Ginkgo Biloba - Potencial a ser explorado contra os radicais livres

Edicao Atual - Ginkgo Biloba - Potencial a ser explorado contra os radicais livres

Editorial

Sera que um cidadão honesto, que paga seus impostos e procura sempre cumprir as leis do país, seria capaz de portar uma arma com segundas intenções? A resposta é difícil, por isso, campanhas publicitárias estão sendo realizadas para promover o desarmamento da população.

 No Brasil, mais de 20 mil pessoas são assassinadas a bala por ano. Este número absurdo precisa diminuir. Crimes cometidos por pessoas comuns freqüentemente porque alguém perdeu a cabeça e achou uma arma. É a briga do bar que acaba em morte, uma discussão entre torcedores ou uma fechada no trânsito. Na hipótese mais otimista, uma lei de desarmamento poderia evitar 10% dos crimes de morte no Brasil. Isso equivale a poupar a vida de mais de 2.000 pessoas por ano. Parece pouco, mas não vale a pena apoiar uma lei que salva uma vida a cada quatro horas? Pense bem nisto ... 

Nesta edição estamos enfocando os fitocosméticos com as maravilhas da Ginkgo biloba. Além disso, estamos publicando os abstracts dos trabalhos apresentados no XIV Congresso Latino-Americano e Ibérico de Químicos Cosméticos, e da Conferência Internacional da IFSCC realizados em maio passado, em Santiago, no Chile. 

Não deixe também de ler, na matéria especial, a história da HBA, o maior evento voltado para atender o mercado de fornecedores para a indústria cosmética do Brasil. 

Lembramos, ainda, para visitar nossa pagina na Internet, anote o endereço: www.tecnopress-editora.com.br

 Boa Leitura!

Lactato de Amônio - Fernando Scudeller Libardi - Depto Pesquisa - Croda do Brasil Ltda - Campinas - SP

• Este trabalho apresenta uma revisão da importância e dos benefícios do lactato de amônio como um hidratante terapêutico na solução de problemas relacionados à pele seca

• Este artículo presenta una revisión de la importancia y ventajas del lactato de amónia como un hidratante terapêutico en la solución de problemas relacionados con la piel seca.

• This article presents a review of the importance and advantages of the use of ammonium lactate as a therapeutic hydrating in the solution of problems related to dry skin.

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Ginkgo Biloba na Fitocosmética - Daniel Bonov, Profa Dra. Maria Valéria RV Paola e Dra M. Elizette Ribeiro

• A Ginkgo biloba L. (Salisburia adiantifolia, Salisburia biloba) apareceu na Terra a mais de 200.000.00 anos e é conhecida como a "arvore da vida". O extrato padronizado da planta (EGb 761) possui composição complexa, contendo principalmente diversos flavonóides, responsáveis pela ação de combate aos radicais livres e vasodilatadora periférica; e terpenos que conferem sabor amargo à planta e atividade antagonista do fator agregante de plaquetas. A Ginkgo biloba L. tem sido utilizada em formulações cosméticas de ação anticelulítica, restauradora da vascularização do bulbo capilar e, principalmente antioxidante, pois atua no combate ao envelhecimento cutâneo neutralizando a ação dos radicais livres na lipoperoxidação lipídica.

• El Ginkgo biloba L. (Salisburia adiantifolia, Salisburia biloba) aparecío mas de 200.000.00 años en la Tierra el y ES onocido como "el arbol de la vida". El extracto regularizado de la planta (EGb 761) posee composicion compleja, contiene principalmente vários flavonóides, responsables para la acción del combate a los radicales libres y como vasodilatador periférico; y terpenos que verifica sabor amargo a la planta y la actividad antagónica del factor agregante de las plaquetas. El Ginkgo biloba L se ha usado em formulaciones cosméticas de acción anticelulítica y se ha restaurado la vascularizacion de los capillares y, principalmente como antioxidante, porque actua en el combate al envejecimiento cutáneo, porque neutraliza la acción de los radicales libres en la lipoperoxidación.


• The Ginkgo biloba L. (Salisburia adiantifolia, Salisburia biloba) appeared more than 200.000.00 years in the Earth the and it is known as the "tree of the life ". The standardized extract of the plant (EGb 761) possesses complex composition, contends mainly several flavonoid, responsible for the combat action to the free radicals and outlying vasodilatador; and terpene that check bitter flavor to the plant and has antagonistic activity of the factor aggregant platelet. The Ginkgo biloba L. has been used in anticelulific cosmetic formulations; restoring the capillary bulb vascularization and, mainly antioxidant action, because it combats the cutaneous aging neutralizing the free radicals in the lipid peroxidation.






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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

Qual a Solução?

O Boticário, São José dos Pinhais PR, Brasil

No período de 31 de maio a 2 de junho passado realizaram-se em Assunção, no Paraguai, reuniões dos SGT3 e 11, respectivamente, para os assuntos de metrologia e produtos para a saúde.

Como anteriormente mencionado, os temas discutidos referentes à nossa categoria foram:

- Quanto a metrologia: indicação do quantitativo igual ou superior a 5 g/ml; indicação quantitativa de produtos no estado semi-líquido e semi-sólido.

Para o primeiro ítem decidiu-se (ad-referendum da delegação argentina a qual não se fez presente à reunião) que deverá ser feita a indicação do quantitativo, porém, devera ser elaborada uma metodologia para que, nos casos de fiscalização, as tolerâncias sejam adequadas à realidade
onde as variações podem ser superiores a 40% entre os valores maior e menor.

A decisão quanto ao valor das tolerâncias será tomada na próxima reunião.

O segundo ítem também a ser referendado pela delegação argentina, acordou-se que para os produtos apresentados na forma semi-líquida será utilizada a unidade "mililitro", e para os produtos apresentados na forma semi-sólida será utilizada a unidade "grama".

Comparativamente ao ocorrido nessa reunião, aquela envolvendo a nossa categoria no grupo de produtos para a saúde, mais uma vez passou sem que nenhum progresso fosse realizado além das costumeiras conversações sobre prazo de validade, origem e composição.

Os mencionados ítens tiveram, por parte da Argentina, uma decisão materializada na data de 26 de março de 1999, através da Disposição 11/08/99.

Esta atitude da Argentina provocou nos demais Estados-Parte uma sensação de frustração e perplexidade, pois são temas que, se não consensados previamente, como ainda nao o foram, acarretam grande dificuldade quanto à admissão de produtos, pois, se no presente momento já existem dificuldades, estas deverão ser maiores para a adequação de produtos ao mercado argentino.

A Argentina internalizou resoluções de Mercosul ainda não referendadas pelo Grupo GMC e outras que necessitam de revisão e atualização.

Pontos de dificuldade são, por exemplo, o anexo I, o qual estabelece a lista de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e seus requisitos técnicos os quais nada mais são do que os testes de controle de qualidade, microbiologia, irritação primária, proteção solar e fototoxicidade.

Consideramos como pontos de dificuldade, pois a posição brasileira é de que não devam ser estabelecidos quais testes devem ser feitos, ficando esta responsabilidade com a empresa que é a responsável pela qualidade e pelo suporte aos claims de seus produtos.

A maior surpresa foi a oficialização da posição argentina quanto à dispensa da indicação do FPS quando inferior a 12, e que não o demonstrem, sendo a indicação substituída por "Baixa Proteção" ou "Proteção Moderada".

Outra decisão foi a aceitação da nomenclatura INCI,já adotada na União Européia.

Quanto ao prazo de validade, a aceitação de que para produtos de validade superior a 30 meses, nada deverá ser mencionado, e que para validade inferior a 30 meses, seja mencionado "usar preferivelmente antes de mês/ano".

Quanto à origem, a legislação argentina adota a simples indicação de país de fabricação, sem menção de fabricante no país de origem. Este é outro ponto de conflito com a posição brasileira pois, no Brasil, a Vigilância Sanitária é da opinião que, além do país de origem, seja mencionado
na rotulagem o nome e endereço do fabricante, com o argumento de que, tendo em vista que o mesmo produto pode ter vários importadores, caso haja a necessidade de proceder o recolhimento, será possível saber quais os importadores que efetuaram a colocação no mercado.

Como podemos concluir, e anteriormente já por nós devidamente e exaustivamente comentado, a maior dificuldade continua sendo a legislação brasileira de Defesa do Consumidor, na qual as demais legislações se apóiam para justificar uma possível alteração de posicionamento.

Outra esperança que seja efetivamente publicada a versão definitiva da Portaria 291 que estabelece a dispensa de registro para os produtos de grau I e, portanto, possibilite a agilização tão aguardada pelas empresas.

Carlos Alberto Trevisan é engenheiro químico, gerente de Suporte Legal do Boticário, representante da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) no SGT-ll (sub-Grupo de Trabalho) do Mercosul.


A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha

Educar para a Qualidade

Contexto BR Gestão Estratégica e de Pessoas
São Paulo SP, Brasil

Em nossa experiência como consultores e facilitadores de processos de implantação de sistemas de qualidade nas organizações, observamos que para que as pessoas possam realmente se comprometer com um programa de qualidade, é essencial que sejam educadas e preparadas para o novo modelo de gestão.

Todo o novo modelo que se deseja implantar deve constar de 4 passos: conscientização, educação, instrumentalização e ação.

O que geralmente ocorre é que as empresas vão direto para a ação, promovendo a implantação técnica do sistema. Como as pessoas e o ambiente não estão preparados, ocorrem resistências, boicotes, lentidão e muitas vezes é até necessário interromper o processo.

Educar para a qualidade é um passo muito importante e fundamental, devendo ser estudado e elaborado, respeitando-se a cultura organizacional, os seus valores, enfim a maneira de ser que é peculiar a cada organização.

O processo de educação se faz através de programas de sensibilização, de treinamento e desenvolvimento. Este programa, ou tratamento deverá envolver toda a organização, desde os mais altos escalões até o colaborador mais simples.

Sugerimos que o conteúdo do programa seja desenvolvido de forma modular e diferente para cada nível, contendo mais conceitos para os níveis mais altos e mais imagens para os níveis mais baixos.

Os programas devem ainda, contemplar a participação da família, através de exercícios feitos em conjunto em casa, de campanhas, gincanas e trabalhos realizados na empresa, com o intuito de que os conceitos da qualidade possam transbordar para fora da organização, servindo, inclusive de sustentação e apoio não só para o colaborador que passa a contar com a participação da família, como também a família pode se beneficiar dos conceitos da qualidade aplicando-os para melhorar a qualidade de vida e do ambiente em casa.

Na empresa a participação ativa dos líderes e encarregados no processo, como multiplicadores e facilitadores do programa é uma estratégia fundamental, pois faz com que os mesmos se comprometam verdadeiramente com o projeto, além de causar um movimento interno e um clima muito positivo e agradável. Não devemos esquecer que estes líderes deverão receber treinamento como instrutores e facilitadores, para se sentirem seguros e preparados, bem como para garantir a qualidade do conteúdo e da forma do programa. 0 desenvolvimento desta habilidade é muito importante para o líder, uma vez a atividade de educador faz parte integrante do papel do líder.

Outro recurso muito importante durante, e mesmo depois da implantação, como auxiliar na manutenção e perpetuação do sistema da qualidade e a comunicação interna, que deve ser contínua e interessante.

O que temos verificado na prática é que as empresas que fazem da educação e desenvolvimento um processo contínuo, além que contarem com colaboradores mais capacitados, motivados e comprometidos, tem o seu sistema da qualidade sempre melhorado, fazendo dele um instrumento de gestão organizacional e os procedimentos do sistema e os conceitos da qualidade passaram a fazer parte da cultura da organização, constituindo um comportamento natural nesta empresa.

A percepcão dos colaboradores à respeito dos benefícios que esta aprendizagem traz para eles próprios, para a empresa como um todo e até para as suas famílias faz com que se tornem orgulhosos de trabalharem nesta empresa.

Por outro lado a organização terá sempre um ambiente propício e favorável a qualquer mudança que queira implantar.

A visão empresarial voltada para a educação e desenvolvimento dos seus colaboradores, em todos os níveis, constitui um diferencial importante de competitividade, uma vez que tecnologia já não é mais um fator exclusivo de alguns, pois as informações estão disponíveis para todos e pessoas preparadas, comprometidas e motivadas é privilégio de algumas organizações mais avançadas, com o olhar voltado para o futuro e para o mundo.

A organização capaz de "aprender a aprender", de dar respostas ágeis e com qualidade, capaz de respeitar o meio ambiente e a comunidade, desenvolvendo o grau de empregabilidade de seus colaboradores, desenvolvendo o seu papel social, antecipando o futuro, mantendo os seus clientes e acionistas satisfeitos é esta empresa que se perpetuará e terá sucesso no mundo contemporâneo.

Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade.

Maria Lia A. V. Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas.

Marketing por Sérgio J. Cides

Modismos e Tecnologia

Consultor de Empresas, São Paulo SP, Brasil

Não sei se existe outro ramo de negócios com tanta variedade como o ramo de cosméticos.

Às vezes, por pura coincidência, um avanço tecnológico representa um modismo. Por exemplo, determinados óleos vegetais tem mostrado que melhoram, em muito, o desempenho de determinados produtos. Por coincidência, no momento em que os químicos da indústria cosmética estão substituindo óleos minerais por óleos vegetais, a moda da ecologia e das coisas "naturais" (como se o óleo mineral não fosse tão natural quanto o óleo vegetal - mas isso é outra discussão) passa a exigir que os produtos cosméticos atrelem-se a esse tipo de apelo.

A onda de "natureza" - como sinônimo de vegetais, para o leigo- invadiu a medicina, com tratamentos alternativos dos florais e das fitoterapias. Ora, os cosméticos tem um certo apelo medicinal. Afinal, como se fossem verdadeiros medicamentos, os cosméticos corrigem problemas estéticos que, para muita gente, incomodam tanto como se fossem moléstias.

Essa grande massa de consumidoras que anda em busca de tratamentos estéticos e, ao mesmo tempo, preocupa-se com o apelo das coisas "naturais", exige que seus cosméticos tenham essa conotação de medicina alternativa: ingredientes vegetais, embalagens com "jeitãao" de embalagem de remédio, sem perfumes ou, quando muito, com perfume floral e delicado e, se não for exagero, até a inclusão de um folheto imitando bula.

Acreditamos que uma pesquisa de mercado irá demonstrar que se trata de um segmento com volume de vendas nada desprezível, que começou timidamente há algumas décadas, com produtos semi-artesanais oferecidos nas farmácias de manipulação. Eram produtos de procedência e resultados duvidosos, mas com aquele apelo de medicina alternativa que começava a alastrar-se. Embalagens pobres, intrigantemente, vendidas a preços bastante salgados, quando comparados com cosméticos tradicionais. Afinal, o público acha que o que é bom deve ser caro e, conseqüentemente, produto barato não deve ser grande coisa. Há milhares desses produtos: sabonetes artesanais, shampoos milagrosos, bronzeadores duvidosos, tinturas de cabelo, relaxantes de cabelos, etc.

Aos poucos tais produtos começaram a aparecer - sem nenhum tipo de publicidade, além do boca a boca - em um grande número de pontos de venda e, de um modo ou de outro, a ocupar espaço nas penteadeiras das consumidoras. Ora, com a comprovação científica de que alguns ingredientes vegetais poderiam trazer melhoria técnica para determinados cosméticos, e depois de testes de compatibilização de tais ingredientes com formulações seguras e estáveis, as grandes indústrias resolveram que já estava na hora de entrar nesse segmento.

Foi o advento dos fitocosméticos sérios e respaldados por empresas de renome mundial. Tais empresas tem um compromisso de qualidade e suas fórmulas não são empíricas. Ao contrário, são formulações aprovadas depois de exaustivos testes de eficácia e segurança.

Mas, será que a consumidora que busca o "natural" irá acreditar que uma grande empresa seja capaz de colocar no mercado um produto que não seja "industrializado" e "artificial"?

Sabe-se que a consumidora comum acha que tudo aquilo que é industrializado em larga escala e cheio de "conservantes" (seja lá o que isso queira dizer). E isso vale para alimentos e cosméticos. Por exemplo, muitas vezes, num alimento, o conservante é o vinagre (ácido acético) que
a dona de casa usa diariamente em sua cozinha. No entanto, quando ela lê o rótulo e vê que está escrito no texto legal: conservante, ácido acético, ela fica toda arrepiada. Acha que o alimento industrializado é extremamente artificial. A mesma percepção ela tem em relação aos cosméticos: o que é industrializado não é boa coisa.

O grande desafio do pessoal de marketing da indústria de cosméticos, portanto, é convencer a consumidora potencial de que o produto, apesar de estar sendo produzido por uma grande indústria, é um produto realmente fitocosmético. E, para esse convencimento, embalagem, perfume, cor, comunicação, enfim todo o arsenal do marketing deverá ser muitíssimo bem utilizado, de maneira sutil e criativa. A própria comunicação deverá ter um toque "sofisticadamente simples". Para não desmerecer a categoria do produto e para não perder a conotação de artesanato. É uma tarefa difícil.

Sérgio J. Cides é administrador de empresas formado pela Puc-SP, consultor de empresas e autor do livro "Introdução ao marketing para micro e pequenas empresas".

Atualidades Técnicas por Prof. Dr Pedro Alves da Rocha Filho

Fitocosméticos

Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto SP, Brasil

A formulação de uma loção que pode evitar a aspereza da pele emprega extrato de Malva verlicillta. Poderá conter:

Óleo de oliva 0,50
Monoestearato de
sorbitano polietoxilado 2,00
Óleo de rícino polioxietilenado 2,00
Etanol 10,00
Extrato de M. verticillata 0,50
Hialuronato de sódio (1,0%) 5,00
Agua purificada qsp 100,00

O óleo essencial de folhas e flores de Salvia glutinosa (L.) foram obtidos por destilação a vapor 2 e analisado por cromatografia gasosa e cromatografia gasosa/espectroscopia de massa, sendo que o conteúdo de óleo foi respectivamente O,05% e 0,03%. Foram identificados cerca de 60 e 74 compostos para as folhas e flores respectivamente. Ambos são ricos em sesquiterpenos com g-muroleno (15,1-18,7%) como principal componente. A avaliação microbiológica mostra que os dois óleos obtidos foram ineficazes contra bacterias Gram (-)ou Gram(+).

Com a utilização de cromatografia gasosa capilar, espectroscopia de massa e de infravermelho, os componentes voláteis da Lippia alba(Mill.) N.E. Brown foram estudados, obtendo-se a identificação de 43 compostos.3 Um alto conteúdo de carvona foi encontrado e a atividade antibacteriana do óleo essencial sobre 9 espécies de bactérias foi avaliada, por determinação da concentração inibitória mínima, usando o método de dupla diluição em série em meio líquido. 0 óleo apresenta atividade antibacteriana, sendo superior para bactérias Gram (+) com valores de concentração inibitória mínima entre 0,3 e 0,63 mg/l.

A composição de cera de maça foi avaliada em relação aos componentes ácidos e alcoóis graxos, hidrocarbonetos alifáticos, ésteres de ceras e compostos não definidos.4 As propriedades de proteção desta cera em formulações capilares foi pesquisada em relação ao conteúdo de S e N das superfície capilar, comparando-se com outras ceras.

Produtos cosméticos contendo extratos de Serenoa repens e salicilato de zinco são usados no tratamento de seborréia.5 A fórmula de uma loção capilar pode conter:

Extrato de Serenoa repens 0,50
Salicilato de zinco 0,50
N-hidroxietil acetamida 0,35
Di Me-polisiloxano 20,00
Dimetoximetano 20,00
Perfume qs
Etanol qsp 100,00

A eficácia das formulações sobre a seborréia é demonstrada.

O extrato dc Eriobotrya japonica permite o estímulo da síntese de glicosaminoglicana, particularmente do ácido hialurônico, transferindo portanto aos produtos cosméticos as suas propriedades de firmeza e maciez da pele, combatendo a formação de rugas ou diminuindo a profundidade destas amaciando a pele.6 Em meio de cultura, este extrato estimula a síntese de glicosaminoglicanas em particular em fibroblastos e queratinócitos. As folhas secas de E.japonica são tratadas com 20 ml de uma mistura (50:50) de 1,3-butileno glicol e água a 35"C por uma hora e então, a suspensão é filtrada. 0 extrato (10 g/ml) aumenta cerca de 83% a síntese de glicosaminoglicanas produzida pela cultura de fibroblasto humano. Um produto cosmético na forma de gel pode apresentar a seguinte formulação:

Extrato mencionado 3,0
Fosfato de ascorbil-magnésio 1,0
Asiaticosídeo 0,1
Excipiente qs 100,0g

Compostos aromaticos contendo precursores de sesquiterpenos contidos em óleos essenciais foram estudados.7 Estas substâncias chamadas de proazulenos podem ser convertidas em azuleno aplicando a reação de redução e desidrogenação pelo aquecimento, na presença de enxofre ou selênio. Da mesma maneira, sesquiterpenos oxigenados podem sofrer desidratação e
re-arranjamento, com enxofre ou selênio formando estrutura azuleica, com cinco ligações conjugadas que conferem estabilidade ao composto.

Óleo de amêndoas doces foi analisado por cromatografia gasosa e espectroscopia de massa, determinando os componentes presentes em menores quantidades (esteróis e hidrocarbonetos), presentes naturalmente ou como contaminantes a partir do processo de obtenção.8 Os resultados mostram claramente a necessidade de regulamentação em termos de produtos cosméticos, alimentícios e farmacêuticos por métodos analíticos e legais.

Bibliografia
1. Yamabe Y. Cosmetics or foods containing antioxidant Malva verticillata extracts. Patente Japonesa n° 959127 de 10 de agosto de 1995.
2. Senatore F, De Fusco R, De Feo V. Essential oils from Salvia spp. (Lamiaceae). I.Chemical composition of the essential oils from Salvia glutinosa L. growing wild in southern Italy. J. Essent. Oil Res. 9(2):151-157, 1997.
3. Alea JAP, Baluja R. Composition and antibacterial
properties of the essential oil of Lippia alba (Mill) N.E.Brown. Rev. Cubana Farm. 30(1):29-35,1996.
4. Kripp, TC.Applewax. From natural substance isolation up to trend formulation. SOFW J. 123(1):20-27, 1997.
5. Jeanjean M, Navarro R.Cosmetic compositions containing Serenoa repens extracts and zinc salicylate for the treatment of seborrhea. Patente Francesa n° 2736828, de 20 de julho de 1995.
6. Bonte F, Dumas M. Use of Eriobotrya japonica extract in cosmetic for stimulating glycosaminoglycan synthesis. Patente internacional n° 9706659 de 3 de janeiro de 1996.
7. Retamar JA. Sesquiterpenoid precursors (proazulenes) from some aromatic and medical species. Essenze Deriv. Agrum.66(3):288-304, 1996.
8. Gasparoli A, Mariani C, Cribioli G. Analytical
study of sweet almond oil used in cosmetic field. Note 2. Riv. Ital. Sostanze Grasse 73(12):551-562, 1996.

Prof. Dr. Pedro Alves da Rocha Filho é farmacêutico bioquímico industrial, professor de Tecnologia em Cosméticos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto SP.

Temas Dermatológicos por Dra. Denise Steiner

A Doença Emocional

Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí SP, Brasil

Estudos na área de dermatologia demonstram que 40% dos pacientes que procuram médicos desta especialidade tem algum problema emocional.

A queixa de prurido (coceira) generalizado, por exemplo, pode significar um estado de ansiedade-muitas vezes de extrema gravidade - capaz de levar pessoas a ter idéias suicidas. As coceiras intensas da região genital também podem significar graves problemas de ordem sexual.

Outro quadro delicado relacionado a doença mental é a chamada dermatite factícia ou artefato, em que o paciente provoca uma lesão na pele, geralmente ulcerada e de aspecto bizarro, podendo ou não ter consciência deste ato. Neste caso, o paciente pode estar demonstrando o primeiro sintoma de uma psicose ou de uma depressão severa, ou ainda estar submetido a um nível de ansiedade insuportável.

Arrancar o próprio cabelo, a sobrancelha ou os cílios é um forte indício de doença obsessivo-compulsiva. Neste grupo, também podem ser incluídos os roedores de unha e aqueles que apresentam dermatite de mãos - porque as lavam compulsivamente, dez a quinze vezes ao dia.

Além da relação com doenças psíquicas mais graves, os problemas emocionais também estão associados a dermatoses mais comuns, como vitiligo e psoríase.

Vitiligo
Essa dermatose é caracterizada por manchas acrômicas (sem cor) de tamanhos e formas variadas que se espalham por todo o corpo sem apresentar nenhum outro sintoma.

O vitiligo não é contagioso e ocorre mais freqüentemente em pessoas jovens e não atinge nenhum órgão interno, porém é devastador no aspecto psicológico e social. Sua causa não é totalmente esclarecida, mas existem teorias variadas.

Independentemente da origem, os médicos que lidam com esta doença tem a percepção nítida da sua relação com aspectos emocionais. Vários doentes que apresentam vitiligo relatam o aparecimento das primeiras manchas após traumas emocionais significativos. Há ainda uma relação importante, e porque não dizer direta, entre o estresse e o aumento do número de manchas na pele, pois, em épocas tranqüilas, o vitiligo se apresenta controlado e sem manchas novas; após períodos conturbados, as manchas começam a progredir assustadoramente.

A ciência ainda não encontrou respostas exatas para muitos problemas de saúde humana. No entanto, é impossível desprezar a observação clínica quanto à influência do emocional em algumas doenças. Ela é muito clara tanto para o doente como para o especialista que trata do vitiligo. Provavelmente as alterações emocionais desequilibram o organismo favorecendo alterações hormonais e imunológicas que podem desencadear e piorar o vitiligo.

Os melhores resultados terapêuticos são atingidos em pacientes que tratam a doença medicamente e também abordam e cuidam o lado emocional. Os processos psicológicos causam sofrimento e às vezes é melhor esconder-se ou chamar a atenção através de uma doença. Encarar os problemas de frente é a melhor solução; em geral isso piora as lesões do vitiligo, mas em seguida encaminha o indivíduo para uma cura segura e duradoura.

Psoríase
Várias outras doenças da pele, como alopécia areata (pelada), líquen plano, urticária crônica, desidrose etc, têm os aspectos emocionais como relevantes para uma resposta terapêutica; reforçando melhor que os indivíduos não são fragmentados, mas, sim, um conjunto único de
corpo e mente.

A verdade é que o médico sempre tem mais sucesso quando, além dos medicamentos adequados, pode melhorar as alterações emocionais do paciente.

Dra. Denise Steiner é dermatologista, doutorada pela Unicamp, professora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e diretora da Clínica Stockli, em São Paulo SP.

Boas Práticas por Teresa F. S. Rebello

Preservando com Botânicos

Consultora Técnica, Florianopólis SC, Brasil

Quando falamos de BPF e C, nos referimos não somente às etapas de fabricação nas quais, naturalmente, incluem os controles físicos, químicos e microbiológicos de matérias primas; produtos a granel e acabados; as condições sanitárias da planta no que se refere ao ar ambiente, equipamentos, higiene pessoal e no trabalho, etc. É também importante que tenhamos procedimentos relativos ao desenvolvimento do produto e, dentro deste contexto, não podemos deixar de enfatizar a importância do teste de desafio, que nada mais é do que o teste que dá a confirmação se um preservante ou sistema preservante é realmente eficiente para proteger o consumidor de produtos cosméticos contaminados.

Já tivemos oportunidade, dentro desta coluna, de tecer comentários sobre este assunto, mas tratando-se de matéria complexa, vários pontos ainda podem e devem ser levantados. Um deles, é a necessidade do profissional responsável pelo desenvolvimento do produto conhecer, não só o benefício que tal formulação trará, em termos estéticos, ao consumidor mas também as propriedades antimicrobianas que certas matérias-primas apresentam em determinadas concentrações como é o caso do propileno glicol, em concentrações próximas a 10%, certos ésteres como o monolaurato de glicerila de 0,5-2%, antioxidantes fenólicos como é o caso do BHT (butylated hydroxi toluene) e BHA (butylated hydroxi anisol), EDT A etc. Muito importante é ação antimicrobiana de certos extratos vegetais. Essas substâncias podem entrar na formulação através de um efeito sinérgico com os preservantes tradicionais ou elas próprias exercendo seu papel de preservante.

Um exemplo do papel importante das plantas é a obtenção dos óleos perfumados a partir de um blend de óleos essenciais originários de várias partes de diversas plantas utilizadas para essa finalidade. Os óleos essenciais são obtidos por processos especiais, exatamente para que as substâncias voláteis não sejam destruídas, permitindo assim exercerem suas atividades rubefascientes, estimulantes e também anti-sépticas. Na composição de tais óleos vamos encontrar diversos alcoóis aromáticos e heterocíclicos como por exemplo o álcool benzílico, mental, respectivamente; aldeídos; cetonas (a canfôra é um exemplo de substância com atividade antimicrobiana); fenóis como a eugenol, encontrado no cravo-da-índia, o orégano que apresenta atividade antifungica e outras tantas substâncias com atividade antimicrobiana. Mesmo o fenoxietanol, preservante tradicional, muito utilizado em formulações cosméticas não só por sua ação antimicrobiana mas também por sua baixa toxicidade é encontrado em várias plantas. Sua presença na atmosfera foi demonstrada por pesquisadores nas proximidades de campos de algodão e no Green tea (Camellia sinensis). É sabidamente conhecida as propriedades antibacterianas do óleo de cajepute (tea tree oil), especificamente contra certas bactérias anaeróbias como é o caso da P. acnes. Seu teor em cineol lhe dá tais propriedades da mesma forma que confere ao óleo de eucalipto essas mesmas propriedades. Aliás, em áreas onde existe plantação de eucalipto, sentimos no ar a presença de aromáticos que muito lembram produtos de ação sanitária.

O óleo de cajepute, por exemplo, é utilizado em muitas loções tônicas para peles acnéicas e, provavelmente este produto não necessitará da adição de preservantes convencionais. Nesta mesma categoria de produto cosmético, encontramos em suas formulações vários extratos botânicos com atividade anti-séptica como é o caso do hamamelis rico em taninos que, uimicamente, estão relacionados aos polifenóis. Estes, além da atividade antimicrobiana apresentam propriedades de adstringência.

Resumindo, o formulador do produto e o microbiologista responsável pelos testes de desafio devem estar atentos para estas propriedades, sendo recomendado proceder aos testes de desafio também do produto sem a adição do preservante.

Os profissionais que desenvolvem produtos cosméticos vão encontrar na literatura técnica, trabalhos relativos ao uso de matérias-primas botânicas, ditas "naturais" como substitutas dos preservantes sintéticos, conhecidos pelo consumidor como "químicos". Para o próximo século, que já esta aí, a tendência relativa a escolha de matérias-primas para uso cosmético estão, indubitavelmente, apontando para o uso de material botânico.

Tereza FS Rebello é farmacêutica bioquímica e consultora técnica na área de garantia de qualidade e assessora da Methodus Eventos e Consultoria, Florianópolis SC.

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