ABC 25 anos,uma história de trabalho e credibilidade

Edicao Atual - ABC 25 anos,uma história de trabalho e credibilidade

Editorial

 Se as mudanças econômicas em curso no Brasil têm criado novas situações nas áreas de consumo e emprego, que dirá na industria do entretenimento. Nos últimos dias, comunicadores, economistas, sociólogos e educadores discutem o fenômeno da “mídia em massa” e a transformação que está ocorrendo na indústria cultural brasileira. Fruto dessa sociedade emergente, com enorme adesão a TV, está o apresentador Carlos Roberto Massa, O Ratinho, que, com seu assistencialismo sensacionalista , linguagem grosseira e boa dose de carisma pessoal, tornou-se a atual sensação do vídeo. Infelizmente, não há como explicar o gosto popular. Hoje, a qualidade perdeu para a audiência e a televisão está se tornando um circo de horrores. E o pior é que não se sabe onde tudo isso vai parar...

 

Nesta Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) estamos trazendo novidades em cosméticos de tratamento e estudo da pele. A Dra. Maria Fernanda Guedes Bahia explica a evolução dos cosméticos baseando-se em cinco praticas correspondentes à manutenção morfofisiológica da pele. Além disso, estamos trazendo artigos que abordam a renovação do estrato córneo da pele envelhecida, as diversas alterações metabólicas da epiderme, que mantêm a permeabilidade da barreira da pele e restauram seu rompimento, e as possíveis causas do envelhecimento precoce induzido pelo tabagismo.

 

E para terminar, destacamos a especial desta edição que traz a história de 25 anos de trabalho da Associação Brasileira de Cosmetologia – ABC. Em ritmo de nostalgia, a matéria é uma homenagem aos fundadores, parceiros e associados da entidade.

 

Boa leitura!  

Multifuncionalidade dos Produtos Cosméticos - Dra. Maria Fernanda Guedes Bahia Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia do Porto, Porto, Portugal

A evolução dos cosméticos em cosmecêuticos

Baseando-se em cinco práticas correspondentes a manutenção morfofisiológica da pele: higiene, hidratação, proteção,reforço e estimulação,a autora descreve os diversos produtos cosméticos disponíveis no mercado e os mecanismos de ação dos mesmos.

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Danos Cutâneos devido ao Fumo - Dr. Yung-Hian Leow - Centro Nacional de Cuidados com a Pele, Singapura Dr. Howard I. Maibach Departamento de Dermatologia da Universidade da Califórnia, San Francisco, Estados Unidos

As Possíveis causas do envelhecimento precoce induzido pelo tabagismo

Este artigo reestuda a evidência experimental das lesões à pele causadas pelo tabagismo. Ele também discute alguns possíveis mecanismos adjacentes aos efeitos deletérios do tabagismo, como a redução do fluxo sanguíneo (vasoconstrição) e da tensão de oxigenação dos tecidos (hipoxia).

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Renovação do Estrato Córneo na Pele Envelhecida - P. Morganti Laboratórios MAVI e Departamento de Dermatologia, Universidade de Nápoles, Itália C. Bruno Departamento de Fisiologia Geral, Universidade de Urbino, Itália S. D. Randazzo Departamento de Dermatologia Experiment

O efeito do lactato de amônia/aminoácido tópico

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Homeostase da Permeabilidade da Barreira: Seu Fundamento Bioquímico e Regras - Dr. Kenneth R. Feingold Serviço Médico e Dermatólogico Centro Médico do Departamento de Assuntos de Ex-Combatentes, San Francisco, CA, Estados Unidos

Mensgens Iônicas que ocorrem com o rompimento da barreira provocam a elevação da síntese de lipídios e do DNA, necessária à auto-preservação de permeabilidade da barreira na epiderme

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

Expectativas de Solução

O Bóticario, São José dos Pinhais, PR, Brasil

Como mencionado nesta coluna, na edição assada, as expectativas para a próxima reunião de Mercosul, em março, estão voltadas para a possibilidade de acordo sobre vários temas de vital importância para a harmonização de nosso setor.

Entre os temas que estão em discussão podemos destacar a atualização das listas de antimicrobianos, corantes, filtros solares, uso restrito e negativa, critérios de testes por tipo de produto para efeito de registro, finalização dos requisitos mínimos para o texto de rotulagem e, se possível, avançar quanto a classificação de tipos de produto.

As dificuldades, para que tal não aconteça, já foram mencionadas e explicitadas várias vezes e, não poderíamos aqui relatar pois ocupariam várias páginas.

Sempre temos mencionado e ressaltado, que a participação nas reuniões deve ser pautada pela ética e pela premissa de imparcialidade e isenção de ânimos, pois as decisões tomadas afetam de maneira direta os quatro países e o respectivo segmento.

Muitas vezes é melhor não votar, de início, a harmonização se os participantes julgarem que as informações disponíveis no momento não são completas quanto à realidade existente em seus países, ou que talvez mereçam melhor análise por parte de suas representações oficiais e privadas.

A efetiva disposição para a negociação aberta e sincera talvez seja a melhor forma de se obter a harmonização, pois sempre que não se apresentem argumentos claros e objetivos,
a tendência é contemporizar e "empurrar" para a próxima reunião.

Muitas vezes os representantes da delegação oficial não possuem autonomia de decisão e necessitam consultar o chefe da delegação, outras vezes a delegação privada não se harmonizou previamente com a respectiva delegação oficial, o que causa grande mal-estar durante as reuniões.


Para nossa felicidade, as delegações oficial e privada do Brasil sempre comparecem as reuniões perfeitamente acordadas quanto aos assuntos a serem tratados.

Outro fato que em muito tem contribuído nos últimos tempos, para a coesão da delegação brasileira, é a manutenção dos componentes da delegação oficial com participação bastante ativa, ao contrário do que ocorria anteriormente a cada reunião, quando havia intenso rodízio entre seus membros.

Outra iniciativa de grande resultado, habitual durante algum tempo no passado, e recentemente retomada, foi a realização de reuniões entre associações representativas da iniciativa privada dos quatro Estados-parte denominada de "Coimprocos" (Comissão do Setor Privado do Mercosul).

A Coimprocos possibilita que possíveis conflitos de caráter eminentemente privado, os quais, se levados a mesa de negociações, poderiam provocar discussões, sejam previamente examinados e, se possível, harmonizados, e o que resulta em grande economia de tempo e esforços.

Finalizando, esperamos que quando de nosso próximo contato, as expectativas acima mencionadas tenham sido efetivamente atingidas e, portanto, os esforços a serem dispendidos para a próxima reunião, possam ser dirigidos aos demais temas ainda pendentes para, assim, poder atingir a tão sonhada covalidação.

CARLOS ALBERTO TREVISAN É ENGENHEIRO QUÍMICO, GERENTE DE SUPORTE LEGAL DO BOTICÁRIO. MEMBRO DO SGT-3 (SUB GRUPO DE TRABALHO) DO MERCOSUL, E MEMBRO DO CONSELHO FISCAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COSMETOLOGIA (ABC)

A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Lia A. V. Cunha

Falhas da Qualidade

BR Assessoria em Qualidade, São Paulo SP. Brasil

O programa de estabilização da moeda trouxe para as empresas grande vantagem na visualização mais fácil de todos os valores, tirou, porém, a possibilidade de alteração aleatória de seus preços que, no passado era uma ferramenta que podia ser usada para o acerto da rentabilidade. A grande pressão sobre os preços, seja pelos compradores ou pela facilidade de importação, exige das empresas uma melhoria em suas estruturas.

Não sabendo ao certo por onde iniciar, muitas se decidem por um programa da qualidade. Já tratamos da implantação de programas da qualidade em nossas colunas anteriores. Muitas empresas decidem pela realização de uma pesquisa de clima e cultura, na tentativa de encontrar os motivos das dificuldades enfrentadas. Porém, apenas a pesquisa de clima e cultura não dá as respostas adequadas. Nas organizações existe de 13 a 15 áreas de preocupação que deveriam ser pesquisadas e, para serem bem feitas, estas pesquisas deverão envolver toda a população.

Deverá ser medido o alinhamento de todas as áreas em relação às necessidades dos clientes internos e externos, incluindo também a rentabilidade, fundamental para a perpetuação da organização. Dentre as áreas de preocupação mencionamos as seguintes:

1. Como as pessoas da empresa vêem a sua orientação para o mercado, qual é a velocidade com que identifica novas necessidades dos seus clientes específicos;

2. Missão, visão e estratégia são conhecidas e praticadas de forma homogênea e correta

3. A cultura da organização está adequadamente alinhada com seu direcionamento. A cultura está coerente e dá o necessário suporte às políticas e metas.

4. Os colaboradores tem conhecimento exato do que deles se espera? Há um acompanhamento adequado das performances?

5. Como estão as práticas de liderança dos gestores em todos os níveis, como são as comunicações e qual é a qualidade dos suportes proporcionados.

6. Como está sendo avaliada a performance da entrega do serviço?

7. Os serviços são consistentes, há atendimento adequado em termos de pré-venda, venda, produto e serviços pós-venda?

8. Como é o clima na organização, há cooperação, há entendimentos claros e abertos?

9. As políticas de pessoal são adequadas, as condições gerais de trabalho são aceitáveis, a justiça no sistema de remuneração é compreendida por todos.

10. A empresa apresenta para seus clientes o nível de inovação necessário, há uma evolução constante da diferenciação dos produtos para manter a organização sempre à frente de seus concorrentes?

11. Quais são os sistemas utilizados pela empresa para monitorar os ambientes externos: mercado de trabalho, mercado concorrente e de importação, legislação em geral, tendências internacionais?

12. Como é que a organização gerencia, analisa e divulga os resultados globais, participação de mercado, lucratividade, índices de endividamento, índices de perdas nas diversas areas?

13. De que forma estes resultados provém ou são transmitidos para as áreas responsáveis pelo seu gerenciamento?

14. Os sistemas de gestão ambiental e da qualidade são efetivos?

Apenas pesquisas completas e validadas apresentam resultados confiáveis, caso contrário, haverá como resultado diagnósticos falsos que resultam em remédios errados.

FRIEDRICH REUSS É BACHAREL LICENCIADO EM QUÍMICA E ESPECIALISTA EM GESTÃO DA QUALIDADE. É TITULAR DA BR ASSESSORIA EM QUALIDADE.
MARIA LIA A.V. CUNHA E PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM GESTÃO DE PESSOAS

Marketing por Sergio J. Cides

Marketing de Serviços II

Consultor de Empresas, São Paulo SP, Brasil

Na edição passada sugerimos um caminho estratégico para quem vende serviços de terceirização: manter os atuais clientes; crescer dentro dos atuais clientes; recuperar ex-clientes e buscar novos clientes.

A busca de novos clientes é a etapa mais difícil desse caminho. Como toda a abordagem de marketing, há necessidade de um planejamento acurado. Em primeiro lugar, devemos saber o que é que uma empresa está querendo, exatamente, quando toma a decisão de contratar um prestador de serviços. É uma fase em que se deve ouvir e perguntar muito, e procurar traçar um perfil da empresa contratante: sua personalidade, a personalidade da pessoa responsável pela contratação dos serviços e da pessoa que irá avaliar o desempenho da empresa contratada.

O segundo passo é adequar a nossa proposta de trabalho aos anseios do futuro cliente e à personalidade da empresa. A fase final é dizer ao futuro cliente que somos, pelo menos, tudo aquilo que ele espera de um prestador de serviços.

Normalmente, uma empresa que está contratando serviços terceirizados está "querendo um parceiro" que entenda profundamente qual é o problema, e que se porte como um aliado para ajudar a resolve-lo, apresentando sugestões de melhorias, e não como um corpo estranho, mal encaixado na estrutura. 0 conhecimento da personalidade da empresa contratante é fundamental para que esse entrosamento ocorra o mais depressa possível.

Na busca desse parceiro, "a capacitação técnica" é uma condição fundamental para a escolha. Para comprovar tal qualidade, o prestador de serviços deve munir-se de referências de empresas-clientes, de mesmo porte e de ramo semelhante ao do futuro cliente.

O "cumprimento de prazos" contratuais é outro ponto que deve ser comprovado por referências e enfatizado na apresentação da proposta. Com o uso de técnicas de kanban, just-in time e outras, o cumprimento de prazos passou a ser ponto fundamental no relacionamento cliente/fornecedor.

Um assunto delicadíssimo, especialmente no ramo de cosméticos e afins, é a "confidencialidade" com que são tratados os problemas dos clientes. Ao fazer a apresentação de sua proposta, e ao citar seus atuais clientes, abstenha-se de comentários e julgamentos que possam dar a impressão de "vazamento" de informações: a simples descrição detalhada de, digamos, uma instalação elétrica ou de uma alteração de embalagem, realizada para um concorrente, pode ser um importante dado para revelar algum segredo de fabricação.

E, por último, mas não menos importante, deixe claro que, para ser aquele parceiro dos sonhos do contratante, sua empresa precisa "compreender perfeitamente o problema" e, para isso, irá estar em contato constante, participando do planejamento e querendo objetivos claros. Objetivos de qualidade, prazos,tipo de mão de obra, especificação de materiais e outros, de acordo com as características do serviços que está sendo discutido. Para exercer plenamente o papel de parceiro, o prestador de serviços precisa saber de que maneira o serviço que esta sendo contratado irá ligar-se ao restante da empresa. Isto é, se estiver embalando um produto, como é que essa embalagem será usada pelo cliente, depois de que eu a entregar a ele. Será rotulada? Colocada em caixa de papelão? Diretamente armazenada? Conhecendo esses detalhes é que você poderá sugerir alterações visando a facilidade da continuação do processo. É o que se espera de um bom parceiro.

Olhados do outro lado do balcão, isto é, de quem contrata serviços de terceiros, estes conselhos podem servir como uma espécie de guia para a seleção de prestadores de serviços. Mas, essas qualidades, embora necessárias a um prestador de serviços, não são suficientes para a decisão do contratante.

Todas essas considerações, de parte a parte, devem ser feitas, é óbvio, depois de se verificar que os "custos" da contratação de serviços de terceiros compensam aqueles que a contratante está tendo ao realizar, ela mesma, tais serviços. E a empresa prestadora de serviços somente deve aceitar "honorários" que lhe permitam oferecer serviços com a qualidade que irá satisfazer a expectativa do contratante.

Sem essa satisfação de custos x honorários não há parceria que resista pois, por mais velho que seja o ditado, ele continua válido: 0 barato sai caro.

SERGIO J.CIDES É ADMINISTRADOR DE EMPRESAS FORMADO PELA PUC-SP, CONSULTOR DE EMPRESAS E AUTOR DO LIVRO “ INTRODUÇÃO AO MARKETING PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.

Atualidades Técnicas por Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho

Cosméticos de Tratamento

Faculdade de Ciências farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, Ribeião Preto SP, Brasil

A habilidade dos alfa-hidróxi-ácidos (AHA) em agir sobre as rugas, aumentando especialmente a velocidade de renovação celular parece estar estritamente correlacionada ao efeito plastificante e, de certa forma, ao grau de irritação.

Soluções de aminoácidos usadas para proporcionar o tamponamento dos AHA podem reduzir a sensação de pruridos e de queimaduras causadas pela aplicação dos AHA e, ao mesmo tempo, aumentar a penetração e manter a atividade antienvelhecimento.

Os aminoácidos usados para esta finalidade (gelatina - glicina enriquecidos com arginina) reduzem acentuadamente os efeitos irritantes e potencializam a atividade antienvelhecimento.

Consequentemente a ação dos AHA sobre as manchas de senescência, assim como o controle dos radicais livres, é aumentada.1

A neoagarobiose, um dissacarídeo, apresenta higroscopicidade superior ao glicerol e mesmo ao ácido hialurônico, considerados típicos umectantes. Apresenta baixa toxicidade e também, capacidade de branqueamento de células de melanomas. Como tal, é considerada um raro exemplo de agente umectante com capacidade branqueadora 2

A composição cosmética para o tratamento da pele, contendo cerca de 50-99,5% como veículo para aplicação tópica, pode conter também 0,5-20,0% de inibidores da elastase/colagenase, 0-10,0% de umectantes e até 5,0% de perfume.3

O inibidor da colagenase/elastase é selecionado a partir de substâncias como peptil-carbamato, peptil-tiocarbamato, hidroxamato, cefalosporina, sais sulfonados ou misturas destas.

Exemplo deste produto, indicado para aplicação na área dos olhos consiste de:

Hidroxietilcelulose 0,5-1,0%
Sorbitol 3,0-5,0
Polissorbato-80 1,5-3,5
Dimeticone 0,5-1,0
Propileno glicol 1,0-2,0
Diazolidinil uréia 0,2-0,5
Propil parabeno 0,1-0,2
Inibidor colagenase/elastase 5,0-20,0

Produtos cosméticos com capacidade de umectação e limpeza da pele, podem apresentar em sua composição o lactilato de acila em associação com hidrolisados de colágeno.4 Segundo os autores os limites de concentração das matérias primas sao:

Lactilato de acila 1-40%
Hidrolisados de colágeno
(produtos de condensação com
ácidos graxos derivado do coco) 5-20
Hidrolisados de colágeno 2-10

Além destas matérias-primas, outras como sulfato de alquila, sulfossuccinato de alquila, fosfato de monoalquila e/ou alquil poliglicosídeo podem fazer parte da formulação. Aplicados à pele são capazes de promover a umectação e limpeza.

Produtos cosméticos e especialmente tônicos capilares contendo flavonóides naturais do própolis, resinas e gomas como ingredientes naturais são indicados para o tratamento da pele e anexos.5

A formulação de um tônico capilar pode conter:

Alcool etílico 55,0%
Eter oleilíco polioxietilenado 2,0
Tintura de própolis 0,05

e glicerina como umectante, apresenta propriedades anticaspas.

A vitamina A ou derivados são empregados em preparações tópicas para a proteção da pele contra a ação dos raios ultravioleta.6

Os derivados assim como a própria vitamina A atuam como ativadores e reparadores da função cutânea nos casos de pele danificada. A formulação de uma loção aquosa contendo acetato de retinila, 2,2-di-hidróxi-4-metoxibenzofenona, monoglicerídeo de ácido esteárico e outros, é aplicada em voluntários prevenindo contra a ação prejudicial da radiação ultravioleta.

Inibidores da hialuronidase obtidos de algas verde, vermelha ou marrom podem ser empregados em formulações de cosméticos para evitar a aspereza e envelhecimento cutâneos7. A formulação a seguir é citada como exemplo:

Extrato de algas 0,20%
1,3-Butileno glicol 3,0
Acido cítrico 0,02
Citrato de sódio 0,05
Etanol 18,0
Metil parabeno 0,10
Perfumes qs
Água purificada qs 100,0

A associação de esteróis ou de seus metabólitos precursores com ubiquinonas e/ou plastiquinomas apresentam efeito restaurador de longa duração sobre a pele envelhecida e danificada pela exposição à radiação solar8. Um creme para a pele na forma de emulsão A/O e composta por:

PEG-l oleostearato de
glicerila/cera de parafina 8,0 partes
Vaselina 2,8
Cera de parafina/parafina 1,8
Parafina líquida 11,5
Ceresina 2,20
Octil dodecanol 10,0
Colesterol 0,40
Coenzima Q9" 0,20
Coenzima Q10 0,20
Propileno glicol 1,0
Glicerina 1,0
MgS04 0,7
Perfume, preservante,
establiizante qs
Água 59,4

A irritação da pele - pele seca, pruridos, psoríases, neurodermites, pode ser aliviada com aplicação de microemulsão à base de piritionato de zinco9. 0 produto pode ser aplicado na forma de spray, podendo conter além do piritionato de zinco, glucanas e D-pantenol. A formulação pode conter:

Piritionato de zinco 0,20%
Glucana hidrossolúvel 0,16
D-pantenol 2,0
Tween 80 4,0
Pluronic PE/L31 6,0
Álcool isopropílico 19,8
Dimetil isosorbídeo 10,0
Propileno glicol 10,04
Álcool etílico 0,80
Água 46,64

O clareamento da pele pode ser obtido com a aplicação de produtos contendo (A) panteteína-S-ácido sulfônico ou derivados, dicloroacetato de di-isopropilamina e/ou ,ácido g-aminobutírico ou derivados e (B) tensoativos não-iônicos com EHL > 16. Os produtos cosméticos - contendo derivado de cálcio da panteteína- S-ácido sulfônico (0,1 %), dicloroacetato de diisopropilamina (0,1 %), monolaurato de sorbitano polioxietilenado (0,5%) promovem o turn-over das células da camada córnea e atividade inibidora da tirosinase.

A pectina, respectivos hidrolisados e/ou sais fisilógicamente aceitáveis são empregados em cosméticos para o clareamento da pele inibindo a formação de melanina. 11

A pectina (1kg) tratada com pectinase produz 123 g de pectinase, sendo 30 g de ácido galacturônico e ácidos oligogalacturônico (dimêro 11,0 g, trimêro 8,0 g, tetramêro 5,0 g, pentamêro 7,0 g, hexamêro 5.0 g, heptamêro 4,0 g e octamêro 3,0 g) foram purificados. 0 ácido galacturônico (a 0,0 1%) inibe a formação de melanina em células de melanoma B 16, não apresentando citotoxicidade.

Produtos cosméticos e farmacêuticos contendo tripeptídeos são indicados para o tratamento de inflamação cutânea.12 Acetil-d-lis-d-pro-d-val-NH2 inibe a formação da PG2 em células papilares em teste in vitro na proporção de 78%. A concentração recomendada do tripeptídeo em loções cosméticas e de 12,5 x 10º associado à 2,4-diaminopirimidina-3- oxido (0,75), etanol (30g)fragrâncias, corantes e água destilada (qs lOOg).

Bibliografia

1. Morganti P, Randazzo SD, Fabrizi G, Bruno C. Decreasing the stinging capacity and improving the antiaging of AHAs. J Appl Cosmetol 14(3):79-91, 1996.
2. Kobayashi R, Takisaka M, Suzuki T, Kirimura K, Usami S. Neoagabirose as a novel moisturizer with whitening effect. Biosci Bitechnol Biochem 61(1):162-163, 1997.
3. Mohammadi F, Nosek D. Antiaging cosmetics containing elastase/colagenase inhibitors and moisturizing. US Patent n° 5614489, 25 maio 1995.
4. Doki K, Totani E. Cosmetics oleansers containing acyl lactylate and collagen hydrolyzates. Patente Japonesa n° 959694, 18 de agosto de 1995.
5. Hirahara T. Cosmetics containing propolis -containing compositions. Patente Japonesa n° 967243, 31 de agosto de 1995.
6. Murayama A, Tanaka S. Topical preparations containing vitamin A or its derivatives for skin protection against UV damage. Patente Japonesa n° 8245362, 8 de março de 1995.
7. Ehata S, Takita Y, Myahara T. Rough skin-preventing and antiaging cosmetics containing hyaluronidase inhibitor from algae. Patente Japonesa n° 967266, 22 de junho de 1995.
8. Hoppe U, Staeb F, Sauermann G. Skin care composition for aging skin. Patente Alemã n° 19537027, 5 de outubro de 1995.
9. Krainbring V, Faber W. Microemulsion containing zinc pyrithione for treatment of skin irritation. Patente Alemã n° 19537509, 27 de setembro de 1993.
10. Hasunuma K, Hanaoka S. Skin-lightening cosmetics. Patente Japonesa n° 959142, 25 de agosto de 1995.
11. Nakanishi N, Yoshida M. Skin-lightening cosmetics containing pectin (drydrolyzates). Patente Japonesa n° 967229, 30 de agosto de 1995.
12. Make Y, Buan B. Pharmaceutical and cosmetic compositions containing a tripeptide for thr treatment of inflamations. Patente Europeia n° 764444, 19 de setembro de 1995.


PROF. DR. PEDRO ALVES DA ROCHA FILHO , FARMACÊUTICO BIOQUÍMICO INDUSTRIAL, PROFESSOR DE TECNOLOGIA EM COSMÉSTICOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE
RIBEIRÃO PRETO, SP

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Vitiligo

Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí SP, Brasil

O vitiligo é uma dermatose de origem desconhecida que acomete cerca de 0,5 a 4% da população, caracterizando-se por manchas acrômicas de tamanhos variados comprometendo toda pele e causando sérios prejuízos estéticos e emocionais.

Não é considerado uma doença genética pois estudos atuais demonstram que somente 20% dos indivíduos desta população referem casos familiares, o que é mais consistente com uma herança poligênica (vários genes envolvidos). Também é considerado uma doença auto-imune embasada na sua associação com doenças de tireóide, diabete e alopecia, e também no encontro de auto-anticorpos circulantes.

A pele despigmentada apresenta alterações autonômicas relacionadas ao sistema nervoso central inclusive com diminuição das células de Merckel.

Os locais das manchas também têm comportamento diferente em relação a inflamação, pois apresentam dermatite de contato e estão livres de alterações como dermatite herpetiforme e atopia.

O mecanismo destas alterações na resposta inflamatória não é conhecida, podendo ser explicada pela produção inadequada da molécula intracelular de adesão ICAM-7, que é necessária para atrair e manter os linfócitos durante a resposta inflamatória.

Observa-se então que a patogenese do vitiligo ainda está longe de ser esclarecida e que, provavelmente, também não exista somente um tipo clínico do mesmo. Sabe-se que no local da despigmentação o malanócito desaparece, mas não há comprovação se o mesmo é destruído ou fica inativo e sem capacidade de formação da melanina.

Vários trabalhos tentam esclarecer o papel dos auto-anticorpos encontrados em maior quantidade no soro de pacientes com vitiligo. No entanto, não está comprovado o seu efeito citotóxico para o melanócito, ou se seu aparecimento é um fator secundário.

Teorias da via bioquímica tentam explicar a despigmentação atravé de um defeito na atividade da enzima 4-alfa-hydroxy- tetrahydrobiopterin-dehydratase. Esta teoria está sustentada pela fluorescência que ocorre na pele do paciente com vitiligo quando examinado pela lâmpada de Wood. A fluorescência ocorrerá pela quantidade excessiva de 7-tetrahydrobiopterin que inibiria a hidroxilase fenilalanina e consequentemente a formação de L-tirosina, necessária à produção de melanina. Este desvio metabólico também é responsável pela produção excessiva de catecolaminas pelos queratinócitos. Estas, por sua vez podem estar envolvidas na agressão e destruição dos melanócitos.

Estudos atuais demonstram aspectos relevantes associados à fatores da dieta. Quando comparados com a população normal, pacientes com vitiligo demonstram níveis mais baixos de ácido fólico, vitamina B 12 e vitamina C.

Embasada nesta avaliação, alguns grupos de pacientes de vitiligo foram tratados com a suplementação destas vitaminas com grande sucesso. Também vale enfatizar que existem tipos clínicos diferentes do vitiligo. A literatura hoje, já faz distinção entre o chamado vitiligo vulgar (A) e 0 vitiligo segmentar (B). No caso do primeiro, as manchas são generalizadas, múltiplas, simétricas, havendo maior associação com doenças auto-imunes e nevo halo, no caso do vitiligo segmentar, a lesão em geral é única, segundo trajeto de um dermátomo, sem associação com doenças auto-imunes. Vários tratamentos são preconizados para o vitiligo, sempre embasados no seu tipo clínico e também extensão da doença.

Em casos iniciais com poucas manchas e principalmente em crianças, podem ser usados corticóides tópicos aplicados 1-2 vezes por dia com acompanhamento mensal. 0 tratamento mais utilizado e com resultados mais consistentes é aquele que utiliza os psoralênicos tópicos ou sitêmicos mais a luz ultravioleta A ou o sol. Esta substância quando aplicada topicamente ou usada por via sistêmica estimula a migração dos melanócitos das áreas limites das manchas para o centro promovendo o seu preenchimento.

O mecanismo de ação dos psoralênicos resulta da provocação de inflamação, indução da melanogênese através do aumento de melanócitos e também do aumento do número e da transferência dos melanossomas para os queratinócitos. Tambem presume-se que, através do PUV A aumente-se a população de linfácitos supressores e, assim, haja diminuição da destruição dos melanócitos.

No caso do tratamento tópico, utilizam-se formulações em gel ou creme com psoralênicos em doses de 0,001 a 1% aplicadas nas manchas duas vezes por semana seguido de radiação ultra-violeta A, progressiva por período de 4-6 meses.

Na medicação sistêmica, o psoralênico ingerido na dose de 0,5-0,8 mg/kg, duas vezes por semana, duas horas antes da exposição gradual de ultra-violeta A. Também tem sido utilizados técnicas cirúrgicas para tentar transplantar áreas com melanócitos funcionantes para áreas despigmentadas. Tratamento sistêmico e tópico de fenilalanina também tem sido preconizado em trabalhos científicos porém sem uma explicação exata do mecanismos de ação.

Quando ingerida a fenialalanina deve seguir dose 50mg/kg/dia e no creme ou gel de uso tópico 10% de concentração.

O vitiligo é doença prevalente, inestética, causadora de distúrbios na área psicossocial. A pesquisa ainda é insuficiente e de pequeno porte caminhando muito lentamente em relação a expectativa do médico e principalmente do indivíduo acometido.

DRA. DENISE STEINER É DERMATOLOGISTA, DOUTORADA PELA UNICAMP. PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE DERMATOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ E DIRETORA DA CLÍNICA STOCKLI EM SÃO PAULO SP.

Boas Práticas por Tereza Rabello

Registros: Uma Ferramenta Importante

Consultora Técnica, Florianópolis SC, Brasil

A realização de qualquer trabalho ou abordagem de qualquer tema sempre é marcada por um início-meio-fim. Não é diferente quando tratamos das boas práticas de fabricação. Deixando para mais adiante o "miolo" desse assunto, mais substancial e mais específico, vamos aqui pegar as duas pontas: o início e o fim.

Todo início, é claro, começa pela conceituação e o objetivo do tema em questão. Na busca de uma definição para BPF, sempre encontramos o conceito: " É o conjunto de normas de procedimentos que padroniza métodos de fabricação e controle de qualidade. Seu objetivo principal é a qualidade". Aqui o termo qualidade, é claro, abrange também a segurança e eficácia dos produtos fabricados.

Porém, sempre que nos referimos a esse conceito, introduzimos uma pequena modificação que, sob o ponto de vista prático, pode trazer grandes modificações. Para nós, BPF é um conjunto de ações tendo por base a elaboração de normas de procedimentos.

Nossa experiência tem mostrado que, não raro, os manuais de procedimentos, muito bem elaborados por sinal, ficam engavetados. 0 pessoal que realmente opera, muitas vezes desconhece tais procedimentos.

Outra ocorrência observada é a descrição desses procedimentos - tão teóricos e, muitas vezes, não condizentes com a realidade da operação e que, por isso mesmo, deixam de ser colocados em prática. Isso ocorre porque a elaboração fica por conta de tecnocratas não familiarizados com o dia-a-dia da produção e dos controles.

Uma boa prática é a elaboração desses procedimentos em conjunto, ou seja, por profissionais das áreas de fabricação e controle, já que eles estão interligados na tarefa de produzir produtos com qualidade. Aliás, a meta não se restringe só a oferecer ao consumidor produto de qualidade, mas também a um custo competitivo. E isto só conseguimos eliminando o custo do desperdício, ou seja, "fazendo certo da primeira vez". E é este tópico - prevenir potenciais de risco -um dos fundamentos das boas práticas de fabricação - que não pode ser esquecido pelos profissionais da área.

Nesta tarefa, eles podem contar com os procedimentos teórico-práticos dos técnicos do Controle de Qualidade. Estes profissionais que, no passado, foram relegados à meros executores de análises, atualmente têm papel mais dinâmico, auxiliando as áreas fabris a resolverem os problemas que, afinal, são de todos. Só um trabalho de equipe alcança a meta do que hoje chamamos Qualidade Total: Satisfação - que abrange não só o consumidor, mas também os colaboradores (funcionários), empresários e fornecedores.

Na outra ponta do assunto - BPF – está a finalização, ou seja, o registro de todas as ações tomadas na produção e controles.

Para termos uma idéia de sua importância basta consultar as interrelações da norma ISO 9001 (Implementing the ISO 9000 Séries - Lamprecht, James L. – MDI Dekker, 1993): A cláusula 4.16 - Controle de Registros de Qualidade - é central. A ela convergem, diretamente, pelo menos 13 outras cláusulas e todas importantes. A 4.2 - Sistemas da Qualidade que é uma cláusula genérica, fala da importância do Manual de Qualidade; a 4.8 - Identificação e Rastreabilidade de Produto; 4.11 - Controle de Equipamentos de Inspeçao, Medição e Ensaios; e a 4.8 - Treinamento.

Falando desta última cláusula, sempre colocada no Manual de BPF, muitas vezes é esquecida ou postergada (quando houver tempo), por algumas empresas.

Também no Roteiro de Inspeção para Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Cosmeticos e Perfumes, vemos a importância que se dá aos registros. Já começa no item I - Administração e Informação Geral - tendo que ter os registros em dia e na hora em que forem exigidos pelos fiscais dos vários órgãos governamentais. Importante também é ter registros á mão, de tal forma que sejam acessados facilmente.

Enfim, a condição essencial para responder "sim" ou "nao" aos varios itens que compõem o Roteiro de Inspeção é ter os registros em dia. Por exemplo, como responder o ítem 2f.14 - "Os produtos vencidos são retirados do almoxarifado, destruídos posteriormente, e o processo é registrado?" - Este é um item classificado como N (necessário). Sabemos que todos os ítens necessários, se não cumpridos, passam por uma primeira advertência. Na terceira inspeção, se a correção não tiver sido executada passa a ser "I" (imprescindível).

Outro exemplo esta no ítem 5 – Sistemas e Instalações de Água - onde aparece nos vários sub-ítens a pergunta: “Existem registros?" .

Os registros devem demonstrar a conquista da qualidade requerida e a eficiência do Sistema Operacional.

Registrar cada operação é responsabilidade de todos: do operador que pesou a matéria-prima, devendo registrar o lote do ingrediente pesado, quantidade, código, etc; ao operador que limpou e sanitizou o equipamento (deve registrar o tipo de sanitizante utilizado e o tempo em que o mesmo ficou em contato com a superffcie do equipamento).

TERESA F. S. REBELlO É FARMACÊUTICA BIOQUÍMICA E CONSULTORA TÉCNICA NA ÁREA DE GARANTIA DE QUALIDADE E ASSESSORA DA MÉTHODUS EVENTOS E CONSULTORIA, FLORIANOPÓLIS, SC

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