As enzimas como novo ingrediente cosmético

Edicao Atual - As enzimas como novo ingrediente cosmético

Editorial

Ao que parece, o Mercosul está com os dias contados. Os dois principais parceiros, Brasil e Argentina, depois de muitos anos em lua de mel estão querendo (ou necessitando) seguir caminhos diferentes. A razão principal não são as dificuldades econômicas momentâneas pelas quais a Argentina passa e que, como conseqüência da globalização reflete na economia brasileira e latino-americana como um todo. 

Entendo que o motivo principal do fracasso do Mercosul é devido à falta de riquezas para dividir. Países que entram num mercado comum estão à procura de parceiros mais ricos dos quais passam tirar proveito. Ninguém quer dividir miséria, corrupção, desmandos e incompetências. Por outro lado, os países ricos não vão dar as suas riquezas e seu Mercado, de mão beijada, aos países pobres pelo fato deles serem pobres e se acharem dignos da misericórdia dos ricos. 

Só tem chance de prosperar um mercado comum de iguais, de países membros que já tenham atingido um nível mínimo de desenvolvimento e de "maturidade". que enfim tenham algo a somar. 

Ainda sob ameaça do apagão, esta Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) traz algumas dicas para você economizar energia, com mudanças no processo e ou uso de ingredientes pré-preparados ou de solubilização a frio. Há, também, um importante artigo da Profa. Luisa Fernanda Ponce DLeon, um estudo sobre a estabilidade de produtos  cosméticos. 

E para reverter os ânimos daque1es que pensam que tudo está perdido, um alento: as exportações brasileiras de  cosméticos estão crescendo e as importações diminuindo. 

Boa Leitura!
Hamilton dos Santos
Editor 

Emulsificação com Economia de Energia - J. Joseph Lin, PhD Consultor, Pacifics Palisades CA, Estados Unidos

Se as condições forem otimizadas, a qualidade faz emulsões fabricadas por processo de emulsificação com baixa necessidade de energia pode ser igual, ou até mesmo superior, às mesmas emulsões obtidas pelo processo convencional a quente. É uma boa aternativa em épocas de que se necessita economizar eletricidade.

Caso las condiciones sean otimizadas, la calidad de las emulsiones fabricadas por proceso de emulsificación con baja necessid de energia puede ser igual, o hasta mejor, a las mismas obtenidas por médio del proceso convecional com calor. És uma buena alternativa em tiempos que sea necesario ahorar eletricidad.

The quality of emulsion manufactured with low-energy emulsification can be equal or even superior to the same made by a conventional hot process, if the conditions are optimized. It is a good alternative for this time when the electricity has to be salved.

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Estudos de Estabilidade de Produtos Cosméticos - Luisa Fernanda Ponce D Leon Faculdade de Ciências, Universidade Nacional da Colômbia, Bogotá, Colômbia

São descritos os ensaios para a determinação de vários atributos de estabilidade de cosméticos, e conceitos básicos para o estabeleimento de protocolo de avaliação.

Son descritos los estúdios para determinación de los vários atributos de estabilidad de cosméticos, y conceptos básicos para el establecimiento de um protocolo de evaluación.

The assays for determining the many atributes related the cosmetic stability are described. The basic concepts for introducing an evaluating protocol are presented.

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Enzimas em Cosmetogia - Elisabete Pereira dos Santos Faculdade de Farmácia - UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil

Os avanços da biotecnologia trouxeram as enzimas como uma nova ferramenta para o químico formulador. Neste artigo a autora descreve os cuidados a serem seguidos na formulação com enzimas e os benefícios que esses ingredientes podem trazer aos novos produtos cosméticos.

Los avanzos de la bioctecnologia brindaron los químicos formuladores com uma nueva herramienta: las enzimas. Em esse artículo la auctora discrible los cuidados a seren seguidos em la formulación com enzimas y los benefícios que eses ingredientes puden traer para los nuevos productos cosméticos.

The development in the biotechnology fields brought the enzymes as a new tool for the cosmetic chemists. In this article, the author describes the step to be followed when one formulates with enzymes and the benefits that these ingredients can bring for the new cosmetics products.



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Sericina em Interações Celulares - Joachim Dewert e Udo Hoppe Beiersdorf AG, Hamburgo, Alemanha

A sericina interfere com interações celulares imunes de células relevantes do sistema imune da pele humana. Essas influências da sericina e de quatro peptídeos relacionados a sericinas puderam ser documentadas em quatro ensaios imunológicos in vitro.

La sericina interfere com interacciones celulares imunes de celulas relevantes de El sistema imune de la piel humana. Esas influenzias de la sericina y de cuatro peptídeos relaccionadas a sericinas puderon ser documentadas em cuatro ensaios imunológicos in vitro.

Sericin interfer with cellular interactions of immune relevant cells of the human skin immune system. These influences of sericin and four sericin related peptides could be documented in four immunological in vitro assays.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

Mais uma Decepção

Na edição anterior tivemos a oportunidade de expor a frustração que estávamos sentindo na ocasião, com o futuro do Mercosul. Parecia premonição para os resultados da reunião que seria realizada a seguir, em 4-8 de junho, na cidade de Assunção.

A primeira decepção foi ao tomar o conhecimento da ausência das representações, oficial e privada, da Argentina e do Uruguai.

Entretanto, nessa circunstância, alguns assuntos foram discutidos e acordados pelos participantes, Brasil e Paraguai, para posterior aprovação ad referendum das delegações ausentes, seguintes:

1. Programação para as demais reuniões de 2001
2. Complementação dos requisitos para habilitar plantas produtoras
3. Terceirização (a discussão deste tema será extremamente difícil tendo em vista divergências existente entre os setores oficial e privado, no Brasil, que dificultam a elaboração de uma proposta harmônica para apresentar ao plenário do Mercosul)
4. Mecanismo de atualização das BPFCs
5. Complementação da Res. GMC 24/95 - Requisitos para o Registro de Produtos: Registro Único Mercosul

Os temas, constantes da pauta, discutidos na reunião foram:

1. Atualização das listas de substâncias de uso restrito e negativo
a) A delegação brasileira entregou a revisão da lista de substâncias de uso restrito, com a nomenclatura INCI.
b) As delegações do Brasil e do Paraguai concordaram em manter o uso da hidroquinona como agente para clarear a pele.
2. Rotulagem geral obrigatória:
a) As delegações do Brasil e do Paraguai acordaram com obrigatoriedade do prazo de validade.
b) A forma para a indicação do prazo de validade será da responsabilidade de cada Estado-Parte receptor.
c) A composição do produto é obrigatória e deverá ser descrita de acordo com cada Estado- Parte receptor
3. Complementação da Res. 24/95 "Requisitos para registro de produtos cosméticos Mercosul e Extra Zona, requisitos para habilitação de empresas representantes titulares de registro no Estado-Parte receptor e importadores"

A discussão deste tema foi transferida para a próxima reunião - o curto intervalo, entre a reunião passada e esta, inviabilizou que a delegação brasileira preparasse sua proposta.

E foi isso que aconteceu em mais uma reunião do grupo de Cosméticos do Mercosul.

Acreditamos que a ausência não justificada das delegações não significa desinteresse quanto aos rumos do Mercosul, mas sim uma ocorrência fortuita sem outras conseqüências. Entretanto, não devemos deixar de considerar que nos últimos dias, a imprensa tem noticiado um agravamento das relações Brasil-Argentina que poderá refletir nas próxima reunião programada para 27-30 de agosto próximo.

No mês de setembro haverá, em São Paulo, mais uma Reunião de Autoridades Sanitárias da America Latina ("Cumbre"), que queiramos ou não, terá impacto sobre as decisões do Mercosul. Nessa reunião serão abordados temas como:

1. Sistema para Aceitação e Informação Global - proposta que consiste na criação de um sistema informatizado que permita as autoridades sanitárias de cada pais receber informações sobre, produtos retirados do mercado, relação de empresas penalizadas, e legislação sanitária atualizada de cada país.

Este sistema seria baseado nos seguintes princípios:
a) Centralizar a informação relativa à fiscalização sanitária de produtos cosméticos em toda a América Latina
b) Informar e acionar as autoridades sanitárias na região
c) Difundir a informação sobre produtos cosméticos e seu uso seguro

2. Curso para capacitação à distância de inspetores de produtos cosméticos na América Latina. Esse curso teria os seguintes objetivos:
a) Analisar e avaliar os sistemas de segurança da qualidade de uma perspectiva sanitária
b) Fortalecer a abordagem dos processos de produção com relação á qualidade e segurança do produto
c) Contribuir para o estabelecimento de critérios uniformes para a avaliação dos processos de fabricação e acondicionamento de produtos cosméticos
d) Desenvolver o sistema de análise de risco e pontos críticos de controle e sua relação com as BPFCs

Acreditamos que agora, de posse dessas informações, você leitor poderá avaliar a complexidade e a dificuldade para se chegar ao consenso no médio prazo.

Carlos Alberto Trevisan é consultor independente e diretor da Carlos & Trevisan Consultoria.
E-mail: trevisan@dialdata.com.br

A vez da Qualidade por Maria Lia A. V. Cunha e Friedrich Reuss

Direcionamento Institucional

Em oportunidades anteriores nos referimos ao direcionamento institucional como uma exigência básica para o sucesso das organizações. 0 direcionamento institucional é a base do sucesso, por ser o aglutinador e orientador para todos os colaboradores da organização. Indica a razão de ser da organização e aonde ela quer chegar.

Como as fundamentações teóricas do direcionamento institucional já foram explicitadas em colunas anteriores, nesta oportunidade, nos concentraremos em alguns exemplos para tornar o entendimento mais fácil.

A missão fornecer soluções aos seus clientes, é a razão de ser da organização:

. 3M: resolver inovativamente problemas não resolvidos. É a que a 3M faz atualmente com os seus diversos produtos, todos bastante simples e criativos que dominam o nosso dia-a-dia.

. Hewlet Packard: trazer contribuições tecnológicas para o desenvolvimento e o bem estar da comunidade. Anteriormente atuava apenas no setor de equipamentos sofisticados para a análise química instrumental, a que abriu os seus horizontes para o setor de computação em geral, com as suas impressoras e outros componentes eletrônicos.

. Cosméticos Mary Kay: dar à mulher oportunidades ilimitadas, tratando de desenvolver produtos de primeira linha e de características específicas para a cosmética feminina.

. McKinsey & Company: ajudar os governos e corporações líderes a terem mais êxito, desenvolvendo programas e identificando necessidades de prefeituras ou grandes empresas.

. Merck: preservar e melhorar a vida humana, através da pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos.

. Sony: experimentar o desenvolvimento e aplicar a tecnologia para o benefício do público, esenvolvendo produtos como o wallkman, calculadores e agendas eletrônicas.

. Wal-Mart: dar as pessoas comuns a oportunidade de comprar os mesmos produtos que pessoas de mais posses, através de seus inúmeros supermercados.

. Walt Disney: levar entretenimento e lazer, através de suas revistas, filmes e parques temáticos.

A visão de futuro por sua vez, expressa em objetivos grandes, espetaculares e audazes, é uma forma de fazer ver a todos na organização e também aos seus clientes, como será a organização dentro de determinado tempo, no futuro de curto ou de longo prazo.

Dentre os exemplos demonstrativos podemos citar:

.Converter-nos em uma companhia de US$ 125 bilhões até o ano 2000 (Wal-Mart em 1990).
.Converter-nos na companhia mais conhecida por mudar à nível mundial o conceito de má qualidade dos produtos japoneses (Sony nos princípios dos anos 50).
.Converter-nos na instituição financeira mais poderosa, mais serviçal e de maior cobertura mundial que jamais tenha existido (Citybank, 1915).
. Converter-nos em um elemento dominante da aviação comercial e levar o mundo à idade do jato (Boeing, 1950).

Um exemplo bem característico é o de Henry Ford, que nas primeiras décadas deste século predizendo, antevendo e contribuindo para a democratização do automóvel disse: "construirei um carro a motor para a grande multidão, que será tão baixo em seu preço que nenhum homem, ganhando um bom salário seria incapaz de não ter um e desfrutar com a sua família as abençoadas horas de prazer nos grandes espaços abertos de Deus. 0 cavalo terá desaparecido de nossas estradas e o automóvel será um fato ... (e nós) daremos emprego a um grande número de pessoas com bons salários."

O terceiro componente direcionador de uma organização são os valores intrínsecos, os pilares que dão suporte à missão e especialmente a visão de futuro:

. Philip Morris: 0 direito à liberdade de decidir - ganhar aos outros em boa fé - motivar a iniciativa individual - a oportunidade baseada no mérito: ninguém tem direito a nada – trabalho duro e automelhora contínua.

. Merck: responsabilidade social corporativa - excelência inequívoca em todos os aspectos da companhia - inovação baseada na ciência - honestidade e integridade -rentabilidade, porém do trabalho que beneficie a humanidade.

. Sony: elevação da cultura japonesa e do status nacional – ser um pioneiro, não seguir os outros e fazer o impossível- motivar a habilidade e a criatividade individual.

. Walt Disney: não ao cinismo alimentar e promulgar os "valores americanos" - criatividade, sonhos e imaginação - atenção fanática a consistência e ao detalhe.

E finalmente, para que o direcionamento se transforme efetivamente em realidade, é imprescindível que seja praticado por todos os líderes da organização.

Maria Lia A. V. Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas
Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade
E-mail: freuss@uol.com.br

Marketing por Rogério Martins

Ser Criativo

A criatividade é um fator fundamental em todas as áreas. Os mais criativos sempre se destacam tanto pessoas, como empresas. Mas o que é ser criativo? Basicamente é ter uma idéia óbvia antes que outra pessoa a tenha.

Geralmente as pessoas têm o conceito errado de ligar criatividade a maluquice. Para ser criativo é necessário ter idéias e viabilizá-las. Uma grande idéia, que ninguém ficou sabendo ou que não aconteceu, não é nada. 0 verdadeiro criativo faz acontecer. Muitas pessoas pensam: "Puxa! Como eu não pensei nisso antes?" É simples, não pensamos no que não estamos envolvidos, ou pelo menos interessados. É por isso que grandes melhorias nas linhas de produção de uma empresa, geralmente são identificadas por operários da própria linha de produção. É no dia a-
dia que as idéias surgem, e geralmente da maneira mais simples e óbvia. Isso é ser criativo.

Outras pessoas pensam: "Se eu tivesse tido esta idéia eu estaria rico!" Um exemplo de que isso não é verdade é o caso dos bichinhos virtuais, grande febre de consumo que como muitas outras passou tão rápido quanto surgiu.

Mas voltando a pergunta. Se esta idéia fosse minha, o que aconteceria? Certamente nada, pois ela continuaria sendo apenas uma idéia, um sonho. Eu não entendo de chips eletrônicos não teria dinheiro para investir, não conheço ninguém na Sony do Japão para me apresentar ao presidente da empresa, e por fim não teria a oportunidade de em poucos minutos, dissertar a ele as grandes vantagens de investir em uma idéia maluca e convencê-lo a colocar toda a estrutura da empresa para desenvolver, comercializar e cuidar de todo o marketing necessário para promover pelo mundo afora a minha grande idéia. E por fim, se desse tudo certo ele pagaria uma fortuna para mim. Afinal eu fui o criativo. E se desse tudo errado! O prejuízo de milhões de dólares seria só dele! Simples, vocês não acham?

Por isso ser criativo não é apenas ter a idéia antes que outros a tenham, mas é ter uma idéia viável e coerente.

Geralmente grandes idéias são pequenas alterações de coisas que já foram testadas, usadas ou empregadas em outras situações. Por isso dizem, "Que nada se cria tudo se copia". Na verdade, nada se cria tudo se transforma. E o verdadeiro criativo faz essas transformações como ninguém!

A criatividade deveria fazer parte da vida das pessoas, no dia-a-dia, tanto em casa como no trabalho. É estar presente em todas as áreas de uma empresa. 0 profissional de marketing tem que ter esses conceitos mais aflorados. É ele quem cuida da comunicação da empresa ou de um produto. E todo o trabalho criativo do pessoal de desenvolvimento, produção e vendas dependem de certa forma de como tudo o que foi desenvolvido vai ser comunicado ao mercado. Aí então, a empresa que foi criativa em todo seu processo de trabalho, dará mais segurança ao "marketing" para que ele possa por em prática suas idéias, completando o ciclo criativo da empresa e obtendo sucesso.

Cada pessoa tem o seu jeito de ser criativo. No meu caso às vezes a idéia surge de estalo, ou logo que acordo, então preciso anotar ou contar para minha esposa, porque segundos depois não vou me lembrar de mais nada. E como se eu ainda estivesse sonhando. Mas isso geralmente acontece porque eu passei o dia ou dias, pensando e trabalhando no assunto. E também por que eu coloquei várias informações em minha mente, deixando ela trabalhar. Deixo ela ir trabalhando tranqüila, e quando menos espero, as idéias surgem.

Porém, nem sempre tenho tempo para isso. Muitas vezes um cliente passa o briefing precisando de uma idéia para o dia seguinte. E então, se eu não souber por onde começar o projeto, ou se me deparar com a mais profunda falta de idéias, parte para o processo que considero o mais lógico para se chegar a um bom resultado criativo. Eu trabalho! Trabalho! Trabalho! Sento em frente ao computador e fico esmiuçando os elementos básicos do briefing, mexendo com eles pesquisando e refletindo sobre as informações passadas. E ao final, sempre me surpreendo com o resultado positivo!

Acredito que qualquer indivíduo tem a capacidade de ser criativo, resta desenvolver a criatividade .

Rogério Martins é publicitário.
E-mails:rogerio.martins@originet.com.br e rogerio@mworkdesign.com
www.mworkdesign.com

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Hidratação e Regeneração da Pele

Pele hidratada é aquela com quantidade adequada de água em todas as suas camadas. Nesta situação ela será saudável, macia elástica e flexível.

A epiderme (camada mais externa da pele) está sempre se renovando e sua última camada, que faz contato com o meio exterior é chamado de camada córnea. Isto ocorre porque as células perderam o núcleo, porém, mantiveram a estrutura com grande quantidade da proteína denominada queratina. A camada córnea é, portanto, o envoltório protetor da pele sendo o responsável pela interface com o mundo exterior.

A camada córnea é a principal responsável por manter a quantidade de água em todos os níveis da pele. Se ela estiver funcionando de forma inadequada, a perda de água pode ser grande, levando a desidratação cutânea.

A epiderme também é responsável pela regeneração da pele. A cada 28 dias uma célula caminha desde a junção dermoepidérmica até o estrato córneo, desprendendo-se então como uma célula morta. Quando a pele encontra-se desidratada, esta reconstituição e troca ficam alteradas, dificultando a regeneração cutânea natural. Por isso, a hidratação cutânea é tão importante para a cútis.

Para o bom funcionamento do mecanismo de hidratação deve haver uma capacidade controlada de reter água pelo estrato córneo, de modo que a taxa de evaporação da água permaneça sempre a mesma. Isto irá depender da composição e integridade da camada córnea assim como o nível de agressão do meio exterior.

Quando houver alterações na superfície da camada córnea (queimadura, escoriações, rompimento) ou perda excessiva de lipídeos ou de hidratantes naturais, a pele torna-se seca, áspera, sem elasticidade ou flexibilidade. O sol, os poluentes, a umidade relativa do ar também são fatores que interferem na hidratação da pele. Além disso, certas doenças como atopia ou ictiose (doenças que mudam a camada córnea) e também fotoenvelhecimento interferem na capacidade hidratante da pele.

Os constituintes naturais do estrato córneo são formados por aminoácidos, carboxilato pirrolidone (PCANA), uréia, sais minerais, água e lactatos. As gorduras de superfície (sebo) como colesterol, ácidos graxos e ceramidas também são importantes para evitar a perda de água.

As pessoas adultas devem usar hidratante em toda a pele pelo menos uma vez por dia. Devem também evitar substâncias irritantes e que provoquem desidrataçao como sabões, detergentes e álcool.

O mecanismo de atuaçao desses produtos podem ser de três tipos:

• Oclusão: Promovido por ingredientes lipídicos ou emolientes (vaselina, lanolina, ésteres de ácidos graxos, etc).
• Umectação: Por aplicação de substâncias higroscópicas, que retém água na superfície da pele (glicerina, sorbitol, propileno glicol).
• Hidratação ativa: Oferecida por ingredientes intracelulares com capacidade higroscópica, como os constituintes do fator de hidratação natural ou através da ação na estrutura celular, como os alfa-hidroxiácidos (AHA)e seus derivados. Produtos com estes princípios ativos são também chamados de "hidratantes terapêuticos".

A proposta de hidratação ativa é cada vez mais sedutora, porque além da manutenção aquosa há o estímulo para sua regeneração. Os hidratantes com alfa-hidroxiácidos também podem ser utilizados nos tratamentos de doenças dermatológicas para evitar a atrofia cutânea.

Dra. Denise Steiner é dermatologista.
E-mail: clinica-stockli@sti.com.br


Boas Práticas por Tereza F. S. Rebello

Limites Microbianos

Anteriormente já discorremos sobre a relação estreita que existe entre o conhecimento básico de microbiologia e as BPF e C. Se de um lado o microbiologista conhece bem os métodos de análise e os meios de cultura a serem utilizados, de outro lado surge a preocupação em estabelecer a periodicidade de amostragens adequadas no controle de certos itens como, por exemplo, o ar ambiente e mesmo a água purificada para uso na fabricação.

Para este último item, existe limite microbiano que, de acordo com a USP 23 e o Guia ABC – Controle Microbiológico na Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, pag. 17, e de no máximo 100 UFC/ml para microrganismos totais aeróbios. Já para o controle microbiológico da água potável existe a Portaria MS nº36 de 19/1/90, que trata sobre o número mínimo de amostras, freqüência mínima de amostragem, além da especificação: quanto à população heterotrófica permitida (no caso, não mais de 500 UFC/ml). Aliás, esta é outra preocupação do microbiologista, ou seja, qua limite considerar aceitável, naqueles itens onde não existe nenhuma regulamentação, quer da ANVISA ou publicação de oficial.

O que se pode dizer nesse sentido é que, tanto a freqüência de amostragens, quanto o número de UFC/ml aceitável, dependerão do tipo de material a ser monitorado e do risco que esse material poderá oferecer ao produto que está sendo fabricado. Deve-se ainda levar em conta, a suscetibilidade do produto à contaminação microbiana.

De um modo geral, os limites estabelecidos pelo microbiologista deverão estar em concordância com os limites para o produto final. Assim, considerando os limites microbianos estabelecidos pela Resolução nº 481 de 23/9/99 para produtos do subgrupo I e, principalmente, do subgrupo II, o microbiologista poderá ser menos exigente quando estabelecer limites para a população microbiana do ar ambiente ou de equipamentos. Muitas empresas estabeleceram para seus produtos limites mais rígidos que o da citada Resolução e, nesse caso, o microbiologista deve seguir o mesmo rigor no estabelecimento de normas de controle para os itens que, direta ou indiretamente, entrem em contato com o produto e, assim, definir limites microbianos mais rígidos. 0 CTFA Microbiology Guidelines 1993, por exemplo, define os tipos de superfícies e recomenda maior freqüência nas amostragens das superfícies críticas, ou seja, as que entram em contato direto com o produto.

Já que abordamos os limites apresentados pela Resolução 481, gostaria de comentar sobre as duvidas que alguns profissionais tem quanto aos limites apresentados: para o subgrupo Tipo I (produtos para uso infantil, área dos olhos e que entrem em contato com mucosas), a contagem de microrganismos totais aeróbios não deve ser mais de 102 UFC/g ou ml (limite máximo de 5x 102 UFC 1g ou ml). Para produtos pertencentes ao subgrupo Tipo II, a contagem de microrganismos totais aeróbios não deve ser mais de 103 UFC/g ou ml (limite máximo de 5xl03 UFC/g ou ml).

A questão é: que limite seguir? No subgrupo Tipo I,considerar 100 UFC/g ou ml ou 500 UFC/g ou ml? De acordo com definição dada, consideram-se, nos limites apresentados, dois aspectos: "0 primeiro, quanto à segurança para o usuário e, o segundo, quanta à tolerância quantitativa da carga microbiana saprofítica, a fim de manter a integridade do produto", como mencionado na página 15 do Guia ABC. Nos parece óbvio que quando fabricamos um produto, o mesmo é para ser vendido e consumido pelo usuário. Então, se o que nos interessa é a segurança que será dada ao produto, então, deveremos considerar o limite de 102 UFC/g ou ml para o subgrupo Tipo I e 103 UFC/g para subgrupo Tipo II, pois desta forma, estaremos assegurando ao consumidor um produto que, também, dentro de seu prazo de validade, manterá sua integridade.

Provavelmente, a apresentação dos limites pela Resolução nº 481, deve ter sido inspirada na Farmacopéia Britânica 1993. Para a Pharmaeuropa vol 4, dezembro 1992, consideram-se dentro da Categoria 2 as preparações não estéreis para uso tópico, com limite microbiano não superior a 102 UFC/g ou ml (e neste caso, não se considerou o limite maior, a fim de manter a integridade do produto).

Por outro lado, o CTFA recomenda os seguintes limites: máximo de 500 microrganismos/g ou ml para produtos infantis e área dos olhos, e para outros produtos, o máximo de 1.000 microrganismos/g ou ml.

Resumindo: é de grande importância o papel do microbiologista nas diversas indústrias ligadas a Saúde Pública, pois através de seu conhecimento, poderá estabelecer parâmetros que não estão definidos na literatura oficial.

Tereza F. S. Rebello é farmacêutica bioquímica.
E-mail: methodus®melhoduseventos.com.br

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