Desodorantes e Antiperspirantes

Edicao Atual - Desodorantes e Antiperspirantes

Editorial

Os empresários brasileiros estão otimistas neste inicio de 2001. Os dados macroeconômicos do País apontam para um crescimento ordenado e aumento gradativo do poder aquisitivo da população. 

Nem mesmo a repentina desaceleração da economia norte-americana ou o dó1ar chegando à casa dos R$ 2,00 assusta os empresários nacionais, pois o Brasil já demonstrou ter capacidade suficiente para sobreviver as turbulências internacionais. 

Esse otimismo já conta como fator de crescimento, pois implica na injeção de recursos na Economia e na contratação de mão-de-obra adicional. É pensamento generalizado que: “Se conseguimos um resultado razoável em 2000, neste ano vamos melhorar ainda mais ". 

Esta edição marca o inícío de um novo ano e de uma nova apresentação gráfica da revista que estará concluída na próxima edição -um visual moderno e em sintonia com as melhores publicações técnicas mundiais. 

O tema da edição, está sendo cumprida com artigos sobre os aspectos fisio1ógicos da transpiração, mercado e teste de desodorantes e antiperspirantes.

A tradicional "vitrine" das novas matérias- primas publicada a cada início de ano está presente brindando os formuladores com informações técnicas e especificações de 120 novos ingredientes. Um interessante artigo sobre o efeito sinérgico de filtros, complementa a edição. 

Boa leitura.
Hamilton dos Santos
Editor

Aspectos sobre a Transpiração - Dra Zoe Diana Draelos Depto de Dermatologia, Wake Forest University School of Medicine - Winston Salem, NC, Estados Unidos

A sociedade de hoje exige que haja um meio para controlar a transpiração e seu inevitável odor. Tambem exige o desenvolvimento de formulações antiperspirantes com ação desodorante efetiva.

La sociedad de hoy exige que haya un medio para controlar la transpiración y m inevitable olor. También exige la existência de formulaciones antitranspirantes con efectiva acción desodorante.

Society today demands a means ftr controlling perspiration, its resultant odor and effective deodorant and antiperspirant formulations.

Comprar

Mercado de Antiperspirantes e Desodorantes - Philip B. Klepak Rehels Inc, Berkeley Heights NJ, Estados Unidos

Os antiperspirantes estão aumentando sua importância econômica em todo o mundo. Hoje existe uma tecnologia de antiperspirantes que possibilita ao pessoal de marketing trabalhar várias apresentações de produto, facilidades de uso, e opções de custo, além de um leque de ingredientes ativos altamente eficazes e personalizados, permitindo o desenvolvimento do "melhor" produto para cada mercado.

Los antiperspirants están aumentando su importância economica en todo el mundo. Hoy existe una tecnologia de antiperspirantes que posibilita a las personas de marketing trabajar varias apresentaciones de producto, facilidades de uso, y opciones de costo, además de una amplia gama de ingredientes activos altamente eficazes y personalizados, permitindo el desajollo de el "mejor" producto para cada mercado.

Antiperspirants products are growing in economic importance worldwide. Antiperspirant technology now exists to offer marketers a variety o/product forms, diffirent convenience and cost options, and a selection of highly effective, customized actives so that the "best" product can be developed for each market.

Comprar

Testes de Antiperspirantes - James P. Bowman Hil Top Research, New Jersey Estados Unidos

A cronologia dos eventos que impactaram o desenvolvimento de desodorantes e antiperspirantes, os guidelines da FDA para os testes de eficácia, bem como, um protocolo padrão para a condução de testes são apresentados neste artigo.

La cronologia de los eventos que impactaron el desajollo de deodorantes y antiperpirantes, los guidelines de la FDA americana cuanto a los testes de eficacia, asin como, un procotolo padron para la condución de los testes son presentados en ese articulo.

The chronology of events impacting antiperspirants and deodorants development, the USA-FDA Guidelines for Antiperspirants testing and a standard protocol for conducting tests will be presented in this article.

Comprar

Efeitos Sinergicos com Filtros UV de Alto Desempenho - Dr Thomas Wünsch BASF AG, Ludwigshafen, Alemanha

A cada dia os formuladores tem necessidade de utilizar filtros solares eficazes e com alto FPS. Neste artigo o autor demostra propriedades complementares de absorção UV de alguns filtros e seus efeitos sinérgicos quando combinados entre si.

A cada dia los formuladores tienen necesidad de utilizar filtros solares eficazes y con alto FPS. En ese articulo, el autor enseña las propridedades complementares de absorcición UV de algunos filtros y sus efectos sinérgicos cuando combinados entre si.

Every day formulators need to use efficiente susnscreens with high SPF. In this paper the author demonstrates UV absorption complementary property of some susnscrreens and their synergistic effects when combined togheter.

Comprar

Novas Matérias Primas -

Como Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) faz todos os anos, nesta edição estão sendo apresentadas as matérias-primas introduzidas no mercado nos últimos meses ou que serão lançadas brevemente, os fabricantes e distribuidores forneceram as informações aqui apresentadas, atendendo ao convite de nossa redação.

Após avaliar as informações técnicas recebidas de quase 150 ingredientes, nesta oportunidade estão sendo apresentados 120 que atenderam aos critérios estabelecidos para a publicação.

Os nomes de chamada de cada ingrediente são os de uso corrente no mercado, entretanto, na falta de uma denominação consagrada ou quando forem conhecidos apenas pelas marcas comerciais, em alguns casos, adotou-se um nome de referência para ordenamento nesta matéria.

Informações adicionais desses ingredientes poderão ser solicitadas diretamente aos fabricantes e distribuidores relacionados na pagina 74.

Expressamos os nossos agradecimentos às empresas que atenderam as nossas solicitações enviando as especificações técnicas.

Comprar
A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha

ISO 9000 em Nova Versão

Conforme previsto, foi publicada, em 15 de dezembro de 2000, a nova versão da norma ISO 9001, denominada versão 2000. A versão da norma, em português, ainda não está disponível; porém, como não há praticamente diferenças com relação ao projeto de norma que havia sido publicado anteriormente, pode-se lançar mão desse texto, para se ter idéia do texto final.

Como já informado em oportunidade anterior, muitas alterações podem ser verificadas na sua apresentação geral, porém, no conteúdo, a maior mudança ocorreu em virtude da crescente globalização e do aumento da concorrência.

Maior atenção é dada à satisfação do cliente e a efetiva verificação da eficácia dos treinamentos. Não se fala mais apenas em treinamento, mas também, em competências e conscientização. Devendo ser definidas as competências necessárias, realizada a sua verificação e a aplicação de treinamentos ou outros métodos de formação, e a avaliação de sua eficácia.

A competência (ou seja, a capacidade de competir) pode ser baseada em educação, treinamento, habilidades e experiência apropriada. De que forma é possível ter uma organização competente, sem que seus colaboradores também o sejam?

A exigência de se garantir um processo de melhoria contínua visa que a empresa se mantenha atualizada junto aos seus clientes e às suas necessidades quanto a produtos e serviços. Os clientes e as pessoas são os dois pilares que suportam a empresa, como já tivemos oportunidade de afirmar em outras ocasiões. Quanto aos clientes, exige-se maior atenção a sua satisfação. Cada organização deverá determinar as medidas e os indicadores que usara para avaliar 0 grau de satisfação dos clientes, bem como determinar as formas de medição da melhoria contínua, seja do sistema de gestão em si, como também do desempenho da organização e de seus diversos setores. Cada empresa tem suas características específicas e, para melhor aplicação dos princípios da norma, será necessária a adequada interpretação, para que as ações façam sentido e agreguem valor.

A sistemática, em linhas gerais, é a seguinte: identificar os processos necessários para o SGQ e implantar a sua aplicação em toda a organização; determinar a sequência e a interação desses processos; determinar critérios e métodos necessários para assegurar que a operação e o controle desses processos sejam eficazes; assegurar a disponibilidade de recursos e informações necessários para apoiar a operação e o monitoramento desses processos; monitorar, medir e analisar esses processos; e implementar ações necessárias para atingir os resultados planejados e garantir a melhoria contínua.

Definições mais claras e objetivas trarão maior facilidade de compreensão aos colaboradores e terceiros. Um outro aspecto importante é a visão do processo; dentro do conceito do PDCA, planeje, faça o que planejou, verifique os resultados obtidos e modifique onde necessário.

A estrutura da norma mudou: não são mais 20 itens sem uma sequência lógica. Na norma 2000, toda a cadeia do negócio está reunida no item 7 e o planejamento da qualidade, ou seja, a interação entre os diversos requisitos, deve ser estruturada de forma clara.

Usuários da norma anterior não davam muita importância ao item de planejamento da qualidade. 0 requisito atual é mais esclarecedor. A abordagem por processo facilita o entendimento e atendimento dos requisitos. Deve-se considerar os processos na forma de valor agregado; os resultados de desempenho e a melhoria contínua devem ser baseados em medições objetivas.

A pauta da reunião de análise crítica, pela administração, recebeu requisitos adicionais. Devem ser analisadas: a realimentação pelo cliente; o desempenho do processo e a conformidade do produto; a situação das ações corretivas e preventivas; o acompanhamento das ações das análises anteriores; as mudanças planejadas e as recomendações para a melhoria.

O Transition Planning Guide prevê uma validade do uso da norma ISSO 9000 atual (de 1994) por mais três anos, a contar da emissão da nova edição; porém, não há sentido em esperar tanto tempo para melhorar o desempenho de seu sistema. Quanto antes melhor; a globalização está aí.

Friedrich Reus é bacharel licenciado em Química e especialista em gestão da qualidade

Maria Lia A. V. Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas

E.mail: freuss@uol.com.br

Marketing por Rogério Martins

Por um Lugar nas Prateleiras

Todos os anos, centenas de novos produtos são lançados no mercado.

Imaginem produtos e mais produtos, além dos já existentes! Como colocá-los nas prateleiras já lotadas das lojas e supermercados?

Os supermercadistas perceberam esse problema rapidamente e acharam uma solução muito prática (para eles). Passaram a cobrar pelos espaços em suas lojas. Se uma empresa lança um produto com 10 sabores diferentes, ela paga por dez espaços. Parece uma atitude mesquinha e lucrativa; mas, por que o lojista tiraria um produto, que ele sabe que vende e dá bons lucros, para dar espaço a um novo produto? Quem garante que esse produto novo terá um bom giro?

Hoje os supermercados vendem praticamente de tudo! Viraram verdadeiras lojas de departamentos, com roupas, eletrodomésticos, artigos para jardinagem, para veículos e até de construção. A falta de espaço acontece também nas áreas de estoque. As lojas estão abarrotadas. É por tudo isso que eles até tem de cobrar pelos espaços.

Produtos com embalagens menores são mais atraentes para os lojistas, porque ocupam menos espaço. Por outro lado, se destacam menos.

O que vai pesar na balança é a margem de lucro de cada produto. Todo varejista tem de pensar no seu negócio e dar espaço para produtos com boa margem e que girem muito rapidamente.

Várias mudanças, como fusões de empresas, avanços tecnológicos e economia de mercado, tornaram os varejistas muito poderosos. Eles praticamente controlam o mrcado, o preço e a distribuição.

Os fabricantes devem ter todos os dados sobre seus produtos, sob a óptica dos consumidores e também dos varejistas, para ter elementos na luta por convencê-los de que, aumentando o espaço para seu produto em detrimento de outros, eles terão lucros satisfatórios. Os varejistas devem ser analisados de uma forma regional, isto é, uma loja localizada em uma cidade do interior deve ser tratada diferentemente de uma na capital. É importante conhecer os gerentes, os donos das lojas e seus hábitos e costumes.

Está claro que não é só o lojista quem decide o que vai ser vendido, porque a palavra final sempre será do consumidor. A economia está baseada no estilo de vida das pessoas, um estilo cada vez mais consumista e individualista. Produtos tradicionais perderam espaço: o consumidor está ávido por novas invenções e novidades tecnológicas em todas as áreas, como novos telefones celulares, novos produtos alimentícios com baixas calorias e sem colesterol etc. A tecnologia aplicada a bens de consumo está apenas começando. A compra por impulso aumentou.

A batalha para expor os produtos, principalmente os novos, tornou-se num grande desafio do Marketing, e esse desafio se torna cada vez maior.

Muitos bons produtos, com grandes campanhas publicitárias e lindas embalagens, que despertaram o interesse dos consumidores, não obtiveram sucesso, simplesmente pela falta de atenção dos lojistas.

Rogério Martins é publicitário.
E.mail:rogeriomartins@originet.com.br,rogério@mvworkdesign.com

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Transpiração Excessiva ou Hiper-Hidrose

A transpiração excessiva, ou hiper-hidrose, não é uma doença mas pode ser entendida como uma disfunção de pele, porque as glândulas sudoríparas - que estão na pele - produzem suor em excesso. Não há uma causa conhecida para que isso aconteça. Sabe-se, entretanto, que a maior parte das pessoas com o problema apresenta uma tendência genética, ou seja, faz parte da constituição física delas a hiperestimulação das glândulas - e isso não tem nada a ver com a transmissão de pais para filhos.

É bom esclarecer que nada há de errado com o "paciente" - a única diferença é que suas glândulas trabalham demais por algum estímulo como, por exemplo, o aumento de temperatura climática. Assim que o termômetro sobe, há uma tendência do organismo a esquentar. E como a temperatura interna não pode ultrapassar a faixa dos 36-40°C (para não prejudicar as funções orgânicas e o metabolismo), a saída é perder esse calor via transpiração. Como as mãos, os pés e as axilas são os locais onde a concentração de glândulas é maior, esses costumam ser os pontos críticos da transpiração em excesso.

O tratamento pode ser feito em várias etapas, sendo que, em primeiro lugar, deve-se ter um diagnóstico preciso. As vezes, durante a consulta médica, o especialista descobre que a causa do suor, naquele momento, para aquele paciente, é um outro distúrbio. As doenças infecciosas, por exemplo, causam febre, que eleva a temperatura interna. Descartadas as hipóteses de outras doenças, inicia-se o processo terapêutico. Pode-se usar medicamentos orais, tópicos ou até cirurgia, dependendo da intensidade dos sintomas.

Os remédios – antidepressivos e ansiolíticos - são pouco indicados, por dois motivos: eles possuem uma série de efeitos colaterais, e não estão tratando o problema diretamente. Além disso, poderiam levar a dependência, já que, teoricamente, teriam de ser usados toda a vida.

O primeiro passo é adotar substâncias tópicas, como derivados de alumínio. São produtos adstringentes que diminuem a saída de suor das glândulas. Em geral utiliza-se cloridróxido de alumínio ou ácido tânico. Essas substâncias contraem as glândulas sudoríparas e diminuem a produção de suor. 0 único inconveniente é que podem amarelar um pouco a roupa. Também não tem efeito muito potente e são indicadas para casos mais leves.

Para problemas mais graves, um recurso disponível é a iontoforese. Trata-se de um aparelho que transmite uma corrente elétrica capaz de modificar o funcionamento da glândula. A glândula assemelha-se a um novelo de lã com um pequeno duto que desemboca na superfície da pele (algumas desembocam junto com a glândula sebácea no folículo piloso). Ao utilizar o aparelho (20 minutos no local, duas vezes ao dia], ocorre o estreitamento do duto e um estímulo para que se produza menos suor. Em dez dias, as aplicações começam a fazer efeito e a transpiração diminui, mas o paciente vai ter de fazer uso do aparelho para sempre.

A cirurgia é a única forma definitiva de resolver o problema da sudorese abundante. Há basicamente dois tipos: a que consiste na retirada das glândulas sudoríparas e a secção do nervo (localizado na coluna) que leva a mensagem do cérebro para a glândula. A primeira técnica é interessante, mas não indico para todos os casos. Recomendo-a para a área axilar. Faz-se um mini-corte na região, introduz-se uma lâmina afiada e raspa-se o local, removendo as glândulas. Nas mãos e pés, essa raspagem pode afetar a enervação local e comprometer a sensibilidade.

Para as regiões palmares e plantares, costuma-se fazer a cirurgia de secção. Interrompendo o nervo que leva os estímulos cerebrais para as glândulas sudoríparas, o suor é inibido. 0 problema é que tal bloqueio pode ser radical e, sem hidratação, as mãos e pés podem ficar ressecados.

Outra opção de tratamento é o uso da toxina botulínica, uma substância derivada de uma bactéria, utilizada como medicação em vários tipos de doença, e até para fins estéticos. Essa toxina bloqueia a ação da acetilcolina, necessária para a sudorese. Ela é aplicada com agulha, ponto-a-ponto, em toda a região das mãos e dos pés e, se for o caso, nas axilas.

Com o bloqueio da acetilcolina, há uma suspensão de cerca de 80% da sudorese nos locais onde a toxina é aplicada, sem causar nenhum efeito colateral, uma vez que a pessoa continua suando no restante do corpo. Na realidade, o tratamento inibe o excesso de suor que prejudica a pessoa, inclusive, em situações sociais.

Dra Denise Steiner é dermatologista
e.mail: clinica.stockli@sti.com.br

Boas Práticas por Teresa F. S. Rebello

Qualidade do Ar Ambiente

Água, ar, embalagens etc, e quantos elementos venham a interferir na fabricação, devem ser submetidos a um rígido controle microbiológico", (Ref.: Controle de la Calidad durante la Fabricacion de Productos Farmacéuticos y Cosméticos, D. R. Devesa, A. N. Medina, Ediciones Castilla, Madrid, 1976).

Um ano antes dessa publicação, alguns fabricantes de produtos cosméticos já tinham, em sua rotina de laboratório, o controle microbiológico das áreas de produção. Em nossas apresentações, sobre o controle microbiológico aplicado a indústria cosmética, temos sempre abordado a necessidade de estar informados sobre as condições ambientais em que ocorrem a pesagem e a fabricação de nossos produtos. Nessas ocasiões é freqüente a pergunta: "Que parâmetros devem ser adotados já que essas áreas não necessitam ser estéreis?"

Em não havendo, até então, regulamentação oficial, o microbiologista adotaria limites quanto a população microbiana, levando em conta o rigor de seus controles relativos as BPF e C, por conseguinte, suas especificações para produtos acabados.

A Resolução nº 176 veio, em parte, suprir esta necessidade. Em parte porque ela "estabelece Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes de uso público e coletivo, climatizados artificialmente". Também é certo que as considerações da publicação dessa resolução priorizam a saúde, a segurança, o bem-estar e o conforto dos usuários de ambientes climatizados. Podemos, entretanto, transferir essas considerações para a qualidade do produto.

No setor produtivo, a palavra "qualidade" abrange produtos eficazes e seguros em sua utilização. Estas duas características da qualidade podem ser anuladas com uma contaminação microbiana, prejudicando assim o consumidor.

Concluímos, então, que mesmo ambientes não climatizados, mas que, de alguma forma, possam interferir na qualidade microbiológica dos produtos fabricados, devem ser controlados a partir de um programa de controle. Um estudo realizado pela indústria aeroespacial dos Estados Unidos, sobre interferências na qualidade de produtos, devido ao grande número de partículas em suspensão no ar ambiente, trouxe, como conclusão, que a movimentação das pessoas era a grande responsável por alterações nos resultados esperados.

Sabemos que a pele, nosso maior órgão, é recoberto por um tecido que se renova continuamente, através da descamação da capa córnea. Sabemos, também, que sobre a pele encontra-se uma flora residente, que passa a fazer parte dos microrganismos encontrados no ar, além daqueles que chegam as áreas de trabalho através da poeira e outros meios. Vários estudos sobre esse assunto foram publicados e, em uma avaliação deles, chegamos à conclusão de que devemos levá-los em conta no momento de definir o lay-out das salas de produção, assim como o fluxograma dessas operações.

A Resolução nº 167 estabelece os padrões de contaminação biológica e química, além de parâmetros físicos do ar interior. Como padrão biológico, tal Resolução refere-se a quantidade máxima de fungos não patogênicos permitidos, 750 UFC/m3, sendo inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxígenos. A relação I/E (quantidade de fungos no ambiente interno e externo) deve ser igual a 1,5. Quando esses valores ultrapassam os limites, é necessário fazer um diagnóstico das fontes de contaminação para uma intervenção corretiva."

Embora não estabeleça limites para bactérias, a Resolução nº176 fornece, no item V – Fontes Poluentes, uma relação das principais fontes de contaminação dos ambientes por bactérias e as respectivas medidas de correção. No item VI – Avaliação e Controle, recomenda que sejam adotadas as Normas Técnicas referentes a Amostradores de Ar, meios de cultura utilizados, estratégia de amostragem etc.

Acreditamos que o equipamento de amostragem recomendado possa ser substituído por outros métodos, desde que sejam validados.

Existe uma referência no Suplemento da USP 23, sobre Controle Ambiental, que estabelece comparação dos resultados obtidos quanto ao número de microrganismos, quer por exposição de placas com meios de cultura (UFC/tempo de exposição), como também com outros equipamentos mostradores de volume (UFC/m3).

Tereza F. S. Rebello é farmacêutica bioquímica.
E-mail: methodus®methoduseventos.com.br

Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

O Objetivo Continua II

Estamos repetindo o título da coluna publicada na edição passada, pois era nossa esperança que na reunião, seguinte aquela publicação,realizada nos dias 20-22 de novembro em Brasília, o consenso fosse obtido quanto aos itens restantes e ainda pendentes.

Desafortunadamente, a reunião não avançou, pois, além da já costumeira ausência das representações, oficial e privada, do Paraguai, as pendências referentes as matérias-primas foram postergadas e o item terceirização somente foi abordado de forma superficial.

De positivo, ocorreu a definição da lista das substâncias de uso proibido, composta pelas seguintes: 4-etóxi-mfenilenodiamina e seus sais; catecol (pirocatecol); coal tars cru e refinado; e propelentes cloro- fluor-carbonados.

Enquanto outras mencionadas a seguir tiveram a decisão quanto ao seu banimento postergada para a próxima reunião: sais de colina e seus ésteres; pilocarpina e seus sais; pilocarpus jaborandi holmes e suas preparações galênicas; 2-amino-4-nitrofenol; 2-amino-5-nitrofenol; ergocalciferol e colecalciferol (vitaminas D2 e D3); pirogalol; derivados do tecido da cabeça, cordão espinhal e olhos de bovinos, ovinos e caprinos; 1.1.3.3.5-pentametil-4-6-dinitroindane (moskene); 5-terc-butil-l.2.3-trimetil-4-6-dinitrobenzeno (musk tibetene).

A delegação brasileira apresentou, ainda, documentação para tentar manter a permissão de uso da hidroquinona.

Quanto à rotulagem, foi proposta pela delegação brasileira a inclusão do termo "Geral" no título do Regulamento, havendo consenso quanto a denominação: Regulamento Técnico Sobre Rotulagem Obrigatória Geral para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Na reunião também foram alteradas as seguintes definições:
Titular de Registro - pessoa jurídica que possui registro de um produto.
Elaborador/fabricante - empresa que possui instalações e planta para realizar as operações técnicas necessárias à obtenção de um produto de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
Importador - pessoa jurídica responsável pela introdução de produtos estrangeiros em um país.

Finalmente, foram harmonizadas as listas de Substâncias de Ação Conservante e a de Filtros Solares.

Quanto à unificação dos documentos e informações referentes ao tópico Requisitos para Registro de Produtos Cosméticos Mercosul e Extra Zona, para Habilitação de Empresas Representantes Titulares do Registro no Estado. Parte Receptor e Importadores, neste item estão incluídas informações que deverão estar em poder da empresa e as que deverão ser submetidas aos órgãos sanitários competentes quando da notificação/registro.

Definidas as listas das substâncias de uso proibido e alteradas algumas definições.

A proposta brasileira é muito semelhante às normas da União Européia e, também, está muito próxima daquela apresentada pela delegação argentina, ficando, portanto, ambas as delegações encarregadas de preparar uma proposta única a ser apresentada na próxima reunião.

A dificuldade existente, quanto ao item composição e prazo de validade, permanece sem solução. Salvo melhor juízo, acreditamos, por um bom tempo.

Como anteriormente mencionado, a utilização da nomenclatura INCI já foi acordada como adicional à nomenclatura constante das listas Positiva e Restritiva.

A delegação brasileira continua envidando esforços para conseguir anuência do Ministério da Justiça quanto a utilização da nomenclatura INCI, sem confrontar com o Código de Defesa do Consumidor.

Quanto ao prazo de validade, a Argentina permanece com a proposta de somente indicar a validade para produtos com prazo inferior a trinta meses, o que contraria as legislações dos demais países.

Permanece a expectativa de que, na próxima reunião a ser realizada em Assunção, no Paraguai, a delegação paraguaia esteja presente (?) e que os trabalhos a serem apresentados sejam realmente de consenso.

Como se diz no popular, "a esperança é a última que morre".

Carlos Alberto Trevisan é consultor independente e diretor da Carlos & Trevisan Consultoria.
E-mail: trevisan@dialdata.com.br

Novos Produtos