhar ainda no conhecimento deste grupo denominado retinóides.

O ácido ascórbico (vitamina C) é extremamente instável e perde suas propriedades na presença de ar, água, luz ou calor, o que dificulta sua utilização em formulações cosméticas. A grande revolução foi a possibilidade de estabilizar a vitamina C para que possa ser usada em altas concentrações (5 a 10%). A vitamina C é um poderoso antioxidante, do mesmo modo que aumenta a resistência do organismo às infecções, protege a pele contra a ação dos radicais livres. Experimentos mostram que a quantidade de ácido ascórbico na epiderme cai após a exposição solar – diminuindo os radicais livres produzidos pela agressão dos raios ultravioleta. A vitamina C tem outra grande função antiaging: atua na formação do colágeno, fibra que compõe 80% da derme e garante a firmeza da pele. Além disso, o ácido ascórbico inibe a ação clareadora, ajudando a eliminar manchas. Também possui papel fundamental na reciclagem de vitamina E, outro importante agente antioxidante.

Vitaminas e minerais fazem parte de um conceito moderno de cosmética voltada mais para a prevenção do envelhecimento do que para reverter os “estragos” do tempo. Por isso os especialistas recomendam seu uso desde cedo – perto dos 20 anos – em formulações que busquem manter a pele com a hidratação e o vigor da juventude. Em geral, as concentrações nesses casos são baixas e os produtos podem ser usados à noite e pela manhã, antes do filtro solar. Mais tarde, quando se inicia o uso de produtos de tratamento – como o ácido retinóico – o uso de vitaminas e minerais tópicos continua necessário, embora como coadjuvante.

Dermeval de Carvalho
Toxicologia por Dermeval de Carvalho

Produtos Cosméticos Seguros

A história é muito rica quando se fala em cosméticos. Basta ver as citações bizantinas, egípcias e romanas, nas quais mulheres e homens já se preocupavam com a apresentação pessoal, usando preparações cosméticas. No novo Império Romano, médicos ilustres apareceram em cena. Os bizantinos também já dedicavam especial atenção à aparência, usando preparações cosméticas para os cabelos.

Afinal, qual é a verdadeira história do nascimento dos produtos cosméticos? Este marco pode estar relacionado ao ato dos homens de tingir o corpo, atendendo ao desejo de conseguir melhorar o visual. Provavelmente, com o mesmo propósito, o primeiro cosmético “colocado no mercado” foi utilizado pelo homem da caverna. Como foi preparado? Consta na literatura que utilizaram fuligem como ingrediente e cinzas como excipiente.

O uso de sombras para os olhos foi registrado em 4000 a.C. Para isso, verde de malaquita era adicionado à pasta de antimônio e o produto resultante conferia coloração verde às pálpebras.

O produto acabado era envasado em potes, previamente umedecidos com saliva.

Certamente, o desejo de se embelezar estava acima do compromisso tecnológico, da estabilidade e da segurança. A história cosmética é pródiga em relatar casos semelhantes.

O empirismo era geral. E cada ato empírico gerava espaço para o avanço tecnológico. O avanço tecnológico e a sagrada obrigação daqueles que têm compromisso com o desenvolvimento científico promovem o crescimento da ciência, aqui incluída a Cosmetologia. O primeiro registro de produto cosmético destinado a cuidar da higiene da pele – um sabão – foi preparado a partir da suspensão das cinzas da saboeira em água. Estava, assim, lançado o primeiro surfactante.

O primeiro produto resultante de reações químicas foi atribuído ao hidrolisado de gordura de cabra, água, cinzas ricas em carbonato de potássio que, reunidos, foram transformados em cera sólida.

Épocas, fatos, lendas e a busca do conhecimento marcam a história dos produtos cosméticos.

A história e os grandes feitos científicos asseguram interesses e conflitos. Juntemos no mesmo atalho da discussão - segurança dos cosméticos - pesquisa e desenvolvimento, órgãos de regulamentação, globalização e segurança dos usuários.

A segurança dos produtos cosméticos exige conhecimento físico-químico dos ingredientes; desvendar a relação estrutura-atividade; estudos relevantes de toxicidade; avaliação do risco; além de criar e alimentar banco de dados e cálculo da margem de segurança, tidos como parâmetros vitais para a interpretação dos resultados obtidos para fins pré-clinicos, na primeira etapa de outras que obrigatoriamente se sucederão e os ensaios clínicos, nos quais o personagem principal é o ser humano.

Merece citação muito especial e respeitosa o fiel cumprimento da declaração de Helsinki, assim como os ditames da legislação brasileira.

Pesquisa e desenvolvimento e avaliação de toxicidade de ingredientes cosméticos devem seguir esquemas muito bem planejados. No entanto, na grande maioria das vezes, a avaliação está freqüentemente relegada ao final do ciclo produtivo. Este procedimento, por razões econômicas, tem sido atribuído às indústrias dotadas de menores suportes financeiros.

Aos órgãos de regulamentação foram reservadas atribuições cujo resultado final é garantir o uso seguro do produto cosmético, cuidar da legislação com o rigor devido, universalizar a definição de “cosméticos”, não se envolver em razões nacionalistas, evitar protecionismos políticos, incentivar o intercâmbio técnico-cientifico e a discussão entre aqueles que acreditam ser a sua regulamentação a melhor.

Não se esqueça de que há pouco mais de 10 anos, a harmonização regulatória de produtos cosméticos era apenas um sonho.

O usuário não aparece por acaso no final de nossas considerações por mera coincidência textual. Como último parágrafo desta coluna, queremos comungar decisões, mesmo sabendo que o risco zero é mera premissa.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Vitaminas e Produtos Capilares: até onde vai a Verdade?

A palavra vitamina foi usada pela primeira vez pelo bioquímico polonês Casimir Funk, em 1912. É uma palavra montada a partir da palavra latina vita (vida) e do sufixo amina, usado para descrever substâncias do grupo funcional amina; naquele tempo pensava-se que todas as vitaminas eram aminas. Apesar de não ser verdade, o nome acabou por se manter.

As vitaminas podem ser classificadas em dois grupos, de acordo com sua solubilidade. As solúveis em gorduras são agrupadas como vitaminas lipossolúveis e sua absorção é semelhante a da gordura, podendo acumular-se no organismo, alcançando níveis tóxicos. Exemplos dessas vitaminas são: A, D, E e K.

Já as vitaminas solúveis em água são chamadas de hidrossolúveis e consistem nas vitaminas presentes no complexo B e a vitamina C. Essas não são acumuladas em altas doses no organismo, sendo eliminadas pela urina. Por isso é necessária uma ingestão quase diária para a reposição dessas vitaminas.

Algumas vitaminas do complexo B podem ser encontradas como co-fatores de enzimas, desempenhando a função de coenzimas, essenciais na divisão celular e na manutenção de certos órgãos.

Na pele e nos seus anexos acontece o mesmo. As vitaminas são essenciais para o seu bom funcionamento. Infelizmente a via para administração de vitaminas é a sistêmica (oral ou intravenosa) o que nos afasta do seu uso tópico com efeitos interessantes.

Quando utilizadas em produtos cosméticos têm de obedecer a rígidos padrões de concentração, conservação e veículos, sob o risco de não ter nenhum efeito. O maior exemplo que temos é o da vitamina C tópica, que, segundo estudos recentes, precisa estar na concentração de 10% e adicionada a veículos bem específicos para que se tenha algum benefício.

Sabemos hoje o papel mais que importante exercido pela camada mais externa da epiderme, o estrato córneo. É este que vai fazer o primeiro papel de barreira deste nosso órgão de defesa. Assim, quando temos a camada córnea intacta sabemos que, além de ter os componentes do manto hidrolipídico apostos na sua superfície, a produção própria de lipídeos irá fazer com que se torne uma defesa à entrada de substâncias estranhas ao organismo, compreendendo aí as vitaminas.

Com relação ao couro cabeludo e especialmente aos cabelos, acontece o mesmo. Se tivermos um ambiente saudável pouco ou nada será absorvido por estas estruturas. Assim, elementos antioxidantes como a vitamina C, muito estudada e discutida, têm pouco valor quando adicionados a produtos capilares, embora recentes estudos com ratos mostrem efeitos positivos quando se associa vitamina C e minoxidil topicamente.

Alguns análogos da vitamina D, especialmente a D3, têm sido estudados com a finalidade de acelerar o crescimento de cabelos em pacientes que apresentavam um tipo especial de queda, chamada de eflúvio telógeno. Esses análogos já são bem conhecidos em produtos tópicos para psoríase.

Estudos feitos no Japão mostram, em coelhos, que a aplicação tópica de vitamina E pode ter efeito sobre a velocidade de crescimento dos pêlos, o que levaria a uma analogia com produtos úteis em seres humanos.

Na verdade, o que temos até o momento é que, infelizmente, a maioria das vitaminas não tem efeito quando aplicada em quantidades compatíveis com os cosméticos para cabelos, sendo usadas mais como apelo mercadológico.

Antonio Celso da Silva
Embalagens por Antonio Celso da Silva

Especificação Técnica para Embalagens

A especificação técnica é o documento oficial que define parâmetros para os materiais de embalagem, tanto para defeitos por atributos (visuais) como variáveis (dimensional). É a “bíblia” do inspetor de qualidade ao inspecionar cada lote no recebimento. É documento obrigatório para a área de Compras colocar o pedido junto aos fornecedores, bem como cotar novos fornecedores.

Uma especificação técnica precisa ser abrangente, porém simples e de fácil entendimento, sob pena de existir sem ser usada ou, o que é pior, não ser respeitada.

Ao se montar uma especificação técnica, não é aconselhável usar ou copiar a especificação de outra empresa, mesmo que seja do mesmo segmento, pois cada empresa tem suas peculiaridades, seu NQA (nível de qualidade aceitável), seus conceitos, suas necessidades. O que normalmente se faz é usar a base e fazer as adaptações de acordo com cada empresa e seus respectivos fornecedores. Convém lembrar, no entanto, que alguns testes são padronizados e portanto usados em todas as demais empresas.

Deve ser atualizada periodicamente, identificandoo número e motivo da alteração. As alterações na especificação técnica só podem ser feitas pela área de desenvolvimento de embalagem ou pela área responsável pela sua elaboração. Ao ser alterada, a especificação antiga deve ser recolhida de todas as áreas e também dos fornecedores envolvidos.

Para facilitar o conhecimento dos materiais de embalagem numa especificação, é aconselhável dividi- los e identificá-los por família ou grupos, subgrupos etc. Além de seus respectivos códigos para identificação.

Como exemplos:
Grupo dos plásticos, código: 1000
Subgrupo frasco, código: 1100
Frasco para shampoo, código: 1110

Esses são apenas exemplos, devem ser tomados os devidos cuidados ao criar esses códigos, em função do tamanho da empresa, quantidade de itens existentes, dentre outros aspectos.

Abaixo, um modelo básico de especificação técnica, apenas para conhecimento, enfatizando não considerar os parâmetros, tolerâncias, quantidade de itens etc.

Nome da empresa:
Código da embalagem: 1110
Nome da embalagem: frasco para shampoo cabelos secos
Requisitos:
Especificação:
Estilo geral: frasco, transparente, plano, gravado...
Material de composição: polietileno de alta densidade
Cor: conforme padrão ou Pantone
Texto: conforme arte aprovada
Scotch Test: Método 0001
Vedação: Método 0015
Acoplamento de componentes: perfeito
Volume OF (over flow): 260±3 ml
Volume BG (base do gargalo): 250±2 ml
Peso: 31±2g
Altura total: 190±1,5 mm
Largura: 90±0,5 mm
Profundidade: 35±0,3mm
Altura do gargalo:
Diâmetro T (total):
Diâmetro i (interno):

Finalizando, especificação técnica é o conjunto de informações fornecidas pela empresa fabricante da embalagem e/ou pela empresa usuária, e de uso comum entre ambas.

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