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3. P&D ou PDI? Eis a questão... (e algumas respostas)

Como todos sabem, PDI é a sigla de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e, em algumas empresas, essa sigla substituiu a tradicional P&D, para designar o setor de Pesquisa e Desenvolvimento. Mas será que isso está correto? Para responder a essa questão será necessário entender o que é inovação. Vamos iniciar olhando ao redor. Independentemente de onde você estiver, tenha a certeza de que tudo o que está ao seu redor é resultado de uma inovação. Se não houvesse inovação, não estaríamos nem na Idade da Pedra, na qual já havia alguma inovação na maneira de usar a pedra. Portanto, inovação não é algo novo.

No entanto, atualmente existe uma forte corrente focalizando e valorizando as inovações porque o mercado globalizado e o avanço da tecnologia criaram um ambiente extremamente dinâmico e interdependente. A inovação é, em sua essência, uma nova solução – ou, no mínimo, uma proposta de solução - para uma demanda existente. Por isso, é fundamental que as características de mercado, que é o meio no qual as demandas se manifestam, sejam consideradas. A globalização dos negócios e o grande avanço tecnológico de hoje geram fatores que determinam uma complexa evolução dos mercados, marcada por nítidos traços de interdependência. Os mercados naturalmente se tornam mais exigentes e mais ávidos, e estão sempre submetidos a processos que causam grandes mudanças em curtos períodos de tempo. Isso faz que muitos produtos, serviços e conceitos “envelheçam” rapidamente. Esse movimento cria grandes oportunidades, tanto na fase de expansão como na de retração de demanda, mas também pode ser uma armadilha para empresas que não invistam em inovação.

Por definição, inovação é a introdução de algo novo em qualquer atividade humana, que funcione como vetor de desenvolvimento humano e melhoria da qualidade de vida. Em uma empresa, inovar significa introduzir algo novo ou modificar substancialmente algo existente. As inovações podem ser classificadas de diversas maneiras. Aqui a classificação mais interessante é aquela feita em função do seu foco. As classificações são as seguintes:

- Inovação de produto: é a introdução de um novo bem ou serviço no mercado, ou a mudança substancial de um bem ou serviço já existente

- Inovação de processo: é a introdução de um novo método de produção ou de distribuição, ou de significativa melhoria em métodos já existentes

- Inovação de marketing: é a implantação de um novo método de marketing, que deve alterar significativamente a concepção do produto, sua identidade visual e sua forma de comercialização (por exemplo, promoção, preço, prazos e serviços agregados)

- Inovação organizacional: é a implantação de novos métodos organizacionais, com o objetivo de reduzir custos ou o de atender a uma nova demanda.

Por meio do exposto acima, é fácil perceber que a inovação não se restringe somente ao P&D, já que muitas inovações ocorrem em setores nos quais o P&D não atua. Por outro lado, a sigla PDI reforça o papel essencialmente inovador do P&D. Qualquer trabalho de P&D tem algo de novo, até mesmo se for a simples aplicação de uma nova fragrância. Mas, para que o P&D possa inovar de verdade, serão necessários outros elementos, além da mudança de sigla. Deve-se estabelecer um ambiente favorável, com métodos, procedimentos e recursos adequados, porque se forem antiquados certamente não servirão para criar inovações. Só para se ter ideia, estima-se que técnicos consumam 35% de seu tempo para montar documentações que podem ser geradas automaticamente, em segundos. Isso é antiquado e contraproducente. Há de se considerar ainda que, além dos aspectos econômicos, as inovações em cosméticos têm implicações tecnológicas e regulatórias que exigem muita preparação e muitos estudos. Sabe-se que, na maioria dos casos, as informações referentes à tecnologia em desenvolvimento ou à já desenvolvida ficam armazenadas em arquivos isolados, sem padronização, com alto risco de perda e praticamente sem condições de replicação segura. Esse não é um ambiente propício para a inovação.