Antiperspirantes - Aumento de Eficácia de Ativos

Edicao Atual - Antiperspirantes - Aumento de Eficácia de Ativos

Editorial

As vésperas do seculo XXI, mais do que nunca beleza é sinônimo de status e pré-requisito para auto-estima e amor-próprio elevados. A palavra de ordem é cuidar-se, especialmente para os brasileiros, vaidosos por natureza. 

A luta para amenizar os efeitos do tempo na imagem humanafez homens e mulheres procurarem novas técnicas e produtos para restaurar ou preservar a saúde do corpo. No Brasil, apesar do momento de expectativa que atravessa a economia, pesquisas da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) apontam que a atual conjuntura não afetou a vaidade dos consumidores. 0 Brasil ocupa, hoje, a 5" posição no ranking mundial de vendas de produtos de beleza, com uma produção que atingiu mais de 900 mil toneladas em 98. Isso significa vendas acima de US$ 5 bilhões (preço fábrica, sem impostos). Há camadas da população onde o hábito de consumo desses produtos ainda não está desenvolvido. Por isso, ainda temos  muito o que crescer ... 

Nesta época do ano, no Brasil, realiza-se a segunda maiorfeira de cosméticos do mundo, a Cosmoprof Cosmética - Feira Internacional da Beleza, que reúne, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, expositores de cerca de 20 países e atrai mais de 80 mil visitantes. Por isso, estamos trazendo nesta edição uma retrospectiva da feira, mostrando a evolução de um evento já consagrado pelos profissionais da beleza em todo o mundo. 

Estamos enfocando também o efeito das algas marinhas no rejuvenescimento cutâneo e o papel da melanina na proteção às lesões induzidas pela radiação solar. Ainda dentro do enfoque da edição sobre envelhecimento, estamos trazendo um artigo sobre a promoção da pele saudável com o uso de enzimas protetoras. Além disso, uma matéria sobre antiperspirantes, e muito mais.

 Boa Leitura!

Aumento da Eficácia de Ativos - Philip B. Klepak - Reheis, Berkley Heights NJ, Estados Unidos

• Ativos com eficácia aumentada cuja habilidade exclusiva seja interromper a transpiração mais efetivamente que os ativos convencionais está se tornando assunto dominante no mercado de antiperspirantes. Neste artigo o autor descreve o desempenho de uma série de ativos baseados no cloridrato de alumínio e os compara a outros agentes antiperspirantes utilizados pela indústria.

• Activos con eficacia aumentada con única habilidad de interrumpir la transpiracion mas efectivamente que, los activos convencionales esta siendo asunto dominante nel mercado de productos antiperspirantes. Em ese articulo el describe la perfomance de una serie de activos basados en cloridrato de aluminio y los compara con otros agentes antiperspirantes utilizados en indústria.

• Enhaced efficacy actives, with their unique ability to stop wetness more effectively than conventional actives, have come to dominate the antiperspirant market. In this paper the author presents the performance of a product series based on the aluminum chloridrate and compare them with other antiperspirant agents.

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Melanina Contra Danos Ambientais - Dr. Miles R. Chedekel e Dra. Lisa Zeise Mel-Co, Orland, Ca, Estados Unidos

. Muitas patentes foram concedidas para a obtenção melanina. Entretanto, resposta às principais dúvidas referentes ao suporte a apelos comerciais, segurança, níveis de uso, viabilidade comercial e enquadramento a legislação sanitária devem ser obtidas antes do lançamento do produto.
Os autores apresentam um panorama crítico genérico de uso da melanina em cosméticos.

Muchas patentes fueron concedidas para la obtención de melaninas. Entretanto, respueta alas principales dudas referentes al apoyo a claims comerciales, seguridad, niveles de uso, posibilidades comerciales y status frente a regulamentaciones sanitárias, todas ellas son necesarias obtner antes que los productos sean introducidos nel mercado. Los auctores presentan una visión critica genérica del uso de la melanin em cosmeticos.

. Patents have been granted for obtaining the melanins. However, answers to key questions regarding the ubstantiation of claims, safety level usage, commercial practicality and regulatory status all need to be answered before ethical products are introduced into the market. The authors present a critical overview on the usage of the melanins in cosmetics.

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Papel das Algas Marinhas no Rejuvenescimento Cutâneo - Prof. Dr. Daniel W. Barreto

Papel das Algas Marinhas

Ingredientes marinhos criam um excelente caso de marketing dos cosméticos e produtos de toalete. E, o que é melhor, eles também representam uma excelente fonte de ingredientes ativos. O presente artigo apresenta extratos complexos de algas marinhas para a proteção, umectação e rejuvenescimento da pele.

• Los ingredientes marinos establecen un excelente caso de marketing de cosméticos y tocador. El mejor, és que ellos también representan uma excelente fuente de ingredientes activos. El presente artículo presenta extractos complejos de algas marinas para la protección, umectación y rejuvenecimiento de la pie.

• Marine ingredients make an exciting marketing story for cosmetics and toiletries. Even better they also represent a great source of active. This article presents complex seaweed extracts for protecting, moisturizing and rejuvenating the skin.

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Envelhecimento e o Futuro das Enzimas em Cosméticos - Geolfrey Brooks, Durant B. Scholtz, Derek Parish e Suellen Bennett - Brooks Industries Inc, South Plainfield Nj, Estados Unidos

. Recentemente as enzimas tem despertado o interesse dos químicos cosméticos que estãoo começando a usá-la em suas formulações. Os meios de utilização e, possivelmente, de intensificar a ação das enzimas na pele, serão apresentados tendo em vista a síntese dos lipídios, a esfoliação, a limpeza e a manutenção da aparência juvenil da pele.

Recién las enzimas tienen despertado gran interes de los químicos cosméticos que están empezando a usarlas en sus formulaciones. Los médios de utilización y, posivelmente, de intensificar la acción de las enzimas en la piel, serán presentados tiendo en vista la síntese de los lipides, la esfoliación, la limpesa y la manutención de la aparencia joven de la piel.

. Enzymes have recently been of great interest to cosmetic scientists and are beginning to be use in cosmetic formulations. Ways to utilize and possibly enhance enzyme activity in the skin will be presented in regard to lipid synthesis, exfoliation, lightening and maintaining the
skins youthful appearance.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

A Integração Latino-Americana

Consultor Independente, São Paulo SP, Brasil

Antes de iniciarmos o relato referente ao ocorrido na reunião de Mercosul realizada no período de 23 a 25 de agosto passado, em Montevidéu no Uruguai, acreditamos ser importante apresentar um relato do evento denominado "Cumbre de Autoridades Sanitárias de Las Americas" ocorrido de 11 a 13 do mesmo mês, em Margaritana Venezuela.

Nesta última estiveram presentes autoridades sanitárias da Argentina, Brasil, Costa Rica, Chile, México, Peru, Venezuela, Honduras, Santo Domingo, República Dominicana, Equador e Canadá que, com a finalidade de obter a harmonização regional, acordaram nas seguintes recomendações:

• Definição de Cosméticos
• Controle para a segurança do produto cosmético
• Nomenclatura em INCI
• Boas práticas de fabricação e controle
• Vigilância, controle e inspeção
• Ingredientes autóctones
• Rotulagem

A título de enfatizar a importância do evento estiveram presentes autoridades de entidades como CTFA, COLIPA e autoridades sanitárias da União Européia e FDA.

Retornando ao tema Mercosul devemos comentar que um dos grandes obstáculos para a obtenção de consenso quanto à classificação de produtos poderá ser eliminado na próxima reunião com a proposição do conceito de risco sanitário apresentada pelo Brasil ao invés de simplesmente considerar a palavra risco. Os temas abordados foram:

• Classificação de Produtos – Foram apresentadas propostas pelo Brasil e Uruguai as quais deverão ser avaliadas por Argentina e Paraguai este último ad-referendu pois a delegação não compareceu à reunião.

• Requisitos Técnicos Específicos para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes - As delegações presentes acordaram que este tema somente poderá ser avaliado após a decisão sobre a Classificação de Produtos haver sido consensada .

•Rotulagem Obrigatoria - A delegação da Argentina apresentou às seguintes considerações:
- Composição: ordem decrescente e nomenclatura INCI
- Validade: só deverá ser indicada para produtos com validade inferior a 30 meses, com a colocação da expressão "usar" preferencialmente até mês/ano". Para produtos com validade superior a trinta meses, a colocação da data de validade não será obrigatória.
-Nome do fabricante no país de origem para produtos extra-zona: A delegação aceitaria esta indicação para facilitar o consenso.

A delegação do Paraguai ausente enviou comunicado informando sua posição quanto a estes temas em razão da lei 1334/98 daquele país que obriga a colocar prazo de validade, fabricante e composição em espanhol.
- Bronzeadores, simuladores, produtos para bronzear, protetores solares e produtos anti-solares: A delegação brasileira submeteu proposta para avaliação das demais delegações.

A apresentação pela delegação do Brasil da Resolução 335 foi recebida de maneira bastante favorável pelas demais delegações presentes, e reforçada pelo relatado anteriormente sobre a reunião realizada na Venezuela.

Carlos Alberto Trevisan é engenheiro químico, consultor independente, representante da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) no SGT-11 (sub-Grupo de Trabalho) do Mercosul.

A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha

A Qualidade das Pessoas

Contexto BR Gestão Estratégica e de Pessoas, São Paulo SP, Brasil

Em ocasiões anteriores sempre falamos em sistemas da qualidade, em treinamentos e em formas sistematizadas de gestão da qualidade. Porém muito mais importante do que estas sistematizações é a qualidade das pessoas; seu bom senso, sua educação, seu respeito ao outro ser humano é o que interessa. Sem este componente básico, nenhum outro sistema da qualidade, por melhor que seja, substitui o componente básico, a educação pessoal. Se não houver um comportamento que inspire confiança, não haverá possibilidade de criar equipes que realmente funcionem. Se não se puder confiar em receber uma resposta em tempo hábil, não haverá continuação do processo de negociação ou de desenvolvimento de um projeto.

Pelos exemplos que diariamente vivemos na vida privada e empresarial de nosso país, não se vê condições efetivas de uma interação produtiva entre os elos da cadeia de produção. Seja no trânsito, na vida política, no trato diário com as pessoas, a qualidade de vida, principalmente na grande cidade, não existe. Já começa em coisas bem simples, as ligações telefônicas, por exemplo, não são retornadas. Liga-se para alguém, invariavelmente cai na secretária eletrônica. Você deixa a mensagem, porém ninguém retorna. Sabe-se inclusive que a pessoa está lá, ouve a mensagem, se lhe interessa atende, caso contrário, faz de conta que não está, porém nunca responde. 0 mesmo acontece com as cartas. Sabemos de pessoas e empresas que tem armários cheios de cartas de pedidos de emprego, porém não se dão ao luxo de, inclusive uma seleção, para uso futuro. Ao contrario disto, um amigo escreveu daqui do Brasil para algumas grandes empresas da Alemanha, pedindo emprego para as suas duas filhas. Todas as empresas, inclusive as de grande e de pequeno portes, responderam com cartas pessoais e de modo polido informando das possibilidades imediatas e futuras que se apresentavam. Não se trata, portanto, de uma questão de falta de tempo, pois as empresas na Alemanha estão com o mesmo problema de downsizing que aqui no Brasil, isto é uma questão de educação básica.

Em outro exemplo, recentemente escrevi a um médico de um hospital de uma universidade da Suíça, pois soube que ele havia descoberto uma aplicação do conhecimento das características de comunicação das pessoas para realizar um tratamento de sucesso de dietas prolongadas em 1992. Consegui o endereço através da Câmara de Indústria e Comercio. Sete dias depois eu tinha um fax na minha mesa com uma carta manuscrita, um artigo mais recente sobre o sistema de tratamento e o nome de um livro escrito sobre o assunto. Isto pode ser considerado educação, tratamento humano no sentido da cooperação mútua para o desenvolvimento de todos.

Muitos ainda não se aperceberam que não estão sós no mundo; um "tombo" que você dá hoje num amigo para gozar de uma pequena vantagem, te deixará marcado para o resto da vida como "pilantra": é como na qualidade dos produtos, se você gosta do produto você dirá a seis pessoas, porém se você não gosta seguramente o dirá a 20 ou mais pessoas.

Na empresa moderna, a tal da "learning organization", como é que um vai ensinar ao outro, se pode esperar que na próxima oportunidade estará sendo passado para traz. Como é que os elementos das equipes poderão confiar mutuamente se não houver confiança suficiente de um para o outro. 0 que vai ocorrer é que uma parte das pessoas criará um grupo de confiança mútua e expulsarão aqueles componentes que não compartilham das suas idéias e comportamentos. Os gestores deverão estar muito atentos a manterem entre os seus liderados um grupo de pessoas adequadas, educadas, respeitosas, para que haja um real trabalho em equipe e que produza os resultados desejados.

Já mencionamos em oportunidades anteriores a importância do Direcionamento Institucional, que requer para ser seguido que haja práticas conformes com as crenças e valores definidas pela organização. Se as práticas efetivas, os comportamentos modelo que vêm de cima ou que são demonstrados pelos componentes das equipes não estiverem refletidos das respectivas práticas, as crenças e os valores não se realizarão e não haverá a necessária sustenção dos objetivos e metas que a empresa se propõe a atingir.

Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade.

Maria Lia A. V. Cunha e psicóloga, especialista em gestão de pessoas.

Marketing por Sérgio J. Cides

Importância do Tom de Voz

Consultor de Empresas, São Paulo SP, Brasil

"Não se deve falar de corda em casa de enforcado", diz o velho ditado português. Só que, às vezes é preciso, não só falar, como esmiuçar o assunto corda.

É o caso do pessoal de marketing com os produtos que são tema desta nossa edição de Cosmetics & Toiletries.

Temos que falar aos consumidores sobre produtos para envelhecimento da pele e sobre desodorantes. Ora, envelhecimento e odor de corpo são dois problemas delicados, que os consumidores não gostariam de ter, e dos quais não gostam muito de ouvir falar. E aí que entram a
perspicácia e a criatividade do redator de publicidade, que busca as palavras certas para não melindrar o consumidor e o tom de voz adequado para demonstrar uma postura de respeito da empresa para com o problema do consumidor.

É moda, nos últimos anos, confundir criatividade com capacidade de fazer piada. Em nome da criatividade, muitos redatores cometem verdadeiros absurdos na busca da gracinha fácil e, por vezes, chula e ofensiva. Ora, minha definição de criatividade é um pouco diferente. Acho eu, que "criatividade é a capacidade de atingir os objetivos usando-se os recursos disponíveis." Portanto, se para atingir meus objetivos de comunicar uma mensagem eu precisar usar humor e piada, tudo bem, então vamos usá-los. Se, ao contrário, para atingir meus objetivos for precisar ser sério ou sutil e delicado, como é o caso presente, então vamos abandonar a gracinha e a piada, e buscar um tom de voz adequado ao assunto. Aliás, falando de tom de voz jocoso, há especialistas norte-americanos em publicidade que condenam totalmente esse estilo de redação. Eles dizem que, uma piada ruim desgasta a imagem do produto, e uma piada boa suplanta o recall do produto. Isto é, se a piada for boa, você vai lembrar-se dela, mas não do nome do produto. De fato, quantas vezes acontece de alguém comentar: "Vi uma propaganda ótima, não sei bem qual era o produto, mas ..." Ora, se a pessoa nem se lembra de qual era o produto, a propaganda foi péssima, por mais engraçada que possa ter sido. Afinal, o objetivo da propaganda não é fazer rir, é tornar conhecidos o nome e as qualidades do produto.

Muito bem. 0 pessoal técnico acabou de desenvolver uma excelente linha de produtos para deter ou reverter o envelhecimento precoce da pele ou, um novo tipo de desodorante que elimina por mais tempo o odor causado pela transpiração. Os produtos estão disponíveis para o pessoal de marketing começar a trabalhar. A quem se destinam os produtos? Sexo, idade, condição social, e demais dados demográficos e psicológicos do público alvo. Onde será vendido o produto? Como será distribuído? Quais as dificuldades para usar, se é que existe alguma. E todos aqueles dados necessários para o desenvolvimento de um posicionamento e de um conceito para o novo produto. Com esses dados é que se deverá partir para o formato e a decoração da embalagem, de seu texto explicativo, etc. Já na decoração e no texto da embalagem é que começa o marketing do produto. Aí já começa o "tom de voz" da comunicação. De acordo com o público-alvo e com o conceito do produto é que se deve criar a embalagem. Digamos que partimos para um conceito de produto com apelo mais medicinal do que cosmético. Nesse caso a embalagem deverá ter um tom sóbrio e contido. Continuemos, ainda com o apelo medicinal.

Nesse caso, pode-se optar por um enfoque de alta tecnologia ou de produto mais natural. É, assim por diante, o leque de escolhas vai-se abrindo. Se o profissional de marketing não tiver todas essas definições previamente decididas em sua cabeça, antes de começar o desenvolvimento, corre o risco de criar um "Frankenstein", isto é, um produto com um pedaço de cada conceito, e sem personalidade própria.

No caso de produtos para combater envelhecimento da pele, ou de desodorantes - temas desta nossa edição - a escolha prévia desses enfoques, que optei por chamar de tom de voz, torna-se ainda mais importante, por se tratar de produtos que procuram resolver problemas que os consumidores preferem ignorar que tem.

Teremos que falar de corda em casa de enforcado, com a maior eficácia, para conseguirmos, não só falar dela, mas vender nossa corda. Não basta ter um produto tecnicamente excelente em mãos. Por mais que nossos colegas do laboratório e da produção tenham se esmerado, o produto não será sucesso comercial se nós, do marketing, não soubermos fazer direitinho nossa lição de casa, para que o consumidor o retire da prateleira, leve-o para casa, use-o corretamente, fique satisfeito e volte a comprar.

E, a melhor maneira de fazermos isso, é usando o tom de voz correto - e minuciosamente planejado -para nos comunicarmos com o consumidor alvo.

Sérgio J. Cides é administrador de empresas formado pela Puc-SP, consultor de empresas e autor do livro "Introdução ao marketing para micro e pequenas empresas".

Atualidades Técnicas por Prof. Dr Pedro Alves da Rocha Filho

Desodorantes

Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto SP, Brasil

A formulação na forma de gel firme pode ser composta de álcool, um agente tensoativo em quantidade efetiva para gelificar a composição, derivado alcalino de bicarbonato e um pigmento inorgânico.1 As formulações compostas com bicarbonato alcalino quando coloridas com corantes destinados a produtos farmacêuticos e ou cosméticos podem não apresentar coloração estável por longos períodos de tempo. Nestas formulações, empregando-se pigmentos inorgânicos, a coloração se mantém estável por longo período, mesmo em condições aceleradas de envelhecimento. Uma formulação poderá ser composta por:

Propileno glicol 68,87
Triclosan 0,25
Ácido esteárico 4,00
Carbonato de sódio 1,60
Bicarbonato de sódio 1,00
PEG-ceteth-20 3,00
Perfume 2,00
Hidróxido verde de cromo 0,10
Água qsp 100,00%

Um desodorante na forma de gel pode conter 2: (a)O,OO1-50,O% (p/p) do composto ativo, perfume ou combinação dos dois; (b) 0,001-15,0% (p/p) de agente tensoativo gelificante selecionado do grupo de sais de ácidos graxos C12-40 e combinações destes; (c) 3,0-50,0% (p/p) de glicerol, um polímero de glicerol com peso molecular ≤ 800 ou combinações destes; (d) 5,0--70,0% (p/p) de um ou mais compostos derivados polioxietilenados tendo estrutura R-(OCH2-CH2)n-OR, onde n = 2-8; R e R1=H ou radical alquila, e (e) 8,0-75,0% (p/p) de água. Tal composição apresenta cerca de 15,O% de propileno glicol. O triclosan (éter 2,4,4 -tricloro-2 -hidroxi-difenílico) é usado como ingrediente ativo desodorante.

Formulações de antitranspirantes como geis transparentes para o combate do mal odor corporal pode conter um material antitranspirante ativo como por exemplo o cloroidrato de alumínio e um agente gelificante como a poliamida.3 0 sistema comporta um agente solvente para o sal de alumínio e que auxilia na gelificação da poliamida. Este solvente não contém glicol e é formado por tensoativos não-iônicos como por exemplo 0 laureth-4) e um solvente polar (água). 0 sistema solvente reduz a sensação de aderência do produto e apresenta propriedades cosméticas aceitáveis. Como aditivos pode-se incluir uma cera opaca (álcool estearílico) que melhora a estrutura e aumenta a dissolução do agente gelificante. 0 tensoativo não-iônico e o material pacificante podem ser processados em temperatura baixa (50-60°C). Um exemplo da formulação é dado:

Tetracloroidroxido de alumínio
e zirconio-glicina 18,00
PPG propionato de miristila 17,19
Água 12,50
Ciclometicone 4,00
Laureth-4 8,00
Poliamina 7,00
Álcool estearílico 6,00
Parafina sólida 4,00
Nonoxinol-9 2,00
Dimeticone 2,00
Silica 1,00
Perfume e corantes qsp 100,00%

A fase líquida cristalina está presente em formulações transparentes de antitranspirantes na forma de gel, composto por água sal de zircônio e 5,0-70,0% de derivado polidroxilado de tensoativos (éster de sucrose).4 Um gel transparente pode conter sal de alumínio zircônio 5,0; água 25,0 e monooleato de diglicerol 70,O%.

Uma composição básica para aplicação tópica com atividade antitranspirante contém quantidade adequada de sal de titânio selecionado dentre grupo de compostos com cadeia reta ou ramificada, saturada ou insaturada de ácidos carboxílicos não hidroxilados C2-20; ácidos carboxílicos aromáticos C7_12; complexos de etanolamina e polióis alifáticos C4_12 veiculados em base cosmética aceitável Como exemplo de derivados de titânio temos octanoato, oleato, isoestearato, decanoato, dietanolamina, trietanolamina ou octileno glicol titanoato. Uma formulação básica pode conter:

Octanoato de titânio 18,0
Álcool estearílico 22,0
PPG-2 propionato de
Miristila 46,0
Tribeenato de glicerila 2,0
PPG-15 éter estearilico 6,0
Silica 1,0
PEG-5 eteroleilico 1,0
C18-36 glicerideos 4,0

Cremes para aplicação nas axilas, contendo agentes antitranspirantes e/ou desodorantes podem conter na formulação um derivado éster de siloxano alquilado (cera), de preferência cera beênica siliconada de fórmula genérica (Me3 Si)-0-(SiMe 2 0)a Si(Me)- (SiMe)-(CH)2-O-COR (a=0-2; b=2=4; Me=CH3; R=C10H23-C30-H6) cadeia alquila reta ou ramificada.6 Tal composição pode ser apresentada na forma de aerosol, creme ou bastão. A formulação de creme contém glicinato de alumínio - zirconio 24,0; polietileno 14,0; cera beênica siliconada 12,0; e ciclometicone 50,0%.

Formulações cosméticas na forma de gel com características de emulsão A/O e métodos para o seu preparo são apresentados.7 A fase aquosa contém composto cosmeticamente ativo e a fase oleosa apresenta um componente com índice de refração na faixa de 1,40-1,50, como por exemplo, silicone fluido e um tensoativo alcoxilado, alquilado, derivado de silicone (por exemplo, dimeticone copoliol). 0 componente antitranspirante e outros materiais com altos valores de índice de refração podem ser adicionados a fase aquosa ou oleosa, promovendo efeitos cosméticos desejáveis como transparência. Na formulação podem ainda ser incorporados propileno glicol (tripropileno glicol) como parte da fase aquosa, para redução da sensação de adesividade e do efeito de transparência. Uma formulação de gel pode ser composta por:

Tetracloroidroxido de
aluminio-zirconio glicina 54,00
Isopreno glicol 9,06
Propileno carbamato 11,10
Ciclometicone e dimeticone
Copoliol 9,00
Dimeticone 50cs 7,93
Fenil dimeticone 1,07
Água qsp 100,00%

Produto cosmético desodorante na forma de gel transparente e translúcido pode conter na formulação bicarbonato de sódio, propileno glicol, estearato de sódio, steareth-lOO, pentadoxynol-200 e água.8 A formulação apresenta excelentes propriedades táteis como sensação de suavidade nas axilas, secagem rápida e sem resíduo visual aparente. Pode conter água 35,00; bicarbonato de sódio 3,50; propileno glicol 47,77; Irgasan DP 3000 0,28; steareth- 1004,00; clarit PDP-200 2,50, estearato de sódio 5,00; corante D&C verde 50,50 e perfume 1,45%.

Inibidores de estearase associados à quitosana e cloroidrato de alumínio demonstram atividade desodorante e antitranspirante sinérgica 9. Uma emulsão dispensada na forma de roll-on pode conter Hydagell CMF (quitosana-biopolímero do tipo catiônico) (solução aquosa 1,0% contendo 0,4% de ácido glicólico) 4,0; cloroidrato de alumínio 50,0, citrato 6,0 álcool etílico 20,0 e água qsp 100,0%.

Bibliografia

1.Moghe B; Shevade M; Kasat R; Linn E. Colored bicarbonate containing solid deodorant compositions. Patente Internacional, n° 425926, 20 de abril de 1995.
2. Trandai A; Jevtitch MM Phan DV; Warner PL. Gel deodorant compositions based on a soap gelling agent. Patente Internacional, n° 9632091, 13 de abril de 1995.
3. Ross L; Fessock PJ. Antiperspirant composition containing na antiperspirant active metal salt and a polyamide gelling agent. Patente Internacional,
n° 9632924, 21 de abril de 1995.
4. Esser ICHM; Leng JF. Clear antiperspirant gels comprising zirconium salts and polyhydroxy surfactants. Patente Britânica n° 2299270, 30 de março de 1995.
5. Hagan, DB; Leng FJ; Smith PM. Antiperspirant composition comprising titanium salts. Patente Britânica, n° 2299506 de 3 de abril de 1995.
6. Correia M. Antiperspirant containing an alkyl ester siloxane. Patente Britânica n° 2299024, 24 de março de 1995.
7. Lee W; Potechin K; Bianchini RJ; Hilliard PR Jr. Clear antitranspirant gel compositions containing silicone fluids and alkoxylated siloxane surfactants. Patente Internacional, n° 9706777, 18 de agosto de 1995.
8. Bergmann WR; Murphy RT; Lancaster LJ. Bicarbonate salt - containing deodorant cosmetic stick product. Patente Internacional n° 9709959, 13 de setembro de 1995.
9. Wachter R; Lehmann R; Panzer C. Synergistic deodorizing composition containing cationic biopolymers. Patente Alemã n° 19540296, 28 de outubro de 1995.

Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquímico industrial, professor de Tecnologia em Cosméticos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto SP.

Temas Dermatológicos por Dra. Denise Steiner

A Pele e o Climatério

Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí SP, Brasil

Durante o climatério, a pele apresenta modificações significativas que coincidem com a acentuação do envelhecimento intrínseco e extrínseco. Esta fase, que culmina com a parada da menstruação, tem como marca principal a diminuição dos níveis de hormônio feminino.

A pele é um tecido alvo para a ação dos estrógenos que se ligam ao receptor e, através de mensagens específicas ao DNA celular, promovem modificações nas várias estruturas cutâneas. Todas as camadas da pele sofrem mudanças tais como: atrofia da epiderme e derme; diminuição de fibras elásticas ecolágenas; diminuição do conteúdo hídrico; diminuição da vascularização predomínio de manifestações de hiperandrogenismo como hirsutismo e alopécia androgenética.

A desidratação da pele no período do climatério é evidente, repercutindo em ressecamento, aspereza, descamação, ausência de brilho e associação com prurido. Ocorre o afinamento cutâneo porque a epiderme e a derme diminuem a espessura. As fibras colágenas parecem ser as mais atingidas conforme relatam vários trabalhos científicos. 0 colágeno e a proteína mais importante do tecido conjuntivo e a diminuição do estrógeno provoca alteração das fibras além de sua diminuição significativa. Conseqüentemente a estas mudanças, a pele perde o tônus e a sustentação. As fibras elásticas também alteram-se, dificultando a acomodação da pele e acentuando a flacidez.

Conseqüente a atrofia epidérmica e diminuição das fibras, as rugas acentuam-se principalmente em locais de maior expressão. Ocorre também diminuição da vascularização e mais fragilidade capilar.

Neste período as mulheres referem mais sensibilidade, dor e ressecamento nas relações sexuais, sintomas estes conseqüentes a atrofia e diminuição do conteúdo hídrico das mucosas.

Durante o climatério, também evidenciam-se sinais relacionados a algum grau de hiperandrogenismo. Neste período há um desequilíbrio entre os níveis estrogênicos e androgênicos, promovendo-se uma evidenciação da ação dos últimos. Mulheres no climatério tendem a apresentar acne principalmente na época da menstruação, além de aumento de pêlos caracterizando muitas vezes um verdadeiro hirsutismo. A alopecia androgenética( calvície) com padrão masculino é mais freqüente nesta fase da vida da mulher.

Há uma coincidência entre o climatério e o envelhecimento intrínseco e extrínseco. Isto é óbvio uma vez que em média as mulheres tornam-se menopausadas por volta dos 50 anos. Então, é interessante enfatizar que neste período a pele também apresenta mudanças relacionadas à idade e exposição solar crônica. Neste caso já há acentuada atrofia e retificação da epiderme, espessamento e perda de função da camada córnea, afinamento da derme com acentuada elastose além de fragilidade vascular e alterações pigmentares. Todas essas repercursões são acentuadas e pioram pela diminuição do nível estrogênico funcionando como somatória no aparecimento dos sinais clínicos do envelhecimento.

É interessante observar que há um paralelo entre a osteoporose (perda de tecido ósseo) com a perda de tonicidade (perda de tecido conjuntivo) pois em ambos os casos há o envolvimento com fibra colagênica que é o principal componente destas estruturas. Portanto, as alterações da pele no climatério podem servir como marcadores para o grau de alteração óssea.

A reposição hormonal, além dos benefícios já conhecidos como prevenção da osteoporose e doenças cardiovasculares entre outras, também parece melhorar as alterações cutâneas promovendo maior hidratação e tonicidade à pele. 0 uso de estrogênios tópicos em baixas doses também tem comprovadamente melhorado parâmetros cutâneos da fase do climatério.

Este assunto, ainda dá seus primeiros passos, porém a terapia tópica estrogênica parece proporcionar, além de melhoria dos sintomas vaginais, uma ação específica na melhoria da atrofia, ressecamento e flacidez da pele neste período.

A terapia tópica com estrogênios melhora os sintomas vaginais e parece também estimular o colágeno cutâneo além de incrementar a hidratação.

Dra. Denise Steiner é dermatologista, doutorada pela Unicamp, professora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e diretora da Clínica Stockli, em São Paulo SP.

Boas Práticas por Teresa F. S. Rebello

Qualidade em Cosméticos

Consultora Técnica, Florianópolis SC, Brasil

É unânime entre os profissionais que atuam no controle microbiológico da indústria cosmética que a contaminação de seus produtos deve-se, essencialmente a três fatores: 1)matérias-primas; 2)equipamentos e materiais auxiliares de fabricação; e 3) pessoas. Os dois últimos fatores podem ser monitorados pelo próprio fabricante de produtos cosméticos e, portanto, sua responsabilidade é o treinamento de seus colaboradores no que se refere as Boas Práticas de Fabricação, o que inclui limpeza e sanitização dos equipamentos e higiene pessoal.

Já no que se refere a qualidade das matérias-primas, a atuação da indústria cosmética é secundária, ou seja, de avaliação final. Assim, e importante a escolha do fornecedor das matérias-primas, quer seja ele o fabricante ou o seu distribuidor.

Igualmente é importante o controle microbiológico das matérias-primas quando de seu recebimento. Sabemos que muitas empresas, por não terem laboratórios adequados ou por motivos de custo costumam introduzir o sistema de Qualidade Assegurada para todos os seus fornecedores. Geralmente é exigido pela empresa o laudo de análise, incluindo o controle microbiológico. No caso de distribuidores que, geralmente fracionam essas matérias primas de acordo com a necessidade do comprador, esse laudo de análise, na prática, não oferece muita segurança. Para se assegurar dessa qualidade é necessário considerar o local e de que modo a matéria- prima foi manipulada e que tipo de recipiente foi utilizado para sua transferência. Questões deveriam ser levantadas como por exemplo: Em que ambiente é realizada a pesagem dessas matérias-primas? 0 Manipulador tem conhecimento das Boas Práticas de Manipulação? Os recipientes de transferência foram devidamente limpos e sanitizados.

Essas questões nos fazem refletir até que ponto o procedimento de Qualidade Assegurada pode ser eficaz. Porém, existem procedimentos que podem nos oferecer maior margem de segurança para utilizarmos tais matérias-primas. Um deles é conhecer o fabricante e/ou distribuidor. A visita a esses fornecedores nos darão condições de responder as questões acima formuladas. Este procedimento é tão importante que gerou um "Manual de Qualificação de Fornecedores", elaborado por uma equipe coordenada por entidade da classe farmacêutica. Embora dirigido a fornecedores de material de embalagem, seu conteúdo pode ser extrapolado para o fabricante/distribuidor de matérias-primas. Tal Manual apresenta muita similaridade com o Roteiro de Inspeção para a fabricação de produtos cosméticos, podendo então ser este adaptado para o caso específico de matérias-primas.

Como orientação, para estabelecer prioridades (por exemplo, que matérias primas analisar microbiologicamente ou quais devemos acompanhar durante uma visita ao fornecedor), podemos dizer que, essencialmente existem três classes de matérias primas sob o ponto de vista microbiológico:

• Aquelas pouco suscetíveis à contaminação. Devido a sua natureza química são hostis aos microrganismos. Como por exemplo podemos citar o alcool etílico, propileno glicol, preservantes de um modo geral, material graxo, etc. Tais matérias-primas não necessitam serem testadas, a menos que as condições de transporte favoreçam a contaminação por água ou poeira.

• Matérias-primas suscetíveis. São aquelas que devido a sua origem ou condições de obtenção podem abrigar microrganismos mas não necessariamente apresentam condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Simplesmente, esses microrganismos podem sobreviver nesses materiais por períodos de tempo extenso. Como exemplo podemos citar minérios como talco, caolin, dióxido de titânio, plantas "in natura" (pó, por exemplo), que devido a ausência ou teor mínimo de água, impossibilitam seu desenvolvimento, no entanto, continuam viáveis. Tais ingredientes podem tornar-se críticos se adicionados a formulações que possam lhe dar as condições favoráveis.

• A terceira classe de matérias-primas inclui aquelas que são altamente suscetíveis a contaminações microbianas. São matérias-primas onde esses microrganismos não só sobrevivem mas tem condições de se desenvolver vigorosamente. Estas matérias-primas devem ser cuidadosamente monitoradas e controladas. Incluímos nesta categoria o lauril sulfato de sódio e outros tensoativos aniônicos e anfóteros, os hidrolisados de proteínas, os extratos vegetais, soluções aquosas de um modo geral.

Tereza FS Rebello é farmacêutica bioquímica e consultora técnica na área de garantia de qualidade e assessora da Methodus Eventos e Consultoria. Florianópolis SC.

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