A liberação de importações, em tese, pode ser considerada um caminho de duas mãos, a medida que produtos acabados e matérias-primas gozam das mesmas facilidade para ingresso no país, proporcionando, portanto, à industria nacional condições de competir não só com os produtos estrangeiros comercializados em nosso país, mas também, em pé de igualdade, com esses mesmos produtos no exterior.
Porém, no caso dos produtos cosméticos deve se abrir um parentêses: os importados não seguem as mesmas regras do jogo.
Portanto, há a necessidade de se uniformizar as exigências sanitárias, concedendo a paridade de condições aos produtos brasileiros de modo que passam ser lançados com os mesmo tipos de ingredientes e nas mesmas concentrações que o permitido nos países estrangeiros, utilizar rotulagem com os mesmo apelos mercadologicos, sem registro prévio e sem demanda de tempo, as vezes incompatíveis com um produto de moda. Enfim que sejam removidas as restrições que por força de lei impedem que sejam fabricados no Brasil produtos cosméticos semelhantes aos fabricados no exterior e livremente comercializados aqui.
Este número de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) enfoca processos, matérias-primas e aplicações de cremes e loções. Como temas livres, um artigo de autores brasileiros relativo a pesquisas com imagens micro-ópticas digitalizadas e outro narrando a história (ou odisséia) da rotulagem de produtos cosméticos nos Estados Unidos.
Em tempo conseguimos publicar de ação a Portatia 26 da SNVS com as alterações das normas para o uso de ingredientes de ação antimicrobiana, anti-séptica, anti-caspa e anto-acnéica. No próximo número voltaremos a este assunto para comentar as mudanças (para melhor) proporcionadas pela Portaria 26.
Boa leitura!
Imagens Micro-Ópticas por Computador - L M Alves e M A Aegerter, Inst. de Física e Química de São Carlo/USP, São Carlos SP, Brasil e Kenji Hata, Johnson & Johnson S/A, Jaguariúna SP, Brasil.
O artigo mostra como é possível estudar a difusão de produtos como colágena em cabelos humanos através de microscópios de fluorescência. As imagens luminescentes inicialmente registradas em fotografias foram modificadas passando por um conversor de sinais e tratadas em um micro computador. Para relacionar a intensidade de luz com a concentração de colágeno dentro do cabelo foi definido um modelo matemático onde, para simplificar, o cabelo foi considerado como um sistema físico homogêneo. O tratamento matemático dos dados fornece o perfil de difusão sobre uma amostra de cabelo permitindo gerar uma imagem tridimensional. As amostras foram compostas de vinte fios de cabelo que foram imersos em uma solução de água e colágeno, passados em gelatina, cortados em finas lâminas que então foram fixadas em lamínulas de vidro. Estes tipos de sistemas de geração de imagens micro-ópticas por computador podem também ter varias aplicações em estudos in vivo ou in vitro da pele humana.
ComprarSelecionando Preservante para Cremes e Loções - J R Sabourin, The Dow Chemical Company, Midland MI, Estados Unidos.
Os cremes e loções são passíveis de contaminação por uma variedade de microrganismos e o preservante ou os preservantes escolhidos devem inibir l crescimento microbiano no meio. É recomendado um sistema de combinação de preservantes em uma única formulação, pois, desta forma amplia-se o espectro de atuação e se permite a utilização de concentrações mais baixas. O desenvolvimento de um sistema deste tipo pode ser simplificado se basearmos o sistema em um preservante principal de grande espectro de atividade, compatível com a formulação e com alta solubilidade em água. Em seguida, seleciona-se um ou mais preservantes para complementar o principal. Fatores importantes na escolha do preservante são solubilidade em água, concentração necessária e a sua compatibilidade com os ingredientes da formulação. Para avaliar as propriedades toxicológicas de um preservante devem-se efetuar os testes com o produto pronto. Outro fator crítico na escolha do preservante e a sua compatibilidade com o tensoativo, com o material protéico existente na formulação e com ph do produto final. Para garantir a segurança da formulação cosmética com relação à utilização de certo preservante deve-se conhecer perfeitamente o seu perfil toxicológico básico, cobrindo uma ampla variedade de parâmetros. Os testes toxicológicos devem ser efetuados em concentrações de preservantes maiores do que as necessárias à proteção do produto. Os métodos de teste de preservantes são diversos e os autores discutem o da concentração inibitória mínima (MIC) e da concentração microbicida mínima (MMC). Os testes de desafio de inoculações repetidas e a adaptação microbiana são também discutidos. E fornecida uma tabela mencionando o preservante, a sua concentração e os microrganismos testados. Ao final, e fornecida pelos autores uma regra para calcular, após a determinação dos níveis carretos de preservante requeridos pela formulação, o seu custo real.
ComprarEmulsificação com Inversão de Fase - Th H Foerster e H Tesmann, Henkel KGaA, Dusseldorf, Alemanha.
O artigo descreve um processo alternativo para a preparação de emulsões com o qual se economiza energia e tempo. Enquanto o processo tradicional e executado quente-quente, neste processo quente-frio e aquecido somente o concentrado de emulsão que e então diluído em água fria. Nos dois processos ocorre inversão de fases e, para definir melhor o comportamento das emulsões, os autores estudaram algumas emulsões simples. A faixa de temperatura de inversão de fase (TI F) foi estudada para varias combinações de matérias-primas. Para analisar a relação entre TIF e o teor de água no comportamento de fase dos sistemas, são apresentados gráficos. A partir destes sabe-se que, para obter emulsões o/a finamente dispersas, a emulsão deve conter uma quantidade suficiente de água de modo a estar na faixa a/o instável e deve ter passado pela região de micro- emulsão do gráfico. Os autores descrevem como são efetuados processos de uma etapa onde todos os ingredientes são misturados em um agitador à temperatura ambiente e os comparam com a emulsificação em duas etapas. Esta última reduz o consumo de energia de aquecimento e de refrigeração, e o tempo de produção.
ComprarFunção dos Lipídios na Estrutura Epidérmica - D T Downing, PhD, University of Iowa College of Medicine, Iowa City IA, Estados Unidos.
O artigo descreve as estruturas distintas de lipídeos da epiderme e a sua contribuição as propriedades do estrato córneo. A forma pela qual o envelope lipídico dos corneócitos esta ligado ao envelope protéico e mostrado e explicada, em figura e em fotografia microscópica. Os lipídeos presentes no estrato córneo são uma mistura de ceramídeos, colesterol, ácidos graxos livres saturados e sulfato de colesterol e, em pequenas porções, de triglicérides e ésteres de colesterol. Pela cromatografia em camada delgada obtem-se sete camadas distintas dos ceramídeos do estrato córneo. Experimentos mostraram que os componentes da camada lipídica podem formar in vivo membranas lipídicas na forma de lipossomas. A fixação com tetróxido de rutênio revelou a existência de membranas intercelulares em forma de mono e bicamadas lipídicas. Além destas membranas existem, também, corpos lamelares ou discos lamelares que são extrudados no interior dos espaços intercelulares. Estes discos fundem-se formando, então, as extensas membranas lipídicas entre os corneocitos. Através da microscopia eletrônica mostrou-se que os lipídeos intercelulares do estrato córneo consistem de um arranjo densamente empacotado formando uma barreira permeável a água e outras moléculas pequenas.
ComprarEmolientes Lipofílicos: Predição de Funcionalidade através de Parâmetros Físicos - M Mitlag, N A Arnejo, o P Carballo e A F Blanco, Fabriquimica SRL, San Martin, Argentina.
O artigo discute emolientes lipofílicos agrupando-os por famílias químicas. Partindo da definição de um emoliente e da sua ação, os autores se propuseram realizar um estudo para comparar e estabelecer escalas entre os vários emolientes lipofílicos existentes no mercado. As principais funções estudadas foram: fixação da água no estrato córneo, utilizando o método do número de água (AA); capacidade de difusão (DC) para o estrato córneo através de medida de difusão capilar; capacidade de lubrificação do estrato córneo através da determinação do Índice de Lubrificação (IL). As funções secundárias dos emolientes lipofílicos avaliadas foram: viscosidade por viscosímetro rotacional Brookfield e a veiculação (o comportamento como veículo). Todas as medidas foram efetuadas a 32-35°C e os resultados são apresentados em forma de tabela. Analisando os dados das funções, os autores criaram um quadro indicando as relações mais prováveis entre as propriedades esperadas no cosmético em desenvolvimento e as propriedades do emoliente. Para verificar a veracidade destas hipóteses, foram efetuados testes com uma formulação básica e vários emolientes; os resultados estão apresentados em forma de quadro. Os resultados indicam que o conhecimento dos valores para NA, DC e IL fornecerá indicação da sua coincidência com as propriedades do cosmético que se deseja desenvolver.
ComprarRotulagem de Ingredientes: a Experiência Americana - H J Eiermann, Consultor Independente, Alexandria VA, Estados Unidos.
O autor descreve neste artigo a trajetória legal percorrida durante II anos nos Estados Unidos até chegar a atual legislação sobre rotulagem dos ingredientes em cosméticos. O processo iniciou, realmente, em 1966 por um decreto do Fair Packaging and Labeling (FP&L) e por esforço voluntário da FDA. Esta regulamentação proposta pela FDA foi publicada em 1973, sofreu modificações e adaptações e se tornou realidade em setembro de 1977. A regulamentação define a forma que os ingredientes devem ser apresentados: o local na embalagem, o tamanho dos caracteres. Os ingredientes devem ser identificados pelo nome estabelecido na FDA e, se não constar na FDA, pelo nome contido em outros compêndios autorizados que são mencionados. O autor descreve também, em qual ordem de predominância os ingredientes devem ser citados e descreve como são tratados os aditivos corantes, os produtos segredos de mercado e as fragrâncias. As alternativas de apresentação da rotulagem de ingredientes nos casos de apresentação em gôndolas nos supermercados, de displays em pontos de venda, de venda por mala direta, das embalagens de componentes múltiplos (kits) são discutidas separadamente, com as respectivas soluções individuais. Para reduzir os custos de introdução da rotulagem dos ingredientes em cosméticos, a regulamentação só se tornou efetiva após um praza de 18 meses, para permitir o consumo dos estoques com rótulos antigos. Os custos da rotulagem dos ingredientes de cosméticos foram bem menores do que os benefícios apresentados: os consumidores puderam, desde então, julgar, comparar e avaliar cada produto e os fabricantes devem agora observar a qualidade e a segurança dos seus produtos. A rotulagem dos ingredientes de cosméticos nos Estados Unidos aplica-se só mente aos produtos vendidos a varejo ou para consumo em casa e, existe a necessidade de se efetuar alterações na legislação que obrigue os produtos de usa profissional e as amostras grátis a mencionarem, também, os seus ingredientes.
ComprarNo Scand. J Dent. Res. 98 (5) 401-11 (1990) apareceu um relato interessante de M. Rykke ET al. Sobre o efeito do óleo de silicone na adsorção de proteÃna em hidroxiapatita in vitro e na formação de pelÃcula in vivo. O óleo de silicone foi introduzido em uns dentifrÃcios para fumantes devido ao seu efeito como um agente de polimento. Os óleos de silicone são hidr6óobos, tem baixa tensão superficial e boas propriedades umectantes. Graças à baixa tensao superficial, os óleos de silicone podem se espalhar prontamente em superfÃcie sólidas, recobrindo-as com um filme fino e repelente a água. Introduzidos através de dentifrÃcios, os óleos de silicone, portanto, podem ser adsorvidos nas superfÃcies do esmalte e interferir nas caracterÃsticas de superfÃcie, como a adsorção de proteÃna. A hidroxiapatita tratada com silicone adsorveu menos proteÃna e a proteÃna adsorvida estava ligada a superfÃcie através de um mecanismo diferente do que nos controles não tratados.
O uso de um lÃquido de limpeza bucal oxidante para reduzir a formação de manchas, juntamente com a c1orohexidina, e relatado por M. Addy ET al. no J Clin. Periodont 18 (4) 267-71(1991). A descoloração dos dentes, da lÃngua e dos materiais de restauração dos dentes, associada ao uso de anti-sépticos catiônicos e ainda o fator limitante para o uso, em longo prazo, dos agentes anti-placa, como a c1orohexidina. Os agentes oxidantes tiveram sucesso na remoção de manchas nos dentes de animais, mas os produtos e os regimes não foram avaliados previamente em humanos.
Os estudos pilotos relatados por estes pesquisadores foram efetuados in vivo e in vitro. Um lÃquido de limpeza bucal oxidante, baseado em peroxiborato, foi avaliado com relação remoção de manchas nos dentes e em materiais acrÃlicos. Num estudo c1Ãnico de curta duração foi induzida a formação de manchas em dentes num perÃodo de 2,5 dias com lavagens recÃprocas de clorohexidina e chão Cinco lavagens com o enxaguatório bucal de peroxiborato no 1,5 dia seguinte reduziram as manchas de forma acentuada, comparando com o controle de lavagem com água. Os resultados sugerem que um enxaguatório bucal oxidante adequado para controlar as manchas dos dentes deveria estar associado ao uso de clorohexidina.
Pele e Cuidados da Pele
Uma revisão muito interessante, usando imagens digitais da pele, por D. A. Peredina apareceu no Jam. A cad. Dermatol. 25, 89-108 (1991). O autor revê técnicas de ultra-som e fornece fotos com explicação das imagens produzidas.
A patente japonesa JP 0338.511, de propriedade da Pola Chemical Industries Inc., desvenda o uso de transglutaminase em preparações de pele e de cabelo. À esta enzima, usada a 5010,atribui-se propriedades de ativação das funções fisiológicas da pele.
A patente japonesa JP02, l93, 919, de propriedade da Kao Corp., discute o usa de isoflavonas para inibir a glândula sebácea e para reduzir a formação e o fluxo de sebo. Uma solução aquosa de acetona, contendo 10 MG/ml luteona, aplicada topicamente a "hamsters" a razão de 50 ul, duas vezes ao dia, durante quatro dias, resultou numa inibição notável da secreção de sebo da testosterona induzida por propionato. Em outro exemplo foi usado genisteina a 0,1% num preparado de controle de sebo para uso humano.
A análise de comedões faciais através de fluorescência com porfirina e a análise das imagens está descrita num artigo de G. Sauermann ET al., publicado no J Toxicol, Cutâneos Ocul. Toxicol, 8 (4) 369-85 (1989) (publicado em 1990). C. acnes sintetiza porfirinas. A glândula sebácea, parcialmente ou totalmente fechada, mostra, particularmente, alta intensidade fluorescente e vária comedões, especialmente na dobra naso labial, podem ser detetados desta forma.
A comedogenicidade de matérias primas, produtos e produtos de cuidados da pele podem ser testados através deste método. É fornecido um exemplo de teste de comedogenicidade do miristato de isopropila.
Incidentalmente, um artigo de R, Murphy ET al., publicado no British J Dermatology 124, 571-575 (1991), descreve um procedimento para analisar replicas de superfÃcies de pele com auxÃlio de computador. Estes pesquisadores usaram um material de impressão dental baseado em borracha para preparar as impressões de superfÃcie negativa. Micrografias eletrônicas das impressões foram tomadas com baixa ampliação. Usando um analisador programado de imagens, assistido por um computador, foi possÃvel representar quantitativamente a topografia do material.
A patente alemã de 3.837.969, de propriedade da Henkel, descreve a preparação de alcoxibenzoatos como inibidores de inflamação para cosméticos e drogas tópicas. Uma solução alcoólica a 25% de Ester metoxietilico do ácido anÃsico diminui em 40070 0 edema induzido por radiação UV em ratos.
Um artigo interessante sobre "Predominância e origens da sensibilização a emulsificantes: um estudo clÃnico" de A. Tosti ET al. (Departamento de Dermatologia, Universidade de Bolonha, Itália), foi publicado no Contact Dermatites 23,68-72 (1990). Mais de 700 pacientes com suspeita de dermatite de contato por cosméticos ou medicamentos foram testados com álcool ceto-estearilico, sesquioleato de sorbitan, polissorbato 40, polissorbato 80 e uma solução de álcool de lanolina em óleo mineral (denominação comercial, Amerchol L101). Todos estes ingredientes tiveram como resultado, aproximadamente, o mesmo número de reações (4 a 7) positivas.
Isto é interessante, pois a lanolina e periodicamente relatada como causadora de reações sensibilizantes e acredita se que a causa seria o álcool de lanolina livre. O fato do Amerchol LI01 não apresentar reações de sensibilização (em pessoas com pele sensÃvel) maiores que o polissobarto 40 ou o polissorbato 80 deve servir para afastar o mito de que o álcool de lanolina e sensibilizante e por isso deve ser evitado.
Como os dermatologistas não são quÃmicos cosméticos, também testaram uma solução a 2,5% de trietanolamina, chamando-a de agente emulsificante. Claro que 3% dos pacientes tiveram reação. Estes dermatologistas não tinham conhecimento suficiente para saber que a trietanolamina e utilizada para neutralizar um acido graxo; portanto, deveriam ter utilizado o estearato de trietanolamina ao invés da trietanolamina pura.
Numa comunicação rápida no Int. J Pharm 71, RI-R4 (1991), os estudos conduzidos par M. Walker ET al. propõem um mecanismo de ação do ácido oléico justificando o aumento da penetração. Os autores prop6em que a organização normal dos lipÃdios intercelulares do estrato córneo pode ser rompida pela introdução ao de canais de acido oléico em forma de fluido entre os lipÃdeos córneos as temperaturas fisiologicamente normais.
A aplicação de novos materiais de carboidratos em cosméticos e revisados por N. B. Desai ET al. em Seifen, Dele, Fette, Wachse 117 (4) 124-132 (1991) (em inglês e alemão). São descritas a preparação e as propriedades de vários ésteres a-Dmetilglicose de ácido graxo. Estes ésteres mostraram-se como não irritantes em testes de olho e pele, e animais. Também foi relatado que 0,3 % dos ésteres isoestearato, laurata e ricinoleato reduziram a irritação da pele causada por soluções a 1% de lauril sulfato de sódio e cloreto de cetil-trimetil-amonio. Testes de umectação da pele humana revelaram aumento de absorção de água na presença destes derivados de éster de glicose.
VeÃculos
Novas estruturas de geleificação baseadas em sistemas de tensoativos de polÃmero catiônico/aniônico são relatadas por Goddard ET al. (J Soc. Cosmo Chem. 42 (1), 19-34 (1991). É discutÃvel a informação preliminar relevante a formulação.
Cosméticos contendo agentes emulsificantes de fosfatos hexose são descritos na aplicação da patente japonesa JP 02.250.813 de propriedade da Kao Corp. A fórmula abaixo mostra uma composição da patente.
Composições decorativas contendo misturas de lÃquido cristalino colesterico são descritas na aplicação da patente internacional WO 90.13.282, de propriedade da Merck Gmbh. Uma mistura de cristal lÃquido foi formulada contendo 49,3% de p-pentilfenil-p-metoxibenzoato, 24,7% de p- pentilfenil-phexiloxibenzoato, 11,7% de colesteril nonanoato, 7,4% de valerato de colesterila e 6,9% de propionato de colesterila. Uma solução de 0,25% de Carbopol 940 foi neutralizada ate PH 7 e a composição do corante acima foi injetada no gel resultante para obter um gel cosmético com efeitos de cor.
Desde a última década, uma nova ferramenta esta disponÃvel aos pesquisadores na área da farmacologia da pele, mais precisamente a epiderme reconstruÃda, que pode ser considerada como um protótipo da cultura organotÃpica de pele. O número exagerado de artigos clÃnicos e de pesquisa na vasta literatura dermatológica serviu para avançar o nosso conhecimento e a nossa compreensão, mas a ausência, quase que sem exceção, de modelos de pele normal ou lesada dificultou tanto a pesquisa como o desenvolvimento de novos tipos de drogas.
A técnica de cultura em larga escala de queratinocitos humanos, descoberta ha cerca de 10 anos no laboratório de Howard Green da Harvard Medical School, anunciou o inÃcio de estudos mais racionais das células, que representam a maior população na epiderme. É claro que foram exigidos modelos mais realÃsticos, já que a pele consiste de uma rede tridimensional de múltiplas camadas: uma superfÃcie esta exposta à atmosfera e a outra superfÃcie e servida por complexo de capilares e nervos.
Desenvolvimento de Culturas Dérmicas
O trabalho inicial de Michel Prunieras, na França, e de Eugene Bell, do MIT (Massachusetts Institute of 1echnology) abriram caminho para os desenvolvimentos futuros. Um equivalente dérmico foi obtido utilizando derme humana totalmente inativa e despojada da sua epiderme, ou preparando uma matriz de colágeno contraÃda por fibroblastos. Neste suporte foram semeados queratinocitos humanos que, apos algum tempo foram expostos a atmosfera e cultivados simplesmente sobre uma grade. Durante três semanas de proliferação e diferencial; ao, a cultura originalmente em monocamada forneceu a epiderme reconstruÃda. Ao examinar indicadores especÃficos de diferenciação como queratinas, filagrina ou o precursor principal do envelope cornificado, como involucrina, e usando anticorpos monoclonais especÃficos mostrou-se que as estruturas de múltiplas camadas regeneradas apresentaram forte semelhança morfológica com pele à humana normal.
Desde então foram documentadas várias variantes do sistema Bell e foram efetuados vários aperfeiçoamentos. Uma variante enfocou a membrana basal que e a conexão e a barreira entre a derme e a epiderme; agora estão sendo desenvolvidos os sistemas possuidores de uma membrana basal intata, utilizando materiais de matriz sintéticos.
Função Metabólica
A função metabólica dos queratinócitos humanos em cultura e similar, mas não idêntica aquela na pele normal. A epiderme consiste não somente de queratinócitos em diferentes estágios de diferenciação terminal, mas também de outros tipos de células. Os melanocitos dendroides cuja função principal é a produção de melanina para defender a epiderme em condições de viver contra a radiação UV nociva, realmente, pode estar presente na pele reconstituÃda. Isto ocorre pela presença destes na biópsia original que serviu como fonte dos queratinócitos.
Por outro lado, as células de Langerhans, também encontradas na epiderme normal, desaparecem nestas culturas.
Como esta célula tem papel de maior importância na resposta imunológica primaria da pele, o aperfeiçoamento das condições de cultura para permitir a proliferação das células de Langerhans abriria muitos novos campos de pesquisa.
A outra principal deficiência dos modelos correntes e a falta de suprimento de sangue. A utilização de soro humano ou animal não pode substituir, completamente, um parâmetro tão complexo. Algum avanço a este respeito foi efetuado usando-se meios definidos para os quais fatores essenciais podem ser adicionados em concentrações definidas. Ao fornecer ao meio de cultura fatores como derivados de vitamina A (retinóides) ou 1,25 - dihidroxi de vitamina D3 que afeta a diferenciação dos queratinocitos, podemos alterar a barreira de penetração do estrato córneo em relação ao equivalente epidérmico formado.
Outro problema com o qual os pesquisadores desta área defrontam e a seleção dos pontos biológicos extremos. No estudo da inflamação, por exemplo, as respostas farmacológicas clássicas baseadas em coloração não são apropriadas devido à falta de vasos sangüÃneos. A abordagem selecionada e medir com uma substância teste, após sensibilização, a liberação pelos queratinocitos de certos mediadores associados com inflamação, como prostaglandinas, leucotrienos e linfoquinas.
Por fim, a estes modelos faltam, também, os apêndices essenciais da pele, como os folÃculos capilares e as glândulas sebáceas. A preparação de equivalentes da pele humana exibindo folÃculos capilares está atualmente sendo pesquisada encontrando-se, porem, em estágios ainda iniciais.
Aplicações Médicas
Estes tecidos são utilizados de forma extensiva como uma fonte conveniente de tecido para transplantes autólogos de pele. Ao lado desta aplicação clÃnica e do seu uso na pesquisa, a principal atividade procurada nesta área e a utilização deste tipo de modelos como alternativa aos animais para avaliar os riscos de novas drogas e formulações. Considerando que a aplicação de uma droga formulada para aplicação tópica e impossÃvel nas culturas clássicas de células submersas, é possÃvel a aplicação tópica em equivalentes de pele.
Uma vez que a função normal de barreira e metabólica podem ser restauradas em sistema deste tipo, os estudos toxicocineticos e farmacocinéticos puderam ser imediatamente executados. Aplicando técnicas modernas de farmacologia (como coloração com anticorpos monoclonais) para caracterizar a epiderme reconstruÃda e, através da hibridização com provas DNA, haveremos de obter melhor conhecimento da estrutura e da função da pele. Este conhecimento, por outro lado, levara ao desenvolvimento in vitro mais apropriado ao estudo dos distúrbios e das doenças da pele.
Aplicações em Cosméticos
O impacto na ciência cosmética não é menos pronunciado. Modelos de pele sao mais apropriados para o estudo da estrutura e função do estrato córneo. A interação deste conjunto complexo, dinâmico de proteÃnas, lipÃdios e água com a epiderme e a derme, em condições vitais, servem como uma base para a compreensão de algumas dos processos que mantém o balanço homeostático na pele.
O desenvolvimento de novos modelos relevantes em uma das áreas atualmente mais interessante da biologia da pele requer pesquisa integrada dos cientistas de muitas disciplinas. Pode-se concluir deste artigo que a reconstrução da epiderme totalmente funcional aproxima-se da realidade.
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