Proteção Solar

Edicao Atual - Proteção Solar

Editorial

O Real completou um ano com bons motivos para comemorações. A indústria de cosméticos e perfumaria, com crescimento a partir do segundo semestre, fechou 94 com faturamento bruto acima dos 4 bilhões de reais - 30% a mais que no ano anterior. O primeiro trimestre de 95 conseguiu marca mais notável ainda: 43% acima de igual período de 94.

Se há motivos para as comemorações do primeiro ano do Real, o mesmo não se pode falar sobre o futuro: os ajustes que virão prometem ainda mais alguns meses de aperto e restrições na economia. Mesmo a poderosa FIESP (Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), que considera o Real à mais bem sucedida experiência de estabilização no Brasil após o período 1964/1967, 'vê o momento como "delicado".

Preocupações a parte, afinal conseguimos provar que somos capazes de viver com índices de inflação baixíssimos, dígnos de economias do primeiro mundo.

Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) se orgulha em contar, a partir desta edição, com mais duas colaborações fixas. A primeira é com o espaço dedicado às notícias e realizações da ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, uma coluna dedicada ao tão atual tema da certificação da qualidade, com a assinatura de dois especialistas e consultores no assunto, Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha, que discutirão os caminhos para a implantação da normas ISO 9000.

O conteúdo técnico desta edução é a Proteção Solar, com informações atuais de grande importância para o desenvolvimento de produtos solares de alta performance.

Boa leitura!

Agentes Potencializantes de Fotoprotetores - Silvana Camillo Azzellini - Galena Química e Farmacêutica Ltda. Campinas SP, Brasil.

A eficácia de um protetor solar não depende apenas dos tipos de quantidades de filtros utilizados, mas também da formulação e de certos agentes que atuam melhorando o desempenho do produto.

Entre estes agentes temos: filmogenos que dão resistência a lavagem (perfluoropolieteres, poliol-pré-polímeros e silicones); emulsificantes baseados na teoria reticular do gel que fornecem emulsões mais estáveis; reológicos que tem a capacidade de formar gel com a maioria dos óleos evitando o toque gorduroso das emulsões tipo a/o constituindo-se em veículos mais adequados para protetores solares.

Existem também alguns emolientes que aumentam consideravelmente o FPS dos fotos protetores.

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Associação de Filtro Químico com Extrato Vegetal - Sheila Garcia, Elisabeth Pereira dos Santos, Maria Tereza Loureiro Lima, Antonio Jorge Ribeiro da Silva, Ida Caramico Soares, Erika Rosa Maria Kedar - Faculdade de Farmácia UFRJ, Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais UFRJ, Rio de Janeiro R

Este trabalho teve por objetivo testar extratos vegetais de espécies de alecrim, de origens diversas, em solventes com métodos de extração diferentes.

Foi comparado o FPS de uma emulsão contendo p-metoxicinamato de octila a 3% e de outra contendo o filtro associado ao liofilizado obtido.

Os FPS resultantes de cada extração, das diferentes origens, são apresentados em tabelas. O extrato que apresentou melhor resultado era originário da Espanha, incorporado, então, a outra loção contendo filtro solar sintético, obtendo-se, assim, o aumento no desempenho final.

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Fotoprotetores de Alta Eficiência - Emiro Khury, Terezinha A Nakazawa, Ana Maria Q R da Silva - Botica Comercial e Farmacêutica Ltda. São Jose dos Pinhais PR, Brasil.

O artigo apresenta as influências relacionadas ao veículo, aos ativos e ao processo de fabricação no resultado final de um protetor solar de alta eficiência.

A estabilidade e o desempenho do produto dependem das matérias-primas escolhidas na composição do veículo e os autores mencionam que a melhor composição seria quadrifásica.

Ceras, emulsionantes e a escolha da fase oleosa têm papel fundamental no aumento ou diminuição do FPS da fórmula.

Com relação aos ativos, a simples associação de filtros químicos e físicos micro particulados não significa aumento do FPS. A eficiência destes últimos depende do equilíbrio de suas dispersões, onde fatores como PH, presença de eletrólitos e até conservantes, modificam o seu desempenho.

Com relação aos processos de fabricação de protetores solares, os fatores que mais afetam a sua funcionalidade durante o processo de fabricação são a temperatura, a energia aplicada na fase de homogeneização e a energia para emulsificação.

E apresentada sugestão de fórmula. Os resultados dos testes são apresentados em forma de gráficos.

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Enciclopédia de Absorvedores de UV para Produtos com Filtro Solar -

Trata-se da reedição e atualização do artigo sob mesmo título publicado nesta revista (mai/jun 1989) baseado no artigo que apareceu na Cosmetics & Toiletries americana em março de 1987, com posterior reedição em outubro de 1992.

Para cada produto listado são apresentados a sua identificação, as propriedades físicas, químicas, características UV, toxicidade e regulamentação, estabilidade/condições de estocagem, nome comercial, e fornecedor.

É apresentado o espectrograma UV para a maioria dos ingredientes. O artigo guia-se pela lista de ingredientes de proteção solar aprovada pela Portaria 108 da SVS/MS.

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A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria A. da Cunha

Certificação da Qualidade. E as Pessoas, como ficam?

A mudança é um processo contínuo, veloz e irreversível. Vivemos o momento da transição, onde as transformações ocorrem no cenário mundial a nível das organizações, da sociedade, da política, da economia e do comportamento do ser humano.

Hoje, fazemos parte de uma "aldeia global".

Este estado de acontecimentos esta sacudindo as organizações, exigindo avaliações e reflexões profundas sobre os modelos estabelecidos, e, mais do que isto, tomando conhecimento das bases e da visão que foram desenvolvidas. Certamente, esses modelos estão em dissonância com o cenário que está se desenhando, numa perspectiva completamente nova e diferente da realidade que estamos habituados a lidar.

Dentro do contexto da "aldeia global," a onda das certificações as normas da série internacional ISO 9.000 está em pleno curso no Brasil e no mundo, levando cada vez mais empresas a obter o certificado de qualidade.

O valor estratégico de um sistema da qualidade certificado poderá ser encontrado na facilitação de novas negociações, assegurarem a continuidade dos negócios correntes bem como buscar o aperfeiçoamento frente aos competidores nacionais e internacionais, porém, muito mais importante do que estes fatores externos são os resultados internos decorrentes de uma implantação completa, com envolvimento e comprometimento das pessoas, que por sua vez alavancarão a empresa no mercado. Numa implantação bem conduzida, os seus custos já estarão sendo cobertos nos primeiros meses pelos proventos resultantes das economias decorrentes da nova sistemática de gestão.

Numa retrospectiva da evolução da qualidade, verificaremos que na geração anterior, o controle de qualidade, uma atividade sempre atrelada ao produto, apenas separava o bom do ruim. Esta filosofia da qualidade levou as empresas a uma concepção totalmente departamentalizada. Sabendo-se que o custo de um erro detectado no produto pronto e 10 vezes maior que quando detectado na fase de produção, e que se detectado nas mãos do cliente, passa a ser 100 vezes maior, podendo imaginar quanta economia esta incluída no processo de avaliação da qualidade já na fase da produção.

A ISO 9.000 envolve todas as pessoas da empresa no processo da gestão da qualidade. Esta passa a ser definida como sendo o resultado de uma serie estratificada e diferenciada de processos, em que a sistemática de pensar em termos de processo apresenta uma vantagem excepcional frente à forma departamentalizada anterior, pois permitem identificar todas as contribuições relevantes para a qualidade, inclusive aquelas provenientes das interfaces organizacionais.

Esta nova visão vem a exigir uma adequação do organograma, da mentalidade das pessoas e do fluxo empresarial a nova concepção, incluindo uma sistematização e documentação, com aproveitamento de todas as ferramentas já existentes.

Esta é a única forma do fornecedor estar constantemente atualizado frente às exigências dos clientes no sentido de garantir a qualidade da empresa e de seus produtos.

A norma ISO 9.000, abrangendo um amplo catálogo de procedimentos ligados a processos e atividades, pode ser vista como uma caixa de ferramentas, que fornece módulos, com os quais se consegue amarrar, de forma coordenada e concisa, todos os pontos fundamentais de uma organização e atinjam todo o fluxo operacional desde o planejamento até a fase do serviço pós-vendas, assegurando ao cliente a confiabilidade do sistema utilizado.

Trata-se de um sistema de muito valor, pois servindo aos mais diferentes tipos de negócio, e abrangente e permite a introdução de todas as ferramentas de trabalho existentes, como estatísticas, sistemas de GMP, sistemas de segurança, e outros identificados por ocasião da implantação. Para a sua manutenção e desenvolvimento adicional dispõe de ferramentas de efeitos de autocontrole, corretivos, preventivos e de melhoria continua. É este o sistema que está permitindo que as organizações do mundo ocidental obtenham padrões de qual idade e nível de custos tal, que lhes permita concorrer com os produtos do hemisfério oriental, que pela sua forma característica de gestão, disciplina, hábitos e civilização, têm como ponto de partida a qualidade incorporada a cada individuo. O sistema ISO 9.000 de gestão da qualidade, por ser totalmente formalizado, parte do principio de que, se todos os procedimentos e decisões são controlados, o produto final também o será. O princípio da ISO parte da permissão da produção de qualidade nas suas diversas fases operacional.

Isto tudo porém, e este é o ponto capital da norma ISO 9.000, e definido como uma função gerencial em que todos são responsáveis, e as funções sênior têm maior responsabilidade. Esta concepção da qualidade e o ponto central da série de normas ISO 9.000. Freqüentemente, porem, surge a pergunta, do porque determinadas empresas, apesar de certificadas por organismos de certificação de renome internacional não conseguem produzir com a qualidade desejada pelos clientes, fato que merceu destaque na imprensa num artigo intitulado "Qualidade baixa apesar da ISO".

As respostas a estes fenômenos são basicamente duas perguntas:

- A primeira se refere às pessoas que irão lidar diretamente com o sistema. A ISO 9.000 será mais um sistema mecanicista introduzido nas organizações, se não forem tomadas as adequadas precauções e modificações necessárias para se tornar um sistema compartilhado por todos. Não se pode mais valorizar apenas as maquinas e os processos, caso contrário se estará em total confronto com os novos reconhecimentos na área do tratamento das pessoas. É muito raro que se considere com a devida atenção e empenho, o adequado tratamento a serem dadas as pessoas, trabalho este que deve ser identificado e delineado por profissionais que sejam profundos conhecedores do assunto, e que dêem a todos os níveis da empresa o necessário treinamento e sensibilização para a manutenção de uma adequada convivência e clima empresarial.

- A segunda pergunta se refere à amplitude e a adequação do sistema implantado as características da empresa. Será que na implantação foram consideradas cuidadosamente as características íntimas e as reais necessidades da organização, ou foi-lhe imposto um sistema de prateleira, padronizado e inflexível, de forma a destruir completamente a filosofia intrínseca da empresa, exatamente aquela responsável pelo seu sucesso anterior?

O futuro de uma empresa ou organização depende dela conseguir satisfazer os requisitos de qualidade do mundo exterior. Ela precisa produzir e entregar bens e serviços que satisfaçam as exigências e expectativas de clientes e usuários.

E difícil imaginar uma empresa satisfazendo requisitos de qualidade do mundo exterior, a menos que seus bens e serviços sejam produzidos e prestados por pessoas com alto nível de qualidade pessoal. Também é difícil imaginar que o mundo em geral vá se satisfazer com o desempenho global de um departamento, uma empresa ou uma organização, amenos que cada indivíduo produza com alto nível de qualidade.

Os esforços e o desempenho dos indivíduos determinam a percepção, pelos clientes, da qualidade dos serviços, a qual se torna quase sinônimo de qualidade pessoal.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Envelhecimento Cutâneo

A expectativa de vida do ser humano vem tomando-se mais promissora à medida que são desenvolvidas ações no campo da saúde e bem estar psicossocial.

No início do século, o homem atingia em média 50 anos; enquanto que hoje esta idade passou para 65/68 anos, em países subdesenvolvidos, e ate 80/85 anos, em países do primeiro mundo. Estes dados tornam imperiosa a preocupação com o idoso, tanto no sentido de sua realização pessoal como também no cuidado com sua saúde.

Sendo assim, as dermatoses do idoso e o envelhecimento da pele vêm sendo objeto de maior interesse e pesquisa na área curativa e preventiva.

A pele, diferente de outros órgãos, apresenta dois tipos de envelhecimento: o endógeno (intrínseco) e aquele causado pelo sol.

O primeiro representa o envelhecimento inerente a todo organismo, comandado por fatores genéticos, e o segundo é causado pela radiação solar. A pele não atingida pelo sol sofre modificações mais lentas e sutis.

O idoso tem terminações nervosas em menor quantidade, assim como vascularização insuficiente. Sua pele torna-se discretamente mais fina, com maior dificuldade de cicatrização. A cútis apresenta-se com rugas muito finas, poucas manchas e alguns tumores benignos, como fibroadenomas e queratoses seborréias.

O sol e o grande vilão em relação ao envelhecimento cutâneo. Vários outros fatores, como idade, doenças, desnutrição, fumo e drogas desgastam a pele, mas não se comparam ao prejuízo causado pela luz solar.

A pele foto exposta apresenta altera-90es mais significativas e mais intensas, causadas pela radia9ao ultravioleta. Ela apresenta rugosa, coriácea, amarelada, com rugas mais profundas, pregue amento elastótico, além de lesões pré-cancerosas e tumores malignos.

A radiação ultravioleta pertence ao espectro eletromagnético, juntamente com os raios cósmicos, raios gama, raio X, luz visível, raios infravermelhos e ondas de radio.

Ela está localizada entre os comprimentos de onda 200 e 400 nm, sendo formado por radiação UVC (menor do que 290 nm), UVB (entre 290 e 320 nm) e UV A (entre 320 e 400 nm).

A radiação UVC praticamente não atinge a superfície terrestre, sendo retida pela camada de ozônio. A radia9ao UVB atinge a superfície terrestre, deixando a pele vermelha e queimada, e a radiação UV A aprofunda-se mais, provocando envelhecimento.

A intensidade da radia9ao depende de vários fatores, como altitude, latitude, esta9ao do ano, condições atmosféricas e horárias. A radiação UVB predomina entre as 10 e 14 horas, causando danos agudos como queimaduras, enquanto que a radiação A ocorre durante todo o dia, provocando danos mais leves e crônicos.

A queimadura é uma reação inflamatória que consiste na formação de eritema, edema, dor local e, em casos mais intensos, veiculação e formação de bolhas. O eritema inicia-se entre 2 e 7 horas, persistindo por longas horas ou até dias. A intensidade máxima do eritema ocorre por volta de 12 a 24 horas, diminuindo em seguida.

O grau de eritema, causado pela radiação UVB depende do tempo de exposição e também da cor da pele. Peles mais claras avermelham rapidamente, enquanto que peles mais escuras praticamente não se tomam eritematosas.

Este fenômeno ocorre devido à capacidade de formação de melanina de cada pele. Ela é produzida pelo melanócito através de reação química que inicia com a tirosina, estimulada pela tirosinase. A melanina funciona como protetor natural e sua produção é específica de cada pele.

Conforme a quantidade de melanina, podemos fazer a seguinte classificação:

1. Sempre queima, nunca bronzeia;
2. Queima com freqüência, bronzeia pouco;
3. Queima com freqüência, bronzeia moderado;
4. Raramente se queima, bronzeia fácil;
5. Nunca se queima, bronzeia intensamente;
6. Negro.

A cor da pele determina a susceptibilidade ao sol. Os danos solares, como câncer de pele, manchas e foto envelhecimento serão mais intensos em peles mais claras, que necessitam de mais proteção.

A radiação UV A causa danos menos agudos e evidentes, sendo considerada menos nociva. No entanto, sua penetração e maior, atingindo estruturas mais profundas. Ela também causa queimadura com menor grau de eritema.

Parte da radiação solar é absorvida pela melanina, um protetor solar natural; enquanto que o restante causa queimadura e vários graus de dano celular.

O DNA celular é atingido provocando dano intrínseco que é perpetuado, ocasionando danos cumulativos e irreversíveis. Trabalhos atuais demonstram que lesões pré-cancerosas e cancerosas já existem nos indivíduos, por volta dos 20 anos.

As radiações UV A e UVB provocam diminuição da imunidade da pele. E sabido que o numero de células de Langerhans e das células natural killer diminuem após exposições solares repetidas.

O aparecimento de determinados tipos de câncer de pele está diretamente relacionado ao grau de exposição solar e a cor da pele.

O carcinoma baso celular, tumor de pele freqüente, ocorre em áreas expostas preferencialmente em indivíduos de peles claras. O carcinoma espinocelular também aparece em geral em áreas expostos em lábios foto danificados.

O melanoma, tumor de pele com alto grau de metástase, também se relaciona a radiação ultravioleta. Lesões pré-cancerosas, caracterizadas por áreas acastanhadas ou eritematosas, que descamam, também ocorrem em áreas expostas.

Além de provocar lesões em potencial maligno, o sol também é responsável pelo foto envelhecimento.

Como referido anteriormente, a pele que não é exposta, permanece mais clara, lisa, sem manchas ou rugas, com consistência macia, mesmo em idades avançadas.

O contraste, que ocorre em indivíduos claros em relação a áreas expostas e não expostas, e marcantes e demonstra o potencial agressor do sol.

Uma mulher com 80 anos pode ter a pele do seio ou nádega muito semelhante à daquela de 40 anos, porém seu rosto ou mãos diferem totalmente.

Com o envelhecimento natural há tendência dos melanócitos diminuírem em numero e atividade. No entanto, na área exposta à luz ultravioleta provoca descontrole nestas células, que possam distribuir irregularmente o pigmento, provocando manchas de melanose atônica, principalmente em rosto, colo e mãos.

O sol também torna a pele mais grossa com aspecto de couro curti do, alem de aumento da camada córnea.

A parede dos vasos também é danificada e a pele exposta tem lesões vasculares, refletidas por inúmeras manchas roxas.

A principal alteração de envelhecimento ocorre nas fibras elásticas e é provocada pela radiação A. Elas vão sendo destruídas, formando massas amorfas, que recebem o nome de elastose. A elastose caracteriza-se por áreas quadriculadas, sulcadas com nuances peroladas.

Pode-se dizer que qualquer grau de luz solar, a qualquer momento, poderá provocar algum dano que sempre e cumulativo e irreversível.

Ultimamente, ha uma preocupação ainda maior em relação à radiação, porque a camada de ozônio vem apresentando áreas prejudicadas com a diminuição da filtração dos raios nocivos, e impacto maior na pele. Hoje, notam-se cânceres mais extensos em indivíduos mais jovens.

Produtos foto protetores, melhores, mais completos e com veículos específicos, vem sendo utilizados.

Há alguns anos atrás, o filtro solar protegia mais especificamente em relação à radiação B. Hoje é importante que o bloqueio também ocorra a radiação UVA.

Além disso, alguns filtros já começam a tentar proteger em relação à radiação infravermelha e luz visível que não são totalmente inócuos.

A proteção solar, constante e diária, é recomendada desde a infância, para prevenir o envelhecimento e evitar o câncer de pele.

O verdadeiro cuidado significa evitar danos precoces à célula e, portanto, estancar o processo cumulativo. O filtro solar deve ser incorporado definitivamente ao arsenal terapêutico para a pele.

Atualidades Técnicas por Prof., Dr., Pedro Alves da Rocha Filho

Proteção Solar

Ácido Ferúlico

Produtos de uso tópico contendo ácidos fenólicos e derivados, empregados como aceleradores da formação de melanina, e usados para cabelos e pele são indicados na patente japonesa nº5255037 de 13 de março de 1992, de autoria de Sakai T, Morita Y, Hibi T, Tanaka T, Sato K, Tanabe Y e Osawa S (Eisai). A aplicação da preparação contendo 1,0% de acido fenólico restaura a coloração preta aos cabelos acinzentados.

Ácido Antranílico

Na patente japonesa nº6107534 de 10 de outubro de 1992, a Kaiyo Bio Tech Lab. (Nose Te Miki W) reivindica a utilização de ácido antranílico em produtos cosméticos para proteção solar (UV) e inibidores da tirosinase.

Ácido Urocânico

Beiersdorína patente alemã nº4230076 de 9 de setembro de 1992 (Staeb F, Sanerrnann G e Uhlmann B) reivindica o emprego do ácido cis-urocânico ou da mistura com o derivado trans como filtros solares, inativa dores de radicais livres e/ou antioxidantes em produtos cosméticos. O ácido cis-urocânico absorve radiação UVB, podendo ser associado a filtros UVA. Portanto, um creme.

Amido

Produto cosmético empregando amido granular como agente filtro solar incorporado numa base hidrofílica é citado na patente norte americana nº5256404 de 14 de agosto de 1992 de Martino GT, Pasapane J e Nowak FA (National Starch and Chemical).

Uma loção contendo 10% de octenil succinato de amido alumínio. O FPS da loção é igual a 5,82 comparado a 1,68 para o controle.

Argilas

Esta é a formulação de protetor solar a prova d'água sugerida pela Shiseido na patente japonesa nº5262634 de 19 de março de 1992 (Takada S, Kurosawa T e Ito K).

A hematita, com diâmetro médio (0,03-0,09 PM) na quantidade de 0,02- 20,0% também são empregadas em composições cosméticas como protetor UV. Uns cremes básicos contem 5,0% de nanonita (hematita com diâmetro de 0,06 PM) demonstrando completo bloqueio a radiação UV com comprimento de onda 400 nm. Esta é a sugestão de Hanawa K e Asano R (Showa Denko) na patente japonesa nº5279235 de 8 de fevereiro de 1992.

DNA

É sugerido um método para coloração da pele no qual1ipossoma contendo enzima reparadora de DNA e administrado a pele exposta a radiação UV.

Yarosh D B (Applied Genetics) no PCT-WO 9414419 de 21 de dezembro de 1992, afirma que ocorre aumento na produção de melanina e conseqüentemente é conseguido maior bronzeado em relação à simples exposição à UV. A administração destas enzimas reduz o nível dos danos causados ao DNA pela radiação UV. Portanto, o bronzeado é aumentado, os danos reduzidos e o método podem ser usados pela população em geral, assim como por indivíduos mais susceptíveis a ação da UV.

Di-hidroxiacetona

A formulação de produtos auto bronzeantes contendo di-hidroxiacetona e agente espessante, como por exemplo, o acido sulfônico de acrilamida-2-acrilamido-3-metilpropano é reivindicada na patente francesa nº2698267 de 24 de novembro de 1992 da L’oréal (Hanserme I, Forestier S e Petitdemange D). O creme pode conter di-hidroxiacetona 5,0 g, Dow Corning-21401 5,0, Dow Corning-245 5,0, Sepigel 305 2,0, preservante qs, perfumes qs e água destilada qsp 100,0.

A associação de di-hidroxiacetona (0,1-5,0%) com aminoácidos como lisina (0,1-10%) e reivindicada na patente japonesa nº6227937 de 9 de dezembro de 1992 de autoria de Hara R (Pola Kasei Kogyo). Com a aplicação do produto não há necessidade de expor-se a luz solar ou irradiação UV.

No pedido PCT-WO nº9421221 de 13 de maio de 1993 a Boots reivindica a aplicação da di-hidroxiacetona associada a sais de ferro (forma férrica ou ferrosa, como por exemplo, nitrato, gluconato ou citrato), de autoria de Linnington HL e Sheard C. Também e aconselhado o método de aplicação dos produtos.

Kara R e Kondo C da Pola Kasei Kogyo, reivindicam na patente japonesa de nº6219931 de 7 de janeiro de 1993 a preparação de cosméticos protetores de UV contendo di-hidroxiacetona 0,1- 10,0% e tript6fano 0,01-10,0%. Apresenta boa absorção na região UV A, são dificilmente removidos do corpo pela roupa e não a1teram a coloração da pele.

Dióxido de Titânio (TIO2)

A formulação acima é reivindicada na patente japonesa nº5238924 de 22 de março de 1991 de autoria de Kumagai S (Shisheido). Alem de boa proteção contra absorção de radiação UV, a formulação não apresenta irritação cutânea.

Produtos cosméticos contendo partículas finas, refletoras de radiação UV, com diâmetro entre 50-500 mr e cerca de 5% de agentes de absorção UV, são citados na patente japonesa nº5221841 de 19 de fevereiro de 1992 da Pola Kasey Kogyo de autoria de Obara Y, Okamura T, Kondo C e Motoyoshi, K. Uma formulação de filtro solar e citada como exemplo contendo octil-dimetil p-aminobenzoato e TiOz como agente refletor de radiação UV.

Kanebo na patente japonesa nº6157264 de 12 de novembro de 1992 (Hikima T, Matsui T e Fujimoto K) com a fina1idade de estabilizar as dispersões de dióxido de titânio, (- 5-100 nm) empregam o ácido hexametafosfórico. O ácido polifosf6rico e derivados evitam aglomeração do TiOz e melhoram a qualidade da dispersão. Com a aplicação a pele o produto não apresenta coloração branca.

Dióxido de titânio como partículas ultrafinas (7-40nm) fazem parte da formulação de cosméticos na forma líquida transparente destinada a proteção UV. A patente japonesa nº 6183929 da Kanebo (Kuroda A e Nikima T) de 22 de dezembro de 1992, recomenda-se o uso deste dióxido de titânio revestido por silicone.

A patente japonesa nº6199634 de 28 de dezembro de 1992, a Kanebo, cita o emprego de óxido de zinco com diâmetro de 10-40nm. As partículas não se agregam e são facilmente dispersadas, não apresentando a coloração branca quando aplicadas a pele.

A formulação a seguir e sugerida pela mesma empresa na patente japonesa nº6199635 de 28 de dezembro de 1992.

Produtos cosméticos contendo TiOz amorfo apresentando partículas ultrafinas (tamanho médio 7-40nm) são apresentados na patente japonesa nº6227944 de 5 de fevereiro de 1993 de autoria de Shimakawa H, Sakamoto F, Okanishi S, Tsuchida Y, Kuroda A e Ogino K. (Kanebo e Idemitsu Kosan). O bronzeador contendo dióxido de titânio (-12nm), o aminobenzoato de metila 10,0 partes, glicerina 2,0, silicone (modificado com poliéster) 3,0, di-metil-siloxano 3,0, pmetoxicinamato de etila 3,0, álcool etílico 38,0 e água destilada 38,0, apresenta como principal característica a não formação de coloração branca sobre a pele.

As interações que ocorrem com dióxido de titânio em sistemas emulsionados são discutidas por Catlow B [Seifen Ole, Fette, Wachse 119(8): 497-500 1993]. O TiOz na forma pré-dispersa apresenta vantagens em relação a forma em pó. O dióxido de titânio pode melhorar a estabilização de suspensões e de emulsões, possibilitando o emprego de quantidades reduzidas de tensoativos. Pode ser empregado no caso de emulsões múltiplas. Normalmente apresenta-se mais eficaz quando incorporado na fase externa da emulsão, isto é, dispersão aquosa para emulsões o/a e oleosa para emulsões a/o. Porem, produtos com valores elevados FPS podem em ser obtidos com TiOz na fase interna. O dióxido de titânio é capaz de formar uma rede líquida cristalina que promove a estabilização do sistema disperso e sua localização no sistema. O autor apresenta uma correlação entre FPS e propriedades reológicas em tais sistemas e mesmo preparações cosméticas oil-free são obtidas.

Esculina

A propriedade de absorção da radiação UV da esculina é alterada na presença de aminoácidos. Hara R e Kondo C (Pola Kasei Kogyo) na patente japonesa de nº6145035 de 11 de novembro de 1992, utilizam para preparação de cosméticos com ação protetora solar e resistente a água, a esculina (0,01-10,0%) associada à lisina e/ou arginina (0,01-10%). Estes aminoácidos básicos alteram o valor do comprimento de onda da esculina para a região UVA.

Fator de Proteção Solar (FPS)

Pola Kasey Kogyo, através dos pesquisadores Kondo C e Motoyoshi K, reivindicam na patente nº5248944 de 10 de março de 1992, um método para determinar o fator de proteção solar (FPS). Os raios UV são aplicados a uma superfície de pele artificial protegida com filtro solar e determina-se a energia dos raios UV que penetra. A pele artificial de poliuretano e coberta com 2-etilhexil-p-metoxicinamato e é irradiada luz ultravioleta de comprimento de onda 290-400 nm. Os valores obtidos de FPS são comparados com aqueles obtidos pelo método do FDA.

A determinação do fator de proteção solar de filtros solares e formulações cosméticas foi realizada por Gordon VC (Parj Cosm. & Aromes 112, p. 62-5, 1993). A autora emprega uma bio-membrana constituída de queratina e colágeno para a determinação das propriedades de barreira a radiação UV dos protetores citados.

Melanina

Kyowa Hakko Kogyo, através dos pesquisadores Suzuki T e Sasaki I, reivindicam nas patentes japonesas de nº6128129 e 6128132 de 15 de outubro de 1992 a utilização da melanina como protetor solar. Na primeira patente, produtos para os cabelos contendo melanina natural (solúvel em solução alcalina a 0,01- 10,0%) são preparações consideradas seguras, não irritantes e protetores contra a ação da radiação UV. Na segunda patente, faz-se a associação da melanina (solução alcalina) com filtros solares como benzofenonas, p-aminobenzoatos, salicilatos e cinamatos. Um produto cosmético poderá conter p-aminobenzoato de octila e melanina 5%. A melanina obtida apresenta DLSO 2000 MG/kg em ratos.

A fabricação de bio-melanina como nova matéria-prima cosmética está revelada nas pesquisas de Honda S, Takekoshi
Y, Nakano Y e Aray Y. (JSCCJ 23(3): 432-440, 1993). É produzida pelo microrganismo Streptomyces SP, apresenta alto grau de pureza (sem proteínas contaminantes), baixa toxicidade, baixa fotos sensibilidade. Em cultura celular (fibroblastos-L929), demonstra atividade protetora a ação de radiação UVB. Seu emprego pode ser associado após (TiOz sericita, mica etc.) apresentado a propriedade de refletir a radiação e podendo ser aplicada em produtos de maquilagem. Os cremes preparados com bio-melanina apresentam altos valores do FPS.

Óxidos Metálicos

Na patente européia de nº619999 de 1993, Dahms GH (Tioxides Specialties) recomenda a utilização de óxidos metálicos associados a filtros solares para obter produtos com alto valor do FPS.

Óxido de Zinco

Preparações cosméticas contendo óxido de zinco finalmente dividido (diâmetro médio 90 nm) utilizadas como filtros solares (UVB e UVA-parcial), é apresentando atividades antiinflamatória, bactericida e fungicida, são reivindicadas na patente Suíça nº684387 de 22 de abril de 1993 e de Billia MF e Siladji S (Greiter). Não há necessidade de nenhum revestimento específico para o óxido de zinco e é apresentada uma formulação com FPS 6.

Polímeros Vinílicos

Produtos cosméticos com aderência firme aos cabelos e a pele são obtidos pelas equipes da Itsuhosha Yushi Kogyo e Lion. A patente japonesa e nº6183928 de 15 de dezembro de 1992 e de autoria de Suzuki N, Kashiwai K e Yamamoto R contendo copolímeros vinílicos como, por exemplo, {polímero 2-[2-hidr6xi-5-(metacriloila-oxi-etil)-fenil]–enzotriazol}, os produtos cosméticos protegem contra danos ou irritação causados por UV.

Proteína

Uma formulação para proteção solar contendo material protéico natural é preparada a partir de uma fase lipofílica, uma fase aquosa. Segundo Potter R e Pugliese PT (Nurture) no PCT-WO 9421222 de 15 de março de 1993, este material protéico atua com múltiplas finalidades, resultando num protetor solar com a propriedade de formação de película seca sobre a pele, após a evaporação da fase aquosa, atuando desta forma como filtro superficial dos raios solares. Dentre {os constituintes da formulação são citados: Cerajil, Arlacel 165, Bri} 35, Finsolv TN, silicone, TiOz Keltrol, Germabem e água destilada alem do derivado protéico.

Tensoativos/Polímeros Catiônicos

Lion em patente japonesa nº6227948 de 5 de fevereiro de 1993, apresentada por Suzuki T reivindica a preparação de formulações cosméticas que protegem os cabelos. Estas composições contem derivados sulfônicos, filtros de absorção UV, metil poli-siloxanos e tensoativos e/ou polímeros catiônicos. O título de exemplo cita a seguinte composição: ácido oxibenzeno-sulfônico 0,05%, emulsão de silicone (contendo metil poli-siloxano) 2,0, cloreto de lauril trimetil amônio 0,3, óleo de rkino hidrogenado e polioxietilenado 0,2, perfume 0,1, álcool etílico 10,0 e água destilada qsp 100,0.

Tióis

Produtos dermatológicos contendo ti6is e/ou derivados como inativadores de radicais livres e como antioxidantes são citados no PCT-WO nº9404129 de 26 de agosto de 1992, de autoria de Alert D, Ger-Barlag H, Van Den Brocke LT e Beyersberger Van Henegouwen GMG (Beiersdorj).

Os produtos são destinados a proteção da pele e cabelos contra as radiações UV A e UVB.

Tirosina

Produtos cosméticos para coloração de cabelos ou pele, contendo o produto da reação entre HOC6H4CH(NH2)C02R (R=alquila C1) com tirosina e cisteina são citados na patente européia de nº585018 de 17 de agosto de 1992 da Unilever (Cheethana PSI, Lee CM e de GraafTP). O produto formado protege contra radiação UVA e UVB. O ingrediente ativo é capaz de ligar-se a pele ou cabelo aumentando a longevidade da cor obtida. A uma solução de metil-tirosina (0,002g) em 100g de água, pH 7,0, foi adicionado 0,00033 g de tirosinase, a temperatura de 20-30°C para obter-se o oligômero cromóforo absorvedor de UV. Na patente são citadas varias formulações de preparações cosméticas contendo o oligomero-cromoforo.

Cosméticos contendo derivados de tirosina constituem o objetivo da patente francesa nº2702959 de 25 de março de 1993 de autoria de Thorel IN. Os bronzeadores poderão conter de 0,01-30% em derivados de tirosina, tal como o Nacetil tirosina empregado a 0,5%. E apresentada à eficácia do creme obtido na prevenção do eritema da pele.

Trealose

Esta formulação e de autoria dos pesquisadores Nishama S e Hosokawa K (Shisheido) na patente japonesa nº6122618 de 4 de junho de 1992. O produto evita os danos causados pela radiação UV.

Teste de Resistência à Água Clorada

O poder de absorção de irradiação UV A da oxibenzona foi testado empregando se água clorada (5 PPM de Cl) em pesquisa realizada por Taher B, Schleusener A e Baltes W (Dtoch Lebensm-Rundsch 90(2):35-8, 1994). Em 30 minutos de exposição foi observada a formação de 3- ou 5- cloro-2-hidroxi-4- metoxibenzofenona e 3,5-dicloro-2- hidroxi-4-metoxibenzofenona. Na primeira tentativa, o produto contendo filtro UV foi exposto a água contendo 10 PPM de cloro, havendo a mesma identificação dos derivados de oxibenzona, comprovando que a formulação não apresenta proteção contra UV A na presença de água clorada.

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