Fitocosméticos

Edicao Atual - Fitocosméticos

Editorial

Mal começou o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e, em São Paulo, com ampla divulgação pela imprensa, surgiu mais uma lista de medicamentos que conteriam irregularidades na composição, rotulagem etc, motivando protestos, não só dos laboratórios denunciados, mas de toda a indústria farmacêutica. O problema mais grave, entretanto, é logo a seguir a vigilância sanitária voltar atrás, reduzir a lista, excluir produtos e laboratórios, enfim, esvazir a denúncia, deixando a opinião pública sobre os reais propósitos de medida tão atabalhoada como essa. E, injustamente, tudo isso aconteceu sob a responsabilidade da pasta ocupada por minístro dos mais competentes da equipe FHC, Adib Jatene, conhecido como administrador íntegro e inovador.

Terá sido medida intimidatória de escalões inferiores? Inadvertência que tenha ocorrido.Ao final de toda essa confusão, também na imprensa, surgir uma notícia sensata, a intenção do ministério da saúde em promover alterações na legislação sanitária. Boa notícia, enfim. Pois, a legislação de cosméticos, na pretensão de ser muito brangente, acabou se tornando inoperante e muito restritiva. Durante os quase 20 anos de sua vigência, a menos das listas positivas, não sofreu nenhuma alteração significativa, e necessita urgentemente de ajustes. Cabe aos representantes do setor o acompanhamento para esse compromisso sair do papel e se transformar em medidas que, de fato, facilitem o trabalho desse segmento de natureza ágil e que precisa tornar-se cada vez mais competitivo frente a concorrência internacional.

Esta Comestics & Toiletries (Edição em Português) faz uma breve incursão no mundo dos Fitocosméticos. É contraditório, mas é o avanço da tecnologia promovendo o retorno ao natural.

Boa leitura!

Extratos e Óleos Naturais Vegetais Funcionais - Linda C de Oliveira e Maria Inês Blaise - Beraca Comercial Importadora e Exportadora Ltda. São Paulo SP, Brasil.

Observam-se tendência da indústria cosmética em utilizar matérias-primas naturais. As autoras abordam na introdução deste artigo a discussão mundial referente ao conceito do que e ou pode ser considerado "natural". Em seguida e apresentada analise dos principais 61eos e extratos vegetais naturais funcionais que a indústria cosmética vem utilizando.

Para cada produto é informada a sua origem, forma de obtenção, propriedades, principais constituintes, aplicações e concentrações usuais de aplicação. Os produtos descritos são: abacate, abricó, aloe vera, amêndoas-doce, calendula, caroço de pêssego, cenoura, germe de trigo, gergelim, girassol, jojoba, meadowfoam, noz macadâmia, prímula, rícino, semente de borragem, semente de cereja, semente de papoula, semente de uva, urucum e yucca.

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Antioxidantes Vegetais: Papel Protetor Contra Espécies Reativas de Oxigênio - Toshihiko Osawa, PhD - Departamento de Ciências Biológicas Aplicadas, Universidade Nagoya, Nagoya, Japão.

O artigo enfoca o desenvolvimento e a utilização de antioxidantes naturais do ponto de vista da atividade biológica e da funcionalidade, e faz pequena introdução aos RL e como estes podem ser formados.

O primeiro grupo de antioxidades naturais abordados é o das ceras de folhas. Analisaram-se ceras de folhas e foi encontrada forte atividade antioxidante nas ceras de Eucaliptos e Prunus; nos extratos de cera de folha de Prunus observou-se a presença de conjugados de tocoferol com atividade antioxidante. Na análise de grãos e sementes compararam-se os potenciais de germinação das variedades de arroz nipônica e índica, onde esta última apresentou vida mais longa. Estudos demonstraram que a fração da casca das sementes de arroz, de vida longa, contem substâncias antioxidantes flavonóides.

Embora os efeitos farmacológicos das ervas e drogas preparadas de vegetais no estado bruto tenham sido extensivamente estudados, existem poucos relatos disponíveis sobre os componentes antioxidantes destas ervas. O autor analisou 32 ervas e drogas em estado bruto obtidas em mercados em Taipei e, dentre destas, 22 mostraram atividade antioxidante bastante intensa. As sementes de gergelim e o seu óleo são amplamente utilizados como alimento no Oriente. A presença de sesamiol e de glicosídeos de lignina garante o alto desempenho antioxidante desta semente. Em seguida foi avaliada a atividade antioxidante in vitro de catecóis de chá preto. Finalmente é descrito novo antioxidante natural tetra-hidro-curcumina, derivado da curucumina, o principal componente do açãofrão-da-índia.

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Propriedades de Absorção UVA/UVB de Produtos Naturais - MD Bobin, M Raymond e MC Martini - Laboratoire de Dermopharmacie ET Cosmetologie, ISPB, Universite Claude Bernard, Lyon, França.

Foram medidos os coeficientes de absorção de 100 diferentes extratos vegetais para determinar, com testes in vitro, se estes proporcionam a absorção UV que a sua estrutura química sugere.

Inicialmente fez-se triagem para verificar quais extratos tem absorbância significativa a 308 NM, pico do espectro de ação de eritema. Desta forma eliminaram-se os extratos com pouca absorbância. Posteriormente foi realizado estudo fisiológico com determinação in vivo e in vitro do FPS utilizando formulações de extratos com coeficientes de extinção E% mais elevados a 306 e 350 NM. Para cada grupo químico as absorbâncias (E%cm) dos extratos foram comparadas a filtro solar de referência.

Na apresentação dos resultados os extratos vegetais foram apresentados por grupos químicos: salicilatos, derivados do ácido cinamico, derivados de benzofenona, derivados de PABA, derivados de benzilideno de cantora, cumarinas e derivados, alquil-cumarina, furanocumarinas, taninos, derivados de antracenicos, naítoquinonas. Cada grupo tem representada sua fórmula estrutural química.

A eficácia de cada extrato como filtro solar, depende do seu preparo que leva a diferentes concentrações de ativos, do seu sol vente e de sua origem. Entre os 100 extratos vegetais analisados foram identificadas composições capazes de proporcionar absorção UV adequada.

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Cera de Casca de Laranja - Steven L Puleo - Koster Keunen, Connecticut, Estados Unidos e Peters Rit - Koster Keunen, Holanda.

A casca da laranja é um subproduto da indústria de alimento. Dela se extraem os óleos essenciais e a cera. A composição química da cera da casca da laranja e analisada neste artigo. As suas propriedades químicas e físicas são apresentadas em tabelas e são fornecidas formulações cosméticas contendo a cera de laranja.

Observa-se que estas contem carotenóides, óleos essenciais, esteróides, flavonóides. A análise comprovou a ausência de terpenos que são fotos tóxicos. Existe notável semelhança entre a composição química da cera de laranja com os lipídeos da pele. Foram testadas, também, as suas propriedades de filtro solar, de antioxidante e antimicrobiana.

Apesar das laranjas cultivadas serem tratadas com pesticidas, testes comprovou que a presença destes produtos na cera nunca se apresenta em concentração acima de 38 PPB, o que para fins práticos significa ausência de pesticidas.

A cera de laranja passou pelos necessários testes de segurança para assegurar o seu uso em todos os tipos de aplicação provando que ela e toxicologicamente segura.

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Algas Marinhas em Sabonetes - Sonia Corazza - IFF Essências e Fragrâncias Ltda., Barueri SP; Daniel W Barreto - Depto. Processos Orgânicos E Química/UFRJ, Rio de Janeiro RJ; Manoel C Gouvêa - Allbrand Internacional Ltda., São Paulo SP; Ruy C R Ba

Este trabalho tem como objetivo avaliar o desempenho de extratos complexos de algas marinhas na redução dos efeitos nocivos e indesejáveis causados pela ação de sabões sobre a pele. Foi avaliado também o impacto dos extratos de algas na qualidade e nas características gerais de algumas formulações padrão em sabões de toucador.

A ação dos sabões sobre a pele causa alterações morfológicas e alterações nas funções de barreira.

Foram inicialmente avaliados os desempenhos das quatro bases de sabonete utilizadas: de glicerina, Combar, Syndet e Marselha. Em seguida efetuou-se teste de estabilidade rápida, de resistência a água, de durabilidade, de consistência de espuma, de desempenho sensorial após uso excessivo e finalmente, a avaliação da irritação cutânea das formulações. A análise dos resultados revelou que pela adição de extrato de algas aumentou a absorção de água em algumas formulações, melhorou a consistência da espuma, dimuniu a irritação na pele, trazendo benefícios gerais para a formulação.

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Temas Dermatológicos por Ronald C. Western, PhD,

Absorção Percutânea: Ciência e Lama

Define-se habitualmente a absorção percutânea como a taxa e a extensão com que um produto químico penetra na pele e é absorvido pela circulação sistêmica do organismo. Essa definição normalmente evolui para um conjunto numérico de limites (tais como microgramas por centímetro quadrado de área de superfície da pele por hora). No entanto, a absorção percutânea deve ser encarada como um fato que acontece a uma pessoa (consumidor, paciente ou animal substituto num estudo) e que e influenciado por um conjunto de circunstâncias relativas aquela pessoa. Quando um produto químico num veículo entra em contato com a pele da pessoa, fatores como "a dose total aplicada, a concentração, a área de superfície da pele e o tempo de contato com a pele" determinam a absorção percutânea. Fatores adicionais, como a variação da permeabilidade da pele em diferentes regiões do corpo, influenciam a absorção.

É preciso deixar claro que: qualquer produto químico colocado sobre a pele será absorvido. O fato de um produto químico atingir ou não um nível farmacológico ou toxicológico dentro da pele ou do organismo depende da natureza do produto químico, da quantidade e da taxa de absorção; isto é valido para qualquer produto químico e seu veículo.

A repórter de uma revista leiga telefonou ao nosso laboratório para falar com um dermatologista sobre pacotes de lama e banhos de lama. Ela precisava averiguar se os íons da lama eram absorvidos pela pele e se tinha os benefícios atribuídos à lama. Não havia um dermatologista disponível, mas eu (que tenho um doutorado) tentei responder as perguntas dela. A repórter perguntou novamente se os íons da lama seriam absorvidos pela pele. Minha resposta foi sim, porque nos do laboratório tinha acabado de concluir uma pesquisa mostrando que o cádmio e o arsênio do solo eram absorvidos pela pele. A menção de arsênio e cádmio alarmou a repórter. Em continuei dizendo que também tínhamos mostrado que alguns produtos orgânicos do solo (pesticidas como DDT, benzopireno e PCBS) também eram absorvidos pela pele. A repórter, então, afirmou que seu interesse se limitava aos "íons bons" e que ela continuaria ligando para o Centro Médico até encontrar um dermatologista que pudesse falar sobre os "íons bons".

Devo dizer que a lama está sendo usada aqui apenas como exemplo de um veículo não controlado, sem querer imputar-lhe implicações toxicológicas. Com efeito, logo depois de minha conversa com a repórter, fui jogar golfe com um dermatologista que ficou exposto a luz do sol mais tempo do que gostaria. No dia seguinte, esse dermatologista tomou um banho de lama para suavizar a pele.

Em algum lugar entre minha abordagem analítica a absorção percutânea e o conceito daquela repórter ficam o ponto onde a absorção percutânea deve estar. E preciso haver uma consciência de que quase tudo que fique sobre a pele será absorvido. A "dose total" pode ser grande ou pequena. A "concentração" é um fator chave, porque, quanta mais produto químico for posto sobre a pele, mais será absorvido por ela e entrara no organismo. A "área de superfície" e de máxima importância na determinação da absorção total pelo organismo. Um pacote de lama facial limita a aplicação total a área do rosto. A aplicação da lama no corpo todo, num banho de lama, aumenta muito a área de superfície da pele. Com isto aumenta em muitas vezes a dose total aplicada, e assim a quantidade de material absorvido pelo organismo. Quanto maior o "tempo" que o composto permanecer sobre a pele, mais material será absorvido. É bom lembrar também que a pele de diferentes áreas do corpo absorve os materiais a taxas diferentes, sendo o rosto uma das áreas de absorção mais alta.

As discussões sobre a absorção percutânea sempre expressam a função de barreira da pele. Na verdade, a gênese da barreira de permeabilidade começa no último trimestre de gestação e se completa logo antes do parto. Um bebê nascido a termo tem a função de barreira da pele intacta, enquanto o mesmo não acontece com um bebê prematuro. Essa função de barreira da pele serve bem a todas as pessoas no decorrer da vida toda.

Acreditava-se que a pele doente já não tivesse a função barreira, de modo que se abririam os portões da absorção. No entanto, é extremamente difícil tratar a psoríase com drogas tópicas. A pele doente efetivamente conserva, no todo ou em parte, a função barreira. A magnitude da absorção percutânea varia, conforme a situação da doença. Portanto, a absorção potencial da pele deve ser criteriosamente avaliada quando se tenta tratar uma doença, desenvolver um novo cosmético ou julgar se os íons "bons" serão absorvidos pela pele.

Atualidades Técnicas por Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho

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Acônito (Alopecia, Caspa)

Tônicos capilares contendo um ou mais compostos selecionados a partir de mucopolissacarídeos acíclicos de baixo peso molecular (ácido hialuronico) e derivados, são descritos na patente japonesa 05255045 de 13 de março de 1992, de autoria de Mina mino, H; Iwamoto, Y (Kanebo Ltda.). São indicados para evitar alopecia e formação de caspa.

Os mesmos autores, em outra patente japonesa 05286837 de 3 de abril de 1992, associam o acônito a um composto com efeito estimulante sobre a circulação sangüínea periférica e regenerador do folículo capilar. Um exemplo das formulações contendo extratos de acônito (0,5%) e de Panax ginseng (5,0%) e outros componentes foi testado em camundongos e humanos.

A associação com agentes antiinflamatórios (hidrocortisona, maleato de cloríeniramina, alantofna, guaiazuleno) ou com hormônios sexuais femininos (estradiol, etilenilestradiol, benzo ato de estradiol e estro na), e reivindicada pelos mesmos autores nas patentes japonesas 05286833 e 05286838, ambas de 3 de abril de 1992. Os princípios ativos sugeridos são adicionados a fórmula básica: álcool etílico 60,0%; estrato de acônito 0,5%; propileno glicol 1,0%; perfume 0, 1%e água destilada qsp 100% (cloreto de difenidramina 0,1 % ou estradiol 0, 0005%).

Da mesma forma que a anterior, os autores associam aminoácidos ao extrato de acônito, reivindicando a patente japonesa 05286834 de 3 de abril de 1992. O aminoácido empregado (metionina 0,05%) aumenta a atividade de crescimento capilar promovida pelo extrato de acônito.

Outras patentes com as mesmas finalidades foram depositadas pelos mesmos autores, 05279227 e 05279229 de 26 de outubro de 1993, associando o uso do extrato de acônito à piridoxina (cloridrato, dicaprilato, dipa1mitato e/ou tripalmitato) ou a hinoquitiol, isopropil metilfenol, clorexidina, resorcina e/ou ácido salicílico, respectivamente.

“Asparagus officinalis”
As seguintes patentes japonesas, todas de 16 de outubro de 1992, solicitadas pela Kosei Kk, tratam da ampliação de extratos de Asparagus officinalis em produtos cosméticos:

Na patente 06128139, o extrato de A. officinalis é associado a fosfolipídios. Deste vegetal extrai-se sapo nina que e empregada (1,08%) juntamente com lisofosfopídios (0,1 g/%) (Lecinol LL- 20 Nikkol) obtendo-se produto com atividade clareadora sobre pele de porcos.

A patente 06128140 trata do desenvolvimento de cremes para suavizar a aspereza e auxiliar a cicatrização da pele. Segundo os autores, uma loção poderá conter: óleo de rícinio etoxilado 1,0%; etanol 10,0%; preservantes 1,0%; extrato de A. officinalis 0,5%; extrato de Lactobacillus 0,5%; sorbitol 3,0%; pirrolidano carboxilato sódico 3,0%; perfume e água destilada qsp 100%.

A de número 06128141 trata da preparação de produtos cosméticos para uso tópico contendo superóxido dismutase. As formulações apresentam efeito inibidor sobre a peroxidação de lipídios evitam envelhecimento cutâneo e agem como suavizantes para pele.

O extrato de A. officinalis associado a N, N - diacetilcistina e extrato de Coixlacryma apresenta atividade clareadora e evita descoloração da pele, segundo a patente 01628143.

Preparações que amaciam a pele e são de baixa viscosidade, permitindo fácil espalhamento, são obtidas pela associação do extrato de A. officinalis com óleos (rosa) e derivados de colesterol (colesteril-12-hidroxiestearato), segundo os autores na patente 06128144.

Finalmente, na patente 06128145, o extrato de A. officinalis e associado a agentes antiinflamatórios (ácido gliciretínico, guaiazuleno e/ou acido e-aminocapronico) e outros extratos vegetais (Artemísia). As preparações protegem a pele de dermatites produzidas por radiações solares.

Artemísia

Tônicos capilares contendo extratos de Artemísia capilaris (ácido clorogenico 6,7-dimetoxicumarínico, ácido cafeico), são reivindicados na patente japonesa 06145027 de 6 de novembro de 1992, de autoria de Tanaka, K; Myamoto, T (Kanebo Ltda.). Associando-o a outros extratos vegetais (Swertia japonica, Panax ginseng), as formulações testadas em homens apresentam efeito estimulante sobre o crescimento capilar.

A Pola Kasei Kogyo Kk reivindica na patente japonesa 05331021 de 27 de maio de 1992, de autoria de Nakamura, M; Masano, M; Okada, M, a preparação de cosméticos contendo silicones hidrossolúveis é extrato de Artemísia (0,005-5,0% em peso) ou derivado em pó. A seguinte formulação é citada como exemplo: álcool etílico 20,0%; éter polioxialquileno modificado 3,0%; polivinilpirrolidona 1,0% e água destilada qsp 100,00%. Obtem-se um fixador de cabelos estável.

Cravo-da-índia
(Clareador da Pele)

A seguinte fórmula de creme para clarear a pele faz parte da patente japonesa 0624955 de 10 de julho de 1992 de autoria de Shinho, T; Kimura, M; Masuda, M; Suzuki, J; Minematsu, Y (l(ao Corp): mono estearato de glicerina 5,0%; mono estearato de polietileno glicol 2,0%; esquala no 8,0%; tri-octanoato de glicerina 8,0%; álcool estearílico 5,5%; dimetil poli-siloxano 0,2%; propileno glicol 5,0%; EDT A s6dico 0,1%; Lacido ascórbico (fosfato magnésio) 3,0%; extrato cítrico 1,0%; preservante, perfume qsq; água destilada qsp 100,0%.

Outra patente apresentando produtos com a mesma finalidade, onde a fórmula acima é acrescida de extratos vegetais, protegendo o usuário de pigmentação induzida por radiação ultravioleta, foi solicitada pela equipe da Kao Corp (PJ 0672849 de 10/06/92).

Cultura de Células Vegetais

Cosméticos contendo acido brionólico são preparados conforme a patente japonesa 06157280 de 27 de novembro de 1992 de autoria de Ito, M; Oosumi, K; Kosugi, N; Takagi, H; Fukunaga, I; Ogawa, T (Nippon Menaado Keshohim Kk). O ácido brionólico produzido por cultura de tecidos vegetais promove o crescimento de células, sendo benéfico para a pele e promove a cicatrização.

“Fagus silvatica”
(Antienvelhecimento)

A Gattefosse (França)apresenta através do pesquisador Fevrier, F, uma revisão sem referências, sobre o desenvolvimento, composição e testes toxicológicos de extratos de Fagus silvatica. Segundo o autor, estes extratos são empregados para formulação de cosméticos antienvelhecimento. O artigo foi publicado na revista Seifen, Oele, Fette Wachse, v. 119(3), p. 142-5, 1993.

Gergelim (Antioxidante Hidratação Cutânea)

Na revista Parfums, Cosmet. Aromes v. 111, p. 52-4, 1993, foi publicado artigo anônimo sobre o uso do óleo extraído do gergelim. O mesmo é rico em sesamina, sesomolina e ácido linoléico que os protegem da oxidação, conferindo ao óleo atividade antioxidante, anti-radicais livres e propriedades de hidratação da pele.

Formulações básicas para cosméticos contendo óleo de gergelim de alta estabilidade, y- e/ou 8-tocoferol 0,005 - 2,0% e ácido ascórbico 0,0005 - 0,02% em peso, são reivindicadas na patente japonesa 0693284 de 31 de julho de 1992, de autoria de Kato, H; Iwamoto, S (Nippon Oils & Fats Co Ltd.). Um exemplo de formulação básica consiste de: cetano15, O%; ácido esteárico 2,0%; cera de abelha 1,0%; vaselina 5,0%; esquálido 20,0%; óleo de gergelim 3,0%; Panacet 8107,0%; monoestearata de glicerina 2,0%; monolaurato de polioxisorbitano 2,0%; benzo ato de sódio 0,1%; hidróxido de potássio 0,05%, propileno glicol 5,0% e água destilada qsp 100%.

“Ginkgo biloba”

Os efeitos de promotor de crescimento capilar e inibição de agregação plaquetaria de extratos de Ginkgo biloba foram descritos por Kubo, M; Matsuda, H; Suzuki, R; Kobayashi, N (Fragrance I, v. 21(9), p. 27-36, 1993).

A L’oréal através da patente francesa 2699818 de 24 de dezembro de 1992 de autoria de N’GUYEN, QI, reivindica a preparação de composições cosméticas e farmacêuticas contendo polifenóis (flavonóides) e extrato de Ginkgo biloba. Um exemplo da formulação desenvolvida e o seguinte: extrato de G. biloba 1,0%; extrato de chá verde 0,1%; Lecinol S-10 0, 375%; Generol 122ES 0,625%; ciclometicone 2,0%; glicerina 10,0%; p-hidroxibenzoato 0,3% e água destilada qsp 100,0%.

Hamamélis (Adstringência)

A composição e aplicação de extrato fluído de Hamamélis são apresentadas por Viennat, B; Bos, MA; Gross, D; Pourrat, A. Paj, iums Cosmet, Aromes, v. 108, p. 52-6, 1992. Hidrogéis a base de extrato fluído de hamamélis e celuloses ou carragenanas tem propriedades adstringentes e anticépticas, sendo aconselhados para problemas dérmicos.

Kukui (Hidratação, Proteção Dérmica)

Ako, H; Fujikawa, L; Gray, D em artigo publicado no I Soc. Cosmet Chem, v 44(5), p 239-47, 1993, demonstram a aplicação cosmética deste óleo nativo do Hawaf. Possui a habilidade de penetrar no estrato c6meo deixando uma barreira de triglicerídeos (contendo ácidos graxos saturados e insaturados) na superfície dérmica. Esta barreira é capaz de proteger contra secagem e o óleo transmite ótima sensação tátil à pele. O óleo de kukui é bastante estável, conforme análise realizada pelo teor de linoleato (CIS: 3n-3).

Mal-me-quer (Enxaguatório Bucal)

Na patente russa 1799269 de 17 de setembro de 1990, de autoria de Yapeev, AS; Borovskij, EV; Volfenzon, II; Miro nova, NI, encontra-se a fórmula de enxaguatório bucal: extrato de flores de mal-me-quer 6,0 - 8,0%; etano140, 0 - 50,0%; glicerol 4,0 - 6,0%; sacarina 0,03 - 0,05%; ácido cítrico 0,03 - 0,3%; aromatizante 1,0 - 2,0%; água destilada qsp 100%.

Tal produto apresenta a propriedade de remineralizar o esmalte dos dentes e promover a profilaxia bucal.

Fragrâncias por Dr. Giuseppe Mario Merenna

Essências em Cosméticos

As essências são imprescindíveis em qualquer formulação cosmética e o componente mágico do produto que desperta no consumidor sentimentos, sonhos, lembranças, expectativas e desejos.

Este trabalho visa mostrar de maneira clara e simples, a estrutura básica e as propriedades das essências, com o objetivo de fornecer subsídios ao formulador para utilizá-las de maneira eficaz e segura nas mais variadas bases cosméticas.

Composição

A estrutura básica de uma essência pode ser definida como um sistema formado por um veículo, suporte dos diversos compostos que conferem odor, e por tensoativos, dependendo da aplicação sugerida para a essência.

Conforme a aplicação que se destina, o veículo e os tensoativos da essência podem variar, portanto, o formulador deve-se certificar das finalidades de uso indicadas pelo fabricante, antes de utilizar uma essência num novo produto.

As essências são formadas por centenas de matérias-primas, cada uma delas contribui para o odor final - são os componentes que possuem as "notas odoríferas específicas," que quando combinadas conferem a essência o odor desejado.

No ramo de perfumaria diz-se que as "notas" são mais "leves" ou "pesadas" em função da "velocidade de saída" isto é - de acordo com a ordem de percepção olfativa. Portanto, as notas frescas são ditas mais leves, enquanto as notas amadeiradas, mais pesadas. Quando associadas, as notas mais leves se sobressaem em primeiro plano, sendo seguidas petas demais.

Mecanismo de Difusão

Os componentes odoríferos das essências, por serem de origens diversas, possuem propriedades físico-químicas distintas: solubilidade, pressão de vapor e ponto de ebulição. Por essa razão, as "notas" são liberadas em momentos ou etapas diferentes uma das outras. Essas etapas podem ser divididas em 3 grandes grupos de notas: de topo, de corpo e de fundo.

Notas de topo. São os mais leves, causam o primeiro impacto, são as responsáveis pela "explosão" no ambiente. Exemplos são as notas cítricas e frescas.

Notas de corpo. São as notas mais pesadas, percebidas logo após as de topo. São as notas responsáveis pela "identidade da fragrância" - tem duração bem maior que as de topo. As notas florais e aromáticas são conhecidas notas de corpo.

Notas de fundo. Constituem-se nas notas de maior peso da composição, começam a se tomar perceptíveis juntamente com as de corpo. Ao contrário das notas de topo, possuem maior interação com as notas de corpo, de modo que, devido à baixa volatilidade, tem a tendência a reter as notas de corpo, exercendo dessa forma a "função fixadora" das notas mais leves em alguns casos. É o caso das notas amadeiradas e almiscaradas.

Interação com o Substrato

Quando da concepção e criação, os perfumistas direcionam as essências para os substratos específicos nos quais essas essências serão utilizadas na pratica. Alguns fatores determinam esse direcionamento.

Odor. O odor percebido de um produto cosmético, na realidade, é o resultado da mistura de odores da essência com o substrato utilizado na formulação desse produto. Essa e a razão para se utilizar essências específicas nos produtos desejados; caso contrário, corre-se o risco de se obter um odor indesejado ao se incorporar ao produto uma essência agradável quando avaliada isoladamente.

Solubilidade. A essência tem que ser totalmente solúvel no substrato, caso contrário, o resultado será a turvação do produto final. Alguns dias após a fabricação ocorrem uma melhor interação entre a essência e substrato - o odor se toma agradável e harmonioso. Esse fenômeno é mais perceptível em formulações alcoólicas, tais como perfumes e colônias, porem também ocorre em outras formas cosméticas como shampoos, géis e emulsões.

Solubilidade e Viscosidade

A solubilidade de uma essência depende da natureza do substrato, do veículo que a compõe e dos tensoativos que podem estar presentes em sua composição.

Dois fenômenos físico-químicos: a formação de micro-emulsão e a interação solvência/co-solvência, garantem o êxito da solubilização de uma essência no sistema. Esses fenômenos podem ou não ocorrer simultaneamente.

• Micro-emulsão. É definido como o sistema emulsionado que possui micelas de tamanho menor que 5 u. Por essa razão essas micelas não conseguem desviar a trajetória da luz, permitindo que essa atravesse o sistema livremente, conferindo a este o aspecto transparente.

Para a obtenção de micro-emulsões propriamente ditas, deve-se selecionar adequadamente os tensoativos, levando em conta o valor HLB e a sua família química, além de utilizá-los em altas concentrações.

• Co-solvência. Quando um determinado meio não possui grande afinidade pelo soluto, utilizam-se co-solventes para auxiliar a solubilização. O exemplo mais conhecido e o uso de álcool etílico em formulações que levam água, como perfumes desodorantes e colônias.

• Viscosidade. A quebra de viscosidade quando da utilização de uma essência, é um dos maiores problemas enfrentados pelos formuladores. O veículo da essência, por possuir acentuadas propriedades solventes, é o principal responsável por esse fenômeno. Em menor escala, os tensoativos da composição também podem causar a queda da viscosidade de certas formula-~6es, principalmente as emulsões.

Conclusão

As essências são ingredientes fundamentais para os produtos cosméticos, entretanto devem se adequadamente empregadas para evitar os relativamente comuns problemas de turvação e quebra de viscosidade das formulações. Portanto, devem-se utilizar sempre essências de fornecimento constante, de origem conhecida e de qualidade consistente, que garantam níveis de solvente compatíveis com a fórmula desenvolvida e evitando, assim, sérios problemas de fabricação.

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