Produtos Infantis - Conheça os problemas enfrentados pelos formuladores

Edicao Atual - Produtos Infantis - Conheça os problemas enfrentados pelos formuladores

Editorial

O ano 2000 acordou com uma proibição simplesmente ridícula: numa ensolarada manhã de domingo na Praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, policiais  militares munidos de fuzis e cassetetes enfrentam meia dúzia de mulheres que faziam topless. A guerra não durou 48 horas - as moças sem sutiã ganharam salvo-conduto das autoridades estaduais para se bronzear onde quiserem. Ora, proibir o topless no Brasil é uma atitude contraditória, uma vez que exportamos imagens de passistas quase nuas nos desfiles de carnaval, e a televisão ajuda a criar símbolos sexuais. Tudo isso sem falar na violência, no desemprego, nos escândalos políticos ... Será que não há nada mais importante para se resolver do que perseguir mulheres que desejam salvar a liberdade de expressão? 

Nesta primeira edição de 2000 também resolvemos fazer uma revolução. Começamos pelo projeto gráfico da revista, quea partir de agora ficou com visual mais leve e moderno.

No conteúdo, a mudança será gradativa, mas, com certeza, cada vez melhor. 

Todo ano são lançadas no mercado novas matérias-primas para uso dos formuladores de produtos e cuidados pessoais. Para ajudar você a se manter atualizado com as mais recentesopções, trouxemos uma lista de novas matérias-primas queestarão no mercado este ano.

 Estamos trazendo também um artigo que aborda a formulação dos produtos infantis. 

Boa leitura e até a próxima edição.

Formulação e Ação dos Produtos Infantis - John L. Knowiton Cosmetics Solutions, Johannesburg, África do Sul

0 autor analisa diversos produtos de higiene infantil, bem como, os problemas enfrentados pelos formuladores durante o desenvolvimento desses produtos.

El autor analiza diversos productos de tocador para bebés, así como los problemas que enfrentam los especialistas cuando formulan dichos productos.

The author discusses various babycare products in the market today and the challenges that formulators face when creating these products.

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Novas Matérias Primas -

Todo ano são lançadas no mercado novas matérias-primas para uso dos formuladores de produtos e cuidados pessoais. Para ajudar você a se manter atualizado com as mais recentes opções, Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) relacionou os novos ingredientes que estão sendo colocados à disposição dos formuladores a partir de 2000.

As informações apresentadas nesta coletânea foram fornecidas pelos fabricantes e/ou distribuidores no Brasil das respectivas matérias-primas, a partir de questionário enviado pela revista.

Os nomes técnicos de chamada de cada ingrediente são de uso corrente no mercado, entretanto, aqueles que não tem denominação consagrada ou são apenas conhecidos pelas marcas comerciais, para efeito de ordenamento nesta publicação, receberam uma denominação de referência.

Informações mais completas sobre estas e outras matérias-primas, que por falta de espaço, deixaram de ser publicadas, podem ser solicitadas aos respectivos fabricantes e/ou distribuidores, através dos endereços e telefones relacionados na página 59 desta edição.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

A Esperança

Consultor Independente, SP SP, Brasil

Como mencionado em nossa coluna publicado na edição nov/dez 1999, as expectativas de retomada das conversações nas próximas reuniões do Grupo ad-hoc de produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes do Grupo 11 de Produtos para a Saúde são as melhores possíveis.

A constância com que sempre estivemos comentando os resultados das reuniões e a ênfase dada em várias oportunidades a sua improdutividade, esperamos, deverá ser substituída pelo relato de resultados do consenso quanto aos itens pendentes.

Apenas para que possamos avaliar rapidamente as dificuldades encontradas durante os quase nove anos de existência do Mercosul, no que concerne à nossa área, relatamos a seguir as situações mais freqüentes que implicaram na impossibilidade de consenso:

• Mudança freqüente do quadro de representantes oficiais e seus efeitos negativos;
• Ausência de representantes oficias em várias reuniões;
• Existência de dispositivos legais em cada um dos Estados-Parte, os quais são utilizados como justificativa para a impossibilidade de consenso;
• Posturas de caráter individual que provocam antagonismos entre os representantes oficiais e privados;
• Constante falta de autonomia dos representantes oficiais para a tomada de decisões, baseado no argumento de que estas decisões, muitas vezes, tem que ser semelhantes às tomadas no âmbito da área de medicamentos.

Dos itens pendentes há várias reuniões, acreditamos que, como anteriormente mencionado, as perspectivas de soluções são bastante favoráveis, pois com a publicação no Brasil, da Resolução ANVS 335, a classificação de produtos poderá ser melhor absorvida pelos demais Estados-Parte e, portanto, ao ser este item consensado, os demais dele dependentes também o serão.

Quanto aos requisitos técnicos, a dificuldade é que a proposta apresentada pela delegação argentina, menciona uma série de testes de avaliação físico-química, irritação e eficácia, entre outros, que deverão ser apresentados quando da submissão do processo para autorização da comercialização naquele país, relativos ao tipo de produto; as delegações oficial e privada do Brasil, por sua vez, são de opinião que os testes a serem realizados são de responsabilidade de quem produz ou importa o produto, pois ninguém melhor do que o produtor/importador para deter o conhecimento sobre o seu produto, cabendo a autoridade sanitária aceitar ou solicitar outras informações.

Como pode o leitor concluir, ao vincular os requisitos técnicos ao tipo de produto, estes ficam na dependência da definição de sua classificação e, portanto, vinculada esta ao grau de risco 1 ou 2 (as demais delegações não concordam com esta classificação).

Durante a última reunião (realizada em dezembro de 1999, em Montevidéu) surgiu uma alternativa para tentar contornar o impasse relativo a classificação de produtos, a proposta e adicionar a palavra risco, que para os demais Estados-Parte
(exceção do Brasil) é considerada extremamente forte pela expressão "risco sanitário”.

As primeiras reações à proposta mencionada no item anterior foram bastante favoráveis, mas não devemos esquecer que Argentina, Paraguai e Uruguai tiveram recentemente troca de presidentes e, portanto, dos integrantes dos ministérios, o que poderá acarretar a alteração nos representantes junto ao Mercosul, com os inconvenientes já anteriormente mencionados.

A terceirização é outro ponto que possui características bastante peculiares, pois com exceção do Brasil os demais Estados- Parte possuem a figura do titular do produto ao qual é dada a autorização/registro para comercialização (dependendo do país), sem que este tenha atividade obrigatória de importação/fabricação como acontece no Brasil.

Finalmente quanto aos produtos para a proteção solar, houve uma posição mais conciliatória da delegação argentina quanto a alteração da postura legal que eliminava a necessidade da menção do FPS para os produtos de índice inferior a 12, acreditamos que haverá aceitação da necessidade de indicação do FPS independentemente do seu valor.

* Carlos Alberto Trevisan é consultor independente e diretor da Carlos & Trevisan Consultoria. E-mail: trevisan@dialdata.com.br

A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha

O Supply Chain e a ISO 9000/2000

A medida que o tempo evolui surgem novos conceitos e, muitas vezes, apenas novas formas de resolver os mesmos problemas. No entanto, desde a era do artesão, passando pelas eras da eficiência e posteriormente da eficácia e ultimamente na efetividade e agora a qualidade total, tivemos uma mudança muito grande nos conceitos. 0 artesão tinha a visão do todo, que foi quebrada na era do taylorismo e daí para a frente não se modificou, tendo sido reconhecido mais recentemente a importância de que todos na organização tenham uma visão do todo, conheçam a finalidade de suas contribuições ,ou no mínimo, conheça a fundo as necessidades de seus clientes diretos e indiretos.

O modelo da ISO 9000 edição 1994 ainda trata as atividades da organização de forma segmentada, pelo menos se olharmos para a ordem dos requisitos. A ISO 9000 versão 2000 por sua vez já reúne num único item todo o fluxo operacional da organização. Este tipo de apreciação reúne de forma encadeada as diferentes atividades na organização, deixando mais clara a visão do todo. Por outro lado, um tipo de apreciação mais recente é a do supply chain, a cadeia de fornecimento, muito útil para verificar a efetividade da operação em termos de custos diretos, indiretos, tempos, estoques e outras variáveis de processo.

No conceito de supply chain todas as áreas referentes ao fluxo do produto são parte de um processo global eventualmente gerenciadas por um sistema de MRP (Material Requirent Planning), sendo necessários ainda na organização as atividade de gestão financeira, a gestão de pessoas e naturalmente a gestão de negócios e de mercado, com marketing e vendas, aliás o motivo da existência da organização.

Sob este ponto de vista o supply chain, que nada mais é do que o encadeamento dos clientes e fornecedores internos e externos relacionados ao produto: aquisição- fornecedor - estoque de matérias- primas - produção - estoque de acabados - cliente, podendo ainda ser incluídos o R&D (research and development) e outras atividades. A visão do novo conceito, supply chain permite realizar de forma bem abrangente uma análise integrada das melhorias a serem possíveis de identificar em todo o processo relacionado com o produto final, iniciando na matéria-prima ou mesmo nos seus subfornecedores, tendo sempre em vista a grande cadeia de fornecimento.

Desde sempre existe a preocupação em melhorar custos diretos e indiretos, porém sempre em ações pontuais, seja em aquisição, em produção, nível de estoques etc. Não permitia porem avaliar as reservas de custos contidas num produto, a tal ponto que permitisse a montagem de uma reprogramação de posicionamento do produto no mercado. Em se tratando de um estudo profundo e abrangente, que pode inclusive estar sendo iniciado por uma pesquisa das necessidades dos clientes, a conseqüente reformulação de composição e forma de apresentação, e que engloba os estudos de todas as alternativas de variáveis em cada ponto da cadeia do processo, resulta num trabalho muito amplo, que requer um gerenciamento complexo e preciso.

Havendo um sistema da gestão da qualidade, segundo a ISO 9000 já implantado, fica mais fácil detectar os possíveis riscos e vantagens envolvidos, bem como efetuar uma revisão através de auditorias e acompanhamento através dos indicadores.

Em resumo, a visão de supply chain, a alternativa de analisar as variáveis existentes no fluxo de processo de forma integrada permite detectar oportunidades de melhoria de todos os tipos, seja qualidade, produtividade, custos diretos, estoques, custos indiretos e perdas, podendo contribuir também para a melhoria do uso dos recursos naturais e na redução das perdas e da poluição.

• Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade.
• Maria Lia A. V. Cunha e psicóloga, especialista em
gestão de pessoas.
E-mail: contextbr@contextobr.com.br

Atualidades Técnicas por Prof. Dr Pedro Alves da Rocha Filho

Novidades 2000

PRODUTOS PARA COLORIR OS cabelos podem conter polímeros catiônicos em sua formulação. A composição apresenta os seguintes limites: polímeros catiônicos que aumentam a viscosidade da fórmula 0,1-10,0%; resinas modeladoras 0,5-40,0 % e corantes 0,005-1,0%. Um gel para cabelos poderá conter copolímero diacrilato de N,Ndimetil-amino-etil-metacrilato- N-vinil-pirrolidona-estearil-acrilato-tripropileno-glicol 3,0; copolímero de di-alquil-amino-alquil-acrilato 10,0; corante preto 401 0,0025 e vermelho 227 0,0025; etanol 20,0; ácido fosfórico 0,9; éter polioxietileno polioxipropileno decil-tetradecílico 0,1; perfume 0,1; e água destilada qsp 100,0%.

Uma variação na composição de corantes é sugerida: corantes preto 401 0,0025, amarelo 403 0,1 e vermelho 227 0,0025. O ácido rosmarínico é empregado em formulações cosméticas destinadas a diminuir as rugas. A formulação básica de uma loção pode ser: ácido rosmarínico 0,1; glicerina 4,0; sorbitol (70%) 4,0; citrato de sódio 0,30; óleo de rícino etoxilado e hidrogenado 0,5; etanol 15,0; perfume 0,05; acido cítrico qs; e água qsp 100,0%.

Formulações cosméticas contendo ácido ascórbico estável apresentam valor de pH acima de 5,0. Devem conter na formulação goma xantana e/ou um tipo de carbômero como agente de viscosidade. Os testes realizados demonstram que o carbômero minimiza a produção de gases na formulação, consequentemente, a degradação do ácido ascórbico.

O ácido hialurônico e derivados acetilados tem sido usados em associação com hidroquinona com a finalidade de clareamento da pele. A hidroquinona ou derivados é usada na concentração de 0,01-20,0%; e o ácido hialurônico acetilado (contendo 2-4 grupos acetilados por unidade) de 0,0001 a 10,0%. Testes realizados em cultura celular demonstram boa permeabilidade do Arbutin quando associado ao ácido hialurônico acetilado.

Outras associações do ácido hialurônico acetilado (0,0001-10,0%) demonstram seu grande potencial como matéria-prima cosmética melhorando a hidratação e emoliência da pele: com o ácido tranexamico (0,001-10,0%); com α-hidroxi-ácidos (láctico, succínico, cítrico, glicólico) (0,001-10,0%); com silicones (0,1-60,0%); com gomas (0,001-5,0% ); com aminoácidos básicos (L-arginina) (0,001-10,0%).

A fixação de fragrâncias em formulação de produtos cosméticos pessoais e perfumes pode ser feita por esteroides. Existe um efeito proporcional da duração relacionada à concentração de fixadores para determinada concentração de componentes de fragrâncias. Exemplos de fixador são o estra-4,16-dien-10-b-ol-3-ona e o androsta-4,16-dien-3-ona e o exemplo do poder de fixação dos mesmos é evidenciado na pesquisa.

Composição de hidrolisado de proteínas para o tratamento capilar, promove excelente efeito e proteção aos cabelos contra danos provocados pelo meio ambiente e por produtos químicos. Os hidrolisados de proteína apresentam abundância de grupos aminoácidos aniônicos e, em particular, derivados de enxofre, assim como compostos catiônicos divalentes, de forma que os grupamentos aniônicos possam ligar-se aos cabelos por meio de pontes catiônicas. Enquanto conectados aos cabelos, os aminoácidos contendo enxofre servirão como defesa contra os agentes externos. Os cabelos tratados com hidrolisado de proteínas e um derivado catiônico divalente como o gluconato de zinco, apresentam-se muito mais forte do que aqueles tratados unicamente com hidrolisado protéico e muito mais forte do que os cabelos não tratados.

Um creme para enrijecer a pele com sinais de envelhecimento apresenta a seguinte composição:

Ciclometicone 80,65
Dimeticone 9,60
Esqualano 6,00
Acido isoesteárico 1,90
Óleo de borragem (semente) 0,90
Palmitato de retinila 0,50
Tocoferol 0,25
Ceramida-6 0,10
Hexadecanolídeo 0,05
Linoleato de retinila 0,05
Esfingolipídeos 0,00004

Como característica principal, trata-se de um creme anidro contendo cerca de 50-99,9% de transportadores hidrofóbicos como o silicone e/ou hidrocarbonetos, assim como quantidades eficazes de derivados de ceramidas contendo esfingolipídeos tendo ligações amidas com o ácido 2-hidroxicarboxílico.

A solubilização de substâncias hidrofóbicas (óleos essenciais-perfumes e princípios ativos) sem a presença de tensoativos pode ser feita empregando-se a associação de polímeros carboxivinílicos alquil modificados, glicirrizinatos e gomas. AS preparações apresentam boa estabilidade e sem aderência a pele. Um exemplo de loção é dado:
Permulem TR-2 0,10%
Hidróxido de sódio 0,05
Glicirrizinato de amônio ou
goma xantana 0,50
Dipropileno glicol 5,00
Etanol 10,00
Metil parabeno 0,10
Acetato de tocoferila 0,05
Perfumes 0,05
Agua deionizada qsp 100,00

Géis formados a base de complexo de agar são considerados como veículos de liberação de ativos cosméticos e farmacêuticos. São formados em associação com polímeros polares como o polímero catiônico quaternário - poliquaternium ou steardimonium hidróxi-etil-celulose. Vários ativos cosméticos podem ligar-se a rede polimérica, como por exemplo, ácido ascórbico, ácido láctico ou papaína. Portanto, 1,5 g de agar (grânulos) e 1,5 g de poliquaternium 24 são misturadas a 97 g de água e aquecidas a 90°C para obter uma solução clara. Esta solução é introduzida com auxílio de uma agulha em banho de parafina líquida a 5°C para obter as estruturas desejadas, que são separadas e lavadas com água. A introdução de ácido ascórbico nestas estruturas promove sua estabilização e conseqüente redução da atividade ativadora de radicais.

A formulação de delineadores, máscara para cílios, corantes e cremes enxaguatórios para os cabelos pode conter determinada quantidade de extrato aquoso de café e no mínimo um pigmento orgânico. Esta associação é útil na produção de coloração negra intensa. Como exemplo, uma fórmula de delineador pode conter além da base, a mistura corante: oleth-20 10,5, corante vermelho FD&C 40 10,5, corante azul FD&C 1 18,4, clorofila 10,5 e extrato de café 18,4%. 0 preservante sugerido é do tipo parabeno e a resina formadora de filmes é derivado de poliacrilatos .

Referências:

1. Satayuki K. Hair dyes containing viscosity enhancers. Patente Japonesa n° 279442, 31 de março de 1997.
2. Tomoyuki K. Hair dyes containing viscosity enhancers. Patente Japonesa nº 279443, 31 de março de 1997.
3. Toshiji M, Ita M, Kunio K. Cosmetics containing rosemarinic acid. Patente Japonesa n° 10291929, 4 de novembro de 1998.
4. Noordam B, Luppo E. Stable vitamin C concentrates. Patente Internacional n° 9850012, 2 de maio de 1997.
5. Wataru T, Seiji N. Skin-lightening preparation containing hydroquinones and acetylated hyaluronic acid with improved bioavailability. Patente Japonesa n° 102794221,31 de março de 1997.
6. Tokue W, Nishiyama S. Skin moisturizers containing acetylated hyaluronic acid and tranexamic acid. Patente Japonesa n° 10279418, 31 de março de 1997.
7. Tokue W, Nishiyama S. Skin moisturizers containing acetylated hyaluronic acid and a-hydroxy acids. Patente Japonesa n° 10279419, 31 de março de 1997.
8. Tokue W, Nishiyama S. Skin moisturizers containing acetylated hyaluronic acid and silicone oils. Patente Japonesa n° 10279424, 31 de março de 1997.
9. Tokue W, Nishiyama S. Skin moisturizers containing acetylated hyaluronic acid and gums. Patente Japonesa n° 10279425, 31 de março de 1997.
10. Tokue W, Nishiyama S. Skin moisturizers containing acetylated hyaluronic acid and basic amino acids. Patente Japonesa n° 10279426, 31 de março de 1997.
11. Clive JW. Method of fixing fragrance composition and other compositions. Patente Internacional n° 9848811, 30 de abril de 1997.
12. Cannel D, Nguyen N. Protein hydrolysate composition for treating hair. Patente Internacional, n° 9851265, 16 de maio de 1997.
13. Dorogi PL, Canestolali DA, Meyers AJ, Vargas A. Antiaging cosmetics containing ceramides. Patente Japonesa nº 10298023, 17 de abril de 1997.
14. Tokue W, Susuki K. Solubilization of water - insoluble substances without using surfactants. Patente Japonesa n° 19298028, 28 de abril de 1997.
15. Tokue W, Susuki K. Solubilization of water - insoluble substances without using surfactants. Patente Japonesa n° 19298029, 28 de abril de 1997.
16. Delrieu P, Ding L. Cosmetic particulate gel carriers comprising agar and a polymer. Patente Internacional, n° 9850000, 2 de maio de 1997.
17. Roman F. Cosmetic containing a coffee extract pigment. Patente Internacional n° 9851263, 13 de maio de 1997.

* Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquimico industrial.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Verrugas

MUITOS SINAIS QUE APARECEM NA pele são chamados erroneamente de verrugas. Assim é que, qualquer pinta mais elevada, ou até mesmo alguns tumores são considerados como verrugas. É preciso estar atento, porque estas alterações, as verrugas propriamente ditas, são determinadas por vírus e, portanto, podem ser contagiosas tanto para o próprio indivíduo quanto para os que com ele convivem.

As verrugas são causadas pelo vírus de DNA denominado papilomavírus, que possui cerca de 70 subtipos. As lesões benignas são chamadas verrugas enquanto que aquelas associadas as displasias denominam-se condilomas ou papilomas. 0 papilomavírus (HPV) também pode causar carcinoma do epitélio escamoso em indivíduos suscetíveis.

Cerca de 5% das crianças apresentam algum tipo clínico de verruga. Elas podem ser planas, vulgares, filiformes, entre outros. Aparecem como papulas ou caroços cor-da-pele, endurecidos, com certa rugosidade e alguns pontos pretos na superfície. Estes pontos são a representação de pequenos vasos tormbosados.

Elas podem aparecer em qualquer parte da pele, mas são mais freqüentes nos dedos, joelhos e cotovelos. Quando aparecem na planta dos pés, são chamadas popularmente de "olhos-de-peixe" e, na mucosa genital, denominam-se condilomas.

Ás vezes, aparecem muitas verrugas ao mesmo tempo durante um período, demonstrando que a pessoa apresenta algum tipo de predisposição ou que está com algum problema em relação a sua imunidade.

As verrugas genitais são transmitidas por contato sexual, por isso consideradas como doença sexualmente transmissível.

As mulheres podem ter condiloma na parede da vagina e no cola do útero sem apresentar sintomas, o que dificulta sobremaneira o diagnóstico; as vezes elas só aparecem quando a mulher engravida, causando problemas na gravidez e também podendo levar a transmissão para o recém-nascido. Nesse sentido, é muito importante o acompanhamento do ginecologista, porque além do problema em si, o condiloma também está relacionado ao câncer de colo do útero, tomando a mulher mais vulnerável.

Há fatores ambientais associados à aquisição das verrugas. Indivíduos que trabalham com as mãos úmidas adquirem verrugas com mais facilidade, assim como aqueles que roem unhas. Pacientes portadores de hiperidrose (sudorese intensa) também são comprometidos mais freqüentemente.

Existem vários tratamentos para as verrugas, dependendo da idade da pessoa, da localização, dos tratamentos anteriores, etc. Dependendo do caso, pode-se usar pomadas, queratoliticos, ácidos, bisturi elétrico, criocirurgia (com nitrogênio líquido), infiltrações de medicamentos específicos e laser. 0 tratamento pode obter resultados positivos rapidamente mas, às vezes, pode ser prolongado e cansativo.

Os cuidados gerais, portanto, são sempre aconselháveis: manter as mãos sempre limpas e sem machucados, não fazer tratamentos caseiros (do tipo colocar ervas ou ácidos domésticos), evitar contato com pessoas infectadas e não demorar para procurar o tratamento quando a primeira lesão surgir..

Dra. Denise Steiner é dermatologista. E-mail: clinicastockli@ sti.com.br

Boas Práticas por Teresa F. S. Rebello

BPF em Produtos Infantis

SEMPRE QUE NOS REFERIMOS às BPFs, de imediato relacionamos essas informações com aquelas relativas às condições de higiene durante a fabricação de produtos cosméticos. Mas BPF e C não é somente o conhecimento de instalações e equipamentos apropriados e adequadamente controlados. Quando se refere ao pessoal, lemos no item 2 do Manual de B PF e C (Portaria n° 348 de 18/8/97) o seguinte: "Cada empresa deve ter pessoal com conhecimento, experiência, competência e motivação que seu posto requer".

Então responsável pelo desenvolvimento de formulações tem por obrigação conhecer, por completo, toda a legislação relativa à fabricação de cosméticos e, em particular a Portaria 71 (29/05/96) e assim saber que produtos de uso infantil é uma categoria cosmética cujo grau de risco é 2, (produtos com risco potencial).

A pele da criança, em especial à dos bebês, é muito diferente da pele de um adulto. E muito mais fina, menos cornificada, com menos pelos, contendo alto teor de água, portanto, bem hidratada. Com essas características podemos concluir que a absorção através da pele pode ser faacilitada, principalmente porque a proteção dada pela barreira formada pelos corneócitos é bem precária. Aliás, em estudos sobre permeabilidade cutânea em bebês este fato ficou bem comprovado.

Portanto, a fragilidade da proteção exercida pela pele infantil é motivo suficiente para que os produtos destinados às crianças sejam, não só controlados pelos órgãos de saúde, como também sejam muito bem conhecidos pelos fabricantes, para que possam provê-los dentro dos limites de segurança. Um outro aspecto deste assunto, é a necessidade de se levar ao conhecimento do público em geral e, especificamente às mães, os riscos a que estão sujeitos seus filhos em usar produtos cuja procedência não se afina com as BPF e C já referidos acima. 0 que é bom para a mãe, não necessariamente é bom para a criança.

Atualmente verificamos grande interesse nesse nicho de mercado pelos diversos segmentos da indústria brasileira e, em particular pela indústria cosmética.

Esse interesse pode ser confirmado pela freqüência de artigos que aparecem em revistas não técnicas e de grande tiragem como é o caso da revista VEJA. Na edição de 21/7/99 com o título "Como Gente Grande" é citado o caso de uma menina de 8 anos que diz que "não sai de casa sem passar filtro solar e batom (leva no mínimo 3 na mochila)". Essa mesma criança já fez mecha no cabelo e tem seu kit de manicure na mesinha de cabeceira, o que inclui acetona ("um
perigo", como alertado pela própria revista). Na mesma revista, na edição de 12/1/2000 na seção "Estilo" e com o subtítulo "Grifes de luxo lançam coleções de roupa e cosméticos para bebês milionários" é citado sabonete de grife para bebês. É evidente que isto é muito bom para a indústria cosmética, mas seus responsáveis técnicos devem conhecer bem seus limites.

Que limites são esses? É ter em mente que os cosméticos para bebês e crianças são essencialmente de higiene e proteção, ou seja, para prevenir possíveis alterações que possam aparecer. Por exemplo, os metabólitos (amoníacais originados a partir do aproveitamento da uréia pór bactérias como a Brevibacterium ammoniages), associados a natureza abrasiva de algumas fraldas, conduzem a irritação da pele infantil proporcionando condições favoráveis para
o desenvolvimento não só de bactérias mas, também de leveduras como a Candida albicans.

É evidente que neste estado avançado de lesão, o tratamento passa para o campo da medicina. Mas a prevenção desse tipo de problema cutâneo é conseguido através de produtos de higiene e proteção adequados.

O que pretendemos salientar nesta oportunidade, é que esclarecimentos ao público leigo deveriam ser transmitidos de forma tecnicamente correta, para que ficasse claro principalmente às mães, que produtos para uso infantil servem de fato a higiene e proteção das crianças e não ao apelo estético tão reverenciado nos dias atuais.

* Tereza F. S. Rebello é farmacêutica bioquímica.
E-mail: methodus@netco.com.br

Marketing por Sérgio J. Cides

A Arte das Vitrinas

Estou chamando vitrina de arte porque, realmente, acho o vitrinismo uma forma de arte a qual nem lojistas nem fabricantes estão dando o devido valor. Fabricantes? Sim, os fabricantes também tem sua parcela de responsabilidade pois, no final das contas, são seus produtos que estarão sendo expostos ao público de forma adequada ou inadequada, conforme o gosto ou o critério do lojista.

O lojista, por sua vez, deve saber da importância de uma vitrina bem decorada, atraente, chamativa e vendedora. Em países de melhores recursos mercadológicos e onde a competição comercial é mais acirrada, há profissionais especializados em decoração de vitrinas, que trabalham sob contrato para determinados lojistas, modificando a decoração com temas que variam conforme a época do ano e segundo um calendário de temas e promoções das lojas. Há revistas especializadas -conheço uma japonesa e uma americana - que só tratam desse tema, mostrando fotos de vitrinas que justificam o fato de eu as estar classificando como obras de arte.

Aqui em São Paulo, nos anos cinquenta, a prefeitura fazia anualmente um concurso de vitrinas por ocasião das festas de fim de ano. Uma comissão nomeada pela Associação Comercial dava um tema e escolhia as melhores e mais criativas, que recebiam prêmios, que iam desde diplomas até descontos no pagamento do IPTU. Naqueles anos românticos, a cidade ficava mais bonita e as pessoas saíam de casa só para ver os centros comerciais enfeitados e festivos.

Mas, naqueles bons tempos, as técnicas de marketing ainda eram incipientes e imperavam o amadorismo e o "jeito" que o dona da loja tinha para a coisa. Hoje, estamos muito mais profissionais em vários aspectos do marketing mas, infelizmente, essa área ainda continua amadora. 0 lojista acha que fazer uma vitrina é apenas empilhar ou apresentar produtos. 0 fabricante vê seus produtos sendo mal expostos e sente-se impotente para dar sugestões ou para interferir na maneira pela qual o comerciante apresenta seus produtos.

Nas lojas do tipo franchising o fabricante tem, em maior ou menor grau, uma certa ascendência sobre as vitrinas de seus franqueados. Mas, será que apesar disso, as vitrinas estão cumprindo completamente sua finalidade? Será que as empresas franqueadoras possuem um departamento de vitrinismo composto por profissionais que realmente, entendem do assunto?

E as empresas que não tem esse poder dos franqueadores, como é que estão se comportando em relação à exposição de seus produtos" Será que estão oferecendo sugestões a seus clientes comerciantes? Será que estão oferecendo kits de exposição a esses clientes? Será que estão se preocupando em fazer algum tipo de campanha ou de concurso entre os lojistas, premiando a exposição dos produtos que lhes interessa promover em cada momento? Ou, o que e mais provável, estão se limitando a vender, entregar a mercadoria e deixar o barco correr, segundo o "jeito" de cada comerciante? Mesmo os fabricantes que gastam uma boa soma produzindo displavs ou embalagens displays, será que verificam se os lojistas estão usando esses expositores de maneira adequada?

Em nosso ramo de cosméticos, a apresentação do produto é um dos itens mais importantes do marketing-mix. Um produto escondido num canto de uma vitrina empoeirada é uma ameaça para toda a imagem de nobreza e de qualidade que tentamos construir, a duras penas, para ele. E o quê podemos fazer a respeito?

Nas grandes organizações, muitas vezes, temos promotores de venda responsáveis pela reposição ou pela exposição dos produtos. Esses promotores estão devidamente treinados sobre o que devem fazer com cada um de nossos itens? Onde e como a empresa quer que cada um deles seja exposto em cada época do ano?

Nos clientes de médio porte, visitados diretamente por nossos vendedores, será que esses vendedores estão conscientes de que, se aplicarem um pouco de seu tempo dando sugestões aos lojistas, irão vender mais a cada visita? Irão ganhar a confiança e a credibilidade do cliente? Normalmente o vendedor, premido por quotas, acha que é perda de tempo ficar se preocupando com exposição de produtos e coisas assim. 0 que ele quer é sair logo do cliente, depois de angariar o pedido, e partir imediatamente para outra visita. É papel do pessoal de marketing conscientizar o vendedor sobre o fato de que se o cliente vender mais, ele - o vendedor também irá vender mais, nas próximas visitas.

Nos clientes pequenos, que compram através de distribuidores ou atacadistas, o trabalho é mais delicado. Embora esses clientes representem uma parcela pequena de nossas vendas, eles são em número muito grande e são responsáveis pela horizontalização da distribuição. Que tal fazer embalagens auto expositoras especialmente para essa parcela das vendas?

Sérgio J. Cides é administrador de empresas.
E-mail: scides@zip.net

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