Desodorantes/Antiperspirantes

Edicao Atual - Desodorantes/Antiperspirantes

Editorial

O pior já passou?

Inflação em queda, redução da taxa básica de juros (Selic), e melhora dos índices de con ança de empresários e consumidores são as boas notícias que oferecem algum alento neste início de ano, após a forte recessão em 2016.

O ano terminou com o recorde de mais de 12 milhões de pessoas desempregadas e redução de 6,6% na produção industrial – pelo terceiro ano seguido. O PIB deve amargar contração de 3,5% em 2016. A primeira vez – desde o início da série história da IBGE, em 1948 - que o país registra recuo do PIB em dois anos seguidos.

Para este ano o cenário é de melhora. A projeção é de crescimento modesto, próximo de zero. A in ação deve se aproximar do centro da meta (4,5%) e os cortes maiores na taxa Selic devem criar um ambiente mais favorável para a retomada de investimentos.

No caminho rumo à recuperação, ainda temos pela frente a evolução da agenda de reformas proposta pelo governo Temer e os desdobramentos da Operação Lava-Jato – um fantasma que ronda o planalto. Além das incertezas quanto às próximas movimentações do governo de Donald Trump. Economistas acreditam que o pior da crise econômica já passou. Os desafios, no entanto, ainda serão muitos.

Esta edição de Cosmetics & Toiletries Brasil traz na seção Enfoque um panorama sobre as parcerias entre grandes empresas e startups. A união entre gigantes e idealizadores de projetos promissores cresce em vários segmentos, gera benefícios para ambos os lados e, está cada vez mais presente no setor cosmético. Como tradicionalmente fazemos no início de cada ano, esta edição apresenta o Balanço Econômico, reportagem que traz uma análise retrospectiva de 2016 e as expectativas para este ano. Em Persona, conheça a trajetória de Luciano Fagliari, fundador e CEO da Cosmotec.

Os artigos técnicos abordam os desodorantes antiperspirantes, uma nova forma de classi car os cabelos, os novos conceitos de regulações de cosméticos, o uso de óleo de canela como antimicrobiano em sabonetes líquidos e uma revisão sobre características dos filtros inorgânicos. Nesta edição iniciamos uma série sobre produtos infantis, em Fundamentos da Cosmetologia.

Boa leitura!

Hamilton dos Santos
Publisher

Desodorantes Antiperspirantes - Eric S. Abrutyn (TPC2 Advisors Ltd., Delray Beach, FL, EUA)

Neste artigo, o autor avalia a evolução dos ingredientes ativos antiperspirantes, seu mecanismo de ação, suas inovações e sua aplicação em produtos desodorantes disponíveis no mercado.

En este artículo, el autor analiza la evolución de los ingredientes activos antitranspirantes, el mecanismo de su acción, la innovación de ellos y sua aplicación en productos desodorantes diaponibles en el mercado.

In this article, the author evaluates the evolution of the actives antiperspirant ingredients, the mechanism of action, the innovations and their application in deodorant products available in the market.

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Como Classficar os Cabelos? - Trefor A. Evans, Ph.D. (TRI-Princeton, Princeton NJ, EUA)

Neste artigo, o autor avalia as características dos cabelos baseando-se no formato, no tamanho e na cor dos fios. Ele descreve formas de classificação dos cabelos fundamentando-se nessas características.

En este artículo, el autor evalúa las características del cabello a base en la forma, el tamaño y el color de las fibras. Describe las formas de clasificar el cabello basado en estas características.

In this article the author evaluates the characteristics of hair based on the shape, size and color of the fibers. Describes how to classify the hair, based on these characteristics.

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Novos Conceitos nas Regulações de Cosméticos - Robert Ross-Fichtner, Claire Robichaud, Layne L’Abbe, Dayna Lozon (Focal Point Research Inc., Mississauga, ON, Canadá)

Neste artigo, os autores comparam as regras estabelecidas pelas regulações de cosméticos com o estágio atual de desenvolvimento da ciência cosmética.

En este artículo se comparan los reglamentos de cosméticos con el estado actual de desarrollo de la ciencia cosmética.

In this paper the authors compare the rules established by cosmetic regulations with the current stage of development of cosmetic science.

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Óleo de Canela como Antimicrobiano em Sabonetes Líquidos - Nayara Citelli Planche, Douglas Eduardo Rodrigues, Paula Cressoni Martini e Daniele Michelin Paganotte (Centro Universitário Hermínio Ometto-Uniararas, Araras SP, Brasil)

Os autores relatam o desenvolvimento e avaliação de sabonetes líquidos antimicrobianos, utilizando como princípio ativo o óleo volátil de canela, o digluconato de clorexidina e ambas sustâncias incorporadas à mesma formulação. Avaliou-se a atividade antimicrobiana das formulações.

Os autores describen el desarrollo y evaluación de los jabones líquidos antimicrobianos, utilizando como ingrediente activo el aceite volátil de la canela, el gluconato de clorhexidina y ambas sustancias incorporadas en la misma formulación. Se evaluó la actividad antimicrobiana de las formulaciones.

The authors report the development and evaluation of antimicrobial liquid soaps, using volatile cinnamon oil, chlorhexidine digluconate and both substances incorporated in the same formulation. The antimicrobial activity of the formulations was evaluated.

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Filtros Solares Inorgânicos - J Sales Barbosa, B Louchard de Oliveira, T Gonçalves Araújo (Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza CE, Brasil)

Filtros inorgânicos apresentam muitas vantagens em relação aos orgânicos, como fotoestabilidade, ausência de irritabilidade e amplo espectro de proteção. Este artigo de revisão tem como objetivo avaliar as características que infl uenciam a eficácia dos filtros inorgânicos em protetores solares.

Filtros inorgánicos tienen muchas ventajas sobre los filtros orgánicos, cómo la fotoestabilidad, la falta de irritabilidad y el amplio espectro de protección. Este artículo de revisión tiene como objetivo evaluar las características que infl uyen en la efectividad de los filtros inorgánicos en los protectores solares.

Inorganic filters present some advantages over organic filters, such as photostability, non-irritability and broad spectrum protection. This review article focuses on the characteristics that influence the effectiveness of inorganic filters in sunscreens.

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Carlos Alberto Pacheco
Mercado por Carlos Alberto Pacheco

Bônus Demográfico

O ponto de equilíbrio na Taxa de Fecundidade para que uma população continue crescendo no longo prazo é 2,1, e o segundo, à Taxa de Fecundidade Total (TFT) brasileira em 2015, é 1,7.

Esta variável nos aporta informações importantes para os desenhos demográfico nacional, econômico e das estratégias empresariais.

A TFT é a proporção entre o número médio de filhos que uma mulher teria ao terminar o período reprodutivo e a quantidade de mulheres no mesmo período (considerando como o período reprodutivo a faixa etária de 15 a 49 anos). Lê-se: 1,7
crianças por mulher. De acordo com os demógrafos, quando este valor está abaixo de 2,1 - considerado como o nível de reposição -, significa que a população em estudo tende a diminuir
no longo prazo.

O Brasil vem apresentando uma trajetória de diminuição na TFT. Em 1980, ela era de 4,4. Em 2000, ou seja, vinte anos depois, passou a 2,9. A estimativa em 2015 nos leva ao número do título: 1,7 (abaixo do nível de reposição). A projeção é que a TFT continue decrescendo até o valor de 1,5 em 2035 e que, a partir daí, se estabilize.

Apesar da TFT indicar desde 2005 a diminuição da população (TFT: 2,09), em virtude da inércia demográfica causada pela expressiva quantidade de mulheres na faixa de 15 a 49 anos (52 milhões em 2005), e da baixa Taxa de Mortalidade Infantil (TMI de 22,18 por mil em 2005), a projeção é que a população continue a apresentar um crescimento em termos absolutos, porém será cada vez menor em termos percentuais da Taxa de Crescimento Geométrica (TCG) até 2043 - ano em que o crescimento deverá ser nulo atingindo os 228,2 milhões de habitantes. A partir deste ano, a população deverá começar a cair. Em 2015, a TCG do país foi de 0,9%.

Este é um fenômeno normal, que ocorre com todas as nações. À medida que os países em desenvolvimento estruturam suas economias, o status demográfico vai se alterando para uma configuração de redução populacional. Os teóricos dividem a transição demográfica em cinco fases. A quarta fase, iniciada após o aparecimento das primeiras consequências da Revolução Industrial, é caracterizada por uma baixa TFT e uma baixa TMI, porém ainda com uma TCG positiva (encolhimento da população com saldo populacional positivo). Já a quinta fase caracteriza-se por uma TCG negativa (encolhimento da população com saldo negativo). Há décadas, a maioria dos países da Europa já se encontra nesta quarta fase (TCG Alemanha: 0,1%; Reino Unido: 0,6%; França: 0,5% - todos com TFT abaixo do nível de reposição em 2015). Mas há aqueles que já se encontram na quinta fase (TCG Portugal: 0,5%; Espanha: 0,2%; Grécia: 0,4% - dados de 2015). A rapidez do decréscimo populacional nestes países é levemente freada pela onda de imigração asiática e africana, que acaba deixando um saldo migratório, embora pequeno, ainda positivo.

No entanto, o que chama a atenção dos demógrafos é a
velocidade com que o Brasil chegou ao estágio que as nações europeias demoraram dois séculos para atingir. O Brasil já apresenta um comportamento diferente dos demais países dos BRICS, que ainda apresentam uma TCG acima de 1,0 e uma TFT acima do nível de reposição (exceto a Rússia, que já se encontra na quinta fase).

Como tudo isso nos influencia? Este cenário para o qual nos encaminhamos é conhecido no meio demográfico como janela de oportunidade ou bônus demográfico. Por quê? Existe um indicador chamado Relação de Dependência, que nada mais é que a razão entre a soma da população idosa (acima de 65 anos ou mais) e da população infantil (abaixo de 14 anos ou menos) pela população juvenil/adulta (entre 15 e 65 anos). Quando esta relação de dependência é menor do que 50%, significa que o país tem a possibilidade de ter uma grande quantidade de gente trabalhando e gerando impostos e uma menor quantidade de pessoas dependentes, sejam elas menores de idade (que exigem investimentos em educação) ou idosos (que exigem consumo de previdência). Neste período, o país forma uma poupança interna, que, se bem investida, dará suporte ao período que vem pela frente, chamado de inverno demográfico, quando o envelhecimento da população fará a Relação de Dependência voltar a ficar acima de 50% e os gastos e as políticas de governo se concentrarão na população idosa.

A nossa janela de oportunidades abriu-se em 2005 e deve se fechar em 2045. Portanto, ainda estamos no período do Bônus Demográfico, porém já se foi cerca de um quarto deste período. A questão é saber como esta poupança gerada é administrada pelo governo, lembrando que esta janela só se abre uma única vez para cada nação, evento que não se repetirá e que, se for desperdiçado, desenhará uma catástrofe para a população idosa a partir de 2045.

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

Perspectivas para 2017

Como tradicionalmente acontece, a chegada de um novo ano traz consigo a esperanças de melhorias na vida pessoal e na vida profissional, e de que sejam realizados os augúrios de mais saúde e muito dinheiro no bolso. E por que não desejar melhorias na Qualidade, já que esse assunto faz parte do nosso métier?

Recorro a esse assunto para lembrar aos responsáveis pelas empresas que, desde outubro de 2016, a RDC no 48/13 está em plena vigência e, portanto, passível de ser exigida pelos agentes fiscais da Vigilância Sanitária.

No ano passado, houve uma busca muito intensa por informações e formas de como cumprir o estabelecido por essa RDC. Mas para muitas das empresas que se empenharam na adequação faltavam condições básica para a implantação, fato que frustrou suas tentativas.

Nos artigos que tenho escrito e nos cursos e palestras que tenho ministrado, alerto para a impossibilidade de implantar a RDC nº 48/13 em uma indústria que não esteja adequada plenamente às exigências da portaria no 348/97. O cumprimento dessa portaria é a condição básica, o pré-requisito, para que as empresas suportem a implantação da RDC no 48/13.

Conceitualmente, a portaria aborda os aspectos físicos das Boas Práticas de Fabricação e Controle enquanto a RDC aborda os aspectos da existência do Sistema da Qualidade.

Quando a RDC no 48/13 foi publicada, uma particularidade foi ressaltada desde o início: os quatro requisitos que deveriam ser cumpridos pelas empresas. Esses requisitos colocaram o setor cosmético em polvorosa.

Relembro que no artigo 4º da RDC no 48/13 foi instituído o prazo máximo de três anos para a conclusão dos estudos de validação de processos. O parágrafo 1º estabeleceu o prazo de um ano para a empresa elaborar todos os protocolos e outros documentos necessários para a validação de limpeza, metodologia analítica, sistemas informatizados e sistema de água de processo que já estivessem instalados. As validações dessas atividades são os quatro requisitos básicos referidos anteriormente.

Quão fácil é o cumprimento desses quatro requisitos? Depende da existência de condições físicas, recursos humanos e documentais que suportem as atividades de validação.

Essas atividades devem ser sempre precedidas pela qualificação dos equipamentos e dos demais utensílios que possam impactar na qualidade e na segurança dos produtos.

No que se refere às condições físicas das instalações, devo mencionar que há necessidade de um projeto adequado para a construção do edifício e para a operação dos equipamentos. Além disso, com relação às instalações físicas deve analisar os materiais empregados na construção, a capacidade efetiva em operação, os acessórios utilizados, a instrumentação necessária ao processo etc.

Quanto às condições humanas, devem ser consideradas a qualificação e a capacitação do pessoal efetivamente envolvido nos processos de validação. Neste ponto, gosto de ressaltar que a qualidade, em quaisquer de seus aspectos, é resultado da ação de pessoas e, caso elas não reúnam condições de compreender e, como consequência, de participar conscientemente dos processos, o objetivo dificilmente será alcançado.

A existência ou a elaboração da documentação necessária para comprovar que os processos de validação foram efetivamente realizados e avaliados em concordância com o Plano Mestre de Validação é outro requisito.

Entre as grandes dificuldades que as empresas encontram no processo de adequação à RDC no 48/13, elaborar a documentação necessária para efetuar a validação é uma das maiores. Se não existir um responsável pelo controle dos documentos, a consequência será o desencontro de informações, o que implicará na impossibilidade de comprovar a validação.

A experiência é amarga para muitas das empresas que se propõem a cumprir as obrigações legais no Brasil sem o suporte de um especialista (interno ou externo). As regulações tendem a ser um emaranhado de leis, decretos e regulamentos do qual o cidadão comum mal sabe encontrar o fio da meada. O mesmo ocorre com a regulação sanitária, em especial no que se refere aos quesitos do artigo 4º da RDC no 48/13.

As empresas que ainda não conseguiram se adequar às exigências da RDC nº 48/13, hoje estão à mercê da boa vontade dos agentes fiscais.

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Conduta e postura de profissionais de P&D

Na edição passada, falamos sobre o perfil do profissional de P&D, mas somente preencher seus quesitos não será suficiente para que se tenha uma carreira consolidada. Ser um profissional tecnicamente bem preparado não garante o sucesso de sua carreira. Existem regras gerais de conduta e postura - que valem para todas as profissões - e que precisam ser bem observadas no seu cotidiano. Uma verdade óbvia, e que muitos ignoram, é que não adiantará ter uma superestrutura se o capital humano não operar em condições satisfatórias. Assim, conversando com especialistas em RH e usando meus anos de experiência no setor, selecionei algumas destas regras para ajudá-lo a ter uma carreira bem-sucedida.

É preciso ser honesto no trabalho e leal para com a empresa e sua organização. Mesmo em situações extremas, o profissional deve ter este comportamento, porque será fundamental para a sua carreira, independentemente da situação ou do momento vivido. Mesmo na hora de se desligar da empresa, a honestidade e a lealdade devem prevalecer.

É indispensável adotar uma postura de transparência e integridade em todas as suas atividades. Isto irá influenciar positivamente todos com quem você tiver contato. Você será mais respeitado, e suas colocações serão consideradas com mais força.

Trate respeitosamente todas as pessoas, independentemente do fato de serem seus superiores ou estarem sob sua responsabilidade e seu comando. Aja assim também com pessoas de outros setores e com visitantes. O tratamento deve ser cortês e atencioso.

Procure executar o seu trabalho com discrição e no mais alto nível de rendimento possível. Se faltarem recursos, você deve procurar obtê-los, com firmeza e determinação.

Tenha consciência de que você terá acesso a informações sigilosas e saiba conviver com isto. É totalmente condenável fazer uso deste conhecimento para qualquer finalidade que não seja o bem da empresa.

Esteja preparado para prestar contas aos seus superiores a qualquer momento. Isto exige que você conheça todos os detalhes dos trabalhos que estiverem sob sua responsabilidade.

Tenha uma postura colaborativa e desprendida ao disponibilizar ou passar seus conhecimentos e experiências aos colegas. Esteja pronto e disposto a prestar ajuda a qualquer um que estiver com dificuldades, mesmo que de outros setores.

Pratique efetivamente o respeito pelo meio ambiente, privilegiando as soluções que causam menos impactos ou o menor dano possível.

Conheça os aspectos legais e regulatórios e empenhe-se para resolver questões que possam estar em aberto, mesmo que historicamente justificadas. Acreditar na impunidade baseando-se no histórico é uma irresponsabilidade, e isto reduz em muito o valor de um profissional.

Esteja sempre comprometido com o seu aperfeiçoamento profissional e se esforce para manter-se atualizado. Isto significa que você deve participar regularmente de congressos e seminários, ler publicações especializadas e estudar constantemente. É preciso sistematizar procedimentos para que as informações obtidas, principalmente em seminários ou congressos, sejam revistas e organizadas de maneira a serem aproveitadas. Vejo muitos profissionais que participam destes eventos mas que, ao chegarem à empresa, guardam o material sem fazer uma revisão. Isso faz com que eles acabem por perder muitas possibilidades, ideias e soluções.

Procure conhecer e, se possível, assimilar todas as inovações tecnológicas que estiverem disponíveis, principalmente as específicas. A princípio, é mais cômodo fazer do jeito que já é feito, mas, com o passar do tempo, você acaba se tornando ultrapassado, e o seu modo de trabalhar, obsoleto e desvalorizado.

Saiba que todos podem errar - inclusive você. Se acontecer, esteja preparado para assumir as responsabilidades e corrigir o erro.

Também existem algumas situações que devem ser evitadas a qualquer custo. Utilizar informação ou influência para obter vantagem pessoal, ser indiferente às dificuldades de colegas, fazer colocações ou publicações indecorosas e promover ou participar de atos de difamação ou calúnia são algumas destas situações que precisam ser firmemente evitadas.

Especificamente no caso do profissional de P&D, talvez
o mais importante seja ter a consciência de que os cosméticos afetam a saúde de quem os consome. Então, ao realizar um novo desenvolvimento, é importante lembrar que não é simplesmente um material que se deseja obter, mas um produto que melhore efetivamente a vida das pessoas. Não poupe esforços.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Embalagens airless

Em tempos de crise, devemos questionar mesmo o inquestionável.

O nosso setor vive de lançamentos e sobrevive exaltando o bem-estar, a autoestima, a beleza, a sedução. Porém, sejamos “pés no chão”: tudo isso só vale se o produto der lucro, se conseguirmos pagar as nossas contas, o que, convenhamos, ultimamente é para poucos.

Sempre quando falamos de maquiagem já vem à cabeça a dificuldade de se conseguir uma embalagem de qualidade com preço competitivo e que não seja em quantidades mínimas proibitivas. Descobriu-se, então, o mundo das embalagens importadas, que, por sua vez, jogam uma pá de cal nos fornecedores nacionais, que, diga-se de passagem, realmente deixam muito a desejar em termos de qualidade.

Descobre-se o maravilhoso mundo das embalagens chinesas, e já não é mais demérito usar no seu produto bem conceituado no mercado brasileiro uma embalagem chinesa, pois diferentemente da fama dos produtos paraguaios, na China também existem fornecedores com qualidade europeia. E para fechar e afugentar o problema, nascem várias empresas no Brasil que importam, fazem estoque local e vendem essas embalagens standard para quem quiser, em quantidades compatíveis com o tamanho dessas empresas e, obviamente, dos seus bolsos.

Com a crise batendo forte à porta - aliás, isso me faz lembrar uma famosa e antiga propaganda de inverno das Casas Pernambucanas -, o mercado brasileiro começa a repensar essas importações e, mesmo não querendo, volta a procurar as embalagens nacionais. Isso porque, com o dólar nas alturas, já não são mais competitivas as embalagens importadas, exceto para grandes quantidades e obviamente para as potências em termos de maquiagem, o que, diga-se de passagem, são novas empresas e com volumes de venda que deixam qualquer tradicional empresa de maquiagem nacional muito preocupada.

Em resumo, nota-se nos últimos meses uma procura maior pela embalagem de maquiagem nacional. Isso basicamente porque se negocia olhando no olho do dono, o que torna o negócio como um todo muito mais “pé no chão”, que é exatamente o que deve ser feito em tempos de crise.

Todo esse preâmbulo foi para dizer que, a exemplo das embalagens de maquiagem, é hora de repensar todas as embalagens. E a preocupação maior é o custo.

É sabido que, na composição do produto, a embalagem contribui com grande parte do custo. Então, se estamos falando em redução de custo, a embalagem é o foco principal.

Por falar em redução de custos - e uma coisa tem a ver com a outra -, para quem trabalha com vendas no varejo, o que mais se ouve falar é em reposicionamento de preços, e é lógico que o reposicionamento é para baixo e para acompanhar a concorrência. Isso porque o consumidor já não se sente mais atraído por kits, presentinhos etc. O que ele quer mesmo é pagar mais barato.

Na contramão da história e puxando o coro das embalagens importadas e caras, está a famosa embalagem airless. Isso virou uma febre no mercado brasileiro, a ponto de já existir até bisnaga airless. Mas o que é uma embalagem airless? Como o próprio nome diz (e trazendo para o português), é uma embalagem na qual o produto não tem contato com o ar, sem ar. Nessas embalagens, o acionamento de válvula para puxar o produto funciona como um êmbolo de seringa. Cada vez que a válvula é acionada, o fundo vem junto, não ficando espaço para o ar dentro da embalagem. Obviamente, essas embalagens são para produtos não pastosos, pois não têm pescante, que é aquele “canudo” acoplado na válvula que puxa o produto. Nesse caso não precisa.

O que precisa ser questionado antes de qualquer coisa é: por que você usa uma embalagem airless? Seu produto precisa? O seu sistema de envase garante que o seu produto não tem ou não teve contato com o ar antes?

Na verdade, essas embalagens só deveriam ser usadas em produtos que realmente precisam dessa condição, por exemplo quando a formulação contém vitamina C não encapsulada na forma de ácido ascórbico, que é extremamente oxidável. Mas a beleza e a praticidade dessa embalagem fizeram com que ficasse para um segundo plano a real função da embalagem airless.

Não estou aqui criticando essa embalagem, pois também sou usuário dela na minha empresa, o que quero é alertar as empresas que estão pagando muito mais caro quando poderiam estar usando uma embalagem parecida (não airless) mais barata e repassando esse preço menor para o preço final do seu produto, tornando-o mais competitivo, que é o que o mercado vem fazendo, como citei acima.

Já existe no Brasil uma empresa fabricando essa mesma embalagem, porém com pescante.

Assuntos Regulatórios por Artur João Gradim

Será verdade?

Em um ano com perspectivas otimistas magras, uma mudança (a ser confirmada) poderá afetar nosso setor, causando um problemão para a maioria das empresas importadoras. Se isso acontecer, as consequências vão atingir também as empresas nacionais que desenvolvem produtos no exterior e as que importam produtos terminados para comercialização no país. A causa de tudo isso é a menção, na rotulagem, do nome da empresa titular do produto.

O assunto é público. Entretanto, poucos têm conhecimento dessa mudança e não se manifestaram a respeito do seu impacto ou simplesmente a aceitaram sem fazer comentários.

A questão é a nova exigência sobre a rotulagem dos produtos importados. Um ofício datado de 14 de novembro de 2016, da Gerência de Controle Sanitário de Produtos, Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados (GCPAF), da Anvisa, endereçado à Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), situada no Rio de Janeiro RJ, informa que, por meio de acordo entre as áreas técnicas da Anvisa e da Receita Federal, no intuito de harmonizar o “entendimento sobre a informação de ‘importador’ que deve constar na rotulagem, nos casos de importação terceirizada”, estabelece nova instrução a ser aplicada na rotulagem de todos os produtos sujeitos à vigilância sanitária, inclusive os do setor de HPPC. De acordo com essa instrução, doravante, sempre que o importador tiver uma operação de importação terceirizada, deverá constar esta frase no rótulo: “Importado por (empresa terceira/trading) em nome da (empresa titular do registro na Anvisa)”. O procedimento anterior não exigia a menção no rótulo da empresa terceira/trading, bastando mencionar o nome do titular do registro na Anvisa (importador).

De acordo com o ofício, a GCPAF já teria repassado essa instrução aos postos de fiscalização da Anvisa, em portos, aeroportos e fronteiras, “de forma a harmonizar com a atuação na análise dos processos de importação”. Essa instrução colide com o estabelecido na RDC no 7/15, Anexo III, referente aos requisitos para rotulagem.

Conforme está definido na RDC nº 7/15, para a Anvisa, o importador é a empresa titular do registro do produto importado e isso tem que constar em sua rotulagem. De acordo com essa nova instrução, o responsável pela operação mercantil da importação (trading) teria também o seu nome colocado no rótulo. Entretanto, a trading não tem nenhum vínculo com a Anvisa nem com o produto.

Certamente não houve discussão sobre essa mudança entre a Anvisa e as entidades representativas do setor. Tampouco a mudança foi considerada um assunto relevante a ponto de ser incluída na agenda regulatória ou nas reuniões abertas com a presidência da Anvisa. Se essa mudança se confirmar, seu impacto será muito grande. Por outro lado, não há instruções completas sobre a sua execução nem prazo para sua implementação e nada foi publicado.

O que acontecerá com os produtos que estão a caminho? E com os que estão sendo produzidos? Nesse caso, será necessário alterar o texto da rotulagem existente? Ou bastará “grudar” uma etiqueta sobre o rótulo? Deve-se levar em conta que, nas próximas importações, essa mudança vai aumentar o custo de produtos deferidos pela Anvisa e deixá-los todos “remendados”.

Considerando que o ofício é de novembro do ano passado, as empresas tradings já estão solicitando às empresas titulares que adequem suas rotulagens para evitar problemas de fiscalização na entrada de produtos importados no país... Tudo isso, fora o prejuízo em dar destino aos produtos já industrializados que estão aguardando embarque.

Deve-se considerar que muitas empresas brasileiras fabricam produtos no exterior e que muitas delas já o fazem usando o texto das rotulagens em português, inclusive o texto legal. Diferentemente daqueles produtos globais em que, em geral, é “grudada” uma etiqueta de papel com a menção do nome do importador e com os dados do produto. No final, quando o consumidor abre e descarta a embalagem, essa “importante informação” vai para o lixo. Mais uma vez, caso seja con rmada essa mudança, a meu ver, a Anvisa, por meio de sua nova diretoria colegiada, deveria se manifestar contraria às instruções contidas no ofício. A Anvisa deveria se posicionar contra essas instruções, no mínimo, por serem inadequadas quanto à sua aplicação conforme o conteúdo do ofício e por não disporem de bases amplas na regulação em vigor para que sejam aplicadas.

Será que também teremos de colocar, no rótulo do produto, o endereço da trading, seu CNPJ etc.? Daqui a pouco, não vai sobrar espaço para se falar do produto. De que adianta, para o consumidor, a empresa pôr mais esse dado no rótulo? Já não basta colocar essas informações na declaração de importação que passa pela Anvisa e pela Receita Federal?

Finalizando, fica uma dúvida: Cada vez que uma empresa muda de trading (responsável pela operação mercantil), há necessidade de modificar toda a rotulagem novamente?

Espero que o bom senso perdido seja encontrado, que as empresas e os consumidores não sejam penalizados mais uma vez, agora com essa barbárie. É difícil acreditar, mas, como tudo, quase tudo é possível.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Importância da barba

O que a Bíblia diz sobre deixar a barba crescer? Deveria um cristão na sociedade de hoje realmente deixar a barba crescer, ou é um pecado ter barba? Uma barba precisa ser salva? Você está vivendo em pecado se você raspar, ou você vai perder a sua salvação? E as igrejas que franzem a testa para pessoas com barbas ou com pelos faciais? Estas são questões interessantes para se discutir e, felizmente, a Bíblia tem algum material para servir de base para este estudo, tanto no Novo quanto no Velho Testamento.

Na sociedade de hoje, as diferenças entre a aparência de homens e mulheres estão cada vez menores. Hoje em dia, é comum ver mulheres que se parecem com homens no jeito de se vestir, nos maneirismos e nos estilos de cabelo. Da mesma forma, alguns homens usam maquiagem e se vestem e agem de maneiras anteriormente conhecidas exclusivamente como femininas. Existem até estímulos fiscais disponíveis para aqueles que procuram cirurgias de mudança de gênero, e há uma liberdade cada vez maior para aqueles que preferem não definir seu gênero. Parece que a sociedade está cada vez mais flexível em relação às diferenças entre homens e mulheres.

Existem alguns cultos e religiões que, apesar de não proibirem, não estimulam e até desencorajam seus fiéis homens a deixar os pelos faciais crescerem. De onde vêm essas crenças? Seria a Bíblia uma fonte de inspiração para estas condutas?

Para começar, as barbas não têm nada a ver com a salvação. Deixar a barba crescer não salvará sua alma. Da mesma forma, barbear-se não fará você perder a sua salvação.

Mas a Bíblia não diz que devemos deixar a barba aparente?

Nem todos os homens podem ter uma barba cheia. Alguns simplesmente não podem ter barbas cheias devido à sua genética natural (alguns mesmo sem pelos faciais!).

Apesar de acreditar que Deus está muito mais preocupado com o interior do que com o exterior, a Bíblia tem muitos conselhos sobre as aparências externas também.

Muitos homens crentes não têm barba (por escolha). Além disso, vale a pena mencionar que alguns homens não podem manter a barba devido a suas ocupações (como trabalhar com alimentos, produtos químicos etc.).

A maioria dos homens citados na Bíblia tinha barba, até mesmo Jesus. Embora as barbas não sejam necessárias para a salvação, é interessante notar que quase todos os homens mencionados na Bíblia tinham barba.

Ao seguirmos estritamente as palavras de Deus, percebemos que as barbas são uma bênção para os homens. Alguns estudiosos da Bíblia asseguram que, embora não seja necessário, deixar a barba crescer pode, em certo sentido, dar honra a um Deus que criou o homem com essa habilidade. A Bíblia menciona muitos homens piedosos que tinham barba: primeiro, Aarão, irmão de Moisés, definitivamente tinha barba:

É como o precioso ungüento sobre a cabeça, que corria sobre a barba, até a barba de Aarão, que desceu até as faldas de suas vestes (Salmo 133: 2)

Ezequiel também usava uma barba, como vemos nesta passagem em que Deus o faz raspar parte de seu cabelo e da barba, como um gesto simbólico que mostra a vergonha que logo virá sobre Jerusalém. Raspar a cabeça ou a barba de um homem nestes tempos teria causado humilhação severa, e Deus usou esta ilustração por seu profeta Ezequiel para refletir a vergonha iminente que Jerusalém logo sentiria pelas mãos de seus inimigos (os babilônios):
Agora, filho do homem, pegue uma espada afiada e use-a como uma lâmina de barbeiro para raspar sua cabeça e sua barba. Em seguida, toma um conjunto de pentes e divida o cabelo. (Ezequiel 5: 1)

José, filho de Jacó, também usava barba, como vemos na passagem abaixo. Ele deveria ser apresentado ao Faraó, e era costume egípcio ser limpo-barbeado:

O Faraó mandou chamar José imediatamente, e ele logo foi trazido da prisão. Depois que ele raspou e mudou suas roupas, ele entrou e ficou diante do Faraó. (Gênesis 41:14)

Esdras, depois de saber que os israelitas haviam quebrado o estrito mandamento de Deus de não se casar com as mulheres circunvizinhas, rasgou suas vestes e barba com horror total de seu pecado: E, ouvindo isto, rasguei a minha veste e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e fiquei assombrado. (Esdras 9: 3)

Por último, mas certamente não menos importante, as escrituras nos mostram que o próprio Jesus tinha uma barba. A seguinte passagem é uma profecia do livro de Isaías e retrata o futuro Messias (Jesus) como um servo sofredor. Esta profecia foi cumprida literalmente quando Cristo ficou na frente de seus escarnecedores antes que ele fosse crucificado:

Eu dei as minhas costas aos que atacam, e as minhas bochechas aos que puxam a minha barba; Eu não escondi o meu rosto da desgraça e do cuspe.(Isaías 50: 6)

Como vimos, não é de hoje que deixar a barba crescer vai e vem na moda!

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