Novas Matérias-Primas

Edicao Atual - Novas Matérias-Primas

Editorial

Assim como todo fim de ano inspira retrospectivas, o início de um novo ano traz, inevitável, a indagação: o que nos reservará este período que se inicia? A primeira imagem que 1997 evoca é a óbvia proximidade do novo século, do novo milênio!

O ano de 2.000 que se delineia muito provavelmente terá pouco a ver com antigos chavões de ficção científica. Nada de parafernálias voadoras individuais, visitas às colônias na Lua e nem, tampouco (ufa!) o catastrófico cenário de superpopulação mundial ou da apocalíptica 3ª Guerra Mundial.

Não. O ano 2001, visto através de uma lente menos fantasiosa (porque permite maios aproximação) vislumbra um início de milênio muito parecido com a realidade que vivemos hojé, em janeiro de 1997.

Decepcionante, banal? Não, se levarmos em conta o salto extraordinário dado pela humanidade do começo deste século. O homem na Lua, a comunicação global e acessível via computador e outras inúmeras engenhocas, a medicina genética, a elevação da expectativa de vida e tantas conquistas e maravilhas, hoje consideradas corriqueiras.

O "futuro" trouxe também novas relações econômicas e sociais que implicam desafios a serem vencidos. Novos tempos, novos problemas, novas soluções.

Pés no chão. Nossas atenções voltam-se novamente para o futuro imediato: 1997, ano em que estaremos retocando a imagem do novo milênio, sem perder de vista a perspectivas de que a construção do futuro é permanente e acontece no dia-a-dia de trabalho.

O destaque da primeira Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) deste novo ano são as novas matérias-primas disponíveis para produtos cosméticos, descritas nos artigos "Glicoceramidas" e "Derivados de AHA: Desodorantes Enzimáticos Alternativos aos Bacterianos Convencionais" e, na tradicional enciclopédia que neste ano traz 155 novos ítens, selecionados dentre mais de 200 enviados à redação por 29 empresas fabricantes/distribuidoras. Um bom 97 para os leitores e anuncioantes de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português).

Boa leitura!

Glicoceramidas - M. Pauly e G. Pauly Laboratoires Serobiologiques SA, Pulnoy, França. Institut de Recherche en Biologie et Dermatologie, Seichamps, França.

O principal objetivo deste artigo é demonstrar que as glicoceramidas são tão efetivas quanto as ceramidas nas formulações cosméticas de tratamento da pele. Inicialmente os autores descrevem a estrutura dos esfingolipídeos e o seu papel na pele. A aplicação tópica de cosméticos formulados com glicosilceramidas supre as camadas córneas com ceramidas mediante a ocorrência dos mecanismos de preenchimento dos espaços intercelulares e a hidrólise da glicosilceramida. fazendo com que ocorra atividade biológica e reforçando a função de barreira da pele. Em seguida, são descritos os resultados de estudos in vilro para a verificação da atividade enzimática da galactosidade do extrato córneo humano sobre o substrato sintético 4-metil-umbeli-feril-b-d-galactosídeo e a verificação da capacidade que a monogalactosilceramida tem em liberar galactose e ceramida através da ação da b-galactosidase. Os testes in vivo foram realizados em voluntários de 33 anos com o objetivo de demonstrar que a emulsão contendo especificamente monogalatosilceramida reforça o estrato córneo e a função barreira da pele.

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Derivados de AHA: Desodorantes Enzimáticos Alternativos aos Bacterianos Convencionais - Filippo Montesion, L. Deiana e C. Genova Condea, Milão

A pesquisa cosmética tem procurado novos sistemas desodorantes que atuem sobre a secreção da perspiração sem alterar a fisiologia da pele. Neste contexto surgiu um ester do ácido láctico estável, com grande compatibilidade físico-químico com os excipientes cosméticos e de
fácil incorporação a sistemas aquosos ou hidroalcóolicos: lactato de alquila C12-C13. Para determinar as propriedades desodorantes e antimicrobianas foram executados testes in vivo em 12 voluntários. Os voluntários passaram inicialmente por uma etapa de preparação e em seguida, utilizaram dois produtos cada um em uma axila: um contendo triclosan e outro lactato de alquila C12-C13.

Após 15 dias efetuou-se avaliação olfativa onde o odor observado nas axilas após 6 horas da ultima aplicação foi menos evidente na axila que recebeu o produto com lactato de alquila C12-C13 e após 24 horas da ultima aplicação, a atividade deste produto se compara a do triclosan. Na avaliação microbiana observou-se que após 6 horas o lactato de alquila C12-C13 não apresentou atividade microbiana, mas manteve praticamente constante a flora saprófita da pele, enquanto que o triclosan, que age como bactericida praticamente não apresentou atividade após 24 horas

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Novas Matérias-Primas -

Trata-se de uma compilação das novas matérias primas disponíveis no mercado apresentadas em ordem alfabética, contendo 0 nome INCI, nome comercial e o fabricante, assim como as suas propriedades e aplicações.

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A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maia Aparecida Cunha

Nossos Processos Educacionais são Adequados?

BR Assessoria em Qualidade, São Paulo SP, Brasil.

É o artigo intitulado "Santo de Casa Faz Milagre?", publicado na revista Ponte Aérea, de autoria de Jules Roger Sauer, famoso ginecologista, faz referência ao rápido aprendizado do brasileiro, que em apenas uma geração transformou o Brasil em centro mundial de pedras lapidadas e jóias. Trata-se, como em muitos outros casos, de aprendizado feito tête-a-tête, propiciado por alguns especialistas emigrados de regiões alemãs, de onde são oriundas as pedras semipreciosas Idar-Oberstein, para a região de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, e também para as áreas produtoras de topázios e ametistas do Rio Grande do Sul.

Aprendizados semelhantes, de mestre para aprendiz, ocorreram posteriormente, nas décadas de 50 e 60, por ocasião da instalação das inúmeras subsidiárias produtoras de autopeças no Brasil, quando técnicos e especialistas das matrizes foram chamados a transferir
pessoalmente seus conhecimentos aos profissionais brasileiros, que eram então iniciantes na especialidade. Devemos lembrar que foi nesta época, entre 1955 e 1960, que foram dados os primeiros passos para transformar o Brasil, cuja economia caracterizava-se pela monocultura cafeeira, num país com industrialização diversificada.

A rapidez e a velocidade de absorção dos conhecimentos pelos nossos profissionais sempre foi digna de nota, principalmente se considerarmos seu usual despreparo em termos de formação escolar básica ou de formação profissional. Porém a forma clara e objetiva com que a informação foi transmitida, o "querer aprender", a tenacidade e o amor ao trabalho de nossos profissionais foram componentes decisivos para a integridade e a fidelidade na transmissão de conhecimentos. A transmissão foi tão eficaz que nossos profissionais freqüentemente chegavam a surpreender seus "professores" com criativas sugestões e projetos de melhoria e de simplificação dos processos e produtos, cujos conhecimentos haviam adquirido recentemente.

Grande parte das produtoras de autopeça que aqui se instalaram foram empresas alemãs, atraídas pelas primeiras montadoras, também alemãs, que aqui já se haviam instalado. Estes profissionais, que trouxeram conhecimentos para o Brasil, nada mais fizeram do que executar o processo de aprendizado de mestre para aprendiz que é usual na Alemanha há mais de um século. 0 jovem que quer se tornar profissional administrativo ou sapateiro na Alemanha passa por estágio na empresa pelo período de pelo menos três anos, após o qual recebe diploma que o qualifica para a profissão. Esse estagiário trabalha praticamente três anos sem nenhuma remuneração e, uma vez formado, passa a receber a remuneração adequada ao seu nível. Os ensinamentos são transmitidos por seus superiores e o estagiário passa por todas as etapas da evolução do aprendizado, desde as funções de auxiliar geral até as etapas especializadas. Esse aprendizado inclui informações da profissão em si, mas abrange também detalhes da forma de organização da empresa, sua missão, seus produtos e clientes, sistemas de cálculos de composição e de custos dos produtos finais. 0 aprendiz recebe, assim, uma visão global da empresa, umaformação generalizada e profissional absolutamente concreta e objetiva na área específica de seu interesse. E o "aprender fazendo", observado é dirigido por quem sabe. Os conhecimentos teóricos são completados em aulas que perfazem apenas um terço do tempo total de formação, sendo dois terços dedicados às funções práticas na empresa. Trata-se de prática da iniciativa empresarial na qual o Estado não interfere. É de interesse das empresas e dos empresários dispor de profissionais atualizados e de nível elevado, formados com excelência, a custos reduzidos e sem nenhuma burocracia.

Sabemos, através de nossa vivência diária, que naquelas instituições ou setores de empresas nos quais o chefe conhece perfeitamente bem as responsabilidades e tarefas de sua área e tem a capacidade de transmití-las de forma clara e transparente a seus subordinados, colocando-se como consultor e colega, há liderança efetiva.

Em nosso sistema educacional, os conhecimentos são transmitidos por indivíduos que raramente tem vivência empresarial e, portanto, o fazem de forma abstrata, sem mostrar as ligações com os fatos do dia-a-dia. Se os alunos, por outro lado, também não tiverem possibilidade de relacionar o aprendizado com a prática não haverá objetividade nem uma visão concreta dos fatos.

Através de nossa vivência de anos recentes, sabemos da importância do aprendizado e do nível de educação de um povo para o desenvolvimento de um país.

O exemplo recente mais contundente é o Japão, país totalmente destruído pela Segunda Guerra Mundial, cuja revolução industrial transformou num dos países mais desenvolvidos tecnologicamente, que supera com seus produtos a qual idade dos tradicionais produtores de relógios, instrumentos fotográficos, eletrônicos e também automóveis.

Todo este desenvolvimento foi conseguido através de sistema de formação profissional que foi estendido a praticamente toda a população. 0 govemo japonês organizou um esforço nacional para divulgar novos ensinamentos referentes à qualidade e produtividade, proporcionados
por especialistas americanos que não tiveram em seu país o mesmo apoio.

Outro exemplo, muito mais antigo, cujos efeitos persistem até hoje e que nos surpreenderam por sua contundência, foi citado na palestra do Prof. Jose Atílio Van in, diretor da Fuvest e professor de química na USP. 0 exemplo em questão foi transcrito do final do artigo Vertentes do Conhecimento Técnico, sob o subtítulo Breve Nota Histórica sobre a Profissão de Químico (no primeiro número do Caderno do Quimico). Em poucas linhas, o autor demonstra a evolução da profissão de quimico, informando que:
- Gay-Lussac (1778-1850), professor de física e química em Paris, foi o primeiro químico profissional que ganhou a vida como consultor de indústrias de vidro;
-A primeira escola de formação profissional de químicos foi fundada em 1825, em Giessen, na Alemanha, por Justus yon Liebig (1803-1873);
- Todos os químicos importantes do século XIX foram alunos de Liebig ou de seus alunos;
- 0 primeiro corante sintético, a mauveina, foi desenvolvido em 1856 por um jovem inglês que trabalhava sob a orientação de um aluno de Liebig. Em 1857, este jovem começou a produzir e comercializar a mauveina na Inglaterra. Os demais corantes sintéticos, no entanto, foram produto das atividades de pesquisa e desenvolvimento de indústrias químicas alemãs em decorrência da existência de químicos profissionais, fruto da pioneira iniciativa educacional de Liebig.

O artigo informa ainda que, na década de 1890, isto é, há um século, atuavam na Alemanha, fora das universidades, cerca de 4.000 químicos, dos quais 250 no setor inorgânico, 1.000 no setor orgânico e 600 em negócios químicos e farmacêuticos.

Sabendo-se disto, não é surpresa que as maiores empresas químicas do mundo sejam alemãs, mesmo após terem sofrido destruições em duas guerras nas quais perderam, além de instalações físicas e muitos de seus colaboradores, todo
patrimônio intelectual composto por marcas e patentes. A existência, porém, de um grupo de profissionais devidamente preparados conseguiu recuperar em alguns anos a posição de destaque anterior.

Estes e outros fatos de nossa vivência diária deveriam servir para repensar nossos padrões ultrapassados de educação.

Nossas empresas são obrigadas a carregar custos e responsabilidades incompatíveis para que instalem escolas profissionalizantes. Nossas instituições oficiais, com seu sistema ultrapassado e abstrato de aprendizagem profissional, não podem se comparar, nem de longe, a motivação e comprometimento com que os jovens alemães recebem seu aprendizado profissional.

Para que tal aconteça, será necessária uma desburocratização total no processo de educação, desonerando os custos e encargos desperdiçados e desnecessários por parte do governo. Esse processo, entretanto, deve ser acompanhado de adequado preparo de parte significativa de nossos empresários para evitar, como diversas vezes tem sido divulgado pela imprensa, que crianças ou jovens que deveriam estar recebendo treinamento
na empresa sejam utilizados de forma inadequada como "mão-de-obra barata". O empresário deve perceber a importância que a adequada formação do profissional tem para desenvolvimento de sua empresa.

Em nossas atividades de consultoria tivemos a oportunidade de verificar que em conseqüencia dos atuais processos de melhoria da qualidade e da introdução da ISO 9000, as empresas tem investido em formas muito eficazes de formação pessoal, formas de envolvimento e de comprometimento da empresa e de profissionais em processos de melhoria da qualidade e da produtividade, resultando numa intima cooperação da empresa com seus colaboradores no sentido de um objetivo comum, que é a perpetuação da organização no mercado em que atuam.

Referências:

Friedrich Reuss é bacharel licenciado em Química e especialista em gestão da qualidade. É titular da BR Assessoria em Qualidade.

Maria Aparecida V.da Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas.

Correspondência para os autores: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português). Rua Álvaro de Menezes 74 04007-020 São Paulo SP, Brasil. Fax(011) 3887-8271.

Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

As Vantagens da Ampliação

Consultor Independente, São Paulo SP, Brasil.

As recentes adesões de outros países latino-americanos ao Mercosul trarão, a médio e longo prazo, maior flexibilidade as legislações afetas à àrea de produtos de higiene, cosméticos e perfumes.

Os novos membros do citado mercado comum, Chile e Bolívia (especialmente o primeiro), já simplificaram de forma bastante atual as suas respectivas legislações sanitárias.

A grande dificuldade que se apresenta refere-se às intransigências dos órgãos oficiais de alguns dos países membros quanto a alteração de sua posição conservadora que, embora não declarada oficialmente, continua a provocar atrasos inexplicáveis na concessão de autorização de funcionamento e registro de produtos.

Um dos grandes desafios que se tem apresentado durante as reuniões de negociação do grupo ad-hoc de cosméticos é a obtenção de consenso quanto ao critério de classificação de produtos, pois deste consenso depende uma série de outras deliberações, tais como parâmetros analíticos, termos de rotulagem, requisitos para registro, etc.

A grande diversidade econômica, cultural e técnica marcante entre os países membros, os Estados-Parte, é responsável pelas indefinições e, portanto, a causa principal da ausência de consenso para alguns ítens da pauta de negociações.

Se forem levados em consideração os temas consensuais, temos certeza que o processo realizado pelo grupo ad hoc foi certamente o melhor de todos e que os temas restantes, embora de capital importância, alcançarão o consenso muito em breve.

Devemos, porém, considerar que a letargia e a morosidade dos órgãos oficiais, na implementação das resoluções aprovadas pelo grupo do mercado comum, provocam desânimo muito grande nos empresários do setor. Exemplificando:
no caso do Brasil, embora o Roteiro de Inspeção já tenha sido publicado (mesmo com erros que ainda não foram corrigidos), o cumprimento já é exigido em alguns Estados pelas respectivas vigilâncias sanitárias, enquanto o Guia de Boas Práticas de Fabricação, que deveria ter sido avaliado pelo citado roteiro, "dorme em berço esplêndido".

A grande realidade é que nos países participantes do Mercosul os produtos de higiene, cosméticos e perfumes são considerados em segundo plano quanto à sua importância do ponto de vista sanitário (porém em primeiro plano quando se trata de impedir a entrada de produtos de outros países).

O pretexto de proteger a empresa nacional contra as importações é muito mais medo devido à desinformação técnica do que pelos efeitos eventualmente danosos que poderiam advir para o consumidor.

Concluindo, podemos reafirmar que quanta maior o número de Estados- Parte maior será a possibilidade de modernização e, portanto, de flexibilização das legislações afetas aos produtos de higiene, cosméticos e perfumes.

Referências:

Carlos Alberto Trevisan é engenheiro químico, consultor independente na área de cosméticos e membro do SGT-3 (Sub-Grupo de Trabalho) do Mercosul.

Correspondencias com o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português, Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 Sao Paulo SP, Brasil, Fax(011) 3887-8271.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Depilação

Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí SP, Brasil.

Há cerca de mil anos, bailarinas do Oriente já utilizavam produtos para eliminar os pêlos supérfluos. Desde então, com algumas variações culturais, as mulheres buscam o método ideal para se verem livres de pêlos considerados inadequados. Na realidade, do ponto de vista médico, os pêlos não deveriam ser retirados e, portanto, não existe maneira isenta de contra-indicação.

O pêlo é uma estrutura protéica produzida pelo folículo pilo-sebáceo que possui ciclo próprio, sendo trocado algumas ou muitas vezes durante toda a vida. Há basicamente, dois tipos de pelos: o velus, também chamado penugem, e o pêlo terminal mais forte das sobrancelhas, cílios, cabelos, axilas, virilhas e pernas. Conforme o local, a velocidade de crescimento dos pêlos é diferente, assim como o modo de reagir ao arrancamento. Alguns pêlos, como os das axilas, virilhas, buço, queixo e cabelos da área superior da cabeça são mais influenciados pelo aspecto hormonal, enquanto outros, como sobrancelhas, cílios e penugem, não respondem a estímulos hormonais.

O método de depilação deve ser escolhido de acordo com a área do corpo, idade, tipo de pêlo, época do ano e, principalmente, considerando as tendências e particularidades individuais.

Meninas muito jovens devem evitar depilar, principalmente antes da primeira menstruação. Uma vez que se inicie qualquer tipo de depilação, será gerada alteração irreversível nos pêlos. Cortá-los com tesoura não é método depilatório e não promove alterações ou prejuízos; descolorí-los com amoníaco ou derivados também não interfere no seu crescimento ou ciclo. Vale lembrar que, neste caso, a pele pode apresentar irritação ou alergia.

No processo de depilação, o pêlo é cortado ao nível da pele e volta a crescer com muita rapidez. Em geral, após certo período dessa prática o pêlo torna-se mais endurecido e, portanto, ela deve ser evitada em pessoas cujos pêlos sejam muito fortes e grossos. Se a depilação for realizada inadequadamente, pode provocar machucaduras, encravamentos e infecções.

Os aparelhos elétricos utilizados para este fim apresentam modo de ação semelhante ao das lâminas. Podem ser aplicados na pele seca e devem seguir a inclinação dos pêlos.

Outro sistema de depilação é aquele constituído por dispositivo espiral dotado de movimento vibratório elétrico ou mecênico. A espiral retém e depois arranca o pêlo provocando certo grau de dor dependendo da sensibilidade individual. Nestes casos, se obtém fratura de pêlo também na superfície cutânea, e este acaba voltando a crescer com certa rapidez. Este método deve ser evitado nas axilas e virilhas, mas pode ser utilizado nas pernas.

Mulheres que apresentam distúrbios hormonais e hirsutismo devem procurar médico especialista antes de escolher qualquer método depilatório. 0 motivo da consulta é investigar se se trata de tendência familiar ou racial ou de desvio hormonal significativo que necessite de tratamento específico.

Métodos de Depilação

• Mecânico: é aquele realizado com o mesmo tipo de lâmina que os homens utilizam para se
barbear. É um método simples, rápido, que deve ser levado a cabo com cuidado para evitar machucaduras. A lâmina de barbear nunca deve
ser usada no rosto, devendo ser evitada nas virilhas pois, em geral, provoca engrossamento dos pêlos e também da penugem. Este método é utilizado com freqüência nas pernas e axilas.

É importante ter cuidado com a higiene, umedecer a pele e passar a lamina na direção da inclinação dos pêlos para causar menos traumatismos.

A pinça de depilar serve para casos específicos e para quantidades pequenas de pêlos; é um recurso indicado para as virilhas mas, no rosto, pode engrossar os pêlos, além de constituir método bastante demorado e doloroso.

• Misto (mecânico e químico): é fundamentalmente constituído pelas ceras depilatórias, que consistem da associação de resinas e ceras diversas. Podem também conter vaselina e óleos naturais, além de anestésicos e antisépticos.

Este método promove arrancamento mais profundo do pêlo e, portanto, este demora mais a voltar. Em geral há enfraquecimento dos pêlos após várias aplicações, o que garante seu grande sucesso e aceitação.

A depilação pode ser realizada com cera quente ou fria. As ceras frias são massas plásticas mais aderentes que não precisam ser aquecidas para que se espalhem mais efetivamente. Quando a depilação é realizada com cera quente é preciso certificar-se de que a temperatura é bem tolerada pela pele para evitar queimaduras. A cera deve ser aplicada na pele totalmente limpa e seu reaproveitamento deve ser evitado sob pena de transmitir infecções.

Nenhuma cera pode ser considerada totalmente natural; mesmo quando incluem mel e similares em sua composição, pode causar irritação na pele. Pessoas com tendência a encravamento de pêlos apresentam agravamento do problema com este tipo de depilação. Isto ocorre porque o folículo sofre destruição enquanto o pêlo está crescendo e quando este quer despontar já não encontra mais saída na pele. Mulheres com muita sensibilidade a traumatismos e vasos aparentes também devem evitar este método. Além disso, intolerância a cera e infecções secundárias podem ocorrer.

• Quimico: Há muito tempo substâncias que destruam o pelo sem agredir a pele ao redor vem sendo pesquisadas. Pesquisa-se muito para descobrir um creme eficiente, seguro e de baixo custo. Muitas substâncias químicas, como os enxofres mercaptanos e, ultimamente, os tioglicolatos têm sido utilizadas para depilar. Há também cremes que são aplicados suavemente sobre os pêlos e retirados 5-10 minutos depois sem irritar a pele.

A vantagem dos depiladores químicos é que os pelos não são arrancados, o que evita o crescimento e engrossamento excessivo. A desvantagem é que pêlos muito grossos não respondem bem a ação desses depilatórios locais.

Existe pequena possibilidade destes produtos provocarem alergia, já que são, de certa forma, sensibilizantes.

• Depilação definitiva: a depilação definitiva é método especial em que utiliza-se corrente elétrica para destruir a raiz do pelo. É mais eficiente quando aplicada por agulha (colocada no orifício do pêlo) por onde passa corrente galvânica que chega ao bulbo capilar. Aparelhos que não utilizam agulhas apresentam aplicação demorada e menos eficiente porque a corrente não é direcionada. Alguns cremes medicamentosos com produtos específicos também podem ser utilizados para enfraquecer os pêlos.

A depilação definitiva é indicada para locais com pêlos mais grossos, como o buço e o queixo. Deve ser realizada uma vez por semana (o que vai enfraquecendo os pêlos aos poucos) e chega a levar alguns meses para que os pêlos sejam totalmente eliminados. Quando realizada adequadamente não deixa marcas ou cicatrizes.

A depilação definitiva deve ser realizada por médicos ou paramédicos especializados, tendo em vista que a pele sofre agressão tanto mecânica quanto elétrica.

Referências:

Dra. Denise Steiner é médica especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, doutorada pela Unicamp, professora chefe do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e diretora da Clínica Stockli, em São Paulo SP.

Correspondência para a autora: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Alvaro de Menezes 74,
04007-020 São Paulo SP, Brasil

Atualidades Técnicas por Prof. Dr Pedro Alves da Rocha Filho

Novidades 97

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto USP - Ribeirão Preto SP - Brasil

Antiperspirantes
Produto antiperspirante que mantem-se claro e estável em diferentes condições de temperatura, é dispensado em embalagem roll-on e, quando aplicado à pele, não deixa resíduos após a secagem, e sugerido por Benfatto A (Bristol, Meyers-Squibb) na patente norte-americana
n° 5487887 de 28 de outubro de 1993. Na forma de microemulsão 0/A, é composto por: agente antiperspirante ativo (5,0-30,0); PEG-7 cocoato de glicerila (5,0-25,0); emolientes (0,5-3,0); ciclometicone (3,0-7,0) e água destilada (53,0-60,0%). A seguinte fórmula ilustra o produto citado:

AIZr-tetra-cloro-hidróxi-glicina
(sol. aquosa 35%) 50,00
Cocoato de glicerila de PEG-7 8,00
Agua deionizada 0,37-10,90
Ciclometicone 5,00
Miristato de isopropila 2,00
Octoxinol-9 2,00
Tetra-estearato de pentaeritritol
de PEG-150 1,5-2,00
Poloxamer217 1,00
Benzoato de Glicereth 1,00
NaCI 0,10–0,13%


Condicionadores, Tinturas, Tônicos Capilares e Shampoos

A formulação de tônico capilar contendo ácido benzóico (0,075 g), ácido salicílico (0,05 g) e extratos fluidos de vegetais, como jaborandi (l ml), quilaia (0,75 ml), cinchona (0,75 ml) e tintura de capsicum (0,5 ml) é de autoria de D Aquino Silva E B, no pedido de patente brasileira n° 9400875, de 21 de março de 1994.

Alantoína ou derivados tem mostrado propriedades estimulantes do crescimento capilar. Matsumoto T (Matsumoto),na patente japonesa n° 853327 de 10 de junho de 1994, indica o uso de alantoína ou seus derivados à base de alumínio (hidróxi ou cloro-hidróxi) como reativadores de células capilares. O número de fios de cabelos na fase
telogênica é reduzido com o emprego de shampoos.

A associação de eritritol com mucopolissacarídeo é explorada na patente japonesa nº 826947 de 21 de julho de 1994, de autoria de Takeda T e Uemura M (Shiseido). Utilizada no preparo de shampoos para combate a caspa, o produto não provoca descamação no couro cabeludo e a associação apresenta efeito sinérgico. 0 produto contra a caspa contém eritritol (2,0%) e ácido hialurônico (0,5%).

O undecelinato de trealose tem sido empregado como estimulante do crescimento capilar em ratos e em humanos com alopécia. Produtos para o cuidado dos cabelos, como shampoos, condicionadores e tônicos são reivindicados por
Manamino H e Nakagawa N (Kanebo) na patente japonesa n° 853326, de 10 de agosto de 1994. 0 tônico capilar pode conter cerca de 1,0 g% de undecelinato de trealose.

Com o objetivo de melhorar a retenção de umidade nos cabelos, a Shiseido reivindica, na patente japonesa n° 853325 (Akutsu T e Fukushi Y) de 11 de agosto de 1994, o uso de compostos de magnésio (0,001-10 g%) e tensoativos
catiônicos (0,01-10 g%). Produto para o enxague dos cabelos pode conter: cloreto de estearil-trimetil-amônio (2,0%) e cloreto de magnésio (0,01%), retendo a umidade por longo período de tempo.

Cremes para o enxague dos cabelos contendo agente anticaspas, tensoativo catiônico (germicida), agente condicionador quaternário de amônio e agente quelante são descritos na patente alemã n° 19536420 de 4 de outubro de 1994, de autoria de Hioki Y (Kao). A formulação base é a seguinte:

Cloreto de (2-dodecil-hexadecil)
trimetil-amônio 1,5
EDTA dissódico 2,0
Álcool cetoestearílico 3,0
Parafina liquida 1,0
Dimetil-poli-siloxano 1,0
Hidróxi-etil-celulose 0,5
Metil parabeno 0,5
Perfume 0,4
Água destilada qsp 100,0%

O produto apresenta excelentes propriedades - condicionadora, anticaspa, antiprurido e desodorante - mesmo na presença de tensoativos aniônicos.

Cremes condicionadores destinados a aplicação após os processos de lavagem, ondulações ou tintura, proporcionando mais brilho, maciez, f1exibilidade, penteabilidade e corpo aos cabelos, contém na formulação 0,01 % de ácido láctico,
cítrico ou pirrolidonecarboxílico, segundo formulações sugeridas por Fath, B (Goldwell) na patenfe alemã n° 19533211 de 8 de setembro de 1995. Loção tônica capilar para processos de ondulação contém:

Álcool cetil-estearílico 5,00
Cloreto de dicetil-diamônio 1,20
Óleo de amêndoas 0,50
Lecitina 0,50
Hidrolisado proteíco de
amêndoas 0,50
Pantenol 0,20
Ácido pirrolidona carboxílico 0,03
Ácido cítrico 0,03
Ácido málico 0,02
Acido pirúvico 0,01
Acido tartárico 0,01
Perfume 0,40
Preservante e
agua destilada qsp 100,00 g%


Novo sistema para liberação de filtro solar para proteção capilar foi desenvolvido pela Croda (Zulli F, Suter F, AG M e Birman M (Drug Cosmet Ind 158(4 ):46-48,1996). Trata-se de monopartículas catiônicas para liberação de filtros solares lipofílicos completamente encapsulados nas membranas de fosfolipídeos.

Tinturas de cabelos de caráter ácido que não prejudicam os cabelos, são hidro- resistentes e espalham-se e colorem de forma homogênea são descritas nas patentes japonesas n° 840852, 840853, 840854 e 840851 de 13 de fevereiro de
1996, de autoria de Yasuda M, Arai Y, Kato M, Uehara K, Okumura M e Kusumota T (Shiseido). As tinturas apresentam como fórmula base:

Álcool cetílico 2,0
Isostearil maltosídeo 1,0
Tioglicolato de amônio 2,0
EDTA 0,2
p-Fenilendiamina 2,0
o-Aminofenol 2,0
Resorcinol 0,2
Água destilada qsp 100,0 g%

Como aditivos alternativos podem ser adicionados: hidrolisado protéico de soja (1,0); cloreto de lauril-trimetil-amonio (0,3); L-ácido ascórbico (0,5); p-tulueno-diamino-sulfonato (1,0); paminofenol (0,1), Gafquart 755 (1,0); silicone KF-102 (2,5) e outros.

A associação do polissorbato 20 e nonoxinol-23 é empregada para o espessamento de produtos cosméticos destinados a ondulação permanente dos cabelos. Na patente alemã n° 4438674 de 28 de outubro de 1994, Koehler, J (Phitologie Naturprodukte) utiliza da mesma composição para minimizar o contato de preparações muito agressivas ao couro cabeludo, permitindo umectação adequada dos cabelos no processo de ondulação. Uma fórmula sugerida é a seguinte:
H202 (50%) 5,00
Tensoativo anfótero (betaínico) 3,00
Perfume 0,10
Fosfato ácido de amônio 0,30
Acido cítrico 1,00
Polissorbato 20 1,00
Monoxinol-23 1,30
Agua destilada 88,30%


Filtros Solares

O ácido urocâmico como constituinte natural da pele ou como componente de formulação cosmética atua como filtro solar, inibidor de inflamação ou antialérgico. Na patente alemã
n° 4429468 de 19 de agosto de 1994, a Beiersdorf sugere a seguinte formulação de creme 0/A contendo filtro solar:

Ciclometicone 3,00
Estearato de glicerila etoxilado 2,00
Álcool de lanolina 0,10
Estearato de glicerila 3,00
Palmitato de isopropila 2,00
Glicerina 3,00
Alcool cetílico 3,00
Miristato de miristila 2,00
Metoxicinamato de octila 4,50
Butil-metóxi-dibenzoil-metano 2,00
Ácido fenil-benzil-imidazol
Sulfônico 3,00
Acetato de tocoferila 0,50
EDTA (solução 20,0%) 0,50
NaOH (solução 45%)
ajuste de pH
Alcool etílico 4,00
Perfume, preservante qs
Ti02 lipofílico 2,00
Agua destilada qsp 100,00%

Este produto permanece sobre a pele molhada devido às propriedades hidrofóbicas do TiO2 ou SiO2 revestidos com silicone.

O dióxido de titânio tem sido usado como filtro solar nos últimos anos. Segundo Angelinetta G e Barzaghi G (Cosmetic News 18(105):429-35, 1995), a ausência total de reatividade com a pele e o excelente fator de tolerabilidade (devido à
baixa penetração na pele), permite o uso deste produto com completa segurança e a fabricação de cosméticos seguros e aconselháveis para peles sensíveis. No que diz respeito a sua utilização, além de proporcionar melhor proteção, produz estruturas líquido cristalinas nas emulsões, favorecendo maior estabilização do produto final.

A formulação de produtos cosméticos na forma de emulsão composta por água, um emoliente e agentes bronzeadores orgânicos capazes de absorver radiação solar na faixa de 290-400 mm, é descrita na patente norte-americana n°
5486352 de 23 de janeiro de 1996, de autoria de Guerrero A A (Elizabeth Arden). 0 produto final é composto basicamente por:

Lactato de sódio 10,00
Silicone fluido-344 6,10
Metoxicinamato de octila 4,00
Hidróxido de potássio 3,00
Benzoatos de Cl2-15 2,90
Dimeticone copoliol 2,30
Propileno glicol 2,00
Glicerina 2,00
Esteararo de octila 1,20
Dodecil-neopentanoato
de octila 1,10
Cetil dimeticone 0,65
Silicone fluido-200 0,45
Poligliceril-2 (cera de abelha) 0,40
Uréia 0,25
Esqualano 0,20
Ricinoleato de poliglicerila 0,20
Isomerato (sacarídeo) 0,20
Acido pirrolidonacarboxilico
(Na) 0,20
Propil parabeno 0,10
Metil parabeno 0,10
Agua destilada qsp 100,00%

O fator de proteção solar da emulsão é 14,7, comparando-se a, 1,1 para o controle sem filtro solar.

Higiene Oral
Composições estáveis de dentifrícios, contendo ciclodextrinas e polissacarídeos catiônicos, usadas para o tratamento de cáries dentárias, periodontose etc, são descritas na patente japonesa n° 826952 de 15 de julho de 1994, de autoria de Sano H, Shimada T, Gomi T, Mukogawa K e Yokoo T (Lion). Enxaguatório bucal é formulado à base de álcool etílico, glicerina, quitosana, derivado etilenoglicol modificado, perfume hidrosolúvel, α-ciclodextrina e água.

A associação de triclosan, derivados de alquil-piridíneo e/ou derivados de alquil-amônio com ácido salicílico e/ou derivados é utilizada pelo mesmo pesquisador na patente japonesa n° 826953. O triclosan é retido na boca por período prolongado de tempo e os dentifrícios são usados na prevenção da formação da placa bacteriana e gengivite. A hidroxiapatita é molhada pela saliva e tratada com soluçaõ contendo triclosan (0,1), salicilato de sódio (0,5) e cloreto de cetil-trimetil-amônio (0,05%). A absorção do triclosan pela hidroxiapatita, segundo o autor, é melhorada.

Dentifrícios com valores de pH 3,0-5,5 são formulados por Harper D S e Parikh R M (Warner-Lambert) no pedido de patente internacional n° 9603109 de 25 de julho de 1994. A associação de óleos vegetais (timol, eucaliptol) com um ou mais compostos liberadores de flúor e formulados nos mesmos valores de pH tambem é reivindicada:

Timol 0,479
Salicilato de mentila 0,058
Mentol 0,319
Eucaliptol 0,175
Misturapeppermint/spearmint 0,416
Glicerol 6,000
Sorbitol (solução 70%) 32,000
Agua destilada 33.613
Goma xantana 1,000
CMC sódica 0,800
Monoflúor fosfato sódico 0,760
Sacarina sódica 0,800
Ácido fosfórico (25%) 2,350
NaH2P04 0,250
Na2HP04 0,030
Dióxido de titânio 1,000
Sílica 20,000
Acido benzóico 0,150
Lauril sulfato de sódio 1,500
FD&C azul 1 (0,1%) 2,000
FD&C amarelo 10 (0,1%) 0,250%

A composição de dentifrícios contendo derivados do ácido gliciretínico e taurina é utilizada para evitar a progressão de gengivites e para a profilaxia e terapia de doenças peridontais. Kazuno K e Nagahata T (Lion), na patente japonesa n° 840858 de 28 de julho de 1994, sugerem a composição:

àlcool etílico 28,00
Carbopol 1,50
Propileno glicol 55,00
Ácido B-gliciretínico 0,50
Taurina 1,00
Agua destilada qs

Testada em animais, esta formulação reduziu a velocidade de inflamação da área afetada em cerca de 51,4%.

Creme dental destinado à prevenção ou tratamento de doenças cardíacas e de vasos sangüineos cerebrais é descrito na patente chinesa n° 1109742 de 22 de setembro de 1994. Xu W e Zhang Y recomendam a seguinte formulação:

Óxido de aluminio triidratado 40,0
Carbóxi-metil-celulose 2,0
SDS 2,0
Glicerol 20,0
Sorbitol 10,0
Sacarina sódica 0,5
Perfumes 1,0
Silica gel 6,5
Principio Ativo 1,0
Água destilada qsp 100,0%

Como princípio ativo são indicados nifedipina, isosorbídeo dinitrato ou 654- 2 (nome registrado).

Ácido pirúvico ou derivado e uréia e/ou arginina ou derivados são empregados em preparações orais com atividade anticárie por Gibbs CO (Unilever), na patente européia n° 711543 de 11 de novembro de 1994. Esta preparação (ácido pirúvico 33,0 e arginina 33 mM, pH 6,73 apos 220 minutos) provoca elevação no valor do pH da placa dentária com ação anticariogênica.

Fórmulas de dentifrícios com propriedades reológicas ideais, apresentando como bactericida agente catiônico como o cloreto de cetil-piridíneo e digluconato de clorexidina foram desenvolvidas por Ogawa Y (J Soc Cosmet Chem 29(4):417-21,1996). Como agentes gelificantes são usados poliquartenium-lO (PM 2 milhões) ou altas concentrações de poloxamer 238. 0 autor compara a capacidade antimicrobiana do agente catiônico a partir dos produtos formulados a do produto controle espessado com celulose.

Maquiagem
Batom e lápis para os olhos contendo R(OCH2CH2)OH (R=cadeia polietilenada linear ou ramificada em n= 1) com ponto de fusão 60-120°C são descritos na patente da Kao Corp (Imai T, Shibata M e Yago J) n° 859428 de 26 de agosto de 1994.

O produto pode conter: (A) (R(O CH2CH2)OH) 0,1-50,0; (B) ceras com ponto de fusão 60-120°C 0,1-50,0 e (C) pigmentos 0,1-80,0%. Os produtos apresentam boa dispersibilidade de pigmentos, estabilidade e espalhamento. A seguinte composição estável a 35°C por uma semana é sugerida:

R(OCH2CH2)OH (com 20% de
conteúdo de óxido de etileno) 3,0
Óleo de rícino 41,9
Dodecanolato de octila 15,0
Lanolina 5,0
Lanolina liquida 5,0
Parafina sólida (PF=68°C) 18,0
Parafina sólida (PF=55°C) 3,0
Cera candelina 2,0
Cera de carnaúba 2,0
Pigmentos 5,1 g%

Produtos cosméticos na forma de emulsão podem conter pigmentos hidro e lipossolúveis. Na patente internacional n° 9603964 de 30 de julho de 1994, a Procter & Gamble (Langlois A) sugere a aplicação da formulação abaixo (emulsao A/O), que apresenta excelente propriedade de umectação da pele, bom espalhamento e estabilidade, agradável sensação tátil, reduzindo o brilho e a aderência:

Ciclometicone 6,00
Ciclometicone/dimeticone copoliol 19,02
Propil parabeno 0,25
Laureth-7 0,50
Metoxicinamato de octila 10,00
Ti02 9,75
Ti02 (tratado com hidrato
de AI, ácido esteárico) 0,25
Micas (tratadas com TiO2) 0,10
Talco 3,39
Óxido de ferro amarelo 1,20
Óxido de ferro vermelho 0,49
Óxido de ferro preto 0,16
Sílica 4,00
Cera sintética 0,10
Beenato (amendoim) 0,30
Cera de abelha 1,50
Hidróxi-estearato de Al-Mg/
Ciclometicone 0,50
Brassilato etilenado 0,05
BHT 0,05
Diidroacetao de sódio 0,30
Glicerina 4,50
Óxido de ferro vermelho (*) 0,80
Óxido de ferro amarelo (*) 0,20
Palmitato de vitamina A 0,04
Preservante e
agua destilada qsp 100,00%

(*) tratado com copolímero diglicol ciclo-hexano-dimetanol isoftalatosulfo-isoftalato.

Para maquiar as pernas, na patente japonesa nO873319 de 2 de setembro de 1994, a sugestão de Nonokawa F, Konishi H, Ito Y e Saito T (Nonokawa) para produto que também protege a pele do atrito com roupas e da perda da umidade,
é a seguinte:
1. Resinas formadoras de películas (acrílicas, vinílicas, acril vinílicas) naturais ou sintéticas, derivados de celulose e de silicone;
2. Pós minerais (micas), derivados dos grupos do Al, Ag, Au, e/ou Cu;
3. Solventes volateis.

Pele
A coloração da pele é preservada após exposição solar pela ingestão oral de cápsulas contendo carotenóides e tocoferol. Blime J C (Job Cosmetiques), na patente francesa n° 2722094 de 5 de julho de 1994, preconiza o uso de cápsulas com a composição abaixo para preservação e reativação do processo de coloração cutânea:

β-Caroteno 10,000
Vitamina E 5,000
Óleo de borragem 100,000
Óleo de soja hidrogenado 53,207
Lecitina de soja 33,330 mg
Acido esteárico 5,00
Alcool estearilico 4,00
Miristato de isopropila 18,00
Estearato de monoglicerila 3,00
Propileno glicol 10,00
Inibidorde melanina 0,01
NaOH 0,20
Bissulfito de sódio 0,01
Preservantes, perfume,
Água destilada qsp 100,00%

A equipe de pesquisas da Shiseido adiciona extratos vegetais com função de clareamento cutâneo. Nos vários pedidos de patentes japonesas solicitados: n° 812558, 812556, 812552, 812550, 812549,812548, todos de 16 de janeiro de 1996, são citados como agentes inibidores da formação de melanina: Concha Blanca, Aegiphila peruuiana Turez, Quararibea, Luffa operculata, Biden andicola HBK, Caesalpinea spinza, Amaranthus caudatus e Psoralea mexicana Vail.

Produtos Infantis
Creme anti-séptico e umectante para a limpeza da pele de crianças pode ser preparado empregando-se base composta por cloreto de benzalcônio, óxido de zinco, monoestearato de glicerila, alcool cetílico etoxilado (20 OE) e outros agentes quimicamente compatíveis. Segundo os autores Doria C E G e Duarte L M D (Minancora), no pedido de patente brasileira n° 9400064 de 10 de janeiro de 1994, o creme pode ser usado para tratamento e prevenção de rachaduras na pele de crianças, devendo ser aplicado após o banho ou na troca de fraldas.

Referências:

Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquímico industrial, professor de Tecnologia em Cosméticos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto SP.

Correspondência para o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 São Paulo SP. Fax (011)3887-8271.

Lab Report por Antonio Celso Sampaio

Influência dos Emolientes no Comportamento das Emulsões

Consulcon Assessoria Cosmética, Santo André, SP, Brasil

Durante o desenvolvimento de emulsões para as mais diversas aplicações cosmeticas ou farmacêuticas, deparamo- nos com uma questão bastante importante, que é a escolha do emoliente
ou emolientes que farao parte da composição da fórmula. A primeira pergunta que devemos fazer e: de que maneira o emoliente influencia o comportamento da emulsao?

O emoliente influência a emulsão em sua capacidade de espalhamento, grau de absorção, sensação de oleosidade na pele, capacidade de solubilizar e manter solúveis diversos ativos lipossolúveis, grau de comedogenicidade e irritabilidade da pele.

Pela escolha criteriosa do tipo de emoliente e, conseqüentemente, de suas propriedades, podemos exercer controle total sobre as propriedades citadas das emulsões.

O custo tem sido o fator mais levado em conta na escolha dos emoliente. Nesse caso, o óleo mineral leva grande vantagem, pois é o emoliente mais barato e disponível do mercado. Contra sua utilização, pesam a irritabilidade e
comedogenicidade, fatores condicionados à sua fonte de origem (tipo de petróleo) e principalmente aos processos de purificação utilizados pelos diversos fabricantes nacionais.

Quais outros critérios podem ser adotados para escolher os emolientes mais adequados a cada aplicação desejada?

A estrutura química do emoliente é critério importante pois, uma vez conhecida, permite prever uma série de comportamentos funcionais da formulação.

O tipo de função química à qual o emoliente pertence permite estabelecer previsões sobre sua estabilidade à hidrólise química, tanto em meio ácido quanto em meio alcalino. Outro dado importante que deve ser analisado a nível da estrutura é o comportamento do produto quanto ao ponto de turbidez e de solidificação. A sensação de oleosidade na pele e o grau de absorção podem ser selecionados através do conhecimento estrutural.

Pelo conhecimento adequado das propriedades descritas (quadro acima), pode-se escolher emolientes que influenciam a emulsão de maneira totalmente dirigida e controlada em todos os principais parâmetros de avaliação, sejam técnicos, sensoriais ou mercadológicos.

Referências:

Antonio Celso Sampaio é químico pela Faculdade de Filosofia e Ciências de São Bernardo do Campo SP, com longa experiência em pesquisa e desenvolvimento de produtos em indústrias cosméticas. É titular da Consulcom - Consultoria Cosmética, Santo André, SP.

Correspondencia para o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Alvaro de Menezes 74,
04007-020 Sao Paulo SP. Fax (011)3887-8271.


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