Tratamento Cutâneo

Edicao Atual - Tratamento Cutâneo

Editorial

O mundo está acompanhando com muito interesse e atenção aos jogos Olímpicos que se realizam em Atlanta, nos Estados Unidos. Completando 100 anos nesta edição.

As Olimpíadas sempre nos trazem a idéia de competição, de vencedores e de medalhas.

A indústria brasileira. com a abertura do mercado às importações, está competindo também num "tipo de olimpíadas".

No início era o protecionismo, pois para controlar a balança comercial, o Governo impôs restrições aos importados. A indústria teve que se adaptar à essa situação e, por longo tempo, para ter o "benefício" de operar no mercado, livre da concorrência externa, ficou privada do acesso às matéria-primas e tecnologias estrangeiras.

Entretanto, como num passe de mágica, o mercado abriu suas portas para os produtos importados.

A estratégia de abertura, quase perfeita, proposta pelo Governo, só teve uma falha, não sugeriu um cronograma de ajustes da indústria ao novo modelo.

Mudanças de rumo com o aumento da alíquota do imposto de importação de produtos têxtis, calçados e brinquedos, para citar alguns casos, foram necessárias, porém poderiam ter sido evitadas.

A continuar dessa forma, nessas "olimpíadas" a indústria brasileira terá competição (e muita) e poucas chances de medalhas.

Nesta Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) estaremos enfocando o tratamento Cutâneo. Há um destaque para os "peelings" químicos, o envelhecimento natural, emoliente diferenciado para cosméticos, a bioengenharia cutânea, com suas máquinas maravilhosas para medir o estado da pele, e nem a celulite foi esquecida na nossa pauta.

Boa leitura!

O Envelhecimento Intrínseco - Martin Rieger - M &A Rieger Associates, Morris Plains NJ, Estados Unidos

M & A Rieger Associates, Morris Plains NJ, Estados Unidos.

Poucos cientistas discordam de que existam duas causas para
explicar o envelhecimento. 0 fotoenvelhecimento, desencadeado por várias fontes luminosas, foi extensamente pesquisado. Alguns dos principais fatores, como a luz UV, os radicais livres e o dano oxidativo são razoavelmente bem conhecidos. No entanto, o envelhecimento natural continua sendo um enigma. Restos metabólicos, cross-linking e erros na duplicação do gene controlam esse processo. Contudo, sabemos relativamente pouco sobre esses e outros fatores: apenas que o processo e desencadeado pela longevidade.

Os avanços na ciência médica e biológica tiveram êxito em
melhorar a qualidade de vida durante meia-idade e a terceira idade, e pequenas "melhorias" na aparência costumam ser atribuídas a uma série de procedimentos cosméticos ou cirúrgicos atualmente disponíveis.

É estimulante saber que os pesquisadores podem estar no limiar da descoberta de informações sobre a duplicação do genoma humano no processo de envelhecimento. Só o tempo dirá se essa pesquisa melhorará nossa aparência ou aumentará nosso tempo de vida.

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Bioengenharia Cutânea: Novas Perspectivas sobre a Fisiologia da Pele - Luís Rodrigues - Msc, Phd - Laboratório de Fisiologia Experimental e Laboratório de Biologia Cutânea, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa , Lisboa, Portugal

A bioengenharia cutânea constituiu-se, nos últimos anos, num dos mais importantes avanços da natureza tecnológica na área de dermatologia. Trata-se do estudo das características biológicas e funcionais da pele através da medição rigorosa de determinadas variáveis por métodos cientificamente comprovados e não traumáticos.

O autor, um especialista no assunto, descreve alguns desses
métodos, notamente aqueles empregados para medida cutânea da hidratação, do teor de gordura, do pH, da perda transepidérmica de água e do relevo cutâneo.

Uma vez que os meios de diagnóstico derivados da bioengenharia cutânea e, portanto, cientificamente validados, sejam colocados ao dispor do profissional de estética e cosmetologia, oferecerão uma série de vantagens sobre o esquema convencional.

Desta prática resultará significativo acréscimo na segurança (para o profissional e para o paciente), no rigor, na credibilidade e na qualidade do serviço prestado.

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Controlando o Surgimento da Celulite - Ronald M. Di Salvo, PhD - Ucla Dept of Humanities Science and Social Sciences, Los Angeles CA EUA

UCLA Department of Humanities, Science and Social Sciences, Los Angeles CA, Estados Unidos.

O excesso de gordura acumulada a partir do armazenamento
de nutrientes que o organismo não utiliza é uma das origens da celulite.

Estudos realizados sobre a etiologia e o tratamento da celulite indicam que a lipólise é mediada em parte pelo sistema nervoso, através da ação dos receptores beta e o:2-adrenérgicos na superfície da célula de gordura.

Os estimuladores beta-adrenérgicos incluem a teobromina,
teofilina, ácido teofilineacético, aminofilina, cafeína, isopropilarternol e epinefrina. Os inibidores α:2-adrenérgicos incluem a ioimbina, alfa-ioimbina, piperoxana, fentolamina e diidroergotamina.

Neste trabalho é apresentada descrição detalhada e mecanismo de ação desses e de outros estimuladores, inclusive extratos de ervas.

Para o autor, a diminuição seletiva e bem-sucedida nos depósitos de células de gordura, via encaminhamento tópico e exige o encaminhamento do(s) agente(s) ativo(s), para que seja obtida concentração mais elevada na área de depósito adiposo onde se procura obter a lipó1ise. Esse encaminhamento pode, teoricamente, ser auxiliado pelo uso de lipossomas, nanosferas ou algum outro mecanismo semelhante de veículo intensificador do encaminhamento, visando o tecido.

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Escolha de Emolientes para Produtos Solares - Gerd H. Dahms

IFAC, Duisburg, Alemanha

O uso de emulsificantes não etoxilados em formulações de
bronzeadores oferece muitas vantagens. Diminui significativamente o perigo de danos da luz, tais como os causados por derivados PEG quando se auto-oxidam durante a exposição direta da pele à radiação solar. Os modernos emulsificantes lipídicos, que não exibem suas propriedades características abaixo de 50°C e mostram solubilidade relativamente baixa na água em temperatura ambiente, oferecem boa resistência à água em emulsões bronzeadoras
óleo-em-água.

Além de influenciarem a capacidade de espalhamento e penetração dos protetores solares, esses emolientes são compatíveis com a pele.

Devido à alta eficácia desses emulsificantes, a reologia das emulsões bronzeadoras pode ser apontada quase que em qualquer direção desejada. Pode-se, assim, controlar com sucesso o efeito das emulsões de filtro solar (que dependem grandemente de diversas variáveis) com formulações apropriadas. Isto significa que é possível obter alta eficácia do produto com baixas concentrações de agentes de filtro solar.

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Diferencial entre Emolientes Cosméticos - Enilce M. Oetterer Dragoco Perfumes e Aromas Ltda., São Paulo SP, Brasil

Durante anos a composição básica dos emolientes tem sido
relativamente constante, distinguindo-se pelo forte caráter hidrofílico, tal como o da glicerina ou glicóis e dos óleos não polares, os quais frequentemente são utilizados para a cosmética em forma de emulsões.

O octonoato de etila se apresenta como a nova opção de ester para aplicações cosméticas, destacando-se características como: líquido incolor de odor neutro; altamente resistente à oxidação e estável em meio ácido ou básico; baixa viscosidade a baixas temperaturas; baixa tensão superficial e não-comedogênico.

Devido a estas propriedades, o octanoato de etila promove
fácil e rápida absorção de gorduras, óleos e mistura de ceras através da pele, resultando em efeito acetinado após a aplicação, fato este muito considerado pelo consumidor. Sua aplicação destina-se a inúmeros produtos cosméticos, tais como óleos para pele, emulsoes A/O e O/A e produtos hidroalcoólicos.

Através do estudo de suas propriedades físico-quimicas aqui
apresentadas, comparadas com os demais emolientes, o octonoato de etila demonstrou ser muito eficiente, possibilitando novas opções de formulações cosméticas e diferenciando, assim, a qualidade e benefícios do produto cosmético final.

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A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida Cunha

As Pessoas na Empresa Contemporânea

BR Assessoria em Qualidade, São Paulo, Brasil

Um dos grandes desafios da empresa contemporânea, senão o maior, é conhecer e administrar seus talentos de forma eficaz, pois num mercado em que a exigência da qualidade praticamente igualou produtos e serviços, este fator passou a ser o mais importante diferencial na competitividade.

Num passado ainda não muito longínquo, conseguíamos claramente diferenciar os modelos e o desempenho de automóveis, eletrodomésticos e outros produtos que através de seus desenhos, componentes, facilidades inerentes, alternativas de funcionamento etc, tornavam- se evidentes. Atualmente, com a competição e a difusão da tecnologia cada vez mais rápida, esses produtos tornam-se dia-a-dia mais semelhantes, tanto nas suas características quanto nos seus preços.

Onde então deveremos procurar, o diferencial competitivo?

Certamente em dois componentes que se tornaram fundamentais:
- Na qualidade das pessoas, ou seja, os talentos da organização e;

- Nos serviços associados aos produtos (assistência técnica).

Para sobreviver a esta forte situação de competitividade, é necessário que as organizações passem a cuidar com extremo cuidado e competência do seu processo de liderança no mercado. Este passa, obrigatoriamente, por um sistema de administração e potencialização de seus talentos, tendo como orientador a missão da empresa, a sua visão de futuro e os seus valores.

A via obrigatória da administração e potencialização de talentos é a identificação e o conhecimento, iniciando uma série de procedimentos especializados que visam, num conjunto mais amplo, conhecer, em sintonia com o direcionamento estratégico da empresa, as características de seus dirigentes e colaboradores. Não apenas a sua formação e capacidade técnica, mas também a habilidade humana e conceitual.

Identificando, administrando e potencializando corretamente os talentos, benefícios e resultados serão alcançados:

- Obter a perfeita orientação no plano de educar e desenvolver que conjugando as características de cada colaborador com as necessidades da empresa, apresentará maior objetividade, garantindo que os investimentos sejam dirigidos no sentido de retorno mais seguro;
- Orientar de forma mais transparente, segura e indiscutível os planos de carreira e de sucessão;
- Flexibilizar a estrutura interna da empresa pois, conhecendo os talentos e potenciais disponíveis, haverá a possibilidade de movimentação e de aproveitamento adequado nos momentos em que for necessário ou conveniente. Isto confere forte influência sobre o grau de motivação da equipe, desta forma todos serão estimulados ao auto-desenvolvimento e ao trabalho em equipe. Resultados mais abrangentes de um sistema adequado para identificar e desenvolver a potencialidade dos talentos, são a atualização geral das atitudes e de respostas das pessoas aos modelos de gestão que a empresa está utilizando, considerando que valores e comportamentos pessoais também se tornam obsoletos;
- Fornecer subsídios para o sistema de gerenciamento de desempenho, a base da remuneração variável e estratégica.

Um programa para identificar potenciais e talentos bem desenvolvidos, promove clima saudável, proporciona crescimento e desenvolvimento, gera credibilidade e comprometimento com a empresa. 0 programa, portanto, deve ser muito bem conduzido por elementos de comprovado conhecimento da área, não só em total consonância com a alta administração, como também em absoluto respeito às pessoas. Para que os resultados sejam alcançados é de suma
importância que a empresa o inicie a partir do seu direcionamento estratégico, juntamente com os elementos "missão," "visão de futuro," "crenças" e "valores" descritos e divulgados; deve haver clareza nos objetivos e resultados a serem atingidos através do programa, conduzido com transparência, criando condições para a participação ativa dos elementos envolvidos.

Estabelecidos os princípios, objetivos e as formas de realização do programa, estando portanto definidos seu começo, meio e acompanhamento, poderá ser iniciado e conduzido de tal forma que todos os passos importantes sejam realizados e seguidos na sequência adequada, garantindo seu sucesso desde o início, promovendo crescimento do entusiasmo ao longo do desenrolar do processo.

O primeiro passo, após a conveniente divulgação interna do programa, da sua função e da forma como será desenvolvido, e a descrição das funções com abordagem atualizada, com foco nas responsabilidades e não nas tarefas. Estando esta fase completa, passa-se ao processo de avaliação de potencial. A característica mais importante desta fase e dada pelo uso de instrumentos atuais e complementares de avaliaçao, que garantam a identificação criteriosa das características individuais, das competências gerenciais e do potencial a ser desenvolvido. 0 feedback das características pessoais, o comportamento e atuação no grupo, considerando, ao mesmo tempo, a auto e a heteropercepção, finaliza esta fase. Representa a forma adequada de informação ao avaliado, demonstrando a condição de respeito ao ser humano, alimentando-o de informações básicas e importantes para que, devidamente orientado pelo especialista, possa elaborar seu próprio plano de desenvolvimento.

O programa tem continuidade com o sistema de acompanhamento e a sua interação com os outros sistemas internos de gestão de pessoas, para que todo esse conjunto de ações se incorpore de forma orgânica ao modelo de gestão da empresa. Através dele a empresa passa a dispor de sistema atualizado de identificação e de desenvolvimento de talentos, que pode ser incluído em seu sistema de gestão da qualidade ISO 9000 (item 18 da Norma ISO 9000) ou de qualidade total.

Este mesmo programa, devidamente complementado por adequado sistema de gerenciamento do desempenho, se constituirá na base eficiente para sistema de distribuição de resultados, que poderá ser composto por elementos chaves como desempenho individual, da equipe e da empresa, cujos critérios podem ser definidos com a participação de todos.

Estes são os motivos pelos quais um programa de identificação e de administração de potenciais e de talentos, bem conduzido, promove clima saudável, proporcionando crescimento e desenvolvimento, gerando credibilidade e comprometimento com a empresa, pilares fundamentais para seu crescimento e perpetuação no mercado em que atua.

Referências:

Friedrich Reuss é bacharel e licenciado em Química, e especialista em gestão da qualidade. É titular da BR Assessoria em Qualidade.

Maria Aparecida V. da Cunha e psicóloga especialista em gestão de pessoas.

Endereço para correspondência com os autores: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Alvaro de Menezes 74, 04007-020 São Paulo SP, Brasil.



Mercosul por Carlos Alberto Trevissan

A Qualidade no Mercosul

Consultor Independente, São Paulo SP, Brasil

A morosidade continua sendo a maior barreira encontrada nas relações do Mercosul pois o processo de efetivação das resoluções é lento e, segundo consta, somente o Brasil publicou as referidas resoluções para fins de implantação.

A harmonização das políticas macroeconômicas está incompleta, embora os avanços nas negociações indiquem que as diferenças conceituais possam ser ultrapassadas. Um exemplo claro foi a questão das cotas de automóveis, resolvidas a contento, porém com algumas restrições. As imposições feitas aos parceiros tem o inconveniente de acirrar os ânimos nacionalistas e que muitas vezes não beneficiam quem as produzem, significando retrocesso, cabendo sempre negociar as correções.

Na última reunião oficial de 1995, do GMC (Grupo do Mercado Comum) foram referendadas sugestões para o "Guia de Boas Práticas de Fabricação," propostas aos países membro, que foi baseado nos princípios que regem a Qualidade Total. Se for efetivamente implantado, terá como resultado aumento significativo nos valores definidos como parâmetros de avaliação da qualidade do setor como um todo.

A definição a ser adotada para "boas práticas de fabricação" baseia-se no conjunto de procedimentos seguros a serem seguidos pelas empresas de produtos diversos com o objetivo de assegurar a natureza e a qualidade pretendida. 0 Guia de Inspeção, já publicado no Brasil pela portaria 30, servirá como manual para verificação da implementação dessas boas práticas nas empresas localizadas nos estados membro.

O documento em questão aborda com bastante clareza, funções de: controle de informações; rastreamento de lotes; projetos específicos; conhecimento de metodologia; técnicas de treinamento; estabelecimento de especificações.

A partir dessas funções foram baseados alguns procedimentos como: diretriz; objetivo; aplicação; definição; responsabilidade; procedimento.

No que diz respeito ao processo operacional propriamente referido, o Guia aborda tópicos como: descrição dos processos; definição clara dos equipamentos; observação das normas de segurança; controle das características do produto acabado; correta manutenção e limpeza dos equipamentos.

Também devemos mencionar que são consideradas ações de natureza corretivas e preventivas.

A implantação do Guia de Boas Práticas de Fabricação enfatiza e proporciona orientação quanto ao estabelecimento de planos de qualidade; definição de necessidades de controle de processo, dispositivos, etc para a qualidade;
compatibilidade de processo; atualizações técnicas de controle de qualidade; estabelecimento de padrões; estabelecimento de registros.

A fundamentação para a implementação visa primordialmente a integridade do produto; os produtos seguros, puros, eficazes; a atenção a indícios quanto a defeitos; a prevenção de contaminação; o compartilhamento das responsabilidades.

Como anteriormente mencionado, a ênfase quanto ao treinamento estabelece que todos devem ser treinados nas funções e objetivamente direcionados para o seu trabalho, que os treinamentos devem ser devidamente registrados, que a qualificação deve abranger todos os funcionários e que todos os funcionários devem ser treinados quanta a adoção das boas práticas de fabricação.

O modo com que os procedimentos devem ser registrados também ficou estabelecido no Guia e, este baseia-se no formato padronizado, em informações permanentemente atualizadas que devem ficar a disposição, sempre que necessário, além de terem sido previamente aprovados pelo controle de qualidade.

Dos tópicos contidos no Guia, o de maior relevância é o que se refere a validação dos procedimentos, métodos, sistemas etc.

Validação ficou entendida como a reprodutibilidade documentada de um processo, procedimento, sistema etc específico, que resulta em produtos produzidos em concordância com os parâmetros. A inclusão deste conceito foi muito questionada pelos representantes do Paraguai, que temiam que pudesse ser utilizado pela fiscalização quando
das inspeções e autuar as empresas naquele país.

Apos longa discussão, o consenso foi obtido, e a validação foi incluída como um dos itens do Guia.

Referências:

Endereço para correspondência com o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português). Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 São Paulo SP, Brasil.





Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Peeling Químico

Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí SP, Brasil

Peeling é o nome dado ao procedimento onde provoca-se a descamação da pele, o termo deriva do verbo "to peel" em inglês que significa descascar. Quando o agente indutor desta esfoliação é químico damos o nome de "peeling químico". Também existem "peelings" realizados com aparelho mecânico (dermoabrasão) ou realizados pelo aparelho de laser.

Os peelings químicos podem ser indicados para o tratamento de varias alterações de pele como: manchas (melasma, melanoses senis), cicatrizes e fotoenvelhecimento.

Os principais objetivos do peeling químico nestes tipos de tratamento podem ser sumarizados em três pontos básicos:
- Eliminação das camadas danificadas da epiderme
- Renovação das células da epiderme
- Agressao à derme, provocando inflamação com ativação de mediadores celulares que provocam estímulo das fibras produzindo colágeno novo e melhora da irrigação sanguínea.

Tipos de Peeling Químico

Os peelings químicos tem uma classifição embasada na profundidade da pele que podem atingir: superficial com ação na epiderme, médio na derme papilar e profundo tem ação na derme reticular.

Podem ser utilizadas várias substâncias "químicas", em geral ácidos, para realizar um peeling. Pretende-se que essa substância penetre na pele, não seja tóxica ao organismo e, conforme a profundidade atingida, seja capaz de conseguir alguns dos benefícios citados anteriormente.

Conforme a alteração clínica que vá ser tratada são escolhidas substâncias compatíveis com este grau de penetração. Se a intenção de tratar manchas ocasionadas por melanina localizada na epiderme, utilizaremos um peeling superficial e assim por diante.

Sumarizamos a seguir alguns exemplos de substâncias que podem ser utilizadas e qual a profundidade conseguida para sua ação:
• Peeling superficial: ácido glicólico 50 a 70%, ácido tricloro-acético 10 a 25%, resorcinol 20 a 30%, solução de Jessner (ácido lático 14%, ácido salicílico 14%, resorcinol 14%, alcool qsp)
• Peeling médio: ácido pirúvico 90%, ácido tricloro-acético 30 a 40%, solução de Jessner + acido tricloro-acético 35%.
• Peeling profundo: ácido tricloroacético acima de 40%, Fenol 88%, fórmula Baker (fenol + oleo croton + septisol).

O peeling químico é um procedimento médico, pois as condições clínicas do paciente precisam ser conhecidas, assim como o potencial e característica das substancias utilizadas.

Antes da sua realização é necessário preparar a pele para que esta possa reepitelizar melhor após ser agredida.

Recomendamos nestes casos o ácido retinóico em concentrações de 0,025% a 0, 1%, uma vez à noite pelo no mínimo durante 15 dias antes da realização do peeling.

Podem também ser utilizados os alfahidróxi-ácidos como ácido glicólico (5 a 8%) ou ácido láctico (5 a 7%) ou lactado de amônia (5%), sempre uma vez à noite, durante pelo menos quinze dias antes do peeling.

Como dissemos, o peeling será utilizado para o tratamento de manchas cicatrizes e, principalmente, o fotoenvelhecimemto que inclui rugas, flacidez, melanoses (mancha senil) e queratoses (lesão pré-cancerosa).

As peles são classificadas segundo a pigmentação (quantidade de melanina) em números de I a VI: as classificadas como I, são muito brancas, de indivíduo claro, de olhos claros; enquanto que as classificados como VI, são de indivíduos negros.

Os peelings químicos não devem ser realizados em peles IV, V e VI , indivíduos morenos, orientais, mulatos e negros, pois as chances da pele pigmentar são muito grandes.

Os peelings químicos também devem ser evitados em pessoas muito idosas, (acima de 80 anos), cardíacos, diabéticos, indivíduos em tratamento com drogas que induzem a pigmentação (tetraciclína, anticonvulsivantes, amiodarona,
etc). Quando o candidato ao peeling utilizou a medicação da família dos retinóides (isotretinoína ou etretinato), deve ser aguardado no mínimo um ano após o término da medicação para realizar o peeling químico.

O peeling químico deve ser realizado em ambiente adequado como um procedimento cirúrgico e a procedência dos agentes químicos deve ser confiável. Conforme a profundidade e a substância utilizada, é necessária sedação prévia.

Nos dias subsequentes ao peeling químico é necessário limpar bem a pele, com detergentes leves, usar pomada com antibiótico a noite, evitar a manipulação da crosta e usar filtro solar.

Sempre ocorrerá a formação de uma crosta que será mais fina ou mais espessa dependendo da profundidade do peeling. Esta crosta (casca) não deve ser arrancada e sim sair naturalmente. O cuidado com o sol é imprescindível durante
pelo menos um mês após peeling.

Características dos Pellings

Citaremos algumas características dos principais peelings realizados em nossa clínica:

• Acido glicólico. É um alfa-hidroxi-ácido que, em baixas concentrações, provoca diminuição da adesão dos corneócitos e, em altas concentrações, é epidermolítico (destroe a epiderme). Pode ser encontrado a 70% em solução alcoólica e também como gel alcoólico.

Para a realização do peeling é importante observar a concentração acima de 50% e também o pH. Com pH baixo (aproximadamente 1,5) provoca maior irritação do que com pH mais alto (aproximadamente 2,5). Há muita controvérsia
a este respeito, pois algumas correntes acreditam que quando neutralizado parcialmente, sua ação é menos expressiva.

O peeling de ácido glicólico é tempo-dependente e deve ser neutralizado ou diluído (lavagem) quando se atingir o tempo ideal para aquela indicação.

O paciente deve ter a pele preparada e, durante o peeling, é importante a limpeza vagarosa da pele para retirar gordura, detritos e pequenas crostas. A substância deve ser espalhada com rapidez, utilizando-se um pincel ou cotonete.
A pressao deve ser sempre a mesma, passando-se em áreas específicas na seguinte ordem: fronte, região malar, direita, esquerda, queixo, nariz, região supra labial e regiao peri-orbital. A pele torna-se avermelhada ou ligeiramente esbranquiçada. O controle é feito pelo tempo e observação da coloração da pele. Em seguida, pode-se neutralizar com soluções alcalinas ou lavar várias vezes o rosto com água corrente.

O peeling de ácido glicólico 70% é superficial e pode ser repetido a cada 15 dias.

• Ácido tricloro-acético (TCA ou ATA). É o mais utilizado para peeling químico por vários motivos:

- Pode ser indicado para manchas, cicatrizes e é o melhor agente para envelhecimento;
- E muito seguro, não tendo toxicidade sistêmica;
- Apresenta poucas complicações e mesmo assim somente quando utilizado em concentrações mais altas;
- É usado em várias concentrações e portanto pode ser superficial, médio e profundo;
- É muito barato e acessível;
- Não é necessário a neutralização do peeling

Neste tipo de peeling a pele também necessita de preparação prévia e deve ser limpa vagarosamente no dia do peeling.
Conforme a concentração a ser utilizada, o paciente pode tomar um sedativo anteriormente ao procedimento.

A solução para o peeling de ácido tricloroacético é aquosa e pode ser aplicada com gaze ou cotonete, evitando-se o pincel. A substância deve ser aplicada por igual, com a mesma pressão, evitando-se a repetição no mesmo local. Segue-se a mesma orientação em relação às áreas da face.

O peeling de ácido tricloroacético não precisa de neutralização. Observa-se um esbranquiçamento que denomina-se frost, indicativo da profundidade do peeling. Quanto mais denso, com menos avermelhamento de base, mais profundo é o peeling. 0 paciente sente dor e queimação, que pode ser aliviada com compressas frias de soro fisiológico ou água na temperatura ambiente. Também pode ser usado ventilador. Após o peeling convém utilizar pomada calmante com hidrocortisona, antibiótico e emolientes.

O peeling de ácido tricloroacético pode ser feito em combinação com outros agentes tais como ácido glicólico, solução de Jessner e dióxido de carbono (C02). Estes agentes realizam peeling superficial e associados ao tricloroacético 30-35%, transformam este peeling em profundo. Isto evita o uso do ácido tricloroacético a 50% que oferece maiores riscos de provocar cicatrizes.

• Fenol. Também denominado ácido carbólico 88% é um potente agente esfoliante, indicado para rugas profundas, principalmente da região peri-bucal. A desvantagem é que o fenol é principalmente cardiotóxico sendo necessário monitorização durante o procedimento. 0 paciente precisa estar sedado e monitorizado, pois além de tóxico é muito doloroso.

Existem outras fórmulas como a de Baker (fenol 88% - 3 ml, oleo de cróton - 3 gotas, septisol - 8 gotas e água destilada - 2 ml), que pode ser associada ao fenol ou ao óleo de croton e septisol para torná-lo mais potente. Por esse motivo o peeling de fenol deve ser realizado em casos específicos de envelhecimento muito marcante, em pessoas sem problemas cardíacos ou renais. Utiliza-se uma espátula envolvida com algodão e passa-se a substância na fronte, região malar, esquerda, direita, queixo, nariz, região peri-bucal e por último peri-orbital.

Entre a passagem de uma área para a outra aguardar 15 minutos para que o fenol possa ser eliminado. Após o peeling é necessário curativo oclusivo para melhores resultados.

Conclusão

O peeling químico é considerado atualmente um método seguro e eficaz para o tratamento de várias alterações principalmente o envelhecimento.

Sua indicação é medica e o paciente deve entender todo processo pelo qual vai passar e os cuidados pré e pós procedimento.

O peeling químico vem definitivamente se incorporar ao arsenal terapêutico dos médicos que trabalham com a medicina estética.

Referências:

Dra. Denise Steiner é medica especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, doutorada pela Unicamp, professora chefe do departamento de dermatologia
da Faculdade de Medicina de Jundiaí e diretora da Clínica Stockli, em São Paulo SP.

Correspondências com a autora: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português). Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 Sao Paulo SP, Brasil.



Lab Report por Antonio Celso Sampaio

Otimização do Uso de Polímeros Emulsionantes em Protetores Solares

Produtos solares tem evoluído bastante nos últimos tempos, como resultado de intensa pesquisa realizada, principalmente, a nível internacional.

Os polímeros emulsionantes, estão entre as novas matérias-primas surgidas nesta onda de evolução que permitem a obtenção de produtos solares com características diferenciadas.

Denominados também de polímeros associativos, pois são compostos que apresentam na mesma molécula, a associação de propriedades espessantes (responsabilidade da fração hidrofílica).

Estes novos polímeros eliminam o uso dos emulsionantes convencionais (aniônicos, catiônicos ou não-iônicos) gerando produtos que apresentam uma série de vantagens como a resistência à água (não há emulsionantes para reemulsificar a fase oleosa), menor potencial irritante (ausência de emulsionantes) e menor oleosidade (eliminação substancial de componentes da fase oleosa).

Pelas características de composição já citadas, podem ser dispersados tanto em fase aquosa quanto oleosa. Dois destes novos polímeros, de marca comercial Permulen TR-1 e Permulen TR-2 (BF Goodrich), pertencentes ao grupo dos polímeros acrílicos são denominados quimicamente de polímeros cruzados de acrilatos/aquil-acrilatos C 10/C30. O primeiro deles suporta bem a dispersão tanto em uma fase quanta em outra. Já o mesmo não se aplica ao segundo, que apresenta proporção da fase lipossolúvel muito maior que a fração hidrossolúvel, dificultando enormemente a dispersão em fase aquosa.

Um estudo sitemático sobre estes novos
polímeros, por nós iniciando há mais de um ano, visando aplicações em produtos fora do âmbito dos protetores solares, mostrou a necessidade de se dispor de método fácil reprodutível de
dispersão dos polímeros.

O método que será descrito na sequência originou-se da prática aplicada para otimizar o desempenho dos conservantes metil e propil parabenos, dissolvendo-os em propilenoglicol antes de incorporá-lo à fase aquosa da emulsão. Tal prática visa aumentar a solubilidade em água dos parabenos para potencializar o seu efeito antimicrobiano.

Por seu efeito solubilizante, o propilenoglicol permite que esses compostos sejam facilmente dispersados em água, inclusive permitindo preparar soluções estoques para uso posterior.

A fórmula e a técnica descritas na sequência ilustram o exposto anteriormente.

- Por razões de facilidade de manuseio, recomenda-se usar soluções na concentração de 3-5%.
- Embeber o pó com quantidade suficiente da mistura propilenoglicol + parabenos (previamente aquecida até solubulização dos parabenos no propilenoglicol). Deixar em repouso de um dia para outro, para que o pó fique totalmente transparente.
- Após a completa molhagem, adicionar lentamente, água fria sob agitação. Na sequência dispersar pelo tempo necessário até que não se observe a presença de grumos.

O quadro abaixo ilustra a composição da solução estoque:
Solução Estoque
Fases Matérias-primas %

1 Propilenoglicol 30
1 Metil parabeno 2
1 Propil parabeno 1
2 Pemulen TR-1 au TR-2 3
3 Agua desmineralizada 64

Utilizando-se 10% da solução estoque, no final teremos as quantidades ideais das matérias-primas puras para emulsionar (0,3% Permulen TR-1 ou TR-2) e incorporar de modo adequado os parabenos em meio aquoso (3% de propilenoglicol; 0,2% de metil parabeno e 0,1% de propil parabeno), que associados a outros conservantes, irão proporcionar o sistema preservante adequado.

Referências:

Antonio Celso Sampaio é químico pela Faculdade de Filosofia e Ciências de São Bernardo do Campo, com longa experiência em pesquisa e desenvolvimento de produtos em indústrias cosmeticas. É titular da Consulcom - Consultoria Cosmética, Santo André SP.

Correspondências com o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Alvaro de Menezes 74,
04007-020 Sao Paulo SP. Fax (011) 3887-8271.

Atualidades Técnicas por Prof. Pedro Alves da Rocha Filho

Tratamento Cutâneo

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto USP - Ribeirão Preto

Na patente japonesa de n° 7133217 de 8 de novembro de 1993 Okabe J, Takei M (Noevir) reivindicam a preparação de produtos cosméticos antienvelhecimento, antiinflamatórios e
cicatrizantes. Estas preparações contém alfa-hidroxi- ácidos, derivados e/ou lecitina de ovo, esfingofosfolipídeos e/ou esfingoglicolipídeos,
gliceroglicolipídeos ou ácidos nucleícos. A associação de
alfa-hidroxi-ácidos e proteínas (como aceleradores do crescimento de fibroblastos) e outros ingredientes como vitalizantes celulares, mostram efeitos sinérgico. Um creme contendo 0,2% de esfingomielina e 30% de ácido láctico demonstra grande atividade antienvelhecimento, cicatrizante e efeitos antiinflamatórios.

Noevir (patente japonesa de n° 7165554 de 7 de dezembro de 1993), reivindica a preparação de produtos cosméticos
contendo alfa-hidroxi-ácidos ou proteína do ovo, associados a extratos placentários na recuperação da pele ressecada.
Segundo Okabe J e Takei M, as preparações podem conter rutina, um ou mais derivados do ácido glicirretínico e seus sais, substituindo os extratos de placenta. Ainda podem conter um ou mais alfa-hidroxi-ácidos, seus sais ou
derivados, e mucopolissacarídeos. Estas preparações são utilizadas para melhorar a pele seca e como tratamento de
processo inflamatório e cicatrizes.

Produtos cosméticos branqueadores da pele são citados nas patentes japonesas de nº 7173023 e 1173024 de 16 de dezembro de 1993 de autoria de Magara T, Shibata Y, Naganuma M, Fukuda M e Kako R (Shiseido). Estes produtos cosméticos contém derivados alcoxilados do ácido salicílico que apresentam ação inibitória da tirosinase e, associados a oxidos de aminas, inibem a formação de melanina, promovendo o clareamento cutâneo. Nas patentes citadas são recomendados em formulações diferentes, os derivados ácido 3-isobutóxi-salicílico e 4-metoxi-salicilato de potássio.

LOreal reivindica na patente européia de n° 662318 de 10 de janeiro de 1994 (Griat J, Picard E, Laugier JP), o emprego de produtos cosméticos e/ou dermatológicos contendo a associação de derivados do ácido salicílico e óleos vegetais para o tratamento da acne e do envelhecimento cutâneo. Um produto oleoso pode conter óleo de girassol (80,6%), óleo de rosa mosqueta (5,3%), ciclometicone (10,0%), 5-salicilato de n-octanoila (1,0%), perfumes (0,3%) e oleoila-
diidroesfingosina (0,1 %).

Uma loção de duas fases, formada a partir de uma embalagem multicompartimental, é o tema da patente norte americana de nº 5445035 de 13 de janeiro de 1994 (Elizabeth Arden - Guerrero AA, Vargas A, Meyers AJ). No primeiro compartimento encontra-se um líquido orgânico de caráter ácido em um veículo compatível. No segundo, encontra-se uma substância de natureza alcalina, em quantidade suficiente para neutralizar o ácido orgânico originando um tensoativo in loco, com exemplo de formulação:

Primeiro compartimento:
Agua deionizada 83,0%
Etanol 7,5
Butileno glicol 5,0
NaHC03 3,0
Trietanolamina 1,0
Metocel 0,5

Segundo compartimento:
Carbowax 400 84,0
Ácido ascórrbico 5,0
Etanol 5,0
Acido citrico anidro 3,0
Acido isoesteárico 3,0

Produtos cosméticos contendo os ácido cítrico e tartárico e destinados a clarear e evitar os efeitos de oleosidade da pele melhorando a adesão dos produtos de maquilagem, foram formulados por Saito S (Saito Seiichi) na patente japonesa n° 7206662 de 25 de janeiro de 1994. 0 autor sugere a seguinte formulação de um creme cosmético: veículo hidrofilico (80,0%), ácido cítrico (7,0%), ácido tartárico (1,0%), glicerina (12 g) e água destilada (qsp 100,0%)

Uma máscara facial para limpeza e regeneração cutâneas com ação abrasiva média contendo 5,30% de celulose em pó, (diâmetro 100-500μ) associada ao ácido salicílico (0,1-3,0%) é o tema da patente alemã nº 4403710 de 7 de fevereiro de 1994 e autoria de Kaiser B (Goldwell). Um creme para peeling poderá conter:

Triglicerídeo caprílico 9,0%
Óleo mineral 6,0
Polissorbato 60 3,5
Estearato de glicerila/
estearato PEG-l00 5,0
Álcool cetil estearilico 2,50
Palmitato de isopropila 7,50
Celulose em pó
(diâmetro médio 300μ) 9,00
Glicerina 3,00
Polímero carboxilado 0,10
Ácido salicílico 0,30
Glucosídeo caprilico 1,20
Hidroxido de sódio 0,02
Polietileno (po) 1,50
Preservante 0,15
Perfume, corante,
e água destilada qsp 100,0

Produtos cosméticos contendo extratos vegetais, especialmente de raiz Glycyrriza glabra, e alfa e beta-hidroxi ou cetoácidos, ou uma amida, amônio ou outros sais inorgânicos ou éster de ácidos, são usados para branqueamento da pele e prevenir o aparecimento de manchas escuras, conforme patente alema n° 19509434 de 17 de março de 1994 de autoria de Hadas (Fischer Pharmaceutical). Estes produtos atuam por inibição da formação de melanina especialmente inibindo a tirosinase. Um exemplo de formulação desenvolvida é a seguinte:

Silicato de aluminio e magnésio 0,5 %
Goma xantana 0,5
Álcool cetearílico/Ceteareth 20 1,0
Estearato de glicerila/PEG-100
estearato 4,0
Preservantes 0,5
Extrato de Glycyrriza glabra 0,1
Acido glicólico 5,0
Poliisobuteno hidrogenado 4,0
Hidróxido de amônio qs pH 4,0
Água destilada qsp 100,0

Uma composição de uso tópico, com velocidade acelerada de permeação para o acido láctico, é o tema da patente européia n° 673647 de 22 de março de 1994 (Parab P - Bristol Myers Squib). Este produto é destinado ao tratamento de desordens cutâneas e compreende um sal orgânico ou inorgânico do ácido láctico (no mínimo 70% da metade da molécula do sal e acido L-Láctico). Uma solução aquosa (pH 4,8) contém ácido L-Láctico 88% (13,6%), L-histidina (16,52%), e água destilada (qsp 100,0%) foi testada in vitro para determinação da velocidade de permeação cutânea: no tempo de 4 e 73 horas, a quantidade de ácido L-láctico (determinado como sal L-histidina) permeado através da pele, foi 10,3 e 2, 1 vezes superior, respectivamente, que o correspondente sal do ácido DL-láctico.

Revlon na patente norte americana n° 5449519 de 9 de agosto de 1994 (Wolf B, Snyder F) lança um produto cosmeticamente aceitável, com atividade antiacne e queratolítico contendo 0,01-25% de um composto queratolítico complexado em um sistema carreador e 75-99,95% de um diluente.

Uma solução concentrada de proteínas vegetais hidrolisadas é misturada com solução (50%) de ácido salicílico em etanol, liofilizada para obtenção de um pó. Uma preparação de aplicação tópica é preparada a partir deste material.

Ceramidas

Kanebo na patente japonesa de n° 7187987 de 24 de dezembro de 1993 de autoria dos pesquisadores Sumida Y e Iwamoto Y reivindica a preparação de fórmulas cosméticas contendo ceramidas, glicosilceramidas e/ou galactosilceramidas,
colesterol, ácidos graxos e polímeros solúveis em água destinadas à manutenção da hidratação córnea, e são indicadas as seguintes concentrações de uso: ceramida 2,0%, colesterol 1,0, ácido palmítico 1,0, polímero carboxi-
polivinílico sódico 0,3%.

Composições cosméticas e/ou dermatológicas destinadas ao tratamento do envelhecimento cutâneo contendo ceramidas, são descritas na patente européia n° 662319 de 10 de janeiro de 1994, de autoria de Aubert L, Gagnebien
N e Cabanne F (LOreal). É sugerida a seguinte composição:

Álcool cetílico 7,0%
Estearato de glicerila 2,5
Estearato PEG-50 2,5
Óleo de amendoim 6,2
Miristato de isopropila 3,0
N-oleila-diidroesfingosina 0,5
Ácido salicílico 0,5
Alcool etílico 6,0
Agua destilada qsp 100,0

Cremes de Barbear x Produtos
para Banho

A patente internacionl WO n° 9505147 de 18 de agosto de 1993 de propriedade da Unilever PLC e de autoria de Edwards CJC e Jones CW, trata de produtos de barbear (aerosol ou produtos após o barbear), contendo em sua composição água, sabão e agentes líquidos voláteis e inertes, um agente gelificante e uma microemulsão a base de poli-siloxano apresentando tamanho médio de partículas em torno de 0,14μ.
Formulação na forma de gel pode ser composta por:

Propileno glicol 1,5%
Ácido palmítico 8,0
Ácido esteárico 2,8
Ceteth-2 0,8
Trietanolamina 6,1
Microemulsão de silicone
DC2-1865 2,0
Perfume 0,4
Sorbitol 2,5
Isoestearil-Iactilato de sódio 0,1
Hidroxietil celulose 0,25
Hidroxipropil celulose 0,2
Propano/isobutano 3,0
Agua destilada qsp 100,0

Maleedy AT na patente britânica de n° 2280906 de 8 de julho de 1993, trata de produtos cosméticos na forma de gel para banho, contendo gelatina na formulação. Então, o produto poderá conter:

Lauril eter sulfato de sódio 40,0%
Cocoamidopropil betaina 10,0
Glicerina 10,0
Oleo de ricino PEG-40 2,0
Poliquaternium-22 1,5
Phenonip 0,3
Perfume 0,3

O tensoativo é retido no gel e liberado
em contato com água quente.

Enzimas
A patente internacional WO n° 9507687 15 de setembro de 1993, da Unilever PLC (Rawlings AV e Watkinson A) descreve uma composição para aplicação tópica na pele destinada a promover o alívio ou prevenir as condições de secagem e descamação da pele seca, caspa ou acne. Estas composições contém uma ou mais enzimas semelhantes às catepsinas do estrato córneo (glicosidases, proteases, lipases ou misturas destas) e também outros compostos como filtros solares, lipídeos, ácidos hidroxi ou ceto carboxílicos. Uma loção A/O pode conter óleo de coco hidrogenado (3,9%), enzimas (0,5%), éter oleílico polioxietilenado (5,0%), bentona 38 (0,5%), preservantes (0,3%), sulfato de sódio hepta-hidratado (0,3%),
BHT (0,01% ), perfume (qs) e água destilada
(qsp 100,0%). Na patente norte americana n° 5441740 de 6 de maio de 1994, de autoria de Ozlen SN (Longevity Network),é indicada a associação de pelo menos um alfa-hidroxi-ácido (salicílico) com pelo menos uma enzima digestiva derivada de frutas. 0 complexo resultante é indicado no tratamento de várias alterações da pele, tal como perda da elasticidade, rugas e pele seca. Várias formulações incluindo geis, cremes, loções e pomadas são preparadas e indicadas para uso tópico. Outros alfa-hidroxi-ácidos recomendados são ácido glicólico, láctico e cítrico e como enzimas são empregadas a bromelaina e a papaina.

Referências:

Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquímico industrial, professor de Tecnologia em Cosméticos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto-USP, Ribeirão Preto SP.

Correspondências para o autor: a/c redação de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), Rua Álvaro de Menezes 74, 04007-020 São Paulo SP.
Fax (011) 3887-8271



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