Antienvelhecimento

Edicao Atual - Antienvelhecimento

Editorial

Expectativas para 2018

Com inflação em baixa e outros sinais de que a recessão é coisa do passado, os brasileiros chegam ao final de 2017 em um cenário mais positivo do que o vivido um ano atrás. Analistas do mercado financeiro seguem melhorando suas expectativas para o desempenho da economia em 2018.

Para este ano e o próximo, as estimativas em relação ao IPCA permanecem abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,50%. A taxa básica de juros, a Selic – principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação – deverá continuar o ciclo de reduções, ainda que de forma mais moderada. Já a recomposição do mercado de trabalho deve acontecer de forma lenta. O alto nível de desemprego é um dos aspectos da incerteza que persiste no panorama político-econômico e atrasa investimentos e contratações.

Nesse contexto, as eleições que estão por vir têm papel decisivo na trajetória de consolidação da recuperação econômica. Para crescer de maneira sustentada, ressaltam os analistas, é essencial manter o rumo da política econômica e avançar nas reformas – especialmente a da Previdência, fundamental para melhorar as contas públicas. No entanto, o futuro eleitoral é nebuloso. Resta aguardar e, com a consciência de que já vivemos dias bem mais difíceis, começar 2018 com um olhar otimista – e atento.

Esta edição da revista Cosmetics & Toiletries Brasil traz, na seção Enfoque, a força do canal farma e o crescimento das apostas da indústria cosmética no varejo farmacêutico. As farmácias são opções atraentes de compra, tanto pela conveniência de oferecer itens básicos e utilizados no dia a dia, como em função do apelo de linhas premium. Em uma mesma oportunidade, o consumidor supre suas demandas de saúde, higiene e beleza. A seção Persona apresenta a trajetória de Vânia Leite.

Nos artigos técnicos, um dele mostra que a ação antienvelhecimento não se quantifica somente pela redução das rugas. Outro artigo aborda o risco das micotoxinas em ingredientes de cosméticos. Nesta edição publicamos o último artigo sobre Produtos Infantis, na seção Fundamentos da Cosmetologia, e, em nome da equipe, quero agradecer às autoras, Luciana Amiralian e Cláudia Regina Fernandes, da Phisalia, pela dedicação e profissionalismo demonstrado na elaboração dessa série de artigos. Na seção ABC News, estão os últimos dos pôsteres apresentados ao 30º. Congresso Brasileiro de Cosmetologia.

Hamilton dos Santos
Publisher

Antienvelhecimento não é só Redução de Rugas - P Bedos, C Leduc, C Darnez (Laboratoires Dermscan, França); K Lintner (KAL’Idées, França)

Em lugar dos apelos de antienvelhecimento, estes autores buscam quantificar o bem-estar e como ele se relaciona com os efeitos de um novo ingrediente ativo: a centciamina. Os autores confirmaram que existe correlação entre os escores do bem-estar, as observações instrumentais, a autoavalição e, indiretamente, os dados mecanísticos, in vitro.

En lugar de antienvejecimiento, estos autores intentan cuantificar por lo que se relaciona con los efectos de un nuevo activo: centciamina. Los autores confirmaron la correlación entre los resultados de la medición, instrumental, autoevaluación e, indirectamente, datos mecanísticos in vitro.

Rather than anti-aging claims, these authors sought to quantify well-being as it relates to the effects of a new active: centcyamine. The authors confi rmed a correlation between well-being scores, instrumental observations, self-assessment and, indirectly, in vitro mechanistic data.

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Sistema de Liberação em Sabonetes em Barra - Curt Durfee, Barbara Devine (Twincraft Soap, Winooski VT, EUA)

Muitos dos aditivos desejáveis não são compatíveis com o sabão, ou por sua natureza química, ou pelo processo de fabricação. Neste artigo, os autores descrevem um sistema de liberação encapsulado incorporando polímeros e que sobrevive ao processo de extrusão e adere à pele.

Muchos aditivos deseados no son compatibles con el jabón debido a su naturaleza química o al proceso de fabricación. Aquí, los autores describen un sistema de administración encapsulado que incorpora polímeros que sobrevive al proceso de extrusión y se adhiere a la piel.

Many desired additives are not compatible with soap due to either chemistry or the manufacturing process. Here, the authors describe an encapsulated delivery system incorporating polymers that survives the extrusion process and adheres to skin.

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Micotoxinas em Ingredientes Cosméticos - Maria Inês Harris (Instituto Harris, São Paulo SP, Brasil)

As micotoxinas mais estudadas são aflatoxina B1, ocratoxina A, deoxinivalenol, zearalenona, fumonisina B1 e tricotecenos, porém outras podem ocorrer e todas apresentam perigos característicos. Considerando seus aspectos toxicológicos e a exposição do consumidor de cosméticos, sugerimos que a análise de micotoxinas seja item de especificação em matérias-primas de origem vegetal.

Las micotoxinas más estudiadas son aflatoxina B1, ocratoxina A, deoxinivalenol, zearalenona, fumonisina B1 y tricotecenos, pero otras pueden ocurrir y todas presentan peligros característicos. En cuanto a sus aspectos toxicológicos y la exposición del consumidor de cosméticos, sugerimos que el análisis de micotoxinas sea elemento de especificación en materias primas de origen vegetal.

The most studied mycotoxins are aflatoxin B1, ochratoxin A, deoxynivalenol, zearalenone, fumonisin B1 and trichothecenes, but others may occur and all present characteristic hazards. Considering its toxicological aspects and consumer exposure of cosmetics, we suggest that the analysis of mycotoxins must be a specification for all raw materials from vegetal origin.

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Caracterização e Eficácia de Álcool Gel - Cláudia Gisch, Marinês Pérsigo Morais Rigo, Luisa Scheer Ely, Renata Vidor Contri (Centro Universitário Univates, Lajeado RS, Brasil)

O álcool gel é a formulação mais utilizada na antissepsia das mãos. Foram analisadas as características físico-químicas e a eficácia antimicrobiana in vivo de quatro amostras magistrais de álcool gel e de um produto undustrializado. A eficácia dos produtos magistrais foi semelhante a do produto industrializado, embora o produto industrial tenha apresentado melhores aspectos de espalhabilidade sobre a pele.

El gel de alcohol es la formulación mas utilizada en la antisepsia de las manos. Se analizaron las características físico-químicas y la efi cacia antimicrobiana in vivo de cuatro formulaciónes magistrales. La eficacia de los productos magistrales fueran similares al producto industrial, aunque mostraran diferente apariencia y capacidad de extension en la piel.

Alcohol gel is the most used formulation for hand antisepsis. The physical-chemical characteristics and the in vivo antimicrobial efficacy of four samples of alcohol gels prepared by compounding pharmacies were evaluated. The efficacy of the products from the pharmacies was similar to the industrial product, even though they showed distinct aspect and capacity to spread along the skin.

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Vitiligo - Bruna da Costa Ligero (Universidade Guarulhos (UnG), Guarulhos SP, Brasil); Maria Aparecida Nicoletti (Universidade de São Paulo (USP), São Paulo SP, Brasil)

O vitiligo é uma doença de pele que causa despigmentação do tecido epitelial, com surgimento de manchas brancas nas áreas afetadas. Vários tratamentos disponíveis no mercado se mostram eficazes, entretanto, nenhum com 100% de efetividade. Os diferentes tratamentos têm suas particularidades, atingindo melhores resultados em determinadas regiões do corpo, e é necessário estudar os casos individuais de acordo com a região do corpo afetada.

El vitiligo es una enfermedad de la piel que causa despigmentación de tejido epitelial con la aparición de manchas blancas en las zonas afectadas. Varios tratamientos disponibles en el mercado son eficaces, sin embargo, ninguno con 100% de efectividad. Diferentes tratamientos tienen sus características, la consecución de mejores resultados en ciertas regiones del cuerpo, requiriendo casos individuales en estudio, de acuerdo con la región del cuerpo afectada.

Vitiligo is a skin disorder that causes depigmentation of epithelial tissue with the appearance of white spots in the affected areas. Many treatments available in the market are effective, however, none with 100% effectiveness. Different treatments have their characteristics, achieving better results in certain regions of the body, requiring individual studying cases, according to the affected body region.

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John Jimenez
Tendências por John Jimenez

Jazzmetics

Há pouco, tive a oportunidade de conhecer a paixão pelo jazz e, ao escutar essa palavra, são muitos nomes que vêm à cabeça, como Liza Minnelli, Bessie Smith, Miles Davis e Bob Fosse, assim como todo o conjunto de saltos, movimentos e piruetas que vemos nos vídeos, nas obras de teatro e nos musicais. O fato é que o jazz - assim como a cosmética - se desenvolveu de várias formas, ramos e estilos. E, por esta razão, os dois compartilham tendências.

O jazz tem suas origens nas danças tradicionais africanas e teve seu auge em New Orleans no início do século XX. Apesar do jazz poder ser feito em sua forma tradicional, frequentemente é influenciado por outros estilos como balé, contemporâneo, lírico, acrobacia e hip-hop. Por sua vez, muitos outros estilos de dança são infl uenciados pelo jazz.

Hoje em dia, o jazz, como a cosmética, está presente em diversas formas e lugares. A inspiração vem da música ou do artista. Pode ser um adágio de balé, como o da Bela Adormecida de Tchaikovsky, no qual os harmoniosos e delicados sons de harpa dão entrada à orquestra ou a uma coreografi a de jazz contemporâneo inspirada na música atual ou jazz lírico.

Na cosmética, vemos como a tendência dos produtos que ajudam a dormir melhor continua no auge, os pillow mist são produtos que estão no meio do caminho entre terapia e cosmética. Há aromas que nos ajudam a dormir bem, já que o sentido do olfato está diretamente relacionado com o sistema límbico. Definitivamente dormir bem é o novo grande luxo. Também estamos vendo como os purificadores de ar começam a ter claims relacionados com a aromacologia para promover também um bom descanso.

Há um jazz para millenials que se chama BadBadNotGood. Formado como trio em 2010, é um grupo canadense que encarna uma forma fresca de se aproximar ao estilo a partir da liberdade e da modernidade. No seu segundo disco de estúdio (2012), pode-se ler: “Ninguém com mais de 21 anos esteve envolvido neste disco”. Estes músicos - que ainda não chegaram aos 30 anos - se situam entre o hip hop instrumental e o pós bob e se converteram sem dúvida em uma das grandes surpresas musicais da década.

Na área da beleza, vemos como entre os millenials e a geração Z temos as novas relações de mercado. De fato, o uso do big data e da inteligência artificial tem o potencial de redefinir a forma como as marcas estão interatuando com estes consumidores. Uma projeção estimada publicada recentemente indica que, para 2027, um pouco mais de 30% da população será composta pelos nascidos entre 1998 e 2016. As marcas cosméticas estão criando estratégias para este segmento da população, que somará 1,5 milhão de consumidores com potencial de alto gasto e completamente imersos no universo digital, nativos digitais 100%. Este está se tornando um dos segmentos mais promissores para empresas de todo o mundo.

O jazz puro também é uma tendência. Famosos trompetistas de New Orleans estão apresentando propostas elegantes com articulações modernas, mas que conservam a essência básica e original.

Na cosmética, vemos como as necessidades em grooming estão evoluindo para conceitos mais puros. As marcas focadas em remoção de pelo e depilação estão mudando os padrões de beleza no homem -
Mintel recentemente publicou que, na Coreia, 34% das compras de produtos relacionados com depilação foi feita por homens. Na América Latina, vemos que esta tendência também cresce, pois cada vez mais os homens frequentam os centros de estética para realizar procedimentos de depilação.

Se pensamos num jazz que seja universal e que gere as mais profundas emoções e sensações, sem dúvida podemos nos referir à versão de La Vie en Rose de Louis Armstrong, composição original de Edith Piaf.

Experiential marketing: as marcas estão intensificando seus esforços no uso da realidade virtual, para criar a maior experiência possível ao cliente para que este possa sentir um maior conjunto de emoções e sensações. A experiência sensorial interativa está permitindo o desenvolvimento de inovações em skin care, fragrâncias, maquiagem e cuidado pessoal.

A tendência de sinestesia também se relaciona com o jazz. Recentemente, em Bogotá, tivemos o evento AccyCosmética, uma feira de fornecedores e serviços na qual contamos com a participação do famoso bailarino colombiano award-winner Alexander Zapata. Ele teve uma imersão sinestésica para traduzir as notas de um perfume madeirado, nos movimentos de dança que envolvem o jazz, o tango e o flamenco. Foi uma experiência única, que, sem dúvida, abriu uma tendência na indústria.

So, you think you can dance! E, quanto aos estilos e às preferências, o jazz apresenta uma grande diversidade, como street jazz, jazz lírico, jazz contemporâneo, jazz funk, modern jazz, latin jazz, Broadway jazz, entre outros.

Jazzmetics = Jazz + Cosmetics, como na cosmética, sempre surgem novos estilos que entram na moda e que servem de inspiração para inovar.

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Sucesso e futuro

Com a aproximação do final de um ano e o início de outro, parece adequado falar de sucesso e futuro. Como especialistas, temos responsabilidade com o sucesso e o futuro das empresas onde trabalhamos. Existem informações, aspectos e peculiaridades que só os técnicos especialistas conhecem ou podem compreender e que precisam ser levados à mesa de decisões.

Sucesso e futuro são duas palavras-chaves em qualquer negócio, porque o primeiro é o objetivo de todo empreendimento, e o segundo guarda os caminhos que devem ser trilhados e os desafios que devem ser vencidos. O sucesso pode ser atingido de várias maneiras. Chegar a ele por acaso é uma possibilidade. Ampliá-lo ou mesmo mantê-lo, quando atingido por acaso, é uma tarefa difícil porque, muito provavelmente, vai exigir mudanças importantes no modus operandi, na mentalidade e na cultura. Realmente não é fácil.

Quando alguém decide abrir uma fábrica de cosméticos ou mesmo criar uma linha própria de cosméticos fabricados por terceiros, no âmbito geral, além dos aspectos mercadológicos, deve considerar dois pontos absolutamente decisivos para se obter sucesso: é uma atividade de base tecnológica e tem legislação sanitária específica. Essa última define a necessidade de ter pessoas que a conheçam bem, além da determinação efetiva de cumpri-la. Será necessário implantar processos específicos, como, por exemplo, aqueles exigidos para a geração de dados que devem constar no dossiê, conforme exige a RDC 07/15. Achar que uma exigência regulatória é descabida e negligenciá-la é um despropósito que traz consigo um risco enorme. Negligenciar por desconhecimento é tão grave quanto. Nos dois casos, a empresa fica em condição de vulnerabilidade. Isto não combina com sucesso.

Ter base tecnológica significa necessidade de investimento em infraestrutura, equipamento e pessoal especializado. Os processos de desenvolvimento, produção e qualidade devem estar orientados e bem alinhados. A estrutura funcional tem que ser organizada, com recursos adequados para gerar, armazenar e processar informações. É necessário entender que pesquisa e qualidade vão ocupar posições únicas e exclusivas na sustentação do sucesso. A pesquisa é que vai entregar tecnologia para a fabricação de produtos competitivos, eficazes, seguros e estáveis, enquanto o sistema de qualidade será a salvaguarda da rentabilidade e competitividade. E as boas práticas de fabricação serão o caminho mais seguro para realizar aquilo que irá render sucesso. E mais: é preciso ter olhos para o futuro.

No âmbito restrito, é necessário ter em mente que são as pessoas a verdadeira razão da existência dos cosméticos e não a necessidade de faturamento da empresa. É preciso compreender e decifrar a real necessidade das pessoas, porque é isto que vai efetivamente estabelecer o valor dos produtos. Tem uma pergunta que deve ser feita o tempo inteiro: “por que alguém vai escolher o nosso produto?”. E quem acha que a resposta está no preço precisa reconsiderar suas convicções.

E o futuro? Este nós podemos olhar por dois ângulos. No primeiro, veremos o futuro imediato, que acontecerá nos próximos meses, que parece ser quase exclusivamente dependente de atitudes gerenciais. O segundo mostra o futuro nos próximos anos, e este é o ângulo mais dramático, porque exige mais do que procedimentos gerenciais. É preciso ter visão e compreensão de longo prazo. Se traçarmos uma linha do tempo a partir de um passado não muito distante, vamos perceber grandes diferenças no tocante a ativos e produtos. Quando um ativo ou um cosmético anuncia que “inibe a 5α-redutase”, “ajuda a combater a celulite” ou “aumenta a taxa de renovação das células epiteliais”, por exemplo, estamos falando de substâncias ou produtos que vão além do conceito básico de cosméticos, porque implicam em alterações fisiológicas. Já se fala em ativos de ação epigenética, que atuam reprogramando funções celulares sem alterar o DNA. Com as excepcionais possibilidades que o futuro pode trazer, virão questões difíceis de serem respondidas. O que acontecerá com o uso constante e prolongado? E o uso durante a gestação? Qual será o impacto na biologia do meio ambiente? As respostas só serão descobertas com pesquisa. Estudos de segurança e eficácia serão mais que mandatórios nesta realidade. A cosmetovigilância multiplicará sua relevância. E o mais importante: não é possível que uma empresa ou um técnico tenha um avanço tecnológico de uma hora para outra. Portanto, o futuro já começou.

Assuntos Regulatórios por Artur João Gradim

Procurando pelo em ovo

Uma importante pauta do Grupo Ad Hoc Cosméticos, do SGT-11 Mercosul, está em discussão interna no Brasil e se tornará a proposta brasileira após ser concluída. A proposta brasileira e as propostas vindas de outros países do bloco serão discutidas. A proposta final se transformará em uma nova Resolução GMC (Grupo Mercado Comum) que, após a aprovação, será internalizada em cada país-membro, tornando vigente a atualização do regulamento para os requisitos técnicos de regularização dos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Pelo andar da carruagem, ainda não há concordância plena entre os setores oficial e privado brasileiros, que, a meu ver, ainda ensejará muita discussão com nossos pares, sócios desse bloco econômico.

Entre os assuntos constantes da pauta, para comentá-los, priorizei os seguintes:

▪ Aquele que se refere à expressão da fórmula qualiquantitativa para, praticamente, a totalidade de nossos produtos. Quanto a isso, pouco há para se falar, uma vez que a forma de sua apresentação é comum, clara e prevista nos regulamentos em vigor, havendo harmonia nos setores ofi ciais e privados dos países-membros. A exceção se refere aos produtos de HPPC sob a forma de aerossol. Para esse caso, é proposto inicialmente que a composição do aerossol seja informada separando os ingredientes do concentrado do produto da fase gasosa (propelente). Essa proposta não faz sentido, considerando que o sistema aerossol é um produto único no ato de sua aplicação. Portanto, os propelentes utilizados nesse sistema são parte integrante da composição do produto em aerossol, o que é preconizado por entidades internacionais de normatização do sistema, como a Federação Latino-Americana de Aerossol (Flada) e a Federação Europeia de Aerossol (FEA), como também pela Food and Drug Administration (FDA). Assim,no sistema aerossol utilizado, por meio de um propelente liquefeito, sob pressão, ou comprimido, as fases interagem diretamente. Isso não justifica essa proposta, e deve-se ter em vista, ainda, que a concentração dos ingredientes ativos do concentrado, se expressa dessa forma, estará acima do limite de concentração permitido na lista de substâncias.

▪ Em relação às especifi cações técnicas organolépticas, físico-químicas e microbiológicas de um produto de HPPC, é proposto que seja indicada a faixa de aceitação para a determinação das substâncias funcionais dos produtos repelentes de insetos, protetores solares, produtos antimicrobianos e alisantes (compreendendo igualmente os ondulantes) passariam a ser definidos por regulamentos específicos, os quais constituiriam parte da especificação do produto acabado.

▪ No caso dos produtos antimicrobianos, descritos dessa forma, dá a entender que não somente o sabonete líquido para as mãos, com ação antimicrobiana, e o álcool gel estarão sujeitos à dosagem de seu ativo funcional, mas também, e principalmente, os produtos denominados deocolônias (desodorantes corporais), muito comercializados em nosso país, além de outros produtos com a presença de atividade antibacteriana que justifica a redução de impostos. Por essa razão, a a meu ver, faz-se necessária uma adequação, para alterar a generalização da ação antibacteriana. Quanto aos demais produtos mencionados anteriormente (todos sujeitos a registro prévio), não há o que falar sobre a necessidade da dosagem de ativos funcionais, por regulamento.

▪ Por último, no que se refere ao Certificado de Venda Livre (CVL), uma polêmica antiga, o entendimento é que, por ora, não existe acordo entre os países-membros quanto à sua supressão para produtos provenientes da intrazona ou da extrazona. A possibilidade de o fabricante emitir uma declaração de que o produto atende aos requisitos sanitários, independentemente de ter sido comercializado no país de origem, poderia ser ao menos discutida. O fato de o produto ter um CVL (documento) não atesta sua qualidade, sua segurança ou sua eficácia. Incrementar o monitoramento de mercado é a forma mais segura e eficaz para esse caso.

Acreditando, como sempre, que o novo ano será melhor em tudo, desejo a todos um Feliz Natal e um próspero 2018.

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

A psicologia na Qualidade

Durante este ano, tive a oportunidade de apresentar, em várias capitais brasileiras, uma palestra sobre uma nova abordagem das boas práticas de fabricação. O auditório era de executivos, pesquisadores e técnicos do nosso setor industrial. Do feedback dessas palestras, concluí que é muito grande o desconhecimento quanto à importância do comprometimento dos colaboradores com o processo da Qualidade. Em certos casos, percebi que existia o comprometimento de alguns membros, mas isso não era suficiente para “contagiar” os demais membros da equipe. Tudo isso devido a problemas de comportamento.

A psicologia lida com os comportamentos e ensina que todo comportamento é resultante de um contexto. Nesses casos, a psicologia atua nas organizações, conciliando o contexto com o ambiente existente e melhorando a qualidade do relacionamento e do comportamento do colaborador nas suas atividades.

Ao considerar e aceitar a existência do contexto, automaticamente, somos levados a pensar sobre a importância da cultura organizacional. A psicologia possui recursos para atuar nas melhorias necessárias para colocar a cultura organizacional na forma mais adequada para a implantação dos sistemas. A melhoria ou a alteração da cultura organizacional são duas das atividades mais desafiadoras, pois, na maioria dos casos, implicam alterar crenças e/ou comportamentos existentes de modo enraizado nas pessoas.

Raras são as empresas que não necessitam de mudanças em sua cultura organizacional, entretanto sempre está presente a necessidade de conhecer e compreender a cultura existente, o que possibilita a implantação mais simples ou menos trabalhosa de melhores práticas e processos. Devemos sempre ter em mente que a melhoria da cultura organizacional existente obriga que ocorra um processo de reeducação de todos os membros dos departamentos da organização, em especial, dos que exercem os cargos de direção e de supervisão, devido à importância que representam para o processo de gestão.

Uma das características que sempre se apresenta, prioritariamente, quando a psicologia é aplicada, é a melhoria quase instantânea da produtividade. Não podemos nos esquecer que a produtividade e a motivação dos colaboradores têm estreita relação de dependência.

A psicologia proporciona autoconhecimento. O autoconhecimento é sempre apontado como fundamental e muito valorizado nas organizações, porém as atitudes que são colocadas em prática, muitas vezes, não resultam nos objetivos pretendidos.

Só como referência, pesquisas do clima realizadas em organizações indicam comentários de colaboradores sobre a não participação da supervisão e da gerência em atividades e a não participação efetiva, nessas atividades, dos demais colaboradores.

Muitas organizações acreditam que o treinamento pode desenvolver lideranças, mas se enganam quanto aos critérios para a escolha dos candidatos. Deve ser considerado o nível de autoconhecimento desses candidatos, pois, se a pessoa não conhece a si mesma, como poderá conhecer os demais para liderá-la?

Já é aceito o conceito de que o desenvolvimento de colaboradores na organização por meio de seu treinamento tem melhor aproveitamento sempre que os participantes possuem algum nível de autoconhecimento. Nos treinamentos, deve-se considerar qual é a finalidade de transmitir informações e conhecimentos aos treinandos, sob o risco de estar simplesmente amestrando os colaboradores.

O organismo humano pode emitir respostas deliberadas ou autônomas, isto é, algumas coisas você escolhe, outras nem tanto. Um exemplo disso é quando você está sofrendo por estresse. As emoções parecem estar mais à flor da pele, a atenção lhe escapa, o raciocínio parece limitado, não é?

Estas são respostas autônomas do organismo, e existe sentido nisso. As respostas autônomas são positivas, pois priorizam a saúde do organismo. No entanto, elas se antepõem sobre as respostas deliberadas – ou seja, o colaborador não conseguirá produzir ou ser criativo em um ambiente que não lhe proporcione condições de bem-estar.

Quando o corpo mostra esses sinais, está avisando que algo está errado na maneira como a pessoa vem lidando com o trabalho.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Válvula ou bomba: componente facilitador

Foi-se o tempo em que a gente comprava aquela colônia preferida e a tampa era a famosa e inseparável tampa cega, que é aquela com rosca em que a vedação se dá por um disco de polexan colocado na parte interior no fundo da tampa. Isso evitava qualquer problema de vazamento do produto.

Essas tampas eram os polímeros, que podiam ser poliestireno (PS) ou polipropileno (PP), mas também havia as charmosas tampas de madeira e as terríveis de baquelite. Essa última, na verdade, só conheceu quem já tem cabelos brancos.

O drama dessas tampas é que não eram práticas e dificultavam o uso do produto, ou seja, tínhamos que retirar a tampa, colocar o produto na mão e achar um lugar para colocar o frasco aberto e a tampa (sim, porque com as mãos ocupadas com o produto não dava para fechar o frasco). Após isso, era preciso depositar manualmente o produto sobre a pele e espalhar. Se fosse a conhecida Aqcua Velva, tinha a famosa esfregada das mãos antes de aplicar o produto.

Faço o resgate dessa embalagem para a gente valorizar as hoje largamente utilizadas válvulas, também conhecidas como bombas. Assim que chegaram ao mercado brasileiro, eram fabricadas por uma empresa no Rio de Janeiro, tinham preço proibitivo e qualidade sofrível.

Nessa época (estou falando da década de 1980), eu trabalhava numa famosa empresa de venda direta brasileira, e, na linha de produção, essas válvulas, depois de aplicadas no frasco, eram testadas uma a uma, podendo ser reprovadas pelo controle de qualidade caso não funcionassem.

Podemos dividir as válvulas em três famílias: as spray, utilizadas para produtos líquidos - na sua grande maioria, as colônias; as dosadoras, usadas em produtos menos fluidos e que requerem uma dosagem conhecida e defi nida em cada acionamento da válvula, como reparadores capilares e silicones em geral, entre os quais os mais usados são para acabar com pontas duplas e proporcionar brilho; e as pumps, usadas em sabonetes líquidos,loções hidratantes etc.

Cada uma tem suas peculiaridades. A válvula spray pode ser de rosca ou recravada, com tampa plástica ou de alumínio, podendo ainda ser apenas uma capa de alumínio sobre a tampa.

Um detalhe muito importante no caso de uso da válvula spray em colônias é que obrigatoriamente a colônia precisa ser filtrada, sob pena de qualquer impureza entupir a válvula e ela parar de funcionar. Se for uma válvula rosca, ainda é possível tirar a válvula e usar o produto - não que isso seja correto, mas pelo menos não se perde o produto. Se for uma válvula recravada, a embalagem fica inutilizada e não se pode usar o produto.

Ainda nas válvulas spray, é importante definir exatamente o tamanho (comprimento) do pescante, pois, se for maior que o dimensionado, vai ficar contorcido dentro do frasco, e, se for menor, vai ficar uma quantidade no fundo que a válvula não vai puxar, pois o pescante não alcança. Chamamos de pescante ou espaguete aquele tubinho plástico que parece uma mangueirinha semirrígida.

Por experiência, vejo que um dos grandes problemas e motivos para rejeições de lote é exatamente o comprimento do pescante, pois a dúvida é sempre de onde para onde fazer a medição. Isso precisa estar informado na especificação técnica. Se medir o pescante sozinho retirando o da válvula, é um tamanho; se medir com ele acoplado na válvula, é outro. Isso porque existe uma parte que fica encaixada dentro da válvula, e essa parte precisa estar totalmente encaixada até o fim do curso interno na válvula.

Existem outras peculiaridades que também se aplicam na válvula spray. A mais conhecida é o diâmetro da válvula em função do diâmetro do gargalo do frasco que vai ser usado. Nesse aspecto, também tem a altura da “saia” da válvula.

Não menos importante é o diâmetro do pescante em função da viscosidade do produto. Produtos mais viscosos requerem pescantes de diâmetro bem maior do que produtos menos viscosos.

Por fim, é muito importante lembrar que a ponta do pescante que fica no fundo do frasco precisa ser cortada em formato de V, principalmente nos de diâmetro maior usados em produtos de alta viscosidade. Esse corte serve para evitar que a ponta do pescante toque totalmente no fundo do frasco, impedindo a entrada do produto quando do acionamento da válvula.

Diferente de alguns tempos atrás, hoje existe uma grande oferta de válvulas no mercado brasileiro, com diversas opções de cores, seja em plástico, seja em alumínio. O preço caiu muito, e já não se ouve mais falar que a válvula encarece o produto e não dá para usar.

Em resumo, se tem um componente de embalagem que facilitou a vida do consumidor quando se fala em cosméticos, esse componente é a nossa querida e inseparável válvula.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Diabete e rugas

A diabete é uma doença grave, crônica e muito frequente, que provoca hiperglicemia e resistência à insulina. Nos últimos anos, sua incidência tem aumentado muito na população idosa. Existem dois tipos de diabete: a do tipo 1, que ocorre já na infância e é considerada autoimune, com grande influência genética, e a do tipo 2, que aparece com a idade, comprometendo os mais idosos, sendo explicada em parte pelo desgaste dos órgãos. A diabete pode causar muitas complicações, como insuficiência renal, arteriosclerose e comprometimento ocular, entre outras.

Qual a relação da diabete com as rugas?

Sabemos que a pele do diabético é mais seca e que cicatriza com dificuldade. Esses fenômenos estão relacionados com um processo de glicação proteica. Essa glicação ocorre quando uma molécula de glicose (açúcar) adere a uma molécula de proteína e, sem a ajuda de enzimas, forma complexos avançados de glicação, que são chamados AGEs. Essas cadeias, com uma ligação muito forte, entre o açúcar e a proteína, formam complexos permanentes, que endurecem o colágeno (proteína), provocando arteriosclerose, catarata, comprometimento neurológico e também as rugas.

A hiperglicemia que ocorre na diabete parece favorecer a formação desses AGEs, que também são formados com o envelhecimento natural. Então, concluímos que a diabete é uma doença que envelhece e, quanto melhor for controlada, mais irá preservar os órgãos e tecidos.

Fatores importantes no dia a dia podem favorecer a formação dos AGEs e contribuir com o envelhecimento precoce. Entre eles estão o sol excessivo, o estresse e a dieta. Se a glicação ficar fora de controle, muitas proteínas vitais serão degradadas e destruídas. A capacidade natural de proteção contra a glicação diminui com a idade e, por isso, os danos são mais intensos nos idosos, principalmente após os 65 anos.

Produzimos AGEs endógenos quando ingerimos alimentos com alto índice glicêmico, ou seja, aqueles que se transformam em glicose rapidamente. Esses alimentos provocam picos de açúcar no sangue, o que resulta em inflamação e produção excessiva de AGEs, tornando esse processo um círculo vicioso.

Os AGEs podem ser produzidos quando cozinhamos proteínas em altas temperaturas, ou também em baixas temperaturas por muito tempo. Grelhar a carne de um churrasco ou caramelizar cebolas, verduras e frituras leva à formação excessiva de AGEs. Cozinhar batatas ou alimentos ricos em amido pode gerar uma substância tóxica como a acrilamida que, por sua vez, intensifica a ação dos AGEs.

Além da proteção solar, o idoso deve ter cuidados especiais com a dieta para manter a pele mais jovem e com menos rugas.

Seguem alimentos que podem ter AGEs excessivos:

- Todos os alimentos cozidos a altas temperaturas.
- Alimentos cozidos a baixas temperaturas por períodos
longos, sem líquido.
- Carnes na brasa, carnes assadas no fogo.
- Aves: frango e peru assados em rotisserie, deixando a pele dourada.
- Alimentos fritos.
- Nozes e sementes assadas ou torradas.
- Alimentos assados e embalados, de cor marrom-escura acentuada.
- Lanches ou alimentos prontos (batatas chips, pretzels etc.).
- Fast-food (a maioria tem gorduras trans).
- Café (tem os grãos torrados até escurecer, o que favorece a formação de AGEs).
- Todos os tipos de refrigerantes, pelo alto o teor de açúcar e pela presença de xarope de milho com alto teor de frutose e benzoato de sódio, um conservante comum que pode ser cancerígeno.

Dicas para alimentação mais saudável no idoso:

- Dieta leve e balanceada.
- Evitar excesso de carboidratos.
- Evitar gorduras trans.
- Evitar carne grelhada.
- Ingerir 5 porções de frutas por dia.
- Ingerir grande quantidade de legumes e verduras verdes.
- Cozinhar alimentos com água.
- Abusar dos peixes: salmão, sardinha, anchova e atum.

Sempre seguir a instrução do médico especialista em relação a medicações específicas, uso de antioxidantes e vitaminas e até cosméticos adequados. Estão sendo desenvolvidas novas drogas que, no futuro, terão capacidade de neutralizar os AGEs e evitar o envelhecimento precoce.

Luis Antonio Paludetti
Manipulação Cosmética por Luis Antonio Paludetti

Face Fake News

Nas minhas horas vagas, quando não estou tocando (ou tentando tocar) alguma canção no violão, eu adoro assistir a filmes ou séries de ficção científica.

Numa dessas minhas “zapeadas” pelos canais de televisão, parei em um documentário que falava sobre provas incontestáveis da existência de sereias. Apesar de o documentário já ter começado há pelo menos uns 5 minutos, resolvi continuar assistindo.

Nesse documentário (Mermaids: The body found), pesquisadores da Agência Americana para Administração de Oceanos e Atmosfera (NOAA) apresentam ao telespectador uma sequência de fatos, que se inicia com a filmagem e a descoberta de um corpo com características humanas, mas com uma cauda de peixe e diversas adaptações evolutivas que permitiam ao ser viver sob as águas. Esse corpo – junto de baleias mortas por efeitos de sonares – foi então recolhido e levado para perícia em uma importante universidade americana, onde se comprovou que, apesar de improvável, tratava-se de um corpo de sereia. Infelizmente, como quase sempre acontece nestes casos, todas as provas encontradas foram confiscadas e destruídas pelas autoridades, sendo que o que restou foram apenas as palavras dos pesquisadores.

Eu confesso que terminei de assistir ao documentário e fiquei muito intrigado com a veracidade daqueles fatos narrados, principalmente porque o documentário foi exibido em um canal de TV conceituado e reconhecido pela seriedade dos programas que apresenta.

Resolvi, então, buscar por fontes que me mostrassem algo sobre aqueles fatos narrados, e o resultado deixou-me ainda mais perplexo: o documentário era falso.

Como assim falso? Isso mesmo. Lembra que eu falei que o documentário já tinha começado quando eu comecei a assisti-lo? Pois é… Logo no início, na abertura do programa, um aviso dizia que todos os fatos (exceto a morte das baleias por sonares) eram ficcionais.

Eu confesso que fiquei chateado (no fundo, queria acreditar que sereias existem), mas percebi que até mesmo pessoas instruídas podem se deixar levar por algo que está muito evidente no mundo atual: as fake news.

A todo o momento, nós somos bombardeados por notícias que, travestidas de verdades incontestáveis, mostram uma verdade ficcional. Essas notícias –
apresentadas principalmente em redes sociais, grupos de mensagens instantâneas, blogs, sites de vídeos e e-mails – nos chegam como verdades legítimas e “coincidentemente” parecem nos mostrar aquilo que desejamos ver ou coisas com as quais concordamos piamente.

Acontece que não há nada de coincidência nisso. As redes sociais, os blogs e sites de vídeo utilizam uma “inteligência” que nos mostra mais vezes aquilo que mais vemos ou que explicitamente declaramos como gosto pessoal ao fazer nosso cadastro.

Na cosmetologia isso não é diferente. Não acredita?
Procure por “cosméticos e câncer” e você verá a enxurrada de assuntos sobre esse tema. Por exemplo, substâncias que supostamente causam câncer:

“Peróxido de benzoíla causa câncer”. Nada comprovado a esse respeito. A substância é aprovada para uso em medicamentos.

“Dietanolamina, monoetanolamina e trietanolamina causam câncer”. Nada comprovado. As informações falsas falam que essas substâncias são reforçadores de espuma (aqui, o autor da lista se confunde) e afetam o cérebro.

“Dioxina causa câncer”. Nada comprovado. As notícias falsas dizem que este ingrediente estaria presente em emulsionantes e tensoativos.

“DMDM hidantoina e imidazolidinil urea”. Nada comprovado. A notícia faz uma falsa associação entre o formaldeído liberado por essas substâncias e dores de cabeça, infecções no ouvido, perda de sono e, pasmem, depressão!

“Corantes e pigmentos FD&C”. Nada comprovado. A notícia diz que são sintéticos derivados do alcatrão e contêm sais de metais pesados, podem causar depleção de oxigênio e levar à morte… (fico pensando em quanto corante seria necessário para isso).

“Parabenos e ftalatos”. Apesar de haver estudos sobre sua atividade disruptora endógena em grandes quantidades, seu uso em cosméticos, nas concentrações aprovadas pela legislação, é considerado seguro. Segundo a falsa notícia, podem fazer com que ratos troquem de sexo e causam esterilidade.

“Polietilenoglicol”. Nada comprovado. A falsa notícia diz que a dioxina contida como resultado de síntese pode causar câncer.

Estes são apenas alguns dos absurdos que encontrei. E o mais incrível é que tudo o que está escrito fala de “estudos científicos” (mas não há citação de fonte), sempre há uma autoridade (médico ou professor) que comprova os fatos (mas ao verifi car essa “autoridade” percebemos que ela não existe).

Eu espero que, com este artigo, possa lançar uma semente em todos aqueles envolvidos com ensino, pesquisa, desenvolvimento, marketing, vendas e aconselhamento de cosméticos e produtos de uso dermatológico: não aceitem as “verdades” ditadas pelas redes sociais e por blogs comandados por “especialistas”.

Procurem sempre fontes confi áveis (como a nossa querida Cosmetic & Toiletries) e, mais importante que tudo, verifiquem a veracidade das notícias e a credibilidade das fontes. Pubmed, Scielo e Chemical Abstracts são boas fontes de pesquisa, além do próprio Google Acadêmico. Ao encontrar um artigo científico, avalie-o criteriosamente, pois também há artigos científicos tendenciosos.

Ah, e nunca se esqueçam: assistam aos documentários sempre do começo!

Boas festas para todos! Nos vemos em 2018.

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