artigo publicado na versão impressa da edição maio/junho de 2018 da revista Cosmetics & Toiletries Brasil |
Maior assertividade, redução de testes clínicos em humanos e a possibilidade de testar várias formulações – para identificar as mais seguras e eficazes – estão entre as vantagens apresentadas pela pele reconstruída em laboratório, também chamada de 3D ou equivalente.
Nos últimos anos, empresas e universidades vêm se dedicando ao desenvolvimento da tecnologia para a produção desses materiais no país. Em 2019, entrará em vigor uma resolução do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que obriga fabricantes de cosméticos a adotarem métodos alternativos – validados e internacionalmente aceitos – ao uso de animais em testes para a criação de produtos. |
O Grupo Boticário foi o primeiro fabricante brasileiro de cosméticos a desenvolver um material equivalente à pele humana, que começou a ser utilizado em 2015. “Excluímos o uso de animais nos testes de cosméticos no ano 2000 e, desde então, nossos pesquisadores dedicam esforços e conhecimento na busca de parceiros e tecnologias que tragam segurança, agilidade e eficácia o tema na sociedade e estimular um ciclo virtuoso de pesquisa e desenvolvimento de métodos alternativos para este fim”, destaca Márcio Lorencini, gerente de pesquisa biomolecular do Grupo Boticário.
Desenvolvida por uma startup alemã, a tecnologia Organs On Chips começou a ser testada pelo grupo em 2016. “Ela complementa nossos modelos alternativos prévios, simulando órgãos ou sistemas vitais do corpo humano, conectados por meio de um modelo que simula a corrente sanguínea. Ou seja, os testes feitos com a pele 3D poderão tornar-se mais sofisticados, a ponto de melhorar a previsibilidade de respostas indesejadas na fase de testes, como reações alérgicas, aumentando a segurança e a qualidade dos produtos”,informa.
Os modelos de pele reconstituída podem ter uma estrutura completa, formada por derme e epiderme, ou apenas pela epiderme. Samara Eberlin, farmacologista da Kosmoscience, ressalta que, nos modelos nos quais são usados apenas um tipo celular – os queratinócitos, que são os principais responsáveis pela formação da epiderme –, a pele recriada em laboratório “fica limtada a uma única camada do tecido cutâneo”.
“Os modelos mais utilizados são aqueles elaborados apenas com os queratinócitos [...]. No modelo de pele humana ex vivo, que utilizamos na Kosmoscience, são realizados cortes padronizados dos fragmentos provenientes de cirurgia plástica, de tal forma que sejam incluídos no sistema-teste tanto a epiderme quanto a derme, garantindo assim uma melhor representação da variedade celular encontrada na pele humana, incluindo, além dos queratinócitos, também fibroblastos, melanócitos e células de Langerhans, dentre outras”, descreve. Ela acrescenta que, atualmente, os ensaios que mais utilizam a epiderme equivalente são os de segurança preconizados pela OECD, na qual estes modelos de pele estão validados. “Entretanto, para o modelo de pele humana ex vivo, um grande leque de oportunidades se abre, justamente por este modelo contemplar maior variedade de células. Neste sistema-teste, podemos realizar uma infinidade de ensaios referentes à eficácia de produtos de uso tópico, que contemplam desde testes referentes a barreira cutânea, pigmentação, resposta inflamatória e envelhecimento, até a possibilidade da indução em microambientes específicos, como exposição à radiação UV, radiação infravermelha, luz visível ou luz azul, ou mimetização de um ambiente de dermatite atópica, por exemplo.” Samara menciona que, além da faixa etária e determinados fototipos, os critérios de inclusão podem ser bastante específicos, dependendo do requisito do ensaio. “Se o produto for um creme para a área dos olhos, podemos determinar como critério de inclusão fragmentos de pele obtidos de bleferoplastia [cirurgia para correção de defeito palpebral]. Se quisermos avaliar a capacidade de um tônico capilar prevenir a queda do cabelo, podemos utilizar fragmentos de pele obtidos de ritidoplastia, tipo de cirurgia [para eliminação de rugas] na qual é comum obter uma faixa do escalpo, e avaliar esse microambiente após o tratamento com o produto”, ilustra. |
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