Fisiologia Capilar- Saiba como tratar sem agredir

Edicao Atual - Fisiologia Capilar- Saiba como tratar sem agredir

Editorial

O  mundo vive mesmo em turbulência. A bolsa caiu em New York porque a Microsoft está sendo acusada pelo governo americano de exercer monopólio na área de informática, a fusão de cervejarias no Brasil é combatida por concorrentes com omesmo argumento de se evitar a formação de monopólio. Mas tendências da economia parece que é essa mesma - juntar forças, tornar-se mais competente e competitiva, e fatalmente,  criar monopólios.É o sinal do progresso ou estaríamos voltando aos tempos imemoriais das cruzadas e dos senhores feudais, fortes e poderosos? Que ao que parece também impunham as mesmas regras do monopólio. 

Nesta edição estamos abordando a fisiologia da pele, com urn artigo muito interessante da Dra. Mariana Beny, e outro trabalho sobre pele sensível, onde os autores fazem um estudo abrangente sobre o assunto. Outro assunto que merece destaque é o estudo de permeação cutânea,  que revisa os principais experimentos realizados nesta área. 

Estamos enfocando ainda os modificadores estruturais do cabelo, mostrando alguns aspectos da fisiologia capilar e os cuidados que o formulador deve ter com alguns produtos de tratamento. 

Nesta edição registramos a estréia de Rogério Martins que substitui Sergio Cides na  coluna "Marketing". Os nossos agradecimentos ao Sérgio e as boas vindas ao Rogério. 

Boa leitura e até a próxima edição.

Fisiologia da Pele - Mariana G. Beny Médica São Paulo, SP

• Os produtos cosméticos de tratamento devem ser adequados às condições fisiológicas da pele. Neste artigo o autor descreve as funções principais da pele e sua interação com os produtos cosméticos.

• Los productos cosmeticos de tratamiento cutâneo debem ser adecuados a las condicciones fisiológicas de la piel. En ese artículo el autor hace uma descripción de las principales funciones de la piel y su interacción con los productos cosméticos.

• The skin care cosmetics must be suitable for the skin physiology. In this paper the author describe the maim functions of the skin and theirs interaction with the cosmetics.

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Pele Sensível - Frédérique Morizot, Isabelle Le Fur e Erwin Tschachler - Centro de Estudos e Pesquisas Epidérmicas Sensoriais CERIES, Neuilly/Seine, França

• 0 termo "pele sensível carece de uma definição precisa, o que dificulta a avaliação de sua frequência. Os autores fazem um estudo de compilação de diversos trabalhos sobre o assunto.

• El térm "piel sensible" carece de una definicion propia y univeralmente aceptada, lo cual dificulta el cálculo de su frecuencia de aparición. Los autores analizan diversos estudios sobre este tema.

• The term "sensitive skin" lacks a consistent definition, making estimates of its prevalence problematic. The authors review various studies on this subject.

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Modificadores Estruturais do Cabelo - Vanderlina Oliveira - Embeleze - Rio de Janeiro

• Os produtos de tratamento capilar podem causar agressões aos cabelos e couro cabeludo. Neste artigo o autor mostra alguns aspecto da fisiologia capilar e os cuidados que o formulador deve ter com esses tipos de produtos.

• Los productos de tratamiento capilar puedem causar agresiones a los pelos y al cuero cabelludo. En ese articulo el autor muestra algunos aspectos de la fisiologia capilar y los cuidados que el formulador debe tener con eses tipos de productos.

• The hair care products can be cause of injuries for the hairs and scalp. In this article the author explains some aspects of the hair physiology and the care the comestic chemist has to take on formulating this kind of products.

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Membranas no Estudo de Permeação Cutânea - Patrícia Santos Lopes Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz, São Paulo SP Profª. Dra Telma Mary Kaneko Depto de Farm Fac. Ciências Farmacêuticas da Universidade São Pau

• Vários estudos tem sido realizados para determinar a melhor alternativa para simular o comportamento da pele humana quanto à permeação. Neste artigo, os autores revisam os principais experimentos realizados.

• Vários estudios tienen sido realizados para determinación de la mejor alternativa de simulacción del comportamineto de la piel humana con respecto a la permeacción. En ese articulo, los autores revisan los principales experimentos realizados.

• Many studies has being perfomed to determine the best alternative to simulate the human skin behavior before the permeation. In this paper the authors review the principal experiments already performed.

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Proteção dos Cabelos - Penny Vanemom Croda Inc, Parsipanny NJ, Estados Unidos

Testes mostram que um novo filtro anti-UV protege os cabelos contra radiações UVA e UVB, ao mesmo tempo que aumenta a substantividade da queratina.

• Los ensayos muestram que un nuevo neutralizante cuaternizado es substantivo para com el cabello y o protege del daño causado por los rayos UVB.

• Tests show a new UV absorber protects hair against UVA and UVB rays, while providing substantivity to keratin.

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Estudo do Diagrama de Fases pelo Método Reng - Eloi A. Silva Filho e Thais Dalazare Depto de Química - Centro de Ciências Exatas, Universidade Federal Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

• Neste trabalho os autores apresentam um estudo sobre o Método Reng utilizando preparações de emulsões do tipo água/óleo e óleo/água através da construção dos diagrama de fases contendo água deionizada, dietanolamida, álcool ceto-estearilico (CA) e os tensoativos lauril glucosídio (LG) e cloreto de cetil-trimetil-amônio (CCA).


• En este trabajo los actores presentan un estudio del método Reng usando preparaciones de emulsiones de água/óleo y óleo/água por médio de la construcción del diagrama de fases conteniendo agua deionizad, dietanolamida, álcool ceto-estearilico (CA) y los tensoactivos lauril glucosídeo (LG) y cloruro de cetil trimetil-amonio (CCA)


• This article presents a study on the Reng method using preparations of emulsions of the type water/oil and oil/water through the construction of the diagram of phases containing deionized water, dietanolamide, cetoestearyl alcohol (CA) and the lauryl glucosides (LG) and cethyltrimethylamonium chloride (CCA) surfactants.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

Implementação das Resoluções

Ás vésperas de mais uma Reunião de Mercosul, a realizar-se de 3 a 5 de abril de 2000 em Buenos Aires, Argentina, aproveito a oportunidade para apresentar o status atual relativo a implementação no Brasil das Resoluções acordadas no âmbito do Mercosul.

Para efeito de melhor entendimento, apresento esse levantamento na forma de um quadro comparativo onde estão relacionadas as resoluções do Mercosul (GMC) e as correspondentes do Brasil.

• Resolução GMC 92/94 – Boas práticas de fabricação e controle de estabelecimentos da indústria de produtos de higiene, cosméticos e perfumes
- Portaria 31/95, DOD 28/4/95
• Resolução GMC 110/94 – Definição de produto cosmético
- Portaria 31/95, DOD 28/4/95
• Resolução GMC 16/95 - Lista de corantes permitidos
- Portaria 71/96, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 24/95 -Requisitos para registro de produtos cosméticos no Mercosul e extra zona e para habilitação de empresas representantes titulares do registro no Estado - Parte receptor e importadores
- Portaria 71196, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 25/95 - Lista de filtros ultra violeta permitidos - Portaria 71196, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 26/95 - Lista restritiva de substâncias
- Portaria 71/96, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 27/95 - Lista de preservantes permitidos
- Portaria 71/96, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 28/95 - Lista negativa de substâncias
- Portaria 71/96, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 12/96• Revoga Res. GMC nº 15/95 -Lista de filtros permitidos
- Portaria 71/96, DOD 4/6/96
• Resolução GMC 41/96 – Nomenclatura para ingredientes utilizados em produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes de origem do Mercosul e extra zona para uso em registro entre os estados parte
- Portaria 296, DOU 16/4/98
• Resolução GMC 66/96 - Manual de Boas Práticas de Fabricação e Controle para produtos cosméticos
- Portaria 348, DOU 19/8/97
• Resolução GMC 133/96 - Critérios para inclusão exclusão e alteração de concentração de substâncias
- Portaria 295, DOU 18/4/98
• Resolução GMC 28/97 - Prorroga a vigência das resoluções GMC 16/95, 25/95, 26/95, 27/95
- Não requer implantação
• Resolução GMC 51/98 - Parâmetros para controle microbiológico para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes - Resolução 481199, DOU 6/10/99
• Resolução GMC 4/99 - Atualiza Res. GMC 16/95 - Lista de corantes permitidos
- Não implantada
• Resolução GMC 5/99 - Atualiza Res. GMC 27/95 - Lista de preservantes permitidos
- Não implantada
• Resolução GMC 6/99 -Atualiza Res. GMC 28/95 - Lista negativa de substâncias
- Não implantada
• Resolução GMC 7/99 - Atualiza Res. GMC 26/95 - Lista restritiva de substâncias
- Não implantada
• Resolução GMC 8/99 - Atualização da Res.GMC 25/95 Lista de filtros ultra-violeta permitidos
- Não implantada
• Resolução GMC 36/99 – Regulamento técnico sobre rotulagem específica para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes
- Não implantada
• Resolução GMC 47/99 - Programa de capacitação de inspetores em boas práticas de fabricação e controle para a indústria de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes
- Não implantada
• Resolução GMC 54/99 - Mecanismo de periodicidade para atualização das listas de substâncias utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfume do Mercosul
- Não implantada

Como se pode perceber, algumas das resoluções GMC já devidamente aprovadas pelos quatro Estados-Parte, não foram ainda implementadas em nosso país, acarretando defasagem quanto a sua atualização e trazendo conseqüências negativas
para o setor.

Devemos também considerar que dos demais Estados- Parte, a Argentina recentemente internalizou, isto é, adotou integralmente as Resoluções Mercosul. Por ter sido feito unilateralmente, não resulta em integração completa da legislação.

O procedimento adotado no Brasil para a internalização das Resoluções Mercosul, em definitivo, segue trâmite, que tem como primeiro passo a publicação na forma de consulta pública, por prazo determinado para que todos os setores envolvidos possam tomar conhecimento e se manifestar. A implementação definitiva, na sistemática atual, se dá na forma de uma resolução publicada da ANVS .

Espera-se que, no Brasil, a internalização das resoluções ainda pendentes possa ocorrer até antes da realização da próxima reunião do Mercosul, e talvez quando você estiver lendo esta coluna, as Resoluções já estarão publicadas .

* Carlos Alberto Trevisan é consultor independente e diretor da Carlos & Trevisan Consultoria. E-mail:
trevisan@dialdata.com.br

A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha

A Qualidade Efetiva

Quando o senso da qualidade se encontra permeado através da empresa, da família e da sociedade, quando existe um respeito mútuo e uma compreensão de onde começa e onde terminam as obrigações, os deveres e os direitos é quando todos percebem que fazem parte de um todo, a qualidade efetiva começa a surtir seus efeitos.

É nas pequenas coisas que se percebe os resultados de uma educação para a qualidade. Programas grandiosos, muito eloqüentes e de alto custo dificilmente trazem resultados duradouros. Os resultados efetivos provêm de programas estruturados com a participação de todos os elementos da organização, e suportados pelo modelo do líder. A forma de comportamento do líder principal é o direcionador do comportamento de toda a equipe.

Excelentes indicadores são a limpeza dos banheiros e o comportamento em outros locais usados por mais pessoas, é também a atenção ao horário de uma reunião, como o respeito aquele que está apresentando uma idéia. São estas pequenas coisas que nos dizem como esta o sentimento da qualidade na organização. Se aprendemos a fazer bem as pequenas coisas, automaticamente estaremos fazendo bem as coisas maiores, como atender aos requisitos de um sistema de gestão da qualidade ou do meio ambiente.

O resultado mais evidente é aquele alcançado pelo prefeito da cidade de Nova York, Rudolf Giuliani, com a sua política de agir contra quaisquer delitos, sejam grandes ou pequenos. Recentemente ouvimos de quem esteve em Nova York que a cidade esta irreconhecível para quem a conheceu no passado, tudo está limpo, o número de ocorrência de crimes e de delitos diminuiu enormemente. Aliás, é o mesmo que verificamos em São Paulo em nosso metro. Mesmo transportando significativo número de pessoas das mais diferentes origens, os trens e as estações sempre estão impecavelmente limpas e arrumadas. Os próprios usuários dão valor à limpeza e a ordem que lá rege. Este comportamento provém de uma ordem, de um exemplo que é dado pela administração da empresa do metrô e este exemplo é seguido automaticamente por todos os usuários.

Dentre as empresas que costumamos visitar em nossas auditorias é comum encontrar aquelas que apresentaram grande reviravolta após a implementação de um programa 5S utilizado como precursor da implantação de um sistema de Gestão da Qualidade ou de Meio Ambiente. A participação de todos os elementos da empresa, incluindo as diretorias, num mesmo objetivo, faz com que o nível de preocupação de todos seja afetado. É uma importante mudança de rumo em que todos se engajaram fortemente e a partir daí todos se esforçam para manter o novo status alcançado com o programa de arrumação e de organização. Além dos efeitos práticos obtidos num programa de 5S, como a limpeza, a eliminação de materiais sem uso imediato e a arrumação, o grande efeito é a sinalização de que todos são parte ativa da organização que não estão aí apenas para realizar a tarefa que lhes foi designada, mas sim para contribuir num âmbito maior, dando sugestões e contribuindo com idéias e ações noutras, importantes para a sua manutenção, crescimento e perpetuação.

Nós brasileiros ainda temos o grande dom da criatividade, porém, para que uma organização funcione adequadamente, é necessário que todos que nela agem e contribuem estejam alinhados e realizem os trabalhos de modo organizado. As novas idéias são bem-vindas, porém devem ser devidamente testadas para assegurar que realmente trarão os benefícios previstos, elas devem ser consensadas por todos aqueles que participem do fluxo produtivo em que tenham influência. A discussão e a apresentação dos pontos positivos e dos problemas das novas idéias é tão mais envolvente e formador de comprometimento que as pessoas se sentem parte da organização.

• Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade.
• Maria Lia A. V. Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas.
E.mail: freuss@uol.com.br

Marketing por Rogério Martins

O Poder da Criação

Após ser convidado a escrever a escrever na Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), reuni alguns de meus textos sobre "marketing", criação e design a fim de revisá-los, pensando no que seria mais interessante para os leitores. Conversando com o editor da revista, ele me pediu
que neste primeiro texto eu escrevesse sobre a minha carreira e a experiência junto ao Instituto Ayrton Senna. Pois bem, atendendo ao pedido ...

Comecei a desenhar desde pequeno e sempre recebi o incentivo da minha família. Meu pai era professor de desenho e isso me ajudou muito. Comecei a trabalhar com 14 anos, já na área de criação e desenho. Depois de algum tempo fui trabalhar como desenhista em uma empresa de registros de marcas e patentes, o que me deu uma boa experiência nessa área. Depois desse período, ingressei em uma agência de publicidade. Fiz o curso de Comunicação e Publicidade nas Faculdades Integradas Alcântara Machado - FIAM, formando-me em 1984. Trabalhando em agências, criei embalagens e campanhas para vários produtos como Maizena, Knoor, Kibon, Johnson & Johnson, Perdigão, Alpargatas e muitos outros. Montei uma produtora de desenhos animados onde realizei vários filmes.

Em 1990 comecei a desenvolver um personagem para homenagear o piloto de fórmula 1, Ayrton Senna.

O Senninha nasceu de um momento de criatividade que tive um pouco antes do Ayrton Senna tornar-se bi-campeão do mundo. Essa idéia foi tomando forma e, em 1991, o personagem e o projeto de uma empresa baseada nele estavam prontos e foram apresentados ao pai do Ayrton Senna, Milton da Silva. Ele ficou muito emocionado com o projeto, mas foi só em 1993 que o Ayrton tomou conhecimento do projeto Senninha. Ele não só adorou a homenagem, como concordou fazer do Senninha o seu canal de comunicação com as crianças, um público que sempre o tratou com carinho e amor, e a quem ele sentia a necessidade de retribuir.

Era um grande desafio, pois o nome Senna era e ainda é conhecido em todo o mundo pela alta qualidade de seu trabalho.

Em março de 1994 a primeira revista em quadrinhos "Senninha e sua turma" chegou as bancas.

O Senninha é a tradução para o universo infantil de tudo aquilo que o Ayrton Senna sempre representou. Embora não seja o próprio Senna, o personagem que o representa interpreta a visão do público infantil diante de seu ídolo, dentro de códigos e ícones próprios dessa faixa etária.

Senninha estabelece uma relação de carinho com seu público. 0 seu jeito alegre de ser faz com que ele encare todos os acontecimentos da sua vida de uma maneira descontraída.

Tentei colocar alguns traços da personalidade do Ayrton nas atitudes do Senninha: seu magnetismo pessoal, sua obstinação pela vitória, seu arrojo e inteligência, sua vontade de sempre fazer bem feito, seu patriotismo e seus princípios éticos firmes.

Para tocar o projeto montei uma grande equipe de roteiristas e artistas. Tornei-me Diretor de Criação do Instituto Ayrton Senna, sendo responsável pela criação e comunicação dos personagens da turma do Senninha. São 20 personagens em 4 títulos de revistas, 4 CDs-ROM, e diversos produtos, em embalagens e desenhos animados dirigidos às crianças do Brasil e do mundo todo. 0 personagem se tornou conhecido em vários países.

Com a morte do Ayrton o desafio ficou infinitamente maior. Foi uma fase muito difícil em que todos, ligados ao projeto, pensaram em desistir. Mas eu tinha assumido um compromisso com o Ayrton e estava decidido a dar continuidade ao Senninha. Felizmente, a família Senna tinha o mesmo pensamento e decidiu criar o Instituto Ayrton Senna, que tem por objetivo dar condiçoes básicas de desenvolvimento pessoal à crianças carentes de todo o Brasil.

Todas as imagens e marcas ligadas ao nome Ayrton Senna foram doadas para o Instituto, inclusive o Senninha. Todos os "royalties" recebidos pelo licenciamento dessas marcas são integralmente destinados ao Instituto, que aplica esses recursos em programas de auxílio às crianças do Brasil.

O Senninha se tornou um sucesso, apesar de todas as dificuldades. Ele é o mascote do Instituto Ayrton Senna e seus "royalties" rendem grande ajuda financeira aos projetos do Instituto.

Em abril de 1998 montei minha própria agência, a Martins & Rabelo Design, Web e Comunicação, especializada em designer de embalagens e Web sites.

Hoje eu não estou mais no Instituto, mas o Senninha sempre será um filho querido. Trabalhar com o Senna foi muito gratificante, uma experiência única, que me fez crescer pessoal e profissionalmente .

*Rogério Martins é publicitário.
E-mail: rogerio.martins@originet.com.br

Atualidades Técnicas por Prof. Dr Pedro Alves da Rocha Filho

Tratamento dos Cabelos e Fisiologia da Pele

O efeito de várias matérias-primas químicas ou biológicas sobre a pigmentação da pele tem sido estudado por vários grupos de pesquisas, porém, até o presente momento, nenhum método padronizado foi estabelecido indicando os parâmetros necessários para testar tais produtos. Um método padronizado foi desenvolvido para selecionar compostos com efeitos sobre a pigmentação.

O protocolo compreende parâmetros básicos para analisar os efeitos melanogênicos e permitir a caracterização de compostos sugeridos, indicando o provável mecanismo de suas ações. Neste método, denominado de STOPR - Standardized Testing of Pigmentation Regulators, os compostos são selecionados usando tirosinase purificada e são testados em culturas de melanócitos. Após o tratamento dos melanócitos com o composto bioativo, a viabilidade e proliferação celular, a quantidade total de melanina acumulada e o potencial melanogênico são determinados. Este protocolo é a primeira etapa na caracterização de efeitos sobre a regulação química da melanogênese. Quando os compostos bioativos são identificados, alguns testes farmacológicos e aplicações comerciais devem ser realizados em testes in vivo em culturas celulares.

Como aplicação da metodologia proposta, a avaliação de compostos como arbutin, hidroquinona acido kójico, assim como agentes promotores do clareamento da pele foram testados.

Um shampoo pode conter em sua formulação (A) sais do ácido tetradecenessulfônico (1-15); (B) alquil eter sulfato polioxietilenado (1-15); (C) tensoativos anfotéricos (1-10); (0) ácido salicílico e ou isopropilmetilfenol (0,05-1,0) e opcionalmente (F) alcoóis poliídricos (0,1-10,0%) A formulação apresenta boa detergência e estabilidade. Pode-se sugerir a seguinte formulação:

Tetradecenessulfonato de sódio 3,0
Lauril eter sulfato de sódio
polioxietilenado 4,0
Cocoamidopropil betaina 3,0
Dietanolamina de ácido graxo
de coco 2,0
Celulose quaternizada
(Polymer JR 400) 0,5
Isopropilmetilfenol 0,2
Propileno glicol 3,0
Diestearato de etileno glicol 0,2
Perfume, preservante e agua qsp 100,0%

Produtos para colorir os cabelos podem conter um ou mais ativos ou derivados selecionados de plantas e opcionalmente corantes de origem natural. As proteínas vegetais melhoram a capacidade de coloração do shampoo e aumentam sua resistência. Um produto indicado para coloração capilar pode conter solução aquosa de proteína do trigo (PM 250000); corante Japão negro 401 0,03; corante Japão púrpura 401 0,03; corante Japão laranja 205 0,04; álcool benzílico 7,00; pectina 7,00; e água 85,80%.

Condicionadores de cabelos contendo esterquarts, alquil e/ou alquenil oligoglicosídeos, glicerídeos parciais e opcionalmente alcóois graxos e/ou alcoóis graxos etoxilados promovem maciez e textura aos cabelos reduzindo as cargas eletrostáticas entre as fibras capilares. A seguinte formulação é sugerida:

Diestearoiletil hidroxietilmônio
metolsulfato + alcool cetearilico 1,4
Álcool cetearilico 2,5
Glicerideos hidrogenados
de palma, glicosídeos de coco 1,5
Glicosídeos de coco + oleato
de glicerila 5,0
Água destilada qsp 100,0%

Produtos cosméticos destinados a promover o enrolamento (permanentes) de cabelos podem também apresentar efeito de coloração capilar. Um composto destinado a enrolar os cabelos pertence a categoria dos corantes catiônicos apresentando portanto um aroma de nitrogênio quaternário, que é opcionalmente deslocado e uma ligação X=N, onde X representa o átomo de nitrogênio ou uma ligação-CH. Propõe-se também um método para aplicação do produto bifuncional.

Um método para redução do número de rugas e sinais na pele envelhecida é indicado tendo as seguintes etapas: a) aplicação tópica de um produto contendo hidróxi-acido na concentração aproximada de 7,0% e com pH 3,0-4,0, que causa aumento na esfoliação da pele; b) aplicar à pele um produto sem hidróxi-acidos; c) repetir as etapas "a" e "b" no mínimo duas vezes diárias por aproximadamente quatro semanas e d) repetir somente a etapa "b" no mínimo duas vezes por dia por aproximadamente quatro semanas.

Auto bronzeamento pode ser conseguido com a combinação de DHA – di-hidróxi-acetona com quantidade efetiva de alfa-hidróxi-ácidos (AHA) com cadeia longa como por exemplo o ácido alfahidróxi- láurico. Um produto auto bronzeante pode ser formulado contendo:

Acido alfa-hidróxi-láurico 1,5
Di-hidróxi-acetona 9,0
Ciclometicone 25,0
Poliquatemium 37/dicaprilato/
dicaprato propileno glicol/
PPG-l trideceth 5,0
Água purificada qsp 100,0%

O efeito de dois tensoativos não iônicos com estruturas de cristal líquido na absorção de dois filtros solares foi avaliado. Três estruturas líquida cristalina foram estudadas: lamelar, hexagonal ou cúbica. A difusão dos filtros solares a partir dos cristais líquidos foi determinada medindo-se a cinética de transporte em meios que não contém tensoativos comparando-se com sistemas semelhantes contendo tensoativos. Os coeficientes de difusão forma maiores nos sistema cúbico para a benzofenona-4 (filtro solar hidrossolúvel) e na fase lamelar para o octil-metoxicinamato (filtro solar lipossolúvel). Portanto, a difusão nestes sistemas foi dependente da estrutura cristalina e das propriedades físico-químicas do soluto. Os fluxos transcutâneos foram estudados a partir das células de difusão de Franz. Os veículos com estrutura cristalina modificam o fluxo transcutâneo da benzofenona-4 mas não altera do octilmetoxicinamato. 0 coeficiente de difusão destes filtros solares no estrato córneo e na derme pode ser a etapa determinante de sua penetração e esta etapa é influenciada diferentemente pelos veículos não-iônicos.

São fórmulas espumas para modelagem dos cabelos contendo cânfora ou mentol e tensoativos catiônicos. A espuma demonstra boa retenção e ação refrescante e pode ser composta por: solução aquosa ou alcoólica contendo (a) polímeros modeladores (0,1-30,0); b) 1-mentol, m-mentol ou derivados, e/ ou cânfora (0,01-2,0) e c) tensoativos catiônicos (0,005-2,05) e d)propelentes.

A mousse para os cabelos é preparada contendo:

Solução de PVP/VA 735 (10%) 97,0
Mentol 0,20
Cloreto de estearil-trimetil
Amônio 0,05
Alcool etílico 10,0
Perfume, preservante e água
destilada qsp 100,0%

Tensoativos catiônicos são empregados também em produtos bifásicos onde formam uma das fases sendo que a outra contém cloreto de sódio. O produto apresenta boa separação das fases, e redispersível e com boas propriedades condicionantes dos cabelos. Um exemplo da formulação baseada nos limites indicados, óleos 0,1-70,0 NaCI 0,01-5,0 celulose catiônica 0,001-5,0 e água, pode ser:

Parafina liquida 5,00
Polimero JR 400 (celulose
catiônica) 0,05
NaCI 0,10
p-hidroxibenzoato de metila
e agua qsp 100,0%

Bibliografia

1. Virador VM; Kobayashi N; Matsunaga J; Hearing VJ. A standartized protocol for assessing regulators of pigmentation. Anal. Biochem. 270(2): 207-219, 1999.
2. Matsumoto F. Antidandruff shampoos containing salicylic acid or isopropylmethylphenol and specific surfactants. Patente Japonesa n° 11209249, 20 de janeiro de 1998.
3. Aguri E; Okamoto M. Hair dyes containing plant proteins. Patente Japonesa n° 11209252 , 14 de janeiro de 1998.
4. Kahre J; Boyxen N; Kosboth C; Goebels D; Seipel W. Hair conditionning agents. Patente Alemã n° 9939690, 6 de fevereiro de 1998.
5. Tsujino Y; Kamishita T. A permanent wave agent composition having dyeing effect and method for dyeing hair using the same. Patente Internacional, n° 9940895, 10 de fevereiro de 1998.
6. Miser DA. Method for reducing skin wrinkles and regulating skin atrophy. Patente Norte Americana n° 5939457 de 24 de outubro de 1997.
7. Lentini PJ; Tchinnis P; Muizzuddin N. Self-tanning composition containing dihydroxyacetone and alphahydroxy acids. Patente Norte Americana n° 5942212, 19 de novembro de 1996.
8. Brinon L; Geiger S; Alard V; Doucet J; Tranchant JF; Couarraze G. Percutaneous absortion of sunscreens from liquid crystalline phase. J. Controlled Release 60(1):67-76, 1999.
9. Tofukuji R. Hair-styling containing menthol or camphor and cationic surfactants. Patente Japonesa n° 11209250 de 20 de janeiro de 1998.
10. Matsumoto F; Shinjo A. Bilayer hair cosmetics containing sodiumchoride and castionic cellulose. Patente Japonesa n° 11222415 de 30 de janeiro de 1998.

* Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquímico industrial.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Doenças Vésico-Bolhosas

A ocorrência de vesículas e bolhas pode se dar como manifestação secundária a queimaduras, toxinas ou infecções virais ou bacterianas. Algumas doenças, porém, as apresentam como manifestação primária da doença de base. A diferenciação clínica era a única maneira de distingui-las até o surgimento da histopatologia e da imunologia que nos revelou os níveis onde aparecem as vesículas e os motivos pelos quais elas surgem.

No quadro abaixo listamos as dermatoses vesico-bolhosas que tem características clínicas semelhantes:

Adquiridas
• Auto-Imunes
Pênfigo vulgar
Pênfigo vegetante
Pênfigo foliaceo endêmico
Pênfigo foliaceo não endêmico
Pênfigo induzido por drogas
Pênfigo paraneoplasico
Penfigóide bolhoso
Herpes gestacional
Penfigóide cicatricial
Dermatite herpetiforme
Dermatose por IgA linear
Epidermó1ise bolhosa adquirida

• Metabólicas
Porfiria cutânea tarda

Genéticas
Epidermó1ise bolhosa simples
Epidermólise bolhosa distrófica
Epidermólise bolhosa juncional
Hiperqueratose epidermolítica
Doença de Hailey-Hailey

A patogênese das doenças bolhosa é múltipla. Naquelas com substrato genético o modo de herança pode ser dominante ou recessivo ocorrendo mutação genética em um dos componentes moleculares da epiderme ou da união derme-epiderme. Nos casos ditos adquiridos os pacientes produzem auto-anticorpos contra estruturas específicas e são designadas de auto-imunes.

Das auto-imunes as mais importantes são aquelas denominas pênfigos, onde encontramos um grupo de doenças com comprometimento cutâneo e, às vezes, mucoso, que tem em comum o aparecimento de bolhas intra-epidermicas, causadas pela perda de adesão entre as células epiteliais da camada de Malpighi. Esta perda de adesão se dá por mecanismos auto-imunes, o que é comprovado pela presença de auto-anticorpos tipo IgG, nos espaços intercelulares dos queratinócitos. Quando se injeta estes anticorpos em animais experimentais obtém-se sinais da doença humana, o que prova que eles são patógenos. Os pênfigos tem várias formas clínicas e etiopatogênicas como relacionadas na tabela.

A etiologia definitiva ainda não está esclarecida, em que pese o fato de algumas formas terem agentes bem suspeitos como no pênfigo foliaceo endêmico (um vírus) ou alguns agentes imputados como no pênfigo paraneoplásico ou no desencadeado por drogas. É preciso lembrar que fatores de predisposição genética estão envolvidos, como em todas as doenças.

A característica clínica mais evidente é sem duvida o aparecimento de bolhas superficiais que se rompem com facilidade, deixando áreas erosadas. Estas áreas se confluem, na maioria das vezes, formando áreas eritematosas e com crostas e escamas. Estas lesões iniciam-se na face, pescoço e parte superior do tronco e depois seguem o sentido cranio-caudal, atingindo, de forma simétrica os membros inferiores. A denominação "fogo selvagem", como era designado o pênfigo, deve-se ao fato do paciente referir queimação intensa nas áreas atingidas. Há maior sensibilidade ao frio e à exposição solar.

Quando se tem uma suspeita de pênfigo, deve-se proceder pesquisa laboratorial através de exame citológico, histopatológico e provas imunológicas para se detectar a presença de anticorpos antiepiteliais.

O tratamento dos pênfigos teve um divisor de águas com o aparecimento dos corticosteróides, a partir de 1950. Outras drogas utilizadas são os imunossupressores e antibióticos.

Recentemente houve relatos de associação entre tetraciclina 2,0 g/dia com nicotinamida 1,5 g/dia, com resultados excelentes.

Algumas drogas como a penicilina, captropil, rifampicina e enalapril podem desencadear quadro de pênfigo induzido por drogas. Quando isto ocorrer o primeiro procedimento é a retirada do medicamento e aguardar o desenvolvimento do processo antes da introdução do corticóide .

Dra. Denise Steiner é dermatologista. E-mail: clinicastockli@sti.com.br
Colaboração: Dr. Valcinir Bedin, médico pela USP e pós-graduando pela UNICAMP, Campinas SP.

Boas Práticas por Teresa F. S. Rebello

A Qualidade por Todos

NA década de 60, quando já existiam os laboratórios de controle de qualidade, porém não se falava (e nem se escrevia) sobre GMP e muito menos sobre BPF, poderíamos dizer que algo mudou de lá para cá? Com toda a certeza a resposta "sim" seria unanimidade.

Realmente as tecnologias avançaram muito. E o que lemos em livros especializados em qualidade, jornais, revistas, etc. Mas e nós? Pessoas! Avançamos na mesma progressão? Talvez estas idéias fiquem mais claras citando um trecho do livro - Gerência Eficaz da Mudança de J.H.Bueno, página 23: "Os conhecimentos dobram a cada sete anos e a partir do ano 2000 dobrarão em metade do tempo: a revolução tecnológica e imensurável e o tecido social das organizações tem dificuldade de acompanhar esse ritmo alucinante de incríveis mudanças".

Para mim, isto faz sentido porque, na década de 60, quando trabalhava no controle de qualidade de uma indústria farmacêutica, ouvia do gerente geral, superior hierárquico de todos nos colaboradores, a seguinte definição para controle de qualidade: "0 CQ é um mal necessário. É um setor que só gasta e atrapalha a vida da produção".

Realmente, toda vez que rejeitávamos um produto, armava-se um campo de batalha entre o gerente do CQ e o da Produção. E como está essa relação nos dias atuais? Essa pergunta tenho feita aos mais novos batalhadores da qualidade, e a resposta de alguns deles e que a guerra continua.
Felizmente essa resposta não é unanimidade! Mas parece ainda existir uma separação nos objetivos: à produção cabe produzir e ao controle de qualidade inspecionar. E se isso ainda ocorre, porque desde a década 80 falamos tanto em treinamento de pessoal em qualidade total, enfatizando que "quem faz a qualidade de um produto e quem o produz?

Tentando entender essa resistência as mudanças de comportamento, reli 0 Manual de BPF e C (Portaria n° 348) procurando no texto alguma citação ao relacionamento controle de qualidade e produção. Explicitamente registrado, nada encontrei. Mas parece óbvio que ainda existe uma certa resistência às mudanças nessa relação, pois se assim não fosse, não encontraria no texto do Guidelines for Good Manufacturing Practice of Cosmetic Products, publicado pelo Council of Europe, alusões a necessidade dos dois setores se unirem para a causa comum, ou seja, para cumprir o objetivo das BPF que é a qualidade do produto.

Assim, na seção "Gerenciamento da Qualidade" (a mais extensa do Guideline), em determinado trecho lemos: "Os laboratórios de controle deveriam participar nos processos de fabricação, análise de problemas e auditorias". E, mais adiante, define o que são as atividades de controle:
"são definidas como sendo todas as atividades conduzidas pelos laboratórios de controle e o staff de fabricação para supervisionar a qualidade durante a produção. Para isto, eles necessitam de "procedimentos de amostragem, métodos de inspeção, estabelecer limites, instruções para uso de instrumentos de controle, procedimentos para calibração e instruções para monitorar a qualidade durante a fabricação e as especificações".

Então, fica claro que a qualidade é responsabilidade da empresa como um todo. E, provavelmente, começa pelo departamento de RH.

Embora não mencionado diretamente, todos os manuais que tratam das BPF (inclusive o publicado pelo Council of Europe – seção de sistemas de qualidade) cobrem assuntos relacionados a seleção de pessoal; a posição que devem ter dentro da estrutura da organização; o conhecimento de suas responsabilidades e tarefas (cada colaborador deve receber por escrito, a descrição de suas funções), treinamento etc.

Estou errada? Acredito que não, pois se considerarmos a definição de RH: "A administração de recursos humanos trata do adequado aprovisionamento, da aplicação, da manutenção e do desenvolvimento das pessoas nas organizações", conforme ensina Idalberto Chiavenato, Recursos Humanos, Ed.Atlas, página 17. Vemos que a administração de RH também participa e muito das Boas Práticas de Fabricação.

É certo que o objetivo maior das BPF é oferecer aos consumidores, produtos eficazes e seguros quanto ao seu uso, mas não podemos nos esquecer que a satisfação tão mencionada nos programas de qualidade total abrange também colaboradores, acionistas e fornecedores .

* Tereza F. S. Rebello é farmacêutica bioquímica.
E-mail: methodus@netco.com.br

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