Uma Defesa Ofensiva

 

Hiroyuki Araki, Shouko Hamada e Yasuhiko Toshima, PhD
Kao Corp., Tochigi, Japão

Yoshie Kawakoe
Shiseido Co., Ltd., Tóquio, Japão

Masahiko Otani
Lion Corp., Tóquio, Japão

Ruka Suzuki
Kosé Corp., Tóquio, Japão

Jun Usukura
Mandom Corp., Osaka, Japão

Masaki Ookawa
Ookawa Research Lab., Kanagawa, Japão

 

Controle Microbiano em Cosméticos

A Necessidade de Conservantes e a de Supervisão

Conservação Efetiva

Conservação na Prática

Conservantes

Compostos Alcoólicos

Compostos Dióis

Defesas Adicionadas

Fatores que Afetam a Eficácia do Conservante

Embalagem, Aplicador e Considerações sobre o Uso

Resumo

Referências

artigo publicado na revista Cosmetics & Toiletries Brasil, Jul/Ago de 2019, Vol. 31 Nº 4 (pág 22 a 29)

     A International Cooperation on Cosmetics Regulation (ICCR) e a International Associations Collaboration (IAC) iniciaram um projeto de defesa de conservantes para abordar a contínua redução do número de sistemas de conservação e preservação usados em cosméticos.1

     Por exemplo, diversos fabricantes têm usado a metil-iso-tiazolinona (MIT). Isso provavelmente causou rápida elevação do número de casos de alergias de contato, fazendo com que a União Europeia (UE) proibisse seu uso em produtos que não são eliminados pelo banho.2-4 Os especialistas da Associação Japonesa das Indústrias de Cosméticos (JCIA, sigla para a denominação em inglês, Japan Cosmetic Industry Association) também vêm discutindo os desafios dos conservantes usados em cosméticos.

     Por isso, é importante desenvolver formulações com a máxima proteção contra micróbios usando a quantidade mínima de conservantes. Pelo fato de buscar ativamente o mínimo uso de conservantes, a indústria está defendendo as soluções de conservantes atualmente disponíveis, para proteger-se contra maiores restrições e para evitar a piora de sua reputação.

     Por isso, essa estratégia é referida como uma “defesa ofensiva”. Sobre esse tema, é importante que os fabricantes entendam as estratégias que devem ser usadas para desenvolver sistemas adequados de conservantes, saibam quando o seu uso está sendo agressivo e sejam didáticos na estruturação do projeto de defesa dos conservantes.

     As propriedades gerais dos conservantes e os seus usos têm sido objetos de estudos.5, 6  Contudo, neste artigo, visamos descrever a teoria básica e o cerne dos sistemas de preservação, bem como os métodos para determinar os níveis adequados de conservantes nas formulações, elaborando uma cartilha que mostre a estratégia mais ampla de defesa ofensiva.

 

Controle Microbiano em Cosméticos

     Desde meados do século 20, os cosméticos foram reconhecidos como susceptíveis a contaminações por microrganismos, por exemplo, pelas bactérias gram-negativas. Nessa época, produtos para uso na região ao redor dos olhos, contaminados pela bactéria Pseudomonas aeruginosa, causaram perda da visão.7-10 Isso chamou a atenção para a necessidade de iniciar uma ação urgente para combater o problema e, a partir de então, foram tomadas inúmeras providências nesse sentido.

     Como algumas das respostas mais importantes, a International Organization for Standardization, em 1997, criou o Technical Committees 217 (ISO/TC 217) e as discussões sobre temas microbianos tiveram início em 2001, com o grupo de trabalho 1 (WG1), com revisão intitulada “Microbiological Standards and Limits”. Desde então, já foram publicados 11 documentos da ISO e especialistas de vários países continuam mantendo essa discussão há mais de dez anos. Além disso, depois de terem sido completados métodos de teste, padrões de limites microbiológicos, padrões de eficácia dos conservantes e avaliações de risco, foram estabelecidos métodos e normas para o controle microbiano.

 

A Necessidade de Conservantes e a de Supervisão

     Os cosméticos são usados repetidamente vezes por longos períodos, fato que os diferencia dos alimentos, que em geral são consumidos rapidamente, antes que se deteriorem. Por esse motivo, conservantes são adicionados aos cosméticos como prevenção contra o desenvolvimento microbiológico e para assegurar a qualidade desses produtos e a segurança de seus consumidores. Os conservantes só não são adicionados a cosméticos que são inerentemente microbicidas ou microbiostáticos.

     Porém, tendo em vista que os conservantes microbicidas matam os microrganismos e que os conservantes microbiostáticos impedem seu desenvolvimento, essas substâncias também podem afetar a pele humana. Por esse motivo, muitos países regulamentam os tipos de conservantes de uso permitido em cosméticos e limitam suas concentrações nesses produtos para evitar problemas de segurança causados por seu uso excessivo. Por exemplo, a União Europeia tem o Anexo V do Regulamento de Cosméticos 1.223/2009,12 os Estados Unidos possuem uma lista positiva da Cosmetic Ingredient Review (CIR)13 e o Japão possui uma lista positiva de conservantes na Normas para Cosméticos (Tabela 1).14

 

Conservação Efetiva

     Como vimos, os países regulamentam os tipos de conservante e seus limites superiores. Porém, esses regulamentos não garantem, necessariamente, o uso seguro desses ingredientes. O exemplo clássico de que não há essa garantia é a rápida elevação do número de casos associados com a sensibilização por MIT.3

     Na UE, a regulação de cosméticos tinha permitido um limite máximo de MIT de 0,01% em produtos leave-on e rinse-off, e a concentração de 100 ppm MIT passou ser facilmente encontrada em muitos de seus países. Portanto, um número crescente de fabricantes usava esse limite máximo, o que, provavelmente, deu motivo a um surto de alergias de contato. A UE imediatamente proibiu o uso de MIT em produtos leave-on e limitou o uso de MIT em 0,0015% nos produtos rinse-off.

     Como vemos na Figura 1, até o momento, não foi desenvolvido nenhum conservante adequado a cosméticos que seja efetivo contra todos os tipos de microrganismo. Portanto, para controlar microrganismos que deterioram a qualidade dos cosméticos, é importante conhecer as características do conservante usado em cada formulação e dar a indicação dos tipos e concentrações adequadas, em vez de estabelecer limites superiores para cada conservante.

     Para complementar, recentemente, alternativas preservantes, como caprilil glicol, etilhexilglicerina e hexilenoglicol, demonstraram eficácia em baixos níveis de concentração e estão sendo usados com maior frequência. Boosters de conservantes, como álcool dihídrico e glicol, também são usados como conservantes. Portanto, sistemas conservantes seguros podem ser desenvolvidos, pois a combinação desses materiais reduz a quantidade de conservantes que seria necessária.

 

Conservação na Prática

     Nem todos os produtos cosméticos necessitam de conservantes com eficácias semelhantes e a escolha destes vai depender de diferentes fatores, como: categoria do produto, uso, embalagem, volume e região de venda. Além disso, o efeito dos conservantes ou compostos antimicrobianos pode variar em diferentes formulações. Por exemplo, algumas matérias-primas, como ésteres, podem reduzir a efetividade de conservantes. Como vimos, a segurança dos sistemas de prevenção deve ser cuidadosamente examinada.

     Também deve-se destacar que, pelo fato de os sistemas de preservação serem diferentes de um fabricante de cosméticos para outro, fica difícil tirar conclusões gerais. Contudo, o conhecimento das propriedades básicas dos conservantes e dos compostos antimicrobianos e de suas necessidades de uso deve ser compartilhado entre os químicos de cosméticos. Este estudo traz referências e informações sobre os conservantes usados com maior frequência em cosméticos.

 

Conservantes

 Parabenos

     Seus atributos incluem:

     • São efetivos em pH entre 3 e 8; hidrolisados em pH ≥ 8.

     •. Os parabenos de cadeia mais longas são mais efetivos que os de cadeia curta: metil

     •. É preciso levar em consideração a precipitação dos parabenos.

     •. Os parabenos de cadeias curtas podem ser mais efetivos quando combinados do que quando usados individualmente.

     •. Há restrições ao uso de parabenos de cadeia ramificada, aromática e mais longa, porque podem causar disrupção endócrina.

 Fenoxietanol

       Seus atributos incluem:

     • O fenoxietanol é útil em vários produtos por causa de sua solubilidade em água.

     •. É efetivo em amplas faixas de pH.

     •. É menos efetivo do que os parabenos, especialmente para mofos.

     • O fenoxietanol é um material volátil e por isso demanda cautela.

     •. Tem algum odor.

 Conservantes à base de ácido

     Seus atributos incluem:

     • São efetivos em condições ácidas, mas enfraquecem em faixas de pH neutro, pois sua forma não dissociada é ativa (Figura 2).

     • Sua faixa efetiva de pH varia conforme o tipo de produto.

 Ácido benzoico e seu sal sódico 

      Seus atributos incluem:

     • São efetivos em meio ácido e perdem a efetividade em pH neutro.

     •. Seus efeitos são reduzidos pela formação de complexos com componentes catiônicos.

     • Muitas vezes, são usados em shampoos relativamente ácidos.

 Ácido di-hidroacético e seu sal sódico

     Seus atributos incluem:

     • São efetivos em condições ácidas e em pH neutro.

     • São usados muitas vezes em máscaras e delineadores, por causa de sua baixa absorção por materiais formadores de películas e escovas.

     •. Seus efeitos são reduzidos pela formação de complexos com componentes catiônicos.

     •. Podem causar descoloração pela reação com sais metálicos.

 Ácido salicílico e seu sal sódico

      Seus atributos incluem:

     • São efetivos em condições ácidas e menos efetivos do que o ácido benzoico em pH neutro.

     •. Seus efeitos são reduzidos pela formação de complexos com componentes catiônicos.

     • São usados como amaciantes do estrato córneo e para o controle da acne.

     •. Legalmente, os limites superiores permitidos de uso dos ácidos e dos sais em cosméticos diferem em alguns países.

 Sais quaternários de amônia

     Seus atributos incluem:

     • São efetivos em ampla faixa de pH.

     •. Têm efeitos fortes em baixas concentrações; o cloreto de benzalcônio é efetivo em <100ppm.

     •. Seus efeitos são reduzidos quando combinados com ânions, devido às suas propriedades catiônicas.

     •. Precisam ser combinados com outros conservantes, pois certos microrganismos podem adaptar-se estes conservantes e desenvolver resistência.

 3-(p-Clorofenoxi)-propano-1,2-diol (Chlorphenesin)

     Seus atributos incluem:

     •. É usada em produtos à base de água, pós e produtos sólidos, como pós para maquiagem e sombras para os olhos, devido à sua atividade antimicrobiana de amplo espectro, semelhante à dos parabenos.

     • A absorção da clorfenesina pelo náilon e por outros tecidos é menor do que a dos parabenos.

 Mistura de MIT/metil-cloro-isotiazolinona

     Seus atributos incluem:

     •. É altamente efetiva em baixa concentração (da ordem de apenas algumas ppm).

     •. Essa mistura é usada principalmente em formulações de produtos para banho, podendo imergir na água durante o uso.

     •. É instável em pH alcalino e degrada-se em temperaturas elevadas.

     •. Seu uso isolado em formulações deve ser evitado, pois os microrganismos se adaptam-se facilmente a ele e criam resistência.

 

Compostos Alcoólicos

 Etanol e álcool isopropílico

     Seus atributos incluem:

     • São considerados de baixo risco (ISO 29621)16 em concentração ≥ 20%.

     •. Os tensoativos aumentam seus efeitos.

     • A resistência bacterina não se desenvolve rapidamente aos compostos alcoólicos.

     •. Têm natureza volátil, exigindo assim cautela com a temperatura e a embalagem.

 Álcool benzílico  

       Seus atributos incluem:

     •. Apresenta alta versatilidade em produtos aquosos, pois tem, relativamente, elevada solubilidade em água.

     •. É efetivo contra vários microrganismos em ampla faixa de pH.

     •. Seu odor peculiar pode ser desagradável.

     •. É classificado como conservante pela UE.

 

Compostos Dióis

1,2-Pentanediol, 1,2-hexanediol, caprilil glicol (1,2-octanediol)

      Seus atributos incluem:

     •. Agem como umectantes com efeitos antimicrobianos.

     • São usados muitas vezes em produtos que são anunciados como livres de parabenos e livres de conservantes, uma vez que, legalmente, eles não são considerados conservantes.

     • Dióis de cadeias mais longas exercem efeitos mais fortes do que os de cadeias menores, ou seja, o caprilil glicol é efetivo em <1% e o 1,2-pentanediol, geralmente, é usado em 1% a 5%.

     • Ésteres oleosos reduzem os efeitos do caprilil glicol por que este tem baixa solubilidade em água.

1,3-Butileno glicol, 1,3-propanediol, dipropileno glicol

     Seus atributos incluem:

     • Combinações de conservantes com altos percentuais desses glicóis exercem efeitos sinérgicos e podem reduzir a quantidade necessária de conservantes em cosméticos (Figura 3).13

     •. Podem evitar o desenvolvimento de bactérias resistentes.

 

Defesas Adicionadas

Etil-hexil-glicerina

    Seus atributos incluem:

     •. Essa molécula foi desenvolvida para atuar como agente antimicrobiano que evita a osmidrose.

     •. É efetiva em <1%, dependendo da formulação; por exemplo, ésteres oleosos reduzem sua efetividade.

Agentes quelantes

     Por exemplo, um agente quelante é o ácido etileno-diamino-tetra-acético (EDTA), cujos atributos incluem:

     •. Quando usado individualmente, o EDTA é efetivo contra bactérias gram-negativas, pois pode quelar íons metálicos das membranas de micróbios.

     •. Pode inibir a resistência ou a adaptação microbiana ou ambas para conservantes e/ou com outros compostos antimicrobianos.

     • A faixa de concentração efetiva depende da formulação.

 

Fatores que Afetam a Eficácia do Conservante

     Embora alguns produtos tenham propriedades que habilitam seu uso sem a adição de compostos antimicrobianos, como consta da norma ISO 29621,16 outros não as têm. Portanto, para certificar-se do sucesso da estratégia da defesa ofensiva, é importante que formuladores levem em conta muitos outros fatores e interações que podem interferir na conservação de determinadas formulações. São eles:

 pH

     Os níveis de pH aproximadamente ótimos para o desenvolvimento de micróbios são os seguintes:

     • bactérias: pH entre 6 e 8;

     • fungos: pH entre 4 e 6;

     • leveduras: pH entre 5 e 7.

     As exigências de preservação serão menores em produtos com faixas de pH diferentes das que acabam de ser citadas, pois estas não são faixas ótimas para o desenvolvimento desses microrganismos. Para assegurar baixo risco dos efeitos do pH, a norma ISO 29621 é muito útil.16

 Atividade da água

     A atividade da água (Aw, na sigla em inglês) refere-se à quantidade de água usada pelos microrganismos e não ao conteúdo de água da formulação. Se a Aw for baixa, por exemplo, de <0,75, o risco de desenvolvimento microbiano será baixo (ver ISSO 29621).16 Todavia, uma Aw baixa não mata ativamente os microrganismos. Por isso, a prevenção da contaminação microbiana durante a fabricação e a otimização do projeto da formulação de conservantes são importantes. Destaque-se que também é necessário prevenir a Aw aumentada em produtos que absorvem água.

 Extratos

     Alguns extratos têm efeitos antimicrobianos adicionados. Porém, outros componentes dos extratos (como aminoácidos, dissacarídeos e minerais) podem aumentar a tolerância microbiana aos conservantes. Nesse caso, é necessário estabelecer maior eficácia de preservação, com o uso de conservantes alternativos, de boosters de conservantes ou de qualquer combinação desses conservantes e boosters.

 Fragrâncias

     Os formuladores devem levar em consideração que muitas fragrâncias também apresentam efeitos antimicrobianos.

 Materiais pulverizados

     Certos pós, como o óxido de zinco, também exercem efeito antimicrobiano. Ao contrário, outros materiais em pó, como o náilon, tendem a absorver os conservantes e a inibir sua efetividade. Quando esses materiais são utilizados, podem ser usados conservantes não absorvíveis, ou os níveis dos sistemas de preservação precisam ser elevados para compensar a absorção esperada.

 Distribuição óleo/água

     Também é necessário certificar-se da distribuição óleo/água para assegurar o uso efetivo dos conservantes. Por exemplo, parabenos de cadeia longa podem ter dificuldade de dissolução na fase aquosa e podem perder muito de sua efetividade quando são usados com ésteres oleosos, com absorventes de UV, ou com ambos.

 

Embalagem, Aplicador e Considerações sobre o Uso

     Outro ponto fundamental da estratégia de defesa ofensiva é a escolha de uma embalagem ou aplicador que possa prevenir e reduzir a contaminação do produto. Dispensadores, bombas e tubos de liberação de uso único podem evitar a contaminação durante o uso. Com o uso desses aplicadores e tipos de embalagem é possível reduzir a necessidade de conservantes.

     Por outro lado, a eficácia do conservante é reduzida pela absorção do parabeno pelas escovas de náilon e pela borracha nitrílica de algumas escovas. A desativação ou a decomposição dos conservantes também pode ocorrer pela exposição à UV, dependendo da transparência, em relação à UV, do recipiente do produto. Por conseguinte, tanto a embalagem quanto o aplicador devem ser compostos de material que não se ligue aos conservantes, nem os desative, nem os decomponha.

     Produtos refiláveis também representam maior risco de contaminação microbiana do que produtos de uso único. Se os produtos forem refiláveis, é importante que o consumidor receba instruções claras sobre os riscos que eles podem trazer. Por exemplo, frascos laváveis devem ser muito bem secados.

     Finalmente, o modo de usar o produto também é uma variável importante. Por exemplo, produtos usados no banho são facilmente contaminados pela água, o que pode reduzir a eficácia do conservante. Esse é um risco a ser considerado na compra desses produtos.

     Além disso, o ambiente em que o produto é usado pode ter algum impacto na eficácia de sua preservação. Deve-se ter cuidado, por exemplo, com produtos usados em toalhas e banheiras, devido à volatilidade dos seus componentes conservantes, como álcool e fenoxietanol em condições de ambiente quente e úmido. Novamente, deve-se chamar a atenção em relação ao potencial desenvolvimento microbiano que pode ser causado pela captação de umidade por produtos de baixa Aw.

 

Resumo

     Os sistemas de conservação e prevenção dependem do projeto da formulação. Assim, as eficácias desses sistemas diferem em cada formulação. Os vários pontos descritos neste estudo precisam ser seguidos à risca, caso contrário, a eficácia da formulação não atingirá as expectativas. A falta de aplicação desse conhecimento levará o formulador a usar conservantes em excesso, utilizando-os em seus limites máximos permitidos, o que será uma condição indesejável.

     É fundamental que os pesquisadores tenham esse conhecimento básico e as habilidades técnicas. A aplicação desse conhecimento vai aperfeiçoar a eficácia dos dados acumulados e a proficiência de cada fabricante, o que, por sua vez, vai gerar fórmulas seguras e efetivas. Portanto, a cooperação entre formuladores e microbiologistas é indispensável. Essa cooperação deverá elevar o nível de qualidade dos projetos de sistemas de preservação e manter a diversidade do leque de conservantes.

     Essa atividade dos pesquisadores pode parecer ter natureza defensiva, mas vai atuar, ofensivamente e de forma proativa, na direção de um futuro de sucesso. Como assim? Essa estratégia de defesa ofensiva ajudará a manter as opções de conservantes e de boosters de conservantes.

 

Referências

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4. EUR-Lex. Commission Regulation (EU) 2016/1198 of 22 July 2016 amending Annex V to Regulation (EC) No 1223/2009 of the European Parliament and of the Council on cosmetic products. On-line. Disponível em: http://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=uriserv:OJ.L_.2016.198.01.0010.01.ENG&toc=OJ:L:2016:198:TOC. Acesso em: 1/8/2017

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15. M Ookawa, et al. Em preparação

16. ISO 29621:2010. Cosmetics-Microbiology-Guidelines for the risk assessment and identification of microbiologically low-risk products. On-line. Disponível em: iso.org/standard/45592.html. Acesso em: 29/1/2018

Publicado originalmente em inglês, Cosmetics & Toiletries 133(3):64-78, 2018

 

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