Escovas Progressivas

Edicao Atual - Escovas Progressivas

Editorial

 

Feliz Ano Novo...

 

Para que tenhamos um “feliz ano novo”, o cenário econômico precisa mudar bastante em relação a 2012. Segundo projeções de analistas e do próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, a economia brasileira deverá crescer entre 3% e 4% este ano – percentuais significativamente superiores ao “pibinho” do ano passado. A despeito desses e de outros números que apontam um panorama melhor para este ano, o otimismo quase inabalável dos brasileiros segue em alta. 

De acordo com a pesquisa “Vozes da classe média”, realizada pelo instituto Data Popular nas primeiras semanas do ano, o nível de otimismo da “nova classe média” brasileira no que se refere à melhoria de vida subiu de 76% em 2012 para 81% em 2013. O levantamento apurou que, neste ano, 79% dos entrevistados demonstraram boas expectativas no quesito “minha vida financeira”, contra 70% em 2012. Foram ouvidos 1.800 brasileiros, em 54 cidades. 

No setor cosmético, o momento é de confiança e de muito empenho, para fazer deste um ano melhor. Esta edição de Cosmetics & Toiletries Brasil apresenta, como faz todos os anos, o Balanço Econômico, com a avaliação de profissionais do setor sobre o ano que passou e suas expectativas para 2013. 

Nossa matéria de capa traz um panorama sobre as escovas progressivas. A reportagem aborda o mecanismo de ação dos produtos, o perigoso uso do formol nas formulações, a atuação da Anvisa e os tipos de escova progressiva existentes atualmente no mercado. A seção “Persona” apresenta a trajetória de Enilce Maurano Oetterer, uma das fundadoras da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).

A partir desta edição teremos mais um colaborador, John Jimenez, que vai apresentar a coluna “Tendências”. Jimenez é um jovem profissional da indústria cosmética da Colômbia, com grande experiência na área de P&D.

Outra estreia é a seção “Fundamentos de Cosmetologia”, que traz uma série de artigos de revisão enfocando temas básicos, úteis para complementar a formação dos jovens profissionais.   

Os artigos técnicos abordam desde a hidratação da pele e do couro cabeludo até a avaliação dos riscos da presença de chumbo nos batons, passando pela preservação dos cosméticos e por um panorama do mercado português PCHC – o cardápio é bem variado.

 

Boa leitura!

 

Hamilton dos Santos

 

Saccharide isomerate para Hidratação. Profunda da Pele e do Couro Cabeludo - Jochen Klock, PhD, e Volker Rosenberger, PhD (DSM Nutritional Products Ltd., Kaiseraugust, Suíça)

Saccharide isomerate, desenvolvido para se tornar o similar de um complexo de carboidratos encontrado no estrato córneo humano, é mostrado aqui com propriedades de hidratar profundamente a pele, e, pela primeira vez, como calmante para o couro cabeludo em produtos rinse-off, que se prolonga por até 72 horas. Seu mecanismo exclusivo de ligação à pele e ao couro cabeludo cria novas oportunidades para produtos leave-on e rinse-off.

Saccharide isomerate, desarrolado para ser similar a un complexo de carbohidratos en el estrato córneo, aquí es muestrado para proporcionar hidratación profunda de la piel, y por primera vez, como un calmante para el cuero cabelludo en productos rinse-off, con duración de hasta 72 horas. Su mecanismo único de unión a la piel y al cuero cabelludo crear nuevas oportunidades para productos leave-on y rinse-off.

Saccharide isomerate, designed to closely resemble a carbohydrate complex found in human stratum corneum, is shown here to provide up to 72 hr of deep hydratation to skin, and for the first time, rinse-off soothing to the scalp. Its unique binding mechanism to skin and scalp create new opportunities to leave-on and rinse-off products

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Preservação de Cosméticos - Peter Tsolis, Steve Schnittger (Estée Lauder Companies, New York, NY, EUA)

Neste artigo, os autores enfatizam a necessidade de usar sistemas preservantes adequados. Sugerem aos formuladores que ousem na busca do sistema preservante ideal, que seja seguro para o consumidor e preserve as características físico-químicas do produto, mesmo que isso exija nova bateria de testes.

En este artículo, los autores enfatizan en la necesidad de utilizar sistemas conservantes apropiados. Sugieren a los formuladores que insistan en la búsqueda del sistema conservante ideal, seguro para el consumidor y que puedan mantener las características físico-químicas del producto, mismo si eso requiere nueva batería de pruebas.

In this article, the authors emphasize the need to use appropriate preservative systems. The authors suggest that the formulator must dare on searching the ideal preservative system, safe for the consumer and that can keep the physic-chemical product characteristics, even if that requires a new battery of tests.

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Batom, Chumbo e Segurança do Consumidor - Maria Inês Harris (Instituto Harris, São Paulo SP, Brasil)

Neste artigo, a autora avalia o risco à exposição ao chumbo, de modo geral, e, em particular, como contaminante em cosméticos, notadamente em batons. Ela sugere atitudes proativas do setor em busca da efetiva preservação da saúde e da qualidade de vida dos consumidores.

En este artículo, el autor evalúa de manera general el riesgo causado por exposición al plomo y, en particular, como contaminante en productos cosméticos, especialmente en lápices labiales. El autor sugiere actitudes proactivas de la indústria de cosméticos en la búsqueda de la preservación de la salud y de la calidad de vida de sus consumidores.

In this article the author assesses the risks, in general, to lead exposure and, in particular, as a contaminant in cosmetics, mainly lipsticks. The author suggests proactive actions of the industry in search of effective preservation of the consumer health and wellness.

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Indústria Portuguesa de PCHC: Realidade e Perspectivas de Evolução - Francisca Rodrigues, Maria Helena Amaral, Maria Beatriz Oliveira (Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto, Porto, Portugal)

O mercado de produtos cosméticos e de higiene corporal (PCHC) representa uma importante atividade econômica em nível mundial. De acordo com a Colipa, a Europa é o maior mercado global de consumo. Em 2009, Portugal ocupava a 13ª posição. O objetivo deste estudo é analisar o mercado português de produção de PCHC.

El mercado de productos cosméticos e de higiene personal es una importante actividad económica por todo el mundo. De acuerdo con Colipa, la Europa es el mayor mercado de consumo global. En 2009 Portugal ocupaba la 13 posición. El principal objetivo de este artigo es analizar el mercado de producción de CPCP en Portugal.

The market for cosmetics and personal care products (CPCP) is an important economic activity over the world. According to Colipa, Europe is the largest market for global consumption. In 2009 Portugal occupied the 13th place. The objective of this article is to analyse the portuguese market of production of CPCP.

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John Jimenez
Tendências por John Jimenez

O que se espera de 2013?

O ano de 2013 é alvo de grandes expectativas porque se espera que muitas economias saiam da recessão atual. Algumas permanecerão estáveis e, infelizmente, outras entrarão em períodos difíceis.

Essa incerteza global incide diretamente no comportamento do consumidor e, portanto, em suas necessidades, nos modelos de negócios para satisfazê-las e na forma como a indústria cosmética aborda a inovação para enfrentar com sucesso esses novos desafios. A seguir veremos algumas das tendências mais importantes que foram identificadas para este ano.

Presumers & Custowners: os primeiros são apaixonados pelos produtos antes que estes surjam. Veremos consumidores que querem seus cosméticos “agora” e querem ser os primeiros a experimentá-los e tê-los. Os segundos são os que fazem a evolução do consumo para a propriedade. Investem diretamente nas marcas que compram e podem conseguir uma participação direta nestas.


Cosmobile: é a mistura de cosmetics + mobile. É toda a evolução da cosmética e da tecnologia móvel em conjunto. As marcas aproveitarão essa tendência para criar experiências virtuais. Você sabia que mais de 65% das pessoas não ficam mais de uma hora sem revisar seus smartphones?

Green Pressure: é a pressão sobre as empresas para que estas adotem tecnologias verdes e ecoeficientes.

Cosmetapps: assim como as tecnologias digitais revolucionaram a medicina, também terão forte impacto na cosmética. Veremos novas aplicações que melhorarão os resultados de tratamentos cosméticos. Entre estas estão: cosméticos digitais que ajudarão a aplicar melhor a maquiagem, a lembrar a hora de aplicar o produto e permitirão consultar a melhor combinação de cores, de fragrâncias etc.

Full Frontal: é a megatendência da transparência. As marcas se esforçarão para ser sinceras e reais em muitos aspectos. Adotarão o “não ter nada a esconder” e explicarão mais a fundo os testes e resultados reais. Estes poderão incluir testes de eficácia, em consumidores etc.

Cosmetweens: são os jovens entre 9 e 13 anos, que representam o estado “between” entre a infância e a adolescência. Eles são velhos para serem considerados crianças e jovens para serem definidos como adolescentes. As marcas desenvolverão estratégias de mercado específicas que envolvam pais e filhos, para compreender e fidelizar esse segmento.

Gender Neutral: é o esforço da sociedade para se converter em uma sociedade livre de gêneros. A indústria da moda verificou que, em 2012, a corrente andrógena apoderou-se dos últimos conceitos e lançamentos. Veremos, no mercado, maquiagem e joias feitas para homens e mulheres.

No normal is the new normal: a diferença é a nova normalidade. Cosméticos e extensões de cabelo para cachorros, esmaltes coloridos para cães e gatos, tratamentos Spa para mascotes, maquiagem capilar, conceitos cosméticos “transgêneros”, modelos octogenárias... Ideias que não existiam há poucos anos passarão a ser mais do que normais.

Consumo baseado na experiência: 2013 será uma época de recessão e pós-crise. Por isso, muitos consumidores se deterão menos no mercado de luxo e buscarão mais experiências que melhorem o estado de ânimo e a qualidade de vida. Os consumidores desejarão novas fontes de bem-estar e de atividade física. Essas serão formas de escape do estresse que será provocado pela situação econômica. As pessoas se sentirão mais felizes gastando dinheiro em produtos que proporcionem experiências em vez de atender a necessidades essencialmente materiais.

Social Everything: o mundo digital das novas gerações continuará em ascensão. Neste ano, mais do que nunca, as redes sociais serão parte da vida cotidiana e do trabalho. A comunicação e o marketing estão passando do “one-to-one” para “many-to-many”.

All in one: em 2013 será mais difícil determinar se o que temos nas mãos é um tablet ou smartphone... Este será o ano dos conversíveis tecnológicos.

Redefining Value: será a vez de o “made with me” sobrepor-se ao “made in”. Haverá uma redefinição da noção de valor. Os novos consumidores, sobretudo os mais jovens, vão querer personalização extrema e esta é uma vantagem que muitas marcas cosméticas saberão aproveitar.

Em 2013 veremos novos conceitos, nichos e segmentos, e novas aplicações. Apesar de estarmos numa época de recessão, o mercado cosmético ainda será muito atrativo se comparado a outros mercados. Novas tendências, novas formas de abordar a cosmética para criar e inovar vão surgir.

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

Controle de processo

O controle de processo é um dos tópicos de extrema relevância na implantação das boas práticas de fabricação e controle (BPFeC).

A empresa deve identificar e planejar os processos de produção, as instalações e os serviços associados que tenham impacto direto na qualidade, assegurando que todos sejam executados sob condições controladas.

As condições devem ser:

a) Realizar procedimentos documentados definindo o método de produção, as instalações e os serviços associados, nos casos em que a ausência desses procedimentos possa afetar de forma adversa a qualidade.

b) Utilizar equipamentos adequados para a produção, para a instalação e para os serviços associados, bem como manter um ambiente de trabalho adequado.

c) Monitorar e controlar parâmetros adequados dos processos e as características do produto.

d) Observar a conformidade com as normas, os códigos de referência, os planos da qualidade e os procedimentos documentados.

e) Aprovar, de forma adequada, os processos e equipamentos que serão utilizados.

f) Estabelecer, da maneira mais prática possível, critérios de execução, como: normas escritas, amostras representativas, ilustrações etc.

g) Fazer a manutenção adequada de equipamentos, assegurando a continuidade e a adequação dos processos.

Quando o resultado dos processos não puder ser completamente verificado por meio de inspeção e ensaios realizados no produto, por exemplo, deficiências de processamento podem tornar-se aparentes somente posteriormente, quando o produto já estiver em uso. Dessa forma, os processos devem ser executados por operadores qualificados e/ou deve ser realizada a monitoração contínua e o controle dos parâmetros desses processos, de modo a assegurar que os requisitos especificados sejam atendidos.

Os requisitos para qualquer qualificação de operações de processos, incluindo equipamentos e pessoal envolvido, devem ser especificados.

Os processos que necessitem de pré-qualificação quanto à sua adequação devem ser considerados processos especiais.

Todos os registros devem ser mantidos para processos, equipamentos e pessoal qualificado de modo adequado.
Todos os processos devem ter registro, os equipamentos, adequados, e os profissionais, qualificados.

O objetivo das premissas descritas é assegurar que o processo seja executado sob condições controladas: Instruções, instalações e condições de operação; Qualificação dos processos; Critérios para a realização da atividade; Protótipos; Liberação e pontos críticos; Controle de qualidade das características do produto; Processos especiais; Qualificação do pessoal, processos e instalações.

Essas condições devem ser controladas por meio de: instruções de trabalho; equipamentos adequados à produção; equipamentos adequados de instalação; condições adequadas de trabalho; atendimento das normas; atendimento dos planos da qualidade.

E os documentos que devem ser controlados são referentes a: Processo e procedimento para o produto; controle; monitoramento; aprovação de alteração; manutenção; instruções de trabalho; padrões de referência, códigos e planos da qualidade; amostras representativas de material ou produto; registros da qualidade; aprovações da qualificação de processos especiais, de seus equipamentos e do pessoal, realizadas de forma adequada; resultado do monitoramento de processos; manutenção do processo.

A inspeção e os ensaios necessários para o cumprimento dos requisitos são realizados por meio das seguintes atividades: inspeção e ensaios de recebimento; liberação; certificação e identificação; ensaios e inspeções na produção; controle de processo; especificações; liberação; ensaios e inspeções finais; relatórios de ensaio e inspeção; laudos.

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Gestão de foco

A gestão de foco é um dos tópicos do curso “Gestão de P&D e Inovação”, que desenvolvi. Até então eu não tinha ouvido falar nessa expressão. Na época, pesquisei na internet e não encontrei nada.

Fiz novamente a pesquisa enquanto escrevia esta matéria e, mais uma vez, não encontrei nada.
Então, acho que fui eu quem a inventou, mas isto não é nem um pouco relevante. O que realmente conta é que pude compreender o estado de “urgência urgentíssima” com o qual os profissionais de P&D convivem com frequência, e com o qual eu mesmo tive de conviver muitas vezes. Nesse estado, certamente haverá queda de criatividade, com perda de satisfação e motivação, criando um ambiente com possibilidades ínfimas de gerar inovação ou de solucionar adequadamente as questões técnicas que se apresentam rotineiramente.

Se considerarmos que a função primordial do P&D é inovar ou, no mínimo, solucionar problemas técnicos, e imaginarmos que esse trabalho será realizado em um ambiente no qual a capacidade intelectual fica comprometida, poderemos concluir que o resultado não será dos melhores. E não tenha dúvida: mais cedo ou mais tarde, isto se refletirá nos resultados da empresa. Produtos mal desenvolvidos normalmente não se transformam em sucesso de vendas, e podem até gerar prejuízos significativos.

É natural e compreensível que situações de “urgência urgentíssima” ocorram, mas esta não deve ser a regra e sim a exceção. Como o P&D é uma atividade multifocal, a gestão de foco torna-se uma importante ferramenta de eficiência e competitividade. Se não houver a preocupação e critérios para reconhecer e administrar esses diferentes focos, eles vão se misturar e gerar a situação sobre a qual falei acima. Parece óbvio e simples, mas muita gente desconhece isso.

Então, a primeira ação a ser feita é identificar os focos. Identifiquei quatro focos diferentes em P&D, que foram denominados, por mim, de: gestão, bancada, tecnologia e mercado.

Gestão abrange planejamento, legislação, documentação e relacionamento com outros departamentos. Aqui o planejamento e o cronograma das operações do setor e das demandas que deve atender, devem estar bem definidos. Os formatos de arquivamento e de monitoramento da legislação devem estar estabelecidos, o que deve receber atenção especial porque esta é extensa e complexa, e um deslize pode ter consequências muito ruins, inclusive com prejuízos financeiros. A forma de relacionamento com os outros departamentos também deve estar bem alinhada, principalmente para não importar nem exportar problemas, nem gerar estresse.

O grupo da bancada abrange: formulações, processos, especificações, recebimento e preparação de amostras, e realização e resultados de testes. Conhecer as diversas formas de escrever a mesma formulação, ter um formato padronizado para redigir e monitorar processos de preparação, ter bem catalogados todos os métodos de análise usados nas especificações e estabelecer um padrão bem definido para recebimento, manutenção, geração e apresentação de amostras são providências fundamentais.

As fontes de tecnologia são as publicações técnicas, os congressos, as ferramentas e os fornecedores. Como é essencial manter-se atualizado, esse é um foco que deve ser tratado com muita atenção. Aqui acontece um caso curioso de desperdício de tempo e de recursos. Os técnicos ausentam-se para participar de cursos e congressos, durante os quais recebem uma enorme quantidade de informações. Quando retornam, muitas vezes não há tempo ou condições para que eles assimilem e utilizem o que aprenderam. Dessa forma, seu esforço e dispêndio de tempo e dinheiro terão sido em vão.

O mercado abrange informações sobre situação econômica atual e projetada, comportamento, tendências e ações da concorrência. Produtos são criados para atender às demandas de consumidores que estão sob a influência de padrões de comportamento e tendências e têm determinada condição econômica. Desconsiderar a importância desse grupo pode ser fatal para um projeto.

Outra consideração importante é o fato de que todos esses elementos funcionam de forma integrada, dentro de cada grupo, e os grupos, por sua vez, também funcionam em regime de interdependência. Por isso, se não houver uma boa estratégia para lidar corretamente com cada um desses eventos, serão enormes as chances de que seja criado um ambiente inadequado e pouco produtivo. E se você disser que a gestão de foco é mais um problema para ser resolvido, eu direi que é mais uma solução para você aplicar. Os resultados vão aparecer e serão altamente compensadores.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Escovas progressivas

Segundo um ditado popular, os santos protetores dos cabeleireiros são muito poderosos, uma vez que seus clientes, normalmente as mulheres, estão sempre insatisfeitos com seus cabelos, querendo modificá-los. Nessa linha, os cabelos lisos assumem a dianteira, com argumentos variados, como: “é muito mais fácil de pentear”, “fica mais bonito” etc. Daí a procura por tratamentos que deixem as madeixas alisadas ser a meta dos profissionais do cabelo.

O formato da haste capilar é determinado geneticamente e os tipos denominados caucasianos, mongoloides ou negroides devem-se a distribuição da queratina dentro do córtex do fio, sendo que a mais uniforme leva ao fio liso e grosso das pessoas asiáticas ou dos nossos indígenas. A queratina que é distribuída levemente nas bordas da circunferência leva aos cabelos das pessoas da raça branca; e a última que forma praticamente uma elipse dá o formato do cabelo afro.

Para mudarmos a forma dos cabelos temos de alterar a distribuição de queratina, que é mantida em determinado formato pelas pontes químicas, especialmente as de enxofre, difíceis de serem quebradas. Para isto, é necessário abrir a cutícula do fio, aplicar o produto químico que vai desestruturar esse arranjo e depois refazer o fio na forma desejada. Esse processo, que um tempo atrás era chamado de permanente, consiste em fazer cachos em cabelos lisos. O processo inverso, o alisamento, nada mais é do fazer que esse arranjo em forma de linha reta.

O desafio que se coloca é o tempo. A maioria desses procedimentos dura muito pouco e tem de ser repetido com frequência, o que danifica a haste.

A escova progressiva é um método de alisamento do cabelo que, se não foi inventado no Brasil, pelo menos aqui teve seu desenvolvimento máximo e o país exporta essa técnica.

É indicada para pessoas que têm cabelo encaracolado ou ondulado e não é indicada para cabelos excessivamente enrolados, como os dos afrodescendentes. A escova progressiva é mais eficaz em cabelos sem tratamentos químicos. Afirma-se que a escova progressiva ajuda a reparar o cabelo, uma vez que, na maioria das técnicas, a queratina está envolvida no processo.

Os efeitos da escova progressiva duram geralmente de dois a três meses, dependendo da porosidade do cabelo antes de o tratamento ser feito. O procedimento pode ser realizado em quase todos os tipos de cabelo, durando cerca de duas horas.
Para efeito didático, enumerei a seguir os passos que a maioria dos profissionais segue ao fazer uma escova progressiva.

1. Lavar o cabelo com shampoo, sem usar condicionador.

2. Separar o cabelo em quatro seções.

3. Aplicar o produto na raiz e pentear os fios de forma a espalhar o produto por todo o cabelo.

4. Fazer uma sessão por vez. Quando o produto tiver sido aplicado em todo o cabelo, secá-lo com secador, de trás para frente.

5. Aplicar calor (chapinha) em cada sessão.

Depois de fazer a escova progressiva, não se deve lavar o cabelo durante quatro dias. Também não se deve usar qualquer tipo de produto nos cabelos, especialmente shampoos que contenham cloreto de sódio, pois isso poderia destruir mais facilmente a camada criada com a queratina. Se o cabelo ficar molhado ou úmido no decorrer desses quatro dias, deve-se secá-lo imediatamente com secador.

No mercado existem várias marcas e muitos nomes associados a frutas, a chocolates, ao leite, a óleos e a outros adereços que foram incorporados aos produtos com intenções de marketing, mas os princípios ativos que realmente fazem o efeito de alisamento basicamente são os mesmos. Os ativos mais encontrados nos produtos são os tioglicolatos, a guanidina e a acetamida. Novas tecnologias, com a mesma finalidade, vêm sendo introduzidas no mercado, e a cada dia uma novidade aparece.

Por uma questão financeira, o formol acabou sendo introduzido nesse campo. Essa substância não faz exatamente a mesma coisa que os outros produtos, mas seu custo é muito menor que o destes. Visando promover a saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o formol pode ser cancerígeno, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, libera seu uso apenas como conservante até 0,2% e como endurecedor de unhas até 5%. Para ter efeito de alisante capilar, chega-se a usar o formou em até 35% de concentração, o que é terminantemente proibido!

O importante é ficar atento aos movimentos do mercado e verificar sempre a origem dos produtos e a bibliografia indicada pelos fabricantes e distribuidores.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Queda de cabelo na mulher

A queda de cabelo é muito frequente nas mulheres, sendo a causa de sérios problemas emocionais. Esse é um dos principais motivos para a busca de diagnóstico e tratamento precoces.

A queda de alguns fios ao lavar ou pentear os cabelos é normal. Perdemos cerca de 100 fios por dia. É preciso, sim, prestar atenção quando houver aumento significativo da quantidade de fios que caem. Existem vários fatores envolvidos na queda de cabelos. Alguns são apenas temporários e sazonais, não requerendo muita preocupação, outros estão relacionados a alterações orgânicas e/ou fisiológicas e a calvície também pode ser decorrente de causas genéticas. Se o paciente tiver familiar (pais, tios, avós etc.) com calvície, é provável que ele também sofra ou venha a sofrer desse problema. O ideal é procurar um dermatologista para que este avalie, identifique e trate adequadamente a calvície.

As principais alterações orgânicas envolvidas com a queda de cabelos são: alimentação inadequada, pobre em proteínas, vitaminas e minerais (principalmente dietas restritivas com perda abrupta e intensa de peso); anemia; febre; gravidez e pós-parto; cirurgias; medicamentos (anticoncepcionais, antidepressivos, emagrecedores etc.); alterações hormonais (endógenas ou exógenas); doenças metabólicas, inflamatórias e infecciosas; neoplasias (cânceres); e estresse emocional.

Tudo o que possa significar estresse orgânico, ou seja, alteração no funcionamento normal do organismo, por exemplo, estresse emocional, pode desencadear sofrimento do folículo piloso e acelerar a passagem da fase de crescimento capilar anágena (fase de crescimento estável, que dura de 3 a 7 anos, estando 80% a 90% dos folículos nessa fase), para a fase telógena (fase de queda, estando 20% dos folículos nessa fase). Esse processo causa eflúvio telógeno – eliminação de cabelos em clava, que se segue à precipitação prematura dos folículos anágenos em telógenos. É considerada normal a perda de até 100 fios por dia. Quando há perda acima desse número, recomenda-se investigação.

Em geral, não ocorre descamação, dor ou coceira, o cabelo cai difusamente e seu volume total diminui. Shampoos, géis, tinturas, permanentes e outros fatores locais não costumam provocar queda acentuada. O ideal é identificar a causa e tratá-la o mais rapidamente possível. Evitar o uso de produtos caseiros, automedicação e tratamentos alternativos é o melhor caminho para não piorar ainda mais a situação.

Sempre é preciso identificar e tratar a causa da queda de cabelo, daí a importância da avaliação de um dermatologista para que os fatores desencadeantes sejam adequadamente analisados e conduzidos. O tratamento é direcionado para o motivo da queda e engloba: medicamentos por via oral e tópicos, laser, fotobioestimulação, suplementação e orientação alimentar, e transplante capilar.

A mulher, ao contrário do que diz a crença popular, também desenvolve a calvície em variados graus.

É sabido que existe predisposição hereditária para a calvície se desenvolver. No entanto, não está claro qual é o tipo de herança. Acredita-se que haja herança poligênica, ou seja, que vários genes estão envolvidos, com expressão variável.

Além da hereditariedade, os hormônios masculinos também são responsáveis pelo desenvolvimento da calvície feminina e masculina. A mulher é particularmente suscetível a essa perda de cabelo por causa de variações hormonais. Sendo assim, é frequente o início da calvície após o parto, na pré-menopausa e quando há descontinuidade na ingestão de pílula anticoncepcional.

Os andrógenos (hormônios masculinos) têm receptores específicos no folículo capilar que, após serem preenchidos, iniciam a reação intracelular, envolvendo o DNA e desencadeando mecanismos que causam a calvície. As mulheres também podem desenvolver a calvície mesmo se tiverem níveis normais de hormônios masculinos.

A calvície feminina localiza-se em uma região diferente da masculina. Ela ocorre frequentemente em toda a região superior do couro cabeludo, mantendo a linha frontal intacta. A mulher fica com menos entradas que o homem. A calvície feminina também pode ter a característica de ser mais difusa, com o comprometimento e o afinamento mais graves dos cabelos.

Para se fazer o tratamento, convencionalmente, pode-se usar o minoxidil 2% (aprovado para o uso em mulheres pela Food and Drug Administration, FDA). Podem ser utilizadas também várias vitaminas, como piridoxina e biotina, e alguns aminoácidos, por exemplo, metionina e cisteína.

Algumas pílulas anticoncepcionais com antiandrógenos também podem ser empregadas para neutralizar os efeitos dos androgênios. Essas drogas têm ação hormonal e precisam ser receitadas pelo médico.

Podem ser utilizados ainda outros antiandrógenos, que competem com os hormônios masculinos, bloqueando o receptor andrógeno e diminuindo a quantidade de hormônio masculino no folículo piloso.

O tratamento da calvície é complexo, depende de um diagnóstico correto e deve ser feito por médicos especialistas.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Embalagens requerem análise microbiológica?

Primeiro, quero desejar um feliz 2013 a todos, com muito dinheiro e poucas dívidas. Que esse ano seja bem diferente do anterior, obviamente que seja melhor. Só assim vamos esquecer o sufoco de 2012.

Vou começar o ano falando sobre a necessidade ou não de se fazer análise microbiológica em embalagens. Durante os cursos e as palestras que ministro sobre embalagens, alguém, não raramente, solta a pergunta: Embalagens requerem análise microbiológica?

Precisamos lembrar-nos de que não existe legislação específica para embalagens. No entanto, é preciso fazer análises microbiológicas no recebimento de algumas famílias de embalagens.

Quando falamos em microbiologia, necessariamente associamos esse termo à palavra “limpeza”.
Aprendemos, desde o início de nossas carreiras, que o fato de um objeto estar limpo não significa que não esteja contaminado no aspecto microbiológico.

E aprendemos também que é preciso “limpar para depois fazer a sanitização”. Com isso, quero enfatizar que não é prática comum nas empresas de cosméticos fazer a lavagem de frascos ou potes (embalagens primárias) antes do envase do produto. Aliás, essa é outra pergunta frequente nos cursos, feita principalmente por profissionais vindos de farmácias de manipulação.

Nesse aspecto é importante lembrar que, em função de comprarem pequenas quantidades de embalagens, as farmácias de manipulação acabam comprando-as de pequenos fornecedores, cujos cuidados microbiológicos são completamente desconhecidos. Também existem casos em que um lote de embalagem estandarte de mercado é reprovado numa empresa que tem controle de qualidade (CQ) no recebimento e vai para empresas menores ou para farmácias de manipulação que normalmente não fazem esse controle no recebimento. Por essa razão e por precaução, as farmácias acabam tendo de lavar as embalagens antes do uso.

É importante salientar, no entanto, que, quando compramos um lote de embalagens, compramos e pagamos por embalagens limpas e sem defeito, o que muitas vezes não acontece. Por isso é necessário realizar os CQs de recebimento.

Lembro-me de uma passagem que marcou muito minha carreira, quando fui fazer a avaliação de certo fornecedor de frascos. Fui atendido com um “tapete vermelho” pelo dono, que mostrou a fábrica, suas máquinas, seus controles (que efetivamente não existiam). No final da visita, fui visitar a área de estocagem e expedição das embalagens prontas. Para minha surpresa, havia um cachorro dormindo sobre as caixas, o que era natural para o dono da empresa. Ele aproveitou a cena para dizer que a empresa nunca havia sido assaltada por que tinha um “segurança” de plantão durante 24 horas! Nem preciso responder se a empresa foi aprovada.

Voltando à questão da análise microbiológica das embalagens, é preciso realizá-la nas embalagens primárias, principalmente em batoques, cascaseal, pincéis, escovas, frascos, bisnagas, potes e internos.

Sabemos que potes e frascos são soprados em altas temperaturas e isso já eliminaria microrganismos. O problema está na sequência das operações feitas pelo fabricante: seus cuidados no manuseio da embalagem, na montagem de componentes e principalmente na forma de acondicionamento na caixa de embarque.

O transporte das embalagens é um capítulo à parte. Qualquer especificação técnica básica pede que as embalagens sejam transportadas em sacos plásticos transparentes e dentro de caixas de papelão. Frascos, potes, bisnagas, “frasnagas” etc. devem necessariamente estar de boca para baixo dentro dessas caixas.

Afirmo que o saco deve ser transparente porque, nos estoques de empresas que visitei, já vi embalagens pequenas, como batoques, cascaseal, esponjas e pincéis, serem acondicionadas em sacos pretos, os chamados sacos de lixo.

Por fim, não se assuste se sua empresa não fizer análise microbiológica das embalagens primárias no recebimento, pois essa prática não é comum, até porque a legislação não a pede e podemos não ter tempo necessário para realizar essa análise. No entanto, comece a preocupar-se um pouco mais com isso, mesmo que os lotes sejam aleatórios e nos casos em que a formulação do produto for rica em nutrientes com possibilidade de contaminação, principalmente em bases para o rosto.

Recentemente, vi um grande terceirista que tinha um produto contaminado. Essa contaminação estava no frasco e passou para o produto. Quem paga essa conta?!

Luis Antonio Paludetti
Manipulação Cosmética por Luis Antonio Paludetti

Dois pesos, uma medida

Ano novo, volta às aulas e, para comemorar, resolvi tirar do armário um tema sobre o qual há algum tempo venho pensando em escrever, que é o ensino de farmácia magistral em cursos de graduação em farmácia.

Todos nós sabemos que, ao longo da história, a profissão de farmacêutico se confunde com a arte de preparar os medicamentos. Mesmo com toda a sua importância, a arte de preparar medicamentos também se rendeu à implacável passagem do tempo e, no decorrer da história, foi dando lugar à tecnologia de manipular, principalmente à industrialização.

A farmacotécnica magistral, que antes era uma disciplina que representava a essência do curso de farmácia, hoje tem apenas uma modesta parcela da carga horária de que dispunha no passado.

Muitos dirão: será que é necessária tanta carga horária assim para ensinar a manipular medicamentos? Por que não fazer cursos de especialização em farmácia magistral para suprir as necessidades dos profissionais que desejam seguir esse caminho?

Neste artigo, pretendo lançar algumas ideias sobre o tema, para que possam servir de reflexão para todos os envolvidos no ensino farmacêutico e no segmento de manipulação de medicamentos em farmácias. Então, vamos a elas.

A maioria dos cursos de farmácia tem uma disciplina de farmacotécnica básica, com cargas horárias variáveis. Em geral, os conteúdos programáticos passam por dois blocos. No primeiro bloco são conceituadas vias de administração e liberação de fármacos a partir de formas farmacêuticas (o que modernamente é denominado de “biofarmacotécnica ou biofarmácia”). No segundo são conceituadas as formas farmacêuticas e suas técnicas de preparo.

Seria uma insanidade pensar que, somente com esses conteúdos, um aluno que mal conheça uma forma farmacêutica possa ter qualquer capacitação para manipular uma fórmula quando já estiver graduado, apesar de possuir o direito legal de fazê-lo.

Estranhamente, após o aluno aprender esses conceitos básicos de farmacotécnica, ele cursará outras disciplinas que retornarão a esse assunto, mas com uma abordagem um pouco diferente.

A maioria dos currículos tem as disciplinas “Tecnologia Farmacêutica”, “Farmacotécnica Industrial”, “Cosmetologia”, “Controle de Qualidade” e “Boas Práticas de Fabricação”, ou suas equivalentes curriculares.

Por exemplo, na Farmacotécnica Industrial, hipoteticamente, o aluno deve ser apresentado aos conceitos de preparação de formas farmacêuticas e medicamentos, em escala industrial. Na Cosmetologia, o aluno deve aprender sobre os cosméticos, os ativos cosméticos e o preparo de formas cosméticas. Geralmente, no Controle de Qualidade, o aluno deve ser capaz de compreender os princípios que regem a qualidade e os conceitos envolvidos nas análises de qualidade de medicamentos.

É importante que o aluno tenha uma sólida formação em Farmacotécnica Industrial? Sim, pois a indústria farmacêutica oferece excelentes perspectivas profissionais.

É importante que o aluno tenha uma sólida formação em Cosmetologia? Sim, visto que a cosmetologia é um dos ramos que mais cresce.

É importante que o aluno tenha uma sólida formação em Controle de Qualidade? É claro que sim, visto que o controle é uma das portas de entrada para a vida profissional de muitos recém-formados.

É importante que o aluno tenha uma sólida formação em Farmácia Magistral? Em minha modesta opinião, sim! Digo isso porque a Farmácia Magistral emprega um grande número de profissionais em todo o Brasil, principalmente nas regiões onde há menor industrialização, exigindo destes um conhecimento profundo sobre as formas farmacêuticas em todos os seus aspectos. Então, se a Farmácia Magistral é tão importante (acreditem, ela é), por que os alunos não têm essa disciplina após a Farmacotécnica Básica, como têm a Cosmetologia, a Tecnologia etc.?

Visto que em muitos currículos há disciplinas específicas para a farmácia hospitalar, para a indústria farmacêutica e para a cosmética, para a atenção farmacêutica (aplicável a drogarias também), para a farmacoterapia e para a homeopatia, por que não deveria haver uma disciplina específica de Farmácia Magistral?

Uma análise simplista da legislação mostra que as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos em Farmácia têm quase o dobro dos requisitos das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos. Mesmo assim, não há uma disciplina específica de Farmácia Magistral ou de Legislação Magistral ou de Boas Práticas de Fabricação (BPF) aplicadas à farmácia magistral.

Não considerar a inclusão de uma disciplina de Farmacotécnica Magistral nos cursos de graduação em farmácia é fechar os olhos para a realidade. Postergar essa formação para os cursos de pós-graduação em farmácia é permitir que profissionais possam exercer a atividade magistral sem as devidas competências e habilidades, impossíveis de serem desenvolvidas nas cargas horárias atuais dos cursos de graduação.

É preciso que todos os farmacêuticos envolvidos na formação profissional pensem com carinho nessas ideias, para viabilizar a formação do farmacêutico em Farmácia Magistral ainda durante a graduação.

Todas as disciplinas apresentadas aqui são importantes e têm o mesmo peso na formação do futuro profissional. Só não podemos esquecer que, se a Farmácia Magistral tem o mesmo peso das outras disciplinas, há de ter a mesma medida que estas.

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