Ingredientes Naturais

Edicao Atual - Ingredientes Naturais

Editorial

A morte da princesa de Gales, Diana Frances Spencer, abre uma discussão urgente e necessária: os limites da mídia. O acidente que matou Lady Di, em Paris, pode ou não ter sido causado pela insistência da imprensa em perseguir uma pessoa cuja vida particular - segundo as "leis da mídia" - interessa a todos.

A indústria da fama sustenta o mercado negro de imagens "roubadas" pelos paparazzi, e o público participa da cadeia de responsabilidades. É a curiosidade popular em torno dos ricos e famosos que paga milhões pelo trabalho de bisbilhotar a intimidade alheia.

A ética, está, em boa parte, sob a jurisdição do mercado. Páginas e páginas de jornais e revistas de todo o mundo esmiuçaram, sob o manto de um recato formal, a tragédia. Foi a imprensa que criou Diana para o mundo, embora disso ninguém a acuse. Foi a mídia que fez dela, com sua própria ajuda, a mulher mais invejada, admirada e fotografada do planeta. Afinal, simbolicamente, a mídia cria e "mata" celebridades a cada quinze minutos.

Afirmar - da boca para fora - que não se deve invadir a intimidade dos ricos, famosos e poderosos é pura hipocrisia. É claro que as questões em torno do papel do jornalismo e dos limites à invasão de privacidade são pertinentes, embora complexas. Mas o acidente em Paris deve servir de reflexão a todos os profissionais da mídia.

Nesta Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) estamos falando de ingredientes naturais: emprego de fitoterápicos na higienização oral; uso do óleo de aveia como ingrediente em produtos de uso pessoal; uso de hera na cosmetologia. No artigo sobre imunoproteção, estamos abordando a fotoproteção não apenas nos produtos de cuidado para o sol especificamente formulados para a exposição aguda em atividades ao ar livre, mas também nos cosméticos de uso diário.

Boa leitura!

Aspectos do Emprego de Fitoterápicos na Higienização Oral Parte 1 - Óleos Essenciais - Maria Aparecida Nicoletti, Eliane Maria de Almeira Orsine, Jamil Zarnur e Nicolau Tortamano

Universidade Paulista (UNIP), São Paulo SP, Brasil.


Extratos de origem vegetal assim como óleos essenciais tem sido introduzidos em preparações farmacêuticas após a comprovação científica das suas aplicações empíricas por séculos de uso. Este artigo traz revisão de algumas plantas que, contendo óleos essenciais, apresentam ação anti-séptica ou antiinflamatória, tendo aplicação na terapêutica odontológica. As plantas descritas são: Commiphora sp. (Mirra), Cúrcuma zedoaria Roscoe, Eucalyptus globulus Labillardiere, Matricaria chamomilla Linné. Mentha piperita (L.) Huds variedade officinal is formapallescense,
Mentha piperita (L.) Huds variedade officinallis forma
rubescens. Salvia officinalis, Syzygium aromaticum L.)Merril et Perry (cravo da índia).

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Óleo de Aveia em Produtos de Cuidados Pessoais - Bob J. Dull, PhD

DTS Technical Consultants, O'Fallon IL, Estados Unidos.

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Derivados de Célula Viva de Lêvedo - ¹Geoffrey J. Brooks e ²Hans A. Schaeffer

¹Brooks Industries Inc., South Plainfield NJ, Estados Unidos
²H. A. Schaeffer Associates, LindenNJ, Estados Unidos.

O derivado de célula viva de levedo (LYCD, do inglês: living yeast cell derivate) é fabricado com culturas de levedo vivo. É um extrato biologicamente ativo, composto principalmente por frações de glicosídeos e peptídeos resultantes da extração proteolítica do levedo vivo agredido por radiação UV. As propriedades cosméticas deste produtos estão na aceleração da cicatrização de feridas e de hidratação, suavizando e refrescando a pele, além de ser toxicologicamente seguro. São descritos ainda os resultados testes em voluntários com formulações contendo LYCD.

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Uso de Hera na Cosmetologia - Carlos E. Lisboa e Rosana Gonçalves Rodrigues

Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto MG, Brasil.

Este artigo é uma atualização técnica sobre hera. São apresentados aspectos botânicos. Os principais constituintes químicos, as características físico-químicas do extrato glicólico como cor e odor, resíduo seco, índice de refração espectrofotometria UV e cromatografia em camada
delgada. Os autores explicam, também, as ações farmacológicas deste extrato no combate a celulite.

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Imunoproteção com Cosméticos de Uso Diário - ¹Gilles Pauly e ²Marc Pauly

¹Institut de Récherche en Biologie et Dermatologie, Seichamps, França.
²Laboratoires Sérobiogiques, Pulnoy, França.

Os filtros solares UV tem, normalmente, uma abordagem de proteção contra a formação de eritema, e nos cosméticos de uso diário deveriam, também, ter uma característica de imunoproteção das células epidérmicas. No entanto, pode ocorrer que, na utilização diária do filtro solar, surjam reações de hipersensibilidade e fotossensibilização. Os autores avaliam o desempenho de um complexo de fotocitoproteção (CFCP) de nome comercial Photonyl, que consiste de citocromóforos semelhantes aos que ocorrem na pele. Este complexo funciona como agente de dispersão fotoenergética, tem boa tolerância, importante atividade anti-radicais livres, propriedades comprovadas em testes in vitro. Em seguida os autores apresentam os resultados de testes in vivo que comprovaram a capacidade deste CFCP de proteger as células epidérmicas imunocompetentes.

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Fundamentos dos Testes de Segurança de Produtos Cosméticos - Perry Romanowski e Randy Schueller

Alberto Culver, Meirose Park IL, Estados Unidos.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

A Oportunidade da Mudança II

O Boticário, São José dos Pinhais PR, Brasil.

Pretendemos aqui dar continuidade ao artigo anterior intitulado "A Oportunidade da Mudança" [Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) 9(4):21, 1997] onde abordamos o tema do conflito que poderia ocorrer durante as negociações do Mercosul ao se discutir o problema da classificação de produtos para efeito de obtenção de registro nos países-membro.

Ao se aproximar a reunião do Mercosul, marcada para este mês de setembro, é de suma importância que este tema seja devidamente considerado, tanto do ponto de vista da iniciativa privada, quanta do ponto de vista dos setores oficiais.

A posição oficial brasileira, baseada na definição de Vigilância Sanitária, de alguma maneira tem acarretado dificuldades para a obtenção do consenso inicial para a futura covalidação de registros nos países do Mercosul.

Devemos analisar esta questão sempre do ponto de vista da segurança de uso, voltamos a enfatizar este ponto, e observar que nos países mais avançados este é o critério para a classificação quando esta existe.

Não pretendemos ser repetitivos, mas reforçamos a opinião quanto aos critérios de modo de uso, local e precauções entre outros, no que se refere a classificação de produtos.

Ao eliminarmos a questão do "ranço da legislação", proveniente da cultura do
medicamento, que norteia a "nossa Lei" e o "nosso Decreto", verificaremos que a parte técnica e o interesse do consumidor não estão sendo considerados na amplitude que se faz necessária.

Os paises membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia) possuem, como sabemos, grandes diferença quanto aos conceitos existentes sobre os produtos cosméticos, de higiene e perfumaria, pois a definição aprovada no Grupo Mercado Comum somente foi internalizada no Brasil, pelo menos quanta à sua publicação.

É necessário que os termos sejam discutidos de maneira clara e objetiva, sem camuflar idéias e proposta que, na realidade, já se sabe de antemão, não serão efetivamente implementadas.

Se em realidade a proposta do Mercosul e que todos os países membros ganhem nas transações comerciais, acreditamos que a melhor maneira para que tal aconteça e que, durante as negociações, se atue com "isenção de ânimo" e "seriedade de propósitos".

Deve ficar muito claro que a conjunção política atual, com os Estados Unidos tentando cooptar a Argentina para uma posição de favorecimento comercial, em detrimento do Brasil, e a posição do governo argentino de não apoiar a candidatura do Brasil a uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas, poderão paralizar as negociações do Mercosul.

É extremamente urgente que o consenso seja obtido com a maior brevidade possível para permitir a ampliação dos mercados, com geração de empregos e demais benefícios decorrentes.

Referências:

Carlos Alberto Trevisan é engenheiro químico, gerente de Suporte Geral do O Boticário, membro do SGT-3 (Sub Grupo de Trabalho) do Mercosul, e membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).

Correspondência com o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 Sao Paulo SP, Brasil. Fax (011) 3887-8271

A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida Cunha

A Capacitação Profissional e a ISO 9000

BR Assessoria em Qualidade, São Paulo SP, Brasil.

Num dos tópicos do item "4.1 Responsabilidade da Administração" da Norma ISO 9000 é especificado que "o fornecedor deve identificar requisitos de recursos e prover recursos adequados, incluindo a designação de pessoal treinado (ver 4.18) para gestão, execução do trabalho e atividades de verificação, incluindo auditorias internas da qualidade", enquanto que o ítem 4.18 "Treinamento" diz que "o fornecedor deve estabelecer e manter procedimentos
documentados para identificar as necessidades de treinamento e providenciá-los para todo o pessoal que executa atividades que influem na qualidade. 0 pessoal que executa tarefas especificamente designadas deve ser qualificado com base na instrução, treinamento e/ou experiência apropriados conforme requerido. Registros apropriados do treinamento devem ser mantidos".

Estes dois requisitos, colocados desta forma simples na norma, devidamente interpretados para as peculiaridades e tamanho de cada empresa, são transformados em ações que exigem da empresa um esquema organizado que garanta a capacitação e atualização de seus colaboradores. Esta capacitação deve estar presente em todos os níveis, pois todos sem exceção, desde a alta administração até o porteiro e telefonista, de uma forma ou outra, estão envolvidos com a qualidade percebida pelo cliente.

Os diversos passos previstos pela norma como as auditorias internas e de acompanhamento, as análises críticas pela administração, os planejamentos anuais e as ações corretivas e preventivas trazem como resultado um processo contínuo de desenvolvimento. Esta situação requer tanto a educação formal como programas de treinamento no local de trabalho.

A "Política da Qualidade" pode ser outro instrumento de reforço do processo de educação para a qualidade na empresa, quando define um direcionamento para a educação.

Desta forma a educação e a formação profissional passam a ser função do dia-a-dia de cada um na empresa, buscando oportunidades de executar o serviço a ser realizado de forma cada vez melhor. Inicia-se assim também, melhoria contínua dos processos executados e da qualidade dos profissionais.

O sucesso da empresa depende da qualidade de seus colaboradores e, quanto mais preparados estes estejam para a execução de suas responsabilidades, maior sera o seu sucesso. Para que a equipe toda tenha ótimas condições de cooperar com a qualidade da empresa é imprescindível que os superiores e líderes sejam devidamente preparados, não apenas quanto aos aspectos técnicos mas também quanto aos de comportamento e de liderança, sempre no sentido de incentivar e analisar de forma adequada as sugestões e incentivos provenientes da equipe.

A identificação das necessidades de treinamento no aspecto das capacidades técnicas é relativamente fácil de ser executado, porém, para as posições de liderança já não é suficiente que as pessoas estejam apenas tecnicamente bem preparadas. Ao crescer na escala da hierarquia da empresa, ao assumir responsabilidades cada vez maiores de liderança há necessidade da preparação das pessoas em suas habilidades humanas" para que estejam em condições de efetivamente liderar a sua equipe. É necessário um conjunto de habilidades para que o líder obtenha de sua equipe os melhores resultados. Haverá necessidade de contínuo
aperfeiçoamento das suas qualidades pessoais, além da continua observação da evolução do mercado. A identificação das necessidades de treinamento nos aspectos técnicos e relativamente simples e pode ser realizada pelo próprio pessoal da empresa através da comparação da descrição de funções com as capacidades do ocupante do cargo. Quando se trata de identificar as necessidades de educação e treinamento nos aspectos .humanos para o pessoal de liderança interno ou externo (pessoal que lida com o público externo, como vendedores e pessoal de assistência técnica) já há necessidade de se recorrer a profissionais especializados para que, por um lado, haja a correta identificação das necessidades e avaliação da situação, e para a preparação e montagem do respectivo plano de desenvolvimento. Finalmente será necessário também um programa de acompanhamento do processo de formação para indicar eventuais correções de rota.

Esta é uma função extremamente crítica dentro do programa de treinamento, pois é dos líderes que depende, em última análise, a velocidade e intensidade do sucesso de cada empreendimento.

Além deste critério individual, é de suma importância a análise dos processos internos de administração das formas de comunicação interna, sua agilidade, a interferência de aspectos emocionais imaturos na efetividade do trabalho em equipe e, finalmente, do alinhamento de toda a equipe da empresa com a visão, missão e seus valores, e com o atendimento às necessidades de seu conjunto de clientes.

Foram abordados neste parágrafo dois aspectos diferentes, um relacionado a capacidade de interação de todo o grupo gerencial no sentido único da organização avaliando-se as necessidades de evolução pessoal a serem exigidas de cada componente do grupo e, por outro lado, o alinhamento de toda a organização com o seu direcionamento institucional e com o atendimento as necessidades de seus clientes.

Para os três aspectos relacionados existem técnicas e ferramentas diversas de ultima geração, que utilizam recursos da informática tornando fácil e rápida sua leitura e interpretação, que auxiliam a empresa a medir e avaliar o clima e a cultura internos, bem como o grau de satisfação de seus colaboradores, identificando seus pontos fortes e fracos de forma tão abrangente como localizada "com foco no negócio".

Facilitando a elaboração de um plano de ação de curto, médio e longo prazos, definindo prioridades, tendo como objetivo elevar o patamar da qualidade da organização e fazer o seu alinhamento estratégico.

Outro instrumento que venha complementar o acima citado é o que avalia o valor que o cliente externo atribui a empresa e o seu grau de satisfação com a qualidade de seus produtos e serviços.

E ainda para as organizações que se encontram em processos intensos de mudança, como os que ocorrem nas fusões de empresas, evento bastante comum atualmente, é possível medir o grau de flexibilidade e a capacidade de adaptação a esta situação, proporcionando clareza no processo.

Estes instrumentos, combinados ou utilizados de acordo com a necessidade da empresa, fornecem dados ricos e utilíssimos para direcionar as mudanças, promover o crescimento e estabelecer ritmo para a melhoria continua.

Referências:

Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade. É titular da BR Assessoria em Qualidade.

Maria A. V. Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas.

Correspondências para os autores: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 São Paulo SP, Brasil. Fax (011) 3887-8271.

Temas Dermatológicos por Dra. Denise Steiner

Câncer de Pele

Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí SP, Brasil.

Câncer de pele pode ser definido como o crescimento anormal de células resultando num tumor que pode se apresentar em forma de caroço, ferida, vermelhão, mancha e outros.

Normalmente ele aparece em partes da pele mais expostos ao sol, como o rosto, colo, pescoço e braços. Existem vários tipos de câncer de pele, dos quais três são mais comuns e graves: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular
e melanoma.

Carcinoma basocelular e
espinocelular

Estes dois tipos de câncer acontecem por causa do sol em áreas da pele mais expostas e em pessoas mais claras com mais de 40 anos de idade. Apresentam-se inicialmente com lesões avermelhadas que descamam e estão ligeiramente
endurecidas. Tem crescimento lento e gradual, podendo se transformar em feridas e caroços maiores. Estas lesões, embora cresçam devagar, nunca cicatrizam sozinhas.

Melanoma

O mais perigoso dos três tumores citados, o melanoma é um tumor agressivo e traiçoeiro, pois provoca metástases - ramificações malignas em outros órgaos. Ele pode aparecer espontaneamente ou se originar de uma pinta pré-existente.

O câncer de pele sempre precisa ser retirado e o tratamento precoce é a melhor solução, por isso é fundamental estar atento a qualquer alteração que venha a ocorrer na pele. A progressão do câncer pode atingir órgaos internos e isso torna o tratamento muito difícil.

Pintas e Melanoses

As pintas são agrupamentos de células especiais que formam verdadeiros ninhos na epiderme ou derme. As pintas mais perigosas são aquelas de cor muito escura, grandes, com bordas e coloração muito heterogêneas. Qualquer modificação em uma pinta - sangramento, mudança de cor, crescimento rápido, dor, inflamação - deve ser encarada como perigosa e precisa ser vista pelo médico.

As melanoses são aquelas lesões arredondadas, castanhas ou pretas, que aparecem no rosto e nas mãos depois de certa idade. Elas representam o desgaste dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. Estas células, muito agredidas pelo sol, passam a distribuir o pigmento de forma irregular na pele. As melanoses também são chamadas de manchas senis porque ocorrem após muitos anos de exposição ao sol em áreas mais atingidas como rosto, braços e mãos. Elas são benignas, porém pouco estéticas, razão para as queixas frequentes no consultório dermatológico.

Sol e suas Consequências

O sol é o grande vilão em relação ao envelhecimento e aos tumores de pele.Ele é quentinho, gostoso e parece nos encher de energia. Além disso, é necessário para ativar a vitamina D na pele e evitar o raquitismo.

Como se não bastasse, o sol é responsável pelo bronzeamento considerado sinônimo de saúde e beleza na sociedade contemporânea, especialmente em nosso país tropical. Realmente, necessitamos de luz para não ficarmos deprimidos, mas a quantidade necessária para isso é mínima, assim como aquela para ativar a vitamina D. Com 10 minutos de exposição ao sol, diariamente, nossas necessidades estariam supridas. Já para ficarmos bronzeados são necessárias várias horas de exposição, em várias posições, durante alguns dias. É aí que as coisas começam a se complicar.

A luz solar compreende vários tipos de radiação com diferentes comprimentos de onda, como uma onda do rádio. Assim como procuramos a estação certa na freqüência que queremos ouvir uma música, a luz atinge mais ou menos nossa cútis e sintoniza ou não com nossas células.

O sol atravessa a camada de ozônio bloqueando grande parte dos raios solares e transformando o mesmo em calor. Ultimamente essa camada protetora vem sofrendo modificações pela agressão dos poluentes, concentrados especialmente nas grandes cidades. Em determinados locais da Terra a camada de ozônio está mais fina e permite a passagem de raios mais agressivos e em maior quantidade. Este parece ser o principal motivo do aumento assustador do câncer de pele nos últimos anos.

O sol atinge a pele e provoca danos nas células que são automaticamente reparados. Porém, com o passar do tempo, esses danos vão superando a reparação que possa existir. Isto faz com que a agressão solar seja cumulativa e que em
idades mais avançadas apareçam seus efeitos: queratose (pre-câncer) e câncer de pele.

Desde o nascimento, todo minuto de sol significa um estrago a mais nas células da pele. Muitos trabalhos científicos comprovam que por volta dos 20 anos de idade já foram causados cerca de 70% dos danos que mais tarde, após os 40 anos, provocarão manchas, asperezas, rugas, descamação e tumores de pele. Por isso o filtro solar deve ser usado durante toda a vida, incluindo a infância, adolescência e velhice. Considerando que a prevenção é o melhor remédio, seu uso deve ser constante e rigoroso.

Filtros solares

Os filtros solares podem ter dois tipos de ação: absorver a radiação ultravioleta, transformá-la em calor e não permitir a agressão à pele; e refletir a radiação ultravioleta não permitindo que a mesma danifique a célula.

O primeiro é chamado de filtro químico, como o PABA (padimato, oxibenzona, Eusolex, Parsol etc). 0 segundo é o filtro físico (micropartículas) cujos representantes são o dióxido de titânio e o óxido de zinco. 0 filtro ideal seria aquele capaz de bloquear todo o espectro de radiação do sol incluindo a ultravioleta A, ultravioleta B e infravermelho.

• UVA. Esta luz existe desde 7 horas da manhã. Não deixa a pele vermelha, mas hoje sabemos que penetra mais profundamente e provoca estragos na pele ainda não identificados. Ela também é responsável pelo câncer de pele e principalmente pelo envelhecimento.

O filtro solar pode proteger em relação à radiação ultravioleta A, esta informação vem escrita na embalagem do produto. Porém, ainda não está padronizado cientificamente seu nível de proteção. 0 número que sempre aparece nas embalagens dos produtos com filtro solar refere-se a proteção específica da luz ultravioleta B.

O bronzeamento artificial em cabine é feito com maquinas (camas) que utilizam a radiação ultravioleta A. Elas são contra-indicadas, porque, apesar de não avermelhar a pele, causam rugas, manchas e tumores de pele assim como o sol.

• UVB. É a mais agressiva e ocorre em maior quantidade das 10 horas da manhã às 3 horas da tarde, período desaconselhado para exposição ao sol por queimar a pele.

O filtro solar geralmente é identificado por número que representa a proteção específica em relação ao ultravioleta B. Ele significa quantas vezes mais tempo a pessoa pode ficar exposta ao sol antes de ficar vermelha. Vamos supor que, sem nenhum filtro, uma pessoa demorasse 10 minutos para se tomar avermelhada (eritema). Se ela usasse o filtro 15, poderia permanecer 150 minutos ao sol antes de ficar vermelha.

Lembrar que o avermelhamento da pele sempre significa que ela está sendo demasiadamente agredida, o que aumenta sobremaneira os riscos de câncer de pele.

• Radiação infravermelho. A luz infravermelho faz parte da luz do sol e é usada também em tratamentos fisioterápicos para diminuir dores de contusões ou processos reumáticos. Esta radiação não provoca avermelhamento da pele, mas, sim, aumenta a temperatura da área em que a luz incide. Trabalhos científicos recentes vem demonstrando que a radiação infravermelho pode potencializar o efeito da radiação ultravioleta B, facilitando o aparecimento de tumores malignos de pele. É importante frisar que, no caso de tratamentos fisioterápicos, a luz infravermelho não tem efeitos prejudiciais à pele, pois não está associada a radiação ultravioleta B.

Já existem filtros solares com proteção específica contra os raios infravermelhos, neste caso, tal informação deve aparecer na embalagem do produto.

E bom ressaltar que os filtros solares chamados bloqueadores tem filtros físicos que protegem mais adequadamente em relação à radiação A e B. As vitaminas antioxidantes também estão sendo usadas nos filtros, pois combatem os radicais livres e evitam o envelhecimento da pele.

Depois de uma exposição ao sol, e principalmente se nos queimamos, a quantidade de radicais livres aumenta assustadoramente. Não parece coerente que o próprio organismo provoque alguma agressão contra ele mesmo, mas esta se apresenta como uma das teorias possíveis para explicar o envelhecimento do ser humano .

Os filtros solares mais completos já tem em sua formulação vitaminas A, C e E, que são potentes anti-radicais livres, e capazes de diminuir o dano causado pelo sol.

Além do filtro solar propriamente dito, o veículo que o acondiciona também é importante. Este pode ser um creme, uma loção cremosa ou alcoólica, ou um gel.

As peles mais oleosas e acnéicas precisam de filtros em gel ou líquido para não provocar entupimento dos óstios, o que originaria cravos e espinhas. As peles mais secas combinam melhor com filtros em forma de loções cremosas ou cremes propriamente ditos.

O filtro solar que tem nível de proteção maior que 15 em geral não consegue ser acondicionado no gel, porque quanto mais alta a proteção dos filtros, mais oleosos eles são.

Pessoas de todas as cores de pele e idades estão sujeitas a agressão solar e precisam usar filtros. As mais morenas podem usar proteção mais baixa, as mais c1aras devem usar fórmula com números mais altos.

As crianças não podem deixar de usar filtro solar em hipótese alguma. Pessoas negras, mulatas e orientais não estão isentas dos efeitos prejudiciais do sol, apesar de contarem com maior quantidade de melanina na pele.

Referências:

Dra. Denise Steiner é medica especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, doutorada pela Unicamp, professora chefe do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e diretora da Clinica Stockli, em São Paulo SP.

Correspondência para a autora: a/c de redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) Rua Alvaro de Menezes 74 04007-020 São Paulo SP. Fax (011) 3887-8271.

Boas Práticas por Tereza F. S. Rebello

Controle Microbiológico em Cosméticos: Necessidade ou mais uma exigência da Vigilância Sanitária?

Consultora Técnica, São Paulo SP, Brasil.

Não há dúvida alguma! É uma necessidade. Todos sabemos que a contaminação de produtos cosméticos por microrganismos pode ocasionar muitos e sérios problemas ao consumidor. E esses problemas, tal qual bumerangue, retornam ao fabricante de maneira mais contundente afetando, negativamente, sua imagem e, consequentemente seu bolso.

Mas, a que tipos de problemas estamos nos referindo? Varios. Os mais simples se resumem em separação de fases das emulsões, presença de odores desagradáveis, mudança de coloração dos produtos e mesmo inativação de certos ativos, ocasionando a ineficiência de tais produtos.

No entanto, situações mais graves podem ocorrer se microrganismos patogênicos contaminarem os produtos. Por exemplo, na literatura médica foi descrito caso de cegueira ocasionado pelo uso de pomada oftálmica contaminada por P. aeruginosa. Se considerarmos que alguns produtos cosméticos também são indicados para a área dos olhos (rímel, sombras e mesmos cremes), podemos entender a preocupação de algumas empresas que já controlam microbiologicamente seus produtos e, mais recentemente, a do Serviço de Vigilância Sanitária.

O SVS/MS, através do Departamento Técnico Normativo, com o assessoramento da CTAC (Comissão Técnica de Assessoramento em Cosméticos do Ministério da Saúde), além de estabelecer estratégias de inspeção, iniciada no começo do ano (Roteiro de Inspeção conforme Portaria 31/95), deve implementar, após estabelecidos os parâmetros microbiológicos, a exigência do controle microbiológico em produtos cosméticos. Naturalmente essa exigência virá em forma de portaria específica.

Muitos formuladores, a esta altura, estarão argumentando que seus produtos estão adequadamente preservados (será que desafiaram as substâncias preservantes?), tendo assim, o controle do desenvolvimento de qualquer espécie microbiana em seus produtos. Então é hora de lembrá-los que a pomada oftálmica a que nos referimos continha, em sua formulação, dois antibióticos (um deles, neomicina). Podemos então concluir que, no mínimo, espécies do gênero Pseudomonas são bem resistentes a grande número de agentes antimicrobianos, nas concentrações permitidas pela nossa legislação. Realmente, a experiência na área nos tem mostrado que esse gênero e mais, as espécies pertencentes a família Enterobacteriaceae são, frequentemente, as responsáveis pelas rejeições microbiológicas de produtos cosméticos.

Mas, a gravidade dessas contaminações não envolvem somente os microrganismos patogênicos. Mesmos os apatogênicos (espécies saprofíticas), podem, se em número elevado, causar danos a pele como é o caso de irritações e processos alérgicos. A explicação desse fato está na necessidade dos microrganismos, como seres vivos que são, de se nutrirem de substâncias várias (no caso oferecidas pela formulação cosmética) resultando na transformação dessas substâncias em outras que, eventualmente, poderão causar as complicações mencionadas. 0 aproveitamento de nutrientes, como sabemos, está diretamente ligado ao crescimento microbiano. Daí, estabelecerem-se limites do número de microrganismos encontrados em um produto cosmético.

Uma outra pergunta que, com toda a certeza, o empresário fabricante de cosméticos estará fazendo agora é a seguinte: Será que a frequência de contaminação microbiana encontrada em produtos cosméticos justifica o custo desse controle? A resposta pode ser dada com alguns dados estatísticos:

• Suecia, 1964: 40% de medicamentos não estéreis apresentaram contaminação com contagens próximas de 100.000 microrganismos/grama de produto. Em alguns deles foram encontrados patogênicos. Foram estes dados que, na verdade inspiraram os primeiros procedimentos de "Boas Práticas de Fabricação" então com o título de Production Hygiene and Bacteriological Control in the Manufacture of Pharmaceuticals. Posteriormente, os mesmos procedimentos foram assimilados pela indústria cosmética.

• Estados Unidos: anualmente o FDA,retira das prateleiras produtos cosméticos diversos e de diferentes fabricantes, e os avalia microbiologicamente. Os resultados mostram que, na maioria das vezes (aproximadamente 99%) o fabricante americano produz cosméticos de boa qualidade microbiológica. Porém, o mesmo não ocorre quando analisam produtos já em uso. De acordo com as autoridades, este fato traduz a falha dos preservantes, indicando que testes de desafio deveriam ser mais rigorosos que os indicados pelas literaturas oficiais.

• Brasil, 1995: 72 produtos cosméticos foram avaliados - 26% foram reprovados em relação ao numero de contaminantes. Das formas cosméticas que apresentaram maior incidência de contaminação (32%) encontram-se os cremes. Mesmo os shampoos, que alguns profissionais consideram não suscetíveis a contaminações, mostraram 24% de rejeição. (Nunan E, Hereira de Campos L, Fantaguzzi Sa K, Constancio V. Incidência de Contaminação em Cosméticos: um Fato Preocupante.Aerosol & Cosméticos, 93:55-58, Jan/Fev-Mar/Abr, 1995).

Provavelmente, uma das principais causas da rejeição microbiológica de produtos está no uso de matérias-primas pesadamente contaminadas. E aqui, incluímos a água utilizada que, frequentemente, não é tratada ou quando tratada, é de forma inadequada

Referências:

Tereza F. S. Rebello é farmacêutica bioquímica e consultora técnica na área de garantia de qualidade e assessora da Methodus Eventos e Consultoria, Florianópolis SC.

Correspondência para a autora: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português). Rua Alvaro de Menezes 74, 04007-020 São Paulo SP. Fax (011)3887-8271.

Atualidades Técnicas por Prof. Dr Pedro Alves da Rocha Filho

Água do Mar Morto

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto SP, Brasil

Produtos cosméticos preparados com água ou com derivados salinos do Mar Morto, apresentam propriedade de rejuvenescimento e evitam a aspereza da pele. Segundo Hasunuma K, Hanaoka S (Hasunuma & Hanaoka) na patente
japonesa nº 8104607 de 5 de outubro de 1994, uma formulação podera ser composta por:

Agua do Mar Morto 0,50%
Cera de abelha 2,00
Acido esteárico 5,00
Alcool estearílico 4,00
Lanolina 1,50
Esqualano 1,50
Monoestearato de sorbitano 3,00
Monoestearato de sorbitano
Polioxietilenado 3,00
Perfume 0,10
Propileno glicol 5,00
Metil parabeno 0,20
Agua destilada qs 100,00

Na patente japonesa nº 8231382 de 27 de fevereiro de 1995, os mesmos pesquisadores revindicam composição salina para preparação de cosméticos para o banho. Segundo os autores estes produtos tem composição salina semelhante aquela do Mar Morto:

MgCI2 24,12-29,48%
KCI 49,83-60,86
NaCI 14,34-17,52
CaCI2 0,99-1,22

A aplicação desta mistura salina, auxilia na umectação da pele.

Alquil Poliglicosídeo

Um sistema ternário composto por lauril eter sulfato com cocoamidopropil betaína e lauril poliglicosídeo foi estudado por Leidereiter HI; Maczkiewitz U (Cosmet Exhib Conf Proc, p. 231-241, 1996). Com a seleção de proporções suficientes neste diagrama, a viscosidade é facilmente obtida com a adição de espessantes. 0 comportamento da espuma de um shampoo ou de uma fórmula de banho de espuma é obtido pela escolha da proporção adequada de tensoativos. 0 efeito condicionante do shampoo é proporcionado pelo lauril poliglicosídeo especialmente para cabelos danificados. 0 poliglicosídeo também melhora o potencial de limpeza e a compatibilidade fisiológica das formulações.

Os efeitos sinergísticos são demonstrados nestes diagramas. 0 diagrama representa um meio fácil para selecionar a combinação correta da formulação pesquisada.

Ativadores Celulares

A associação de ativadores celulares tais como ATP e AMP e ácido succínico com a rutina, encontra-se descrita na patente japonesa nº 899860 de 30 de setembro de 1994, de Sasaki I; Takayama A; Kobayashi S (Kosei). Uma loção pode conter:

Óleo de rícino etoxilado 1,00%
Etanol 15,00
Inoquitiol 0,10
Perfumes 0,10
Rutina 0,50
Ácido cítrico 0,10
Citrato de sódio 0,30
1,3-Butileno glicol 4,00
Água purificada qs 100,00

As preparações demonstram propriedades de amaciamento, antienvelhecimento cutâneo e atividade cicatrizante.

Canola (Brassica)

O óleo de canola faz parte da formulação sugerida por Naito K; Yamada K; Sawaki S na patente japonesa nº 8325130 de 29 de maio de 1995. Uma loção com atividade inibidora da tirosinase, pode ser composta por:

Ácido ascórbico-magnésio
Fosfato 2,0%
Etanol 10,00
Glicerina 3,00
1,3-Butileno glicol 2,00
Acido cítrico 0,10
Citrato de sódio 0,30
Polímero carboxivinílico 0,10
Oleo de canola 10,00
Água destilada qsp 100,00

Ciclodextrinas

Para melhorar a estabilidade durante o período de estocagem de óleos vegetais instáveis com alto conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados, Regiert M; Wimmer T; Moldenhauer JP [J Inclusion Phenom Mol Recognit Chem 25(1-3):213-216, 1996], complexam estes compostos essenciais com ciclodextrinas. A complexação completa ocorre somente com γ-ciclodextrina o que foi determinado por cinética de reação. Outra vantagem desta encapsulação é a formação estável de dispersões destes óleos em meio aquoso.

As vantagens do emprego de ácido glicólico complexado com β-ciclodextrinas são apresentada na patente européia Nº 745061 de 9 de junho de 1995 (Citernesi U, IRA) 70 g da solução de ácido glicólico (70%) é misturado e agitado com 49 g de β-ciclodextrinas a temperatura ambiente, aquecida a 70-80ºC até completa evaporação da água, obtendo-se produto consistindo de 50% de ácido glicólico. O produto final apresenta potencial irritante menor do que o ácido glicólico empregado isoladamente.

Compostos de Amonio
Quaternário & Vitaminas

Na patente internacional de nº 9702803 de 30 de setembro de 1995, de autoria de Ito K; Inoue H; Shimata T; Nabeshima H, Sato H; Uchikawa K (Shiseido) emprega-se o uso de umectantes que melhoram os efeitos de um sal de amônio quaternário. A preparação compreende um sal de amônio quaternário representado pela fórmula estrutural R1,-N-(R2)-(R3)-C-(CH2)n+1,-C02- e um acelerador para os seus efeitos umectantes e condicionantes. Para tal, são indicados vitaminas A e E e derivados e polímeros carboxivinfíicos-derivados alquilas, onde R1,R2 e R3, podem
ser iguais ou diferentes, representando cada um, a cadeia carbônica alquílica de C1-6, de forma que a soma dos números de átomos de carbono em Rl, R2, R3 e n é igual a 8 ou menos.

Cosméticos Tamponados

Procter & Gamble (Motley CB; Raleigh PS) na patente internacional nº 9614055 de 4 de novembro de 1994, reivindica a formulação de um produto cosmético contendo (1) uma solução aquosa contendo solução tampão com valores de pH 3,0-12,0,(2) fase oleosa, (3) composto ativo passível de hidrolisarse (0,1-10,0%) preferentemente um composto branqueador da pele,(4) um emulsificante. As substâncias tampões são incorporadas na emulsão para eliminar a hidrólise durante a produção e a estocagem.

Esterol

A incorporação de esterois associados a ácidos graxos em preparações cosméticas ou farmacêuticas atuando como co-emulsificantes, agentes de consistência, emolientes e inibidores de processos inflamatórios é recomendada na patente alemã nº 19525822 de 15 de junho de 1995 (Wachter R; Jung A; Schmitz C - Henkel). A associação de esteróis de soja (Generol122) 40,0 g e álcool cetearílico 60,0 g forma uma pasta homogênea a 83ºC que permanece estável durante a estocagem.

Extratos de Algas
Lion Corporation reivindica o emprego de extratos de algas para proteção da pele e evitar o envelhecimento cutâneo, na patente japonesa nº7 8259443 de 20 de março de 1995 de autoria de Sumya H; Nagahara Y; Sado T; Myahara T. Extratos de algas como Ulvaceae, Gloiopeltidaceae
e Gracilariaceae podem ser empregados a 1,0%, conforme formulação abaixo:

Ácido láctico 1,00%
Acido cítrico 1,00
Extrato de Gloiopeltidaceae 1,00
Goma xantana 1,00
1,3-Butileno glicol 5,00
Glicerina 5,00
Metil parabeno 0,10
Peróxido de hidrogênio,
Perfume qs
Água destilada qs 100,00

Extratos Vegetais

Produtos cosméticos destinados a combater a caspa, prurido do couro cabeludo e com atividade anti-seborréica, atividade contra efeitos prejudiciais de tinturas e indicado contra a queda capilar, estão indicados na patente internacional nº 9640180 de 7 de junho de 1995 de autoria de Mamatas S; Jeanjean M; Lagarde I; Teyssere V; Fabre P (Pierre Fabre Dermocosmetique). Para obter-se extrato de mirtila refluxa-se com etanol (700 kg), raízes de mirtila (100 kg) durante uma hora. A solução é filtrada e o filtrado é concentrado e adicionado a 200 kg de propileno glicol. Um shampoo pode conter:

Extrato de mirtila 5,00%
Acido salicflico 1,00
Alquil éter sulfato de sódio 10,00
Cocoamido propil betaina 3,00
Dietanolamina de ácido
graxo 1,00
Óleo de cravo 0,05
Oxido de lauramina 0,30
Oxido de miristamina 0,50
Perfume qs
Agua destilada qs 100,00

Extratos vegetais indicados para clareamento cutâneo tais como C. xanthorrhiza, Cinnamomum verum e C. sintoc são recomendados pela Shiseido nas patentes nº 920635 e 920634 de 4 de junho de 1995. Tanaka N; Shibata Y; Yokogawa Y; Naganuma M e aplicados na formulação citada abaixo.

A formulação a seguir serve como base também para produtos cosméticos para evitar a aspereza da pele. Segundo Yoshida J; Kitamura K; Yokogawa Y; Sakamoto 0, extratos de vegetais tal como Q. amazonica (patente japonesa nº 920643 de 7 de junho de (995) e Queshuar (Buddleja) (patente japonesa nº 920642 de 7 de junho de 1997, ambas da Shiseido:

Ácido esteárico 2,00%
Álcool estearílico 7,00
Lanolina hidrogenada 2,00
Esqualano 5,00
Álcool 2-octil-dodecílico 6,00
Álcool cetílico
Polioxietilenado 3,00
Monoestearato de glicerila 2,00
Propileno glicol 5,00
Extrato vegetal 0,05
Bissulfito de sódio 0,03
Etil parabeno 0,30
Perfume qs
Água destilada qs 100,00

Estas preparações são indicadas também para o tratamento da dermatite de contato e da psoriásis.

A associação de tensoativos com extratos vegetais é recomendada na patente japonesa nº 920645 de 11 de junho de 1995 da Kao Corp. (Tanaka N; Takahashi N; Suzuki J; Yorozu H) em preparações para banho de espuma apresentando viscosidade < 1000 cP a 20ºC. A formulação pode conter (A) 10-30% de alcanolamidas [R1]- CONX-(CH2)2-0H] ou betaina [R2,-=MeCH2C02 onde R1= grupo alquila C7-17, R2 grupo alquila com C8-18 X = H, hidroxietila; (B) 5-20% de tensoativo aniônico {R3-O-[(CH2)2}O}n-S04M1, onde R3 = grupo alquila, M1 = ânion e n= 0-10 e (C) 0,1-10% extratos vegetais selecionados de plantas tal como Gramineae, Rutaceae ou Araceae na proporção de A/B> 1. Estas composições apresentam excelente dispersibilidade em água e não causam pruridos. Uma formulação típica contém: dietanolamina de ácido láurico (20,0%), lauril éter sulfato de sódio polioxietilenado (10,0%), extrato vegetal (0,4%), propileno glicol (30,0%), p-hidroxibenzoato de metila (0,2%), p-hidroxibenzoato de butila (0,2%) perfumes (1,0%), pigmentos e agua qs 100,0%.

Extratos vegetais com propriedades anti-radicais livres empregados em produtos cosméticos, são descritos na patente japonesa nº 8283172 de 14 de abril de 1995. Segundo os autores Iida M; Takayama A (Kosei) uma loção antienvelhecimento cutâneo pode conter:

Éter oleílico polioxietilenado 0,20%
Extrato de Acanthopanax
Siebolianus 0,18
Ácido málico 0,02
Malato de sódio 0,04
Perfume, preservante qs
Agua destilada qs 100,00

Produtos para o banho contendo extratos de plantas medicinais com atividade antimicrobiana e compostos adstringentes são descritos na patente japonesa de nº 902941 de 19 de junho de 1995 (UchamaI; Furuhata M; Yasuda M-Tsumura Co). Plantas medicinais selecionadas entre Artemisia capillaris, Magnolia, Lithospermum, Houttuynia, Atractylodes lancea, cravo, Juniperus rigida, Capsicum annum e Eriobotrya e compostos adstringentes selecionados a partir de sais de alumínio, taninos e ácidos carboxílicos. As preparações demonstram excelente capacidade desodorante.

Outros produtos para o banho contendo extratos de vegetais como Aloe, licorice, e Perilla ocymoides associados a sais inorgânicos fazem parte da patente japonesa nº 912445 de 29 de junho de 1995. Yokoyama M (St Chemical) sugerem a seguinte composição de produtos:

Extrato de licorice 0,010%
Extrato de aloe 0,100
Extrato de P. ocymoides 0,100
Sulfato de sódio 89,000
Bicarbonato de sódio 10,000
Ascorbato de sódio 0,050
Silicato de cálcio 0,275
Perfume 0,500%

Cosméticos branqueadores da pele contendo extratos de plantas com atividade inibidora da hialuronidase são reivindicados na patente japonesa de nº 912441 de 27 de janeiro de 1995 assinada por Shimomura K; Takagi K; Tada T (Mikimoto Co). Os extratos são obtidos de plantas como Hymenea coubaril, Cariniana brasiliensis, Cissus antiparaliticus, Verônica officinalis e Pradosia lactescens. Uma loção poderá conter: óleo de oliva 0,5, extrato de H. coubaril 0,5, monoestearato de sorbitano polioxietilenado 2,0, óleo de rícino etoxilado 2,0, etanol 10,0, hialuronato de sódio (1%) 5,0 e água purificada
qs 100,0%.

A formulação a seguir apresentada pela Shiseido é empregada pelos pesquisadores Yokogawa Y; Yagi E; Shibata Y; Yosida J; Sakamoto 0, como base para a introdução de vários extratos vegetais com a finalidade de clareamento cutâneo ou inibidores da formação de melanina:

Ácido esteárico 5,00%
Alcool estearílico 4,00
Miristato de isopropila 18,00
Monoestearato de glicerila 3,00
Propileno glicol 10,00
Extrato vegetal 0,01
Hidróxido de potássio 0,20
Bissulfito de sódio 0,01
Preservantes, perfumes qs
Agua destilada qs 100,00

Extratos vegetais (0,005-20,0%) nas patentes japonesas:
- Eleucerine plicata nº 925214 de 13 de julho de 1995.
- Woodfordia fruticosa nº 930929 de 21 de junho de 1995.
- Nyctantis arbor-tristis nº 930930 de 21 de junho de 1995.
- Litzea cubeba nº 930952 de 21 de junho de 1995.
- Boesenbergia pandurata nº 930945 de 21 de junho de 1995.
- Andrographis panicurata nº 930946 de 21 de junho de 1995.
- Kaempferia angustifolia nº 930948 de 21 de junho de 1995.
- Uncaria gambir nº 930949 de 21 de junho de 1995.
- Strychnos lingustrina nº 930951 de 21 de junho de 1995.
- Equisetum arvense nº 8310939 de 17 de maio de 1995.

Todas as formulações cosméticas preparadas com estes extratos vegetais são indicadas como eficientes e inócuas.

O óleo de Melaleuca alternifolia foi testado em relação ao potencial de irritação cutânea usando um patch oclusivo em 25 indivíduos durante período de 21 dias. Southwell IA; Freeman S; Rubel D [J Essent Oil Res 9(1):47-52, 1997] testaram também o 1,8-cineol que é o principal responsável pela capacidade de irritação deste óleo. A irritação não foi detectada a partir de oito preparações contendo cineol puro a 3,8, 8,0, 12,0, 16,0, 19,9, 24,0 e 28,1% em vaselina líquida. Outras preparações a 25% de cineol também não mostraram poder irritante. Indivíduos que apresentavam alergia ao chá verde foram retirados do teste pois representa reação diferente de irritação. Nenhum dos indivíduos demonstraram reação ao α-pineno, β-pineno, limoneno,آآ-cimeno, 1,8-cineol, γ-terpineno, terpinoleno, 4-terpinelol ou α-terpineol no período de 24-28 horas. A significância destes testes em humanos com a aplicação tópica de produtos oleosos do chá verde é discutida pelos autores e métodos para minimização dos alergenos são sugeridos.

Peptídeos

Na patente japonesa de nº 8333233 de 7 de junho de 1995 a Kao Corp (Morizaki N; Suzuki Y; Imokawa G) indica a preparação de produtos cosméticos para o branqueamento da pele, contendo peptídeos selecionados a partir de Pro - Tyr - His - Ile - Lys – Trp - Gly - Asp, Pro - Thr - His - Ile - Lys- Trp , lIe- Lys - Trp e Leu - Lys - Trp. Uma loção contendo Leu - Lys – Trp 0,01, 1,3-butileno glicol 8,0, glicerina 4,0, goma xantana 0,10, condroitinsulfato de sódio 0,1, hialuronato de sódio 0,10, etanol 3,0, آآ-hidroxibenzoato de metila 0, I, oleato de POE 0,50, EDTA-Na4 0,10, citrato de sódio 1,0, Arbutin 0,01 e água deionizada qs 100,0%.

Os mesmos autores em outra patente japonesa nº 8333230 de 7 de junho de 1995 empregam a mesma formulação e um agente inibidor da formação de melanina como o C6H5(CH2)2 PO
(OH)-Gly-Pro- Tyr.

Composição cosmética semelhante contendo outros agentes inibidores da formação da melanina, tal como N-[(S)- 2- (tert -butil-óxido-carbonila)- amino]- 3,3-dimetil-butanoi la]-ester iso-leucilstátilico ou compostos derivados (descrevem um total de 18) são descritas na patente japonesa nº 8333234 de 7 de junho de 1995 (Kao Corp).

Peptídeos, proteínas assim como ácido hialurônico, fazem parte da composição cosmética em spray de autoria de Westphal G; Kluegel U; Henklein P (patente alemã nº 19533038 de 7 de setembro de 1995). 0 ácido hialurônico atua como condicionador da pele e transportador (carrier) para outros componentes. Uma fórmula em spray poderá conter: hialuronato sódico (0,1), proteínas de leveduras (1,0), parabeno (0,1), álcool etílico (10,0) e água destilada 88,9%.

Referências:

Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquimico industrial, professor de Tecnologia em Cosméticos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto SP.

Correspondência com o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português Rua Álvaro de Menezes 74,04007-020 Sao Paul

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