Boas Práticas

Avaliação de riscos

Julho/Agosto 2018

Carlos Alberto Trevisan

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Carlos Alberto Trevisan

No mês passado participei de um evento cujo tema era: “Gestão de riscos na indústria cosmética”. Foi extremamente frustrante constatar que, a maioria dos participantes, todos técnicos da área de cosméticos, não tinham a menor ideia do que significa risco.

Durante os intervalos da apresentação, em conversas com os participantes, tentei avaliar o nível de conhecimento que possuíam sobre o assunto. Infelizmente, a verdade é que não tinham informação alguma que, efetivamente, fosse válida.

Em razão disso decidi, nesta coluna. apresentar os conceitos básicos sobre o que é risco e como pode ser avaliado.

Risco pode ser designado como a combinação entre a probabilidade de ocorrência de um determinado evento e a gravidade dos efeitos gerados por ele. Esse evento pode ser aleatório, futuro e independente da vontade dos agentes, enquanto que os efeitos gerados, caso ele ocorra, podem ser negativos ou positivos.

A avaliação de riscos deve ser suportada em estudos científicos. Os esforços, formalidade e os dados do processo de gestão de risco têm que ser proporcionais ao risco envolvido.

As premissas para o processo de gestão de riscos baseiam-se em fontes de informação, como dados históricos, experiencia, retorno de percepções pós mudanças, e observações, previsões e pareceres de especialistas. No entanto, convém que os gestores se informem, e convém que levem em consideração quaisquer limitações de dados ou de modelagem utilizados, ou a possibilidade de divergências entre os especialistas.

O envolvimento apropriado e oportuno das partes interessadas e, em particular, dos gestores, em todos os níveis da organização, assegura que a gestão de riscos permaneça relevante e atualizada. O envolvimento também permite que as partes interessadas sejam devidamente representadas e tenham suas opiniões consideradas na determinação dos critérios de risco.

A gestão de riscos é dinâmica, percebe continuamente as mudanças e responde às elas. Como eventos podem ser externos ou internos, o contexto e o conhecimento mudam, acompanhamento e revisão dos riscos ocorrem, novos riscos surgem, alguns mudam e outros desaparecem.

Devemos ressaltar que a gestão de riscos é um processo de todas as organizações e, portanto, envolve todos os setores delas.

A aplicação do processo de gestão de riscos implica que os componentes, que têm maior probabilidade de mudar, sejam identificados. Convém que eles sejam cuidadosamente monitorados para a mudança. Qualquer alteração pode exigir uma reavaliação de todos ou de alguns dos riscos documentados.

Convém que os colaboradores sejam encorajados a reportar preocupações com o status quo (acomodação).

Convém que as empresas desenvolvam e implementem estratégias para melhorar a sua experiencia na gestão de riscos em conjunto com todos os demais aspectos da empresa.

A melhoria contínua no desempenho da organização é inter-relacionada à melhoria contínua do desempenho da gestão de riscos. Uma melhor gestão de riscos com base na tomada de decisão baseada no risco, reduz a incerteza no atingimento dos objetivos, minimizando a volatilidade e aumentando a agilidade.

A gestão de riscos deve estar incorporada à política da qualidade da empresa e, portanto, em todas as decisões e totalmente comunicada aos seus colaboradores.

Concluindo, deixo uma provocação para o leitor: Estará a sua organização preparada para gerir os riscos?



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