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Ultimamente, os profissionais que atuam nas farmácias com manipulação têm se deparado cada vez mais com a retomada de um conceito há muito falado, porém pouco praticado: o conceito de terapia individualizada.
Não desejo tratar aqui da farmacogenética ou farmacogenômica, uma das abordagens mais recentes da terapia individualizada; mas de algo que é tão importante quanto e tão “individualizado” quanto: a individualização das bases dermatológicas.
Porém, antes de passarmos a este assunto, convém resgatar um pouco destes conceitos:
A terapia individualizada (medicina individualizada ou terapia personalizada) compreende os exames e métodos de tratamentos curativos, preventivos ou de reabilitações aplicáveis a um determinado paciente, proporcionando uma abordagem holística e integrativa. A terapia individualizada se inicia com o conhecimento do fato de que a predisposição para doenças específicas, o desenvolvimento das doenças, o curso natural da doença e a resposta à intervenção terapêutica são causados pela interação multidimensional da idade, gênero, genética, fatores ambientais, estilo de vida, cultura, crenças e classe social. A expressão destes fatores varia amplamente de indivíduo para indivíduo. Ao respeitar estas diferenças, a terapia individualizada tenta categorizar os pacientes em subgrupos clínicos relevantes. Dessa maneira, o cerne do conceito de terapia individualizada é a estratificação que “individualiza” um sem número de intervenções padronizadas em um grupo intervenções específicas. (Kraft K, Hoffmann W. Challenge of Evidence in Individualized Medicine. Personalized Medicine. 2012;9(1):65-71)
Vamos tentar exemplificar.
Em um modelo convencional, mulheres e homens que apresentam micose na pele deveriam ser tratados com o mesmo tipo de creme ou pomada. No modelo da terapia individualizada, estes pacientes seriam divididos em dois grupos: um grupo de homens e outro, de mulheres. Como sabemos, a pele dos homens e das mulheres apresenta diferenças importantes, e, por este motivo, determinados tipos de ingredientes cosméticos podem ser modificados nas bases dermatológicas para torná-los mais compatíveis com a pele de cada grupo.
Mas a pele de todas as mulheres é igual? É claro que não! Então, para uma individualização ainda mais precisa, poderíamos dividir as mulheres de acordo com a etnia (negras, caucasianas e asiáticas), pelo fototipo, pela faixa etária ou por subdivisões destes grupos, combinados entre si ou não.
É óbvio que a indústria cosmética e principalmente a indústria farmacêutica não podem oferecer uma variedade tão grande. Não que elas não sejam tecnicamente capazes, mas, de fato, os aspectos regulatórios e comerciais impedem a execução da terapia individualizada.
Para suprir estas necessidades terapêuticas, existem as farmácias com manipulação. Mas fica uma pergunta: as farmácias realmente estão abraçando esta ideia?
A minha vivência prática como consultor leva-me a dizer que não.
Infelizmente, um número considerável das farmácias prefere adquirir bases dermatológicas prontas e utilizá-las diretamente em cada prescrição enviada, sem considerar as necessidades individuais.
Por exemplo, um médico solicita uma loção cremosa “oil-free” para uma paciente com pele oleosa. Uma loção “oil-free” pode ser obtida de diversas formas: algumas utilizam apenas álcoois graxos e emulsionantes; outras utilizam triglicerídeos de cadeia média; e há ainda outras que utilizam emulsões de silicone. Todas são “oil-free”, mas são, definitivamente, diferentes. Além disso, há no mercado diversas distribuidoras que fornecem loções “oil-free”, algumas bem parecidas entre si e outras bastante diferentes.
Na maioria dos casos, as farmácias optam por ter uma “fórmula-padrão” de loção “oil-free” (seja manipulada na própria farmácia, seja comprada de distribuidores), utilizando-a para atender às prescrições independentemente do paciente em questão.
Essa atitude, sem dúvida, facilita os processos de manipulação, reduz os custos de produção e atende às normas sanitárias.
Mas, espera aí: isso não é exatamente o que as indústrias fazem? Em outras palavras, para “facilitar a vida”, as farmácias adotam um modelo de terapia padronizada, em vez do modelo de terapia individualizada que seria sua missão enquanto estabelecimento de saúde e diferencial enquanto empresa.
É preciso que as farmácias repensem o modelo de bases padronizadas, sejam elas manipuladas na farmácia, sejam adquiridas de fornecedores, e passem de fato a implementar a terapia individualizada como ela deve ser.
Farmácias com manipulação podem fazer muitas coisas, mas o que elas podem fazer de melhor é a terapia individualizada. Afinal, todos somos humanos: iguais, porém diferentes.
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