Proteção Solar

Edicao Atual - Proteção Solar

Editorial

Diante da arual conjuntura, plena de incertezas de ordem política, social e econômica, pela qual está passando o país, a indústria de cosméticos, pelo menos, tem alguns motivos de júbilo - conseguiu a redução nas alíquotas do IPI (Imposto de produtos industrializados) e, realiza nos últimos dias de setembro, o Congresso Nacional de Cosmetologia.

A redução nas alíquotas do IPI foi a reparação de uma das maiores injustiças fiscais cometidas contra um segmento industrial. que como consequência da pesada carga tributária, impediu por muito tempo que parcela significativa de consumidores tivesse aceso a produtos de uso quase obrigatório, dentre os quais se destacam os protetores solares.

O Congresso Nacional de Cosmetologia é a reunião de eventos tradicionais: o 8° Encontro Brasileiro de Químicos Cosméticos, 5° Seminário Brasileiro de Cosmética Aplicada e duas exposições, de matérias-primas para a indústria cosmética e de produtos acabados. Marca o início da abertura do nosso mercado a matérias-primas, produtos e tecnologia estrangeiras, que certamente haverão de impulsionar o segmento brasileiro de cosméticos, a crescer e a atingir níveis superiores aos U$ 2 bilhões atuais.

O enfoque desta edução de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) é a proteção solar, com muitas novidades sobre o assunto. A lista de mais de uma centena de trabalhos científicos a serem apresentados no 17° Congresso da IFSCC no Japão, também, consta desta edição e, na próxima, esses trabalhos seão publicados na dorma de resumos.

Boa leitura!

Fotodegradação Química dos Protetores Solares: Considerações aos Solventes - N A Shaath, Kato Worldwide, Mount Vernon NY, Estados Unidos; H M Fares, Block Drug, Jersey City NJ, Estados Unidos e K Klein, Laboratorios Cosmetch, Orange NJ, Estados Unidos.

Os autores descrevem neste artigo um estudo da degradação dos filtros solares no veículo e na exposição à luz. Estes dados são importantes para se podem formular protetores solares cada vez mais seguros e eficazes. Foram avaliados neste estudo dez filtros solares em três solventes (óleo mineral, miristato de isopropila (IPM) e mistura etanol/água (70/30). As concentrações de o filtro solar foram avaliadas a 200 e 400 nm em um espectrofotômetro e os dados foram analisados em microcomputador. Ao final, os autores concluem que as alterações devido à fotodegradação variam de filtro para filtro e que o são drasticamente afetadas pelo sol vente do veículo.

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O Uso de Pigmentos Perolizados como Protetores Solares - L Armanini, The Mearl Corporation, Ossining NY, Estados Unidos.

Os pigmentos perolizados são compostos de mica revestida por camadas bem finas de dióxido de titânio e, quando incorporados a cremes e loções, conferem proteção dos raios UV. Na avaliação dos sistemas de proteção ao UV com base nestes pigmentos foi utilizado um método de transmissão espectrofotométrica. Foram avaliados quatro pigmentos diferentes incorporados a filmes de nitro celulose de 10 de espessura.

Observou-se que, além da absorção, a reflexão e a dispersão têm seu papel na proteção e que os pigmentos perolizados de menor tamanho de partículas têm maior capacidade de proteção a luz solar. Duas formulas sugeridas de creme solar e de brilho labial, ambas com filtro solar e pigmento perolizado, foram submetidas a teste específico de determinação de FPS.

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Novos Avanços na Fotoproteção - D Maes, K Marenus e W P Smith, Estée Lauder IC., Research Laboratories, Melville NY, Estados Unidos.

O artigo revê as diferenças significantes existentes entre o envelhecimento causado pelo sol e o intrínseco. O envelhecimento pelo sol deve-se a um nível incontrolável de peroxidação lipídica da pele gerando radicais livres que desencadeiam uma serie de reações nocivas na pele. Para medições os danos causados pelo sol e a proteção fornecida pelos protetores solares (FPS) escolhe-se, normalmente, o parâmetro relativo ao eritema desenvolvido pela pele 24 horas após a exposição. Esta metodologia sofre restrições com relação à imprecisão do FPS devido as diferenças de sensibilidade de cada individuo e não fornece qualquer informação sobre proteção ao UVA. Os autores descrevem novas metodologias desenvolvidas para medição da proteção UVA. Também é descrita a adaptação de uma metodologia de avaliação dos efeitos do UVB adaptada de in vivo para in vitro que utiliza a determinação dos metabólicos do ácido araquidônico. Os novos desenvolvimentos com relação aos bloqueadores com tamanho de partícula muito reduzida são apresentados. A adição de captores de radicais livres aos protetores e ação daí resultante sao testadas e avaliadas em experiências in vivo e in vitro.


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Emulsões Catiônicas em Protetores Solares - J A Costabile e G M Manes, Quiminasa S/A, Sao Paulo SP, Brasil.

Este artigo apresenta a aplicação de um novo sal quaternário de amônio como emulsionante em sistemas o/a contendo filtros solares. O filtro solar utilizado foi Eusolex 8021, 60% de 4-isopropil dibenzoil metano e 40% de 3-(4-metoxi benzilideno) canfora. E dado a formulação básica do produto de proteção UVA/UVB. A escolha do emulsionante catiônico obedeceu alguns aspectos referentes à segurança na aplicação e a aspectos técnicos, pelo que se chegou ao c1oreto de isoesteralcônio.

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Defesa contra Espécies Reativas de Oxigênio: Modelos "in Vitro" - R Voegeli, J Meier, S Doppler e P Ries, Pentapharm Ltd., Basiléia, Suíça.

O artigo discute aspectos dos radicais livres, das espécies reativas de oxigênio (ERO) e dos antioxidantes visando eliminar certas confusões e esclarecer. Inicialmente é mostrado como se forma as ERRO e é descrita a química da molécula de oxigênio. O papel biológico das ERO e o significado de um antioxidante e os seus tipos seguem na descrição. Para a determinação prática da ação das ERO efetuou-se um estudo onde estas foram geradas por radiação UV, por xantina oxidase e POI' EDTA ferro III. A variação da viscosidade de soluções de ácido hialurônico foi à ferramenta utilizada para estuda a ação das ERO. Como antioxidantes com atividade de eliminação das ERO foram testados manitol, acido tirico, albumina sérica, ácido ascórbico, glutatiao reduzido, catalase e Cu/Zn superoxido dismutase. Os autores acreditam que alguns resultados obtidos para in vitro possam ser passados para in vivo.

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A Emoliência da Lanolina - J Thewlis, Croda Chemicals Ltd., North Humberside, Inglaterra.

O artigo aborda uma investigação sobre a emoliência da lanolina seguindo uma tendência de uma abordagem científica da propaganda da eficácia dos ingredientes de cosméticos. Primeiramente e discutida a pele na sua constituição e, em seguida, define-se o que é emoliencia. As avaliações da emoliência da lanolina foram efetuadas em 45 voluntários de mais idade (média 40,6 anos) aplicando-se os produtos: lanolina líquida, lanolina de qualidade superior e três derivados de lanolina.

Para a medição da emoliência foram utilizadas duas técnicas: medida do perfil da pele (modificação topográfica da pele) é a coeso grafia intra córnea (facilidade de ruptura da coesão das camadas de células). Para uma melhor avaliação foram obtidas imagens em 3 dimensões da superfície da pele que sao reproduzidas. Para medir a elasticidade da pele utilizou-se um aparelho chamado Medidor de Torque Dérmico que mede a força de tração rotacional da pele. Os resultados destes testes comprovaram a ação da lanolina.

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Temas Dermatológicos por Dr. Hachiro Tagami

Causas da pele seca

A superfície do corpo humano é recoberta pelo estrato córneo (EC); estrutura esta que consiste de camadas de células epidérmicas mortas (corneôcitos) firmemente presas em disposição lamelar, renovadas continuamente a partir de camadas mais profundas da pele, com tempo de substituição de cerca de 14 dias. O EC desempenha um papel fundamental na manutenção de nossa vida na atmosfera. Embora seja uma membrana muito fina (cerca de 20 microns de espessura), comporta-se como uma eficiente barreira, protegendo nosso corpo da dessecação e da invasão externa de vários tipos. Retendo água, conserva também a superfície da nossa pele suave e macia. As ceramidas, principais componentes lipídicos intercelulares do EC são fatores importantes em sua função de barreira, também desempenham um papel fundamental na capacidade retentora da água do EC, impedindo que a água passe facilmente através dele. Pequenos metabólitos hidrossolúveis e componentes estruturais protéicos constituem os principais responsáveis pela retenção de água no EC. Além disso, os lipídeos da superfície da pele, derivados principalmente do sebo, também desempenham seu papel incrementando a capacidade de retenção de água do EC, retardando sua evaporação.

Pele Seca

Enquanto a porção mais externa do EC e plenamente hidratada em vista da exposição à umidade da epiderme viva subjacente, sua parte mais externa pode apresentar finas rachaduras e escamas em atmosfera de ambiente seco, se houver perdas em sua capacidade de retenção de água. Essa aspereza da pele, ocasionada por escamas muito finas sobre a pele não inflamada, e referida como "pele seca" (também chamada xerose pelos dermatologistas). Com o recente advento de vários instrumentos precisos e convenientes, que nos capacita a averiguar o estado de hidratação do EC in vivo, teve lugar um grande avanço no estudo da pele seca.

A Pele Seca em Diversas Idades

A pele seca e observada em varias condições, podendo mesmo afetar indivíduos normais. Par exemplo, a exposição de nossa pele a detergentes poderosos ou a solventes de lipídeos, que danificam os lipídeos intercelulares do EC, facilita o subseqüente escoamento com a água de pequenas moléculas hidrossolúvel; e desta maneira que a pele nas mãos da donas-de-casa, torna-se seca.

A pele dos bebes, tidas por todos como macia e flexível, e assim na verdade somente durante os primeiros seis meses, quando as influências dos hormônios maternos remanescentes garantem uma profusa excreção de sebo. Mesmo durante esse período, nas primeiras poucas semanas após o nascimento, a maioria dos recém-nascidos apresenta descamação de pelo menos algumas partes do corpo, até que o EC, produzido sob a influência da com exposição prévia ao líquido amniótico no útero, seja substituído por outro normal. A pele das crianças tende a ser seca, especialmente no inverno, em virtude da baixa excreção de sebo ate a puberdade. Mesmo em adultos, mulheres com mais de 25 anos tendem a mostrar ressecamento em especial nas extremidades inferiores, devido ao declínio da excreção de sebo.

Sabe-se bem que a pele seca ocorre em pessoas envelhecidas, o que e chamado de xerose senil. Tal EC xerofítico mostra um decréscimo na quantidade de aminoácidos hidrossolúveis em razão direta com a gravidade da xerose. Os corneocitos tornam-se maiores, com um declínio na sua renovação associado a idade. A perda de água por evaporação através do EC e significativamente menor em pessoas idosas do que em jovens, pois a pele idosa tem uma melhor função de barreira. Assim, em ambos o decréscimo da quantidade de substâncias que se ligam a água e do suprimento de água a partir do tecido vivo hidratado subjacente, do lugar ao ressecamento da porção superficial do EC, exposta a um meio ambiente seco, de onde não se pode esperar suprimento externo de água. Tal situação ocorre facilmente no inverno, quando a baixa umidade relativa ambiental e ainda mais acentuada pelo uso de uma serie de eficientes aquecedores domésticos. Nesses casos, os emolientes que retardam a evaporação da água da superfície da pele, e os cremes umectantes, que podem rapidamente fornecer água e lipídeos ou outros ingredientes com alta capacidade de ligação água, são principais formas de tratamento, juntamente com os queratoliticos, que removem a escamação.

A Pele Seca Atópica

Os dermatologistas universalmente reconhecem que a pele de pacientes com dermatite atópica, sem afecção tende a ser seca e ligeiramente descamativa. Mesmo aqueles que se recuperam da dermatite atopica mostram alterações semelhantes à assim chamada xerose atópica, particularmente no inverno. A pele seca de pacientes com dermatite atopica mostra elevada perda de água por evaporação devido a deficiente função de barreira do EC. Contendo quantidade substancialmente menor de aminoácidos hidrossolúveis e ceramidas, o EC não pode reter água, apesar da passagem de água aumentada a partir de tecido vivo subjacente. Os corneócitos são de tamanho muito menor do que nos indivíduos normais, refletindo uma proliferação epidérmica aumentada, com rápida formação de EC. De fato, o tempo de substituição do EC da xerose atópica e bem mais curto que o normal: 7 dias contra 14 na pele normal do antebraço, embora o número de camadas celulares do EC na xerose atópicas seja substancialmente maior (21)que os dos controles(15). Um cálculo simples mostra que cerca de 3 camadas de corneócitos destacam-se diariamente da superfície da pele com xerose atópica, fazendo contraste a uma única camada de células ao dia em pele normal; elas tendem a se destacar em grupos de células e não individualmente.

É facilmente compreensível que essas alterações contribuam para o desenvolvimento de uma superfície áspera na pele. Alterações semelhantes são também observadas nas lesões de ftiríase Alba, maculas áspera e hipopigmentadas sobre a face e o tronco de crianças, particularmente aquelas com passado atópico. Para o desenvolvimento funcional pleno do EC, e importante um processo de maturação lento. Uma porção imatura recém formada, que se encontra na camada mais profunda, não é funcionalmente bem equipada em sua capacidade retentora de água quando com parada a camada descamativa mais externa de um indivíduo normal.

Com os dados de estudos histopatológicos, podemos concluir que a xerose atópica na verdade representa uma pele com dermatite incipiente, num grau leve. Para tratar tais alterações de pele, devemos não somente fornecer os componentes deficientes ao EC, mas também tomar algumas medidas antiinflamatórias, inclusive à aplicação de corticosteróides tópicos suaves.



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