Tendências

LA LA LAND (and 2017 trends)

Janeiro/Fevereiro 2017

John Jimenez

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John Jimenez

1,2,3 sobe a tela, que comece a função! E, com os musicais, chegam as tendências que veremos neste ano. The Guardian descreveu o filme como “uma obra mestra iluminada pelo sol”, que corresponde a uma versão moderna do musical de Hollywood e conta a história de amor entre Sebastian Wilder, um pianista que trabalha num bar e sonha em ter o seu próprio, onde possa fazer um tributo ao jazz, e Mia Dolan, aspirante a atriz que trabalha como camareira. A obra é uma linda homenagem ao cinema clássico e aos musicais que podem se parecer com o mundo que sonhamos...

Um grande exemplo de como a música começa a ser tendência em cosmética já temos visto com um dos trabalhos científicos ganhadores do recente congresso mundial da IFSCC, realizado em Orlando. Damien Velleman apresentou um inspirado trabalho sobre como traduzir as propriedades táteis do cabelo em sons musicais, abrindo, assim, as portas a um novo mundo de conceitos, claims e formas de avaliar o desempenho dos produtos cosméticos.

Por outro lado, cientistas de Oxford recentemente descobriram que escutar diferentes notas musicais enquanto comemos chocolates pode mudar o sabor. Quando as notas são mais suaves, o chocolate amargo parece mais cremoso, enquanto com as notas mais curtas e agudas, como as do violino, o sabor se notou mais amargo.

É interessante ver como as propriedades da música começam a ser de grande interesse para várias disciplinas médicas. Em recentes edições de jornais científicos, foram publicadas pesquisas sobre como certas melodias e notas musicais conseguem diminuir a concentração de cortisol, o hormônio do estresse, depois de certo tempo de musicoterapia em pacientes com características especiais. Mais interessante ainda é o artigo publicado por Daisy Fancourt na Public Health, em 2016, no qual se avaliou a diminuição de marcadores relacionados ao estresse com o cortisol, a cortisona e a DHEA em 117 pessoas que assistiram a um concerto musical. Na cosmética do futuro, os formuladores e os músicos trabalharão em um sentido em que veremos a concertos de jazz antirrugas, ópera aclarante e samba reafirmante.

Do verde musical do samba, passamos ao verde refrescante, cor do ano 2017, selecionado pela Pantone. Greenery é um verde revitalizante que nos conecta com a natureza, já que simboliza o desejo de renovar-se e representa o florescimento primaveril da natureza. Simboliza nosso desejo de nos aproximarmos dela, para respeitar os ritmos da terra, recuperando o interesse em pequenos produtores locais e em valorizar o artesanato. Estamos vendo na moda e também em conceitos e produtos de maquiagem, fragrâncias, skin care e personal care.

No musical, somos testemunhas dos esforços de Sebastian para continuar impulsionando o jazz, que nasceu no final do século XIX, nos Estados Unidos, e se expandiu pelo mundo no século XX. Mesmo que antigo, o jazz se mantém longevo. A economia da longevidade é algo que também se consolida como uma das grandes tendências para este ano, já que quase um quarto da população do planeta terá 50 anos. Este segmento é um entusiasta consumidor de uma grande variedade de produtos para a saúde e a beleza. A “midorexia” é um termo que é aplicado aos consumidores de meia-idade e idosos que comportam-se como se fossem jovens. “A idade tem seus benefícios” e este ano estamos assistindo ao esforço de muitas marcas para adaptarem-se às necessidades e à linguagem deste segmento. Uma publicação da Aging Clinical and Experimental Research encontrou qua a música melhora de forma significativa o desempenho cognitivo na população sênior, o que abre as portas para avaliar como é possível potencializar os tratamentos anti-idade.

Em body care, também a música está presente como uma tendência. Recentemente a Universidade de Cornell publicou uma pesquisa sobre como escutar música suave com a luz baixa reduz o apetite e a quantidade de calorias consumidas em 18%. Portanto, num futuro próximo, veremos como a música pode ajudar nos tratamentos redutores e nos anticelulíticos.

Nas fragrâncias, também veremos tendências relacionadas com a música, já que as duas viajam no ar para ser percebidas e têm uma capacidade de evocar experiências passadas. É interessante ver que existem termos comuns a esses dois mundos, como notas, misturas, tons, acordes, composições... Um lindo exemplo desta tendência são as sinfonias de Bittersuite, um projeto que busca escutar a música através dos sentidos. Nesses concertos, além de escutar a música, também se saboreia e cheira. É uma experiência multissensorial que pode ser desfrutada também por pessoas surdas e cegas.

La la land...Que tal escrever nosso próprio musical anti-idade? Os químicos formuladores serão compositores e as novas fórmulas se escreverão em notas musicais. Então será comum que os anúncios da Broadway que vemos na Times Square incluam os benefícios cosméticos de assistir aos musicais, nos quais o artista executará no piano uma linda melodia de um pentagrama anti-idade. A música, então, começa a ser uma fonte de inovação em produtos cosméticos para este ano.



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Oi Paula, muito obrigado por ler a coluna. Sim, unir a música e cosméticos e o futuro.

por John Jiménez 09/05/2017 - 13:22

Parabéns pela matéria. Pura inovação e sensibilidade. Unir a música os cosméticos será sensacional. O resultado será maravilhoso. Mesmo parecendo futurista, a música e outras artes são capazes de reverter processos danosos no organismo. Parabéns.

por Paula Carazzatto 20/04/2017 - 18:37

Oi Roger, muito obrigado por ler a coluna. Mantemos contato, John

por John Jiménez 18/04/2017 - 16:00

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