Temas Dermatológicos

Microbiota e pele

Julho/Agosto 2018

Denise Steiner

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Denise Steiner

A palavra microbioma signifi ca o conjunto de microrganismos vivos que habitam nosso corpo e interagem com o mesmo, tendo efeitos positivos ou negativos conforme sua composição e equilíbrio. Temos a companhia constante de trilhões desses agentes, convivendo pacificamente em nossos órgãos como, intestino, mucosas e a pele.

Por que isso é importante? Na realidade, assim como temos os nossos genes e nos tornamos indivíduos únicos, nossas bactérias também têm suas características específicas e próprias. O projeto “Human Microbioma Project” vem estudando através de técnicas muito avançadas a característica do microbioma humano. O mais interessante é que o microbioma de cada um funciona como uma impressão digital, sendo único e específico.

Muitos fatores interferem no tipo e comportamento desses microrganismos em nossa pele. A alimentação, o clima, a saúde de uma maneira geral, a raça, o local do corpo e principalmente remédios, como os antibióticos que modificam a característica desta microbiota, mudam o comportamento e aparência da pele.

A pele tem um papel muito importante em interagir com o meio-ambiente, protegendo-nos das agressões externas, inclusive da entrada de microrganismos agressivos ou de substâncias tóxicas. Para cumprir esse papel, a pele necessita manter sua microbiota equilibrada e funcionante, além de manter o pH e também o seu grau de hidratação.

As doenças da pele vêm sendo estudadas sob o ponto de vista do microbioma. Entre elas, uma em particular, que os estudos estão mais aprofundados, é a dermatite atópica. Nesse caso, foi observado que quando a pele do indivíduo atópico está inflamada o microbioma torna-se menos diversificado com aumento excessivo do staphylococcus aureus. Por outro lado, quando a pele se acalma e melhora o microbioma volta a ficar diversificado.

Há estudos sobre a relação do microbioma com outras doenças da pele, como acne, psoríase, rosácea, entre outras. Essa é uma nova perspectiva de conhecimento trazendo opções terapêuticas inovadoras.

Hoje vários nutricosméticos têm na sua composição microrganismos vivos (probióticos) que ajudam na recomposição e equilíbrio da microbiota natural. Em várias doenças dermatológicas, como acne, eczema atópico, psoríase e também na prevenção do envelhecimento já temos produtos que auxiliam nessa recuperação. Além de nutracêuticos, também já existem cosmecêuticos com prebióticos que são elementos positivos para o equilíbrio e melhor desempenho do microbioma cutâneo. Esses produtos trazem perspectivas de controle e equilíbrio para os microrganismos que convivem com nossa pele, sendo inovadores no auxilio do tratamento das doenças inflamatórias.

O estudo sistemático do microbioma cutâneo trará, com certeza, muitas contribuições terapêuticas no controle das doenças da pele.



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